Há 80 anos extrema direita era expulsa da Praça da Sé

HÁ 80 ANOS, ANTIFASCISTAS EXPULSARAM EXTREMA DIREITA DA PRAÇA DA SÉ

Mário Magalhães

10/03/2014 11:01

Em outubro de 1934, integralistas como os da foto acima foram corridos do Centro de São Paulo

 

História: além de efemérides como os cem anos do começo da Guerra Mundial, os 60 do suicídio de Getulio Vargas e os 50 do golpe de Estado que depôs João Goulart, 2014 marca o aniversário de oito décadas do episódio que se tornou célebre como Batalha da Praça da Sé.

Em 7 de outubro de 1934, o Centro paulistano se transformou em palco de combate entre integralistas (os fascistoides brasileiros) e antifascistas, que os expulsaram.

Há cinco anos, recapitulei o entrevero, na reportagem “Sangue na praça da Sé”, publicada na “Folha de S. Paulo”.

Ei-la, na íntegra:

* * *

Sangue na praça da Sé

A batalha durou mais de meia hora”, datilografou o escritor Plínio Salgado. “O conflito durou seguramente uma hora”, cronometrou o jornal “A Offensiva”, que o próprio Plínio, chefe da AIB (Ação Integralista Brasileira), dirigia no Rio. O jornalista Mário Pedrosa ouviu de um camarada húngaro: “Foram quatro horas de ditadura do proletariado”.

Aos 95 anos de idade, Sara de Mello não se lembra do tempo por que a refrega se arrastou, mas recorda a frase do amigo Miguelzinho ao vê-la remexendo o bolso do casaco pouco antes do confronto: “Passa essa arma para cá”.

“Que arma nada”, ela conta ter respondido. “É a minha mão que está aí dentro.” Ao contrário de companheiras como a atriz Lélia Abramo, Sara não ganhou revólver e recebeu ordem para se plantar na confluência da praça da Sé com a rua Direita, no centro de São Paulo.

“Anauê”

Naquela “tarde funesta e luminosa” de 7 de outubro de 1934, como a descreveu o escritor Paulo Emílio Sales Gomes, logo se deflagraria o que se conheceria como Batalha da Praça da Sé: seis mortos e ao menos três dezenas de feridos graves no embate entre antifascistas e integralistas.

Os integralistas representavam a extrema direita, defensora de nacionalismo renhido, família, igreja e propriedade privada. Mimetizando fascistas italianos e nazistas alemães, formavam milícias, vestiam uniforme (verde) e proclamavam saudações (“Anauê”). No porvir, negariam identidade com os europeus.

Os antifascistas agregavam uma miríade de organizações de esquerda que viviam às turras entre si: stalinistas do Partido Comunista, trotsquistas da Liga Comunista Internacionalista, socialistas, anarquistas, sindicatos e adeptos de Miguel Costa, líder de rebeliões da década de 1920 -e pai de Miguelzinho, o amigo de Sara.

Para aquele domingo de 75 anos atrás, a AIB marcou uma celebração pelo segundo aniversário do Manifesto Integralista. Levou 10 mil seguidores, conforme cálculos de fontes diversas, à Sé ou aos arredores.

Seus inimigos interpretaram a iniciativa como demonstração de força inspirada na marcha sobre Roma, ofensiva fascista de 1922 que impulsionou Mussolini ao poder. Mobilizaram-se para barrá-la.

O vínculo com a Itália fazia sentido também para um liberal, o magnata do jornalismo Assis Chateaubriand.

Polícia rachada

Testemunha acidental -ele se escondeu em prédios da Sé para se proteger do fogo-, Chatô disse ter assistido em 1920, em Milão, a cena “absolutamente idêntica”: luta de rua entre fascistas e comunistas.

Abaladas pela crise econômica, as democracias liberais pareciam naufragar nos anos 1930. Demorariam a recuperar o leme da história. Os extremos alargavam influência.

Em julho de 1934, Getulio Vargas, de bom convívio com os camisas verdes, se transformara em presidente constitucional eleito pelo Congresso.

Na praça da Sé, como reflexo da polarização política, tomaram partido até os membros do aparato de segurança escalados para garantir a lei.

Os agentes das delegacias de ordem política e social combateram a tiros os antifascistas. Soldados da Força Pública dispararam contra integralistas.

A ação militar da esquerda foi coordenada por João Cabanas, antigo tenente da Força Pública. Ele dispôs atiradores em prédios da praça, notadamente o Santa Helena. Demolido em 1971, o palacete deu nome ao grupo de artistas que ali pintavam, como Alfredo Volpi.

Outros militantes armados fincaram posição nas esquinas, aguardando as milícias que se concentravam na avenida Brigadeiro Luiz Antônio. Um deles era Joaquim Câmara Ferreira, que em 1970 seria morto pela ditadura militar.

Por volta das 15h15, ecoou a primeira saraivada de tiros sobre os integralistas. Sobreveio outra. Não chegavam a mil os partidários de Plínio já na Sé.

Os milicianos da AIB reagiram e descarregaram armas contra os antifascistas. Enquanto balas zuniam, o comunista Hermínio Sacchetta e o trotsquista Fúlvio Abramo, jornalistas, discursavam.

Filiados à AIB fugiam e deixavam as camisas pelo caminho, temendo serem reconhecidos e agredidos. Sara assistia à debandada. “Pensei que eles teriam coragem de resistir.”

O humorista Barão de Itararé gracejou com o apelido galinhas verdes, pelo qual detratores maldiziam direitistas: “Um integralista não corre; voa”.

Somando quem perdeu a vida na praça e nos dias seguintes, noticiaram-se seis mortes -dois agentes da polícia política, um guarda civil, dois integralistas e um comunista.

Foi ferido o trotsquista Mário Pedrosa, no futuro um prestigioso crítico de artes plásticas e o filiado número 1 do PT.

Espírita e comunista

Nos três quartos de século seguintes, a batalha da praça da Sé foi objeto de outra contenda, a de balanço histórico.

Integralistas, como o jurista Miguel Reale, rejeitaram a qualificação de “batalha”, preferindo “tocaia” esquerdista.

“Tocaia é o que foi feito”, defende o editor Gumercindo Rocha Dórea, 85. “Os integralistas saíram desbaratados. Não fizeram o desfile.” Integralista desde a infância, ele mantém as convicções. Ocorre que Plínio Salgado empregou três vezes a palavra “batalha” em artigo acerca do episódio.

Alguns integralistas sustentaram que a AIB não carregava armas. Por exemplo, Goffredo Teles Junior, que viria a migrar para a esquerda.

Mas o médico Ruy Escorel Ferreira-Santos, àquela altura camisa verde, testemunhou em suas memórias: “Muitos tínhamos armas e quero crer que, com mais razão, portassem-nas a chamada tropa de choque”.

Certa historiografia identifica Plínio avesso ao antissemitismo de outro prócer da AIB, Gustavo Barroso, presidente da Academia Brasileira de Letras em 1932, 33 e 50.

Sobrinho de Plínio, o advogado Genésio Pereira Filho, 89, afirma: “O pensamento integralista era antinazista. Os nazistas eram materialistas, ateus e racistas. O pensamento de Plínio Salgado era exatamente o contrário disso”.

“Eles estão contra nós”

No texto a respeito da batalha, Plínio revelou-se: “Declarei solenemente a guerra contra o judaísmo organizado. É o judeu o autor de tudo. (…) Fomos agora atacados, dentro de São Paulo, por uma horda de assassinos, manobrados por intelectuais covardes e judeus. Lituanos, polacos, russos, todos semitas, estão contra nós”.

A judia Sara de Mello -seu sobrenome de solteira é Becker, do pai lituano- lembra-se de companheiros de jornada como Noé Gertel, então acadêmico de direito, e Eduardo Maffei, à época formando de medicina.

Em seu livro “A Batalha da Praça da Sé”, Maffei assinalou: “Barramos o caminho ao fascismo no seu aspecto mais sanguinário”. Os integralistas reencontraram os antifascistas em novas manifestações, até serem postos -como os oponentes haviam sido- na ilegalidade, em 1937.

Nenhum remanescente da AIB soube indicar, vivo, correligionário veterano do entrevero de 34.

Sara diz que seus companheiros se foram -com exceção dela, Dórea e Pereira Filho, os citados nesta reportagem já morreram.

A caminho da praça da Sé, ela conversava com o estudante Décio Pinto de Oliveira, que morreria baleado. Ambos integravam a Juventude Comunista – Sara pensa hoje como antes. Seu amigo era também espírita. Ele disse a Sara que, se o matassem, reencarnaria para enfrentar os integralistas.

http://blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br/2014/03/10/ha-80-anos-antifascistas-expulsaram-extrema-direita-da-praca-da-se/

Redação

42 Comentários

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  1. Eu admiro o integralismo.

    Eu admiro o integralismo. Belo e moral. O resto é semianalfabetismo político e cultural.

    Muitos grandes intelectuais brasileiros foram integralistas. O autor do CPC da época, por exemplo, era integralista. Basta ver a lista de quem foi integralista e perceber que não era apenas um movimento de ultradireita ou fascista, do tipo europeu clássico. Nada a ver. Era um nacionalismo brasileiro marcado pelo momento histórico.

    Esse artigo é uma porcaria. Só preconceito e desinformação sobre o que foi e ainda é o integralismo.

    E colocar-se efusivamente, quase num tom histérico, do lado do comunismo, como se fosse algo melhor e mais nobre do que o fascismo, também é analfabetismo político. Os liberais austríacos tinham muita razão ao indicar as semelhanças entre alguns tipos de fascismo e o comunismo. Muita razão mesmo.

    Os comunistas são adeptos de muitas práticas fascistas, a principal delas, o uso da violência para atingir os seus intentos. Comunistas e fascistas defendem isso. Herzen, o pai do socialismo russo (não, Marx não inventou o socialismo: na Rússia, os caras já faziam revolução e lutavam contra a opressão muito antes de Marx ser alguém conhecido por lá),  chamava os marxistas de “marxicidas”, não sem razão.

    E um dos maiores pecados dos comunistas, como todo mundo está cansado de saber, é que eles gostam muito de dinheiro. São os maiores venais da história política mundial. Marx já dizia: “tudo passa pela questão econômica”.  Ou seja, dinheiro R$R$R$ (LOL).

     

    1. “Eu admiro o integralismo”

      Vindo do argolinha não é nenhuma novidade, o fascio é sua praia predileta.

      “não, Marx não inventou o socialismo”

      Oh!! Grande novidade! Engels expôs no “Anti-Dühring”, que suas idéias e de Marx foram precedidas, pelo que chamava de socialistas utópicos, de Saint-Simon, Fourier, Owen, Proudhon, entre outros. O episódio da Revolução Francesa conhecido como a Conspiração dos Iguais era visto, pela dupla Marx e Engels, como o primeiro movimento de caráter socialista na história, e seu líder, Babeuf, como o primeiro comunista.

      “os caras já faziam revolução e lutavam contra a opressão muito antes de Marx ser alguém conhecido por lá”.

      Revoltas e revoluções existem desde que as sociedades se dividiram em classes antagônicas; Espártaco liderou uma revolta de escravos antes da era cristã. Nem toda revolução tem caráter socialista, para citar algumas, temos a Guerra Civil Inglesa, a Revolução Americana, a Revolução Francesa, a Guerra Civil Americana, a Independência da Índia, etc.

      Marx já dizia: “tudo passa pela questão econômica”

      O palhaço argolinha das piadinhas idiotas sabe dizer, em que obra Marx escreveu essa frase?

      Da mesma forma, Herzen jamais poderia ter criado o neologismo  “marxicidas”, com o sentido que o argolinha aplica. Isto só cabe na “criatividade” imbecil do argolinha. Senão, vejamos: quando se diz fratricida, sabemos que é aquele que mata o irmão; suicida é quem se mata; genocida seria aquele que mata um povo ou etnia; logo, “marxicida” seria aquele que mata Marx, portanto, não cabe no sentido que o argolinha tenta aplicar aos seguidores das idéias de Marx, é algo próprio dos rivais mais antagônicos dos comunistas, os fascistas admirados pelo argolinha.

      Desenhando mais claro para o argolinha entender: se alguém deseja eliminar uma praga de formigas, compre uma droga  denominada formicida; se a intenção for eliminar germes, use um germicida; se for ratos, vá de raticida; agora, se a impaciência for com pragas tipo argolinha, pode-se usar tanto um fascisticida, quanto um asininicida, pois o texto que escreve acima mostra bem o que ele é: um fascista burro.

      1. De quem confessa admirar o PCC, Marcola, o Integralismo e …

        De quem confessa admirar o PCC, Marcola, o Integralismo e Joaquim Barbosa, e odiar hebreus polacos…

        … o que se pode esperar, né Almeida ?

        O sujeito podia muito bem se abrigar na Ucrania, debaixo da suástica nazista do Svoboda. Pelas últimas notícias, ainda restam, naquele país, cerca de 100000 judeus e uns 120000 ciganos.

        Como há vagas no Svoboda, quem sabe não está aí a chance do Argolllllllllllllllllla ajudar os nazistas concretamente ?

        1. A burrice de Almerdinha fazendo escola

          Triste.

          Raciossímio de Almerdinha (para combinar, só faltava mesmo a voz fanha):

          “Nenhum homem pode ser um homicida porque “cida”, no termo, significa que se mata homens e nenhum homem vai ser algo que mata a si mesmo”.

          É a lógica da burrice, endossada por você. Decepcionante, hein?

          Para não enxergar essa falácia, além de que o termo usado por Herzen (“marxcida”) era um trocadilho irônico, só mesmo sendo um completo idiota.

          O que há de errado com esse blog? Falta senso crítico, o quê? Preguiça de pensar? Ou é burrice mesmo?

          Estão tão acostumados a seguir a manada que o intelecto já embotou faz tempo. Repito: triste.

          De resto, meu caro, para você sair dessa cilada, leia lá em cima a digitalização do trecho que eu citei (e comprovei) em que Berlin cita o termo “marxcida”. É bom aprender de vez em quando. Aliás, para discutir certas coisas tem que ter background, o que não é o caso do Almerdinha, seguramente um dos sujeitos mais burros que eu já vi até hoje na Internet brasileira rsrs.

          1. LINQUE DE DOCUMENTACINHA

            LINQUE DE DOCUMENTACINHA AGORA E JA.  Ate esse dia, data, e seculo…  nao da!

          2. “era um trocadilho irônico”

            Vou desenhar mais uma vez para você entender, argolinha.

            Se Hertzen aplicou realmente o termo “marxcida”, com o sentido de fazer trocadilho, ele também era um idiota. E você se torna um idiota ao cubo, por repetir e ainda defender besteira alheia. Pois o neologismo formado com o sufixo dá o sentido, para designar aquele que comete marxcídio. E o que é o marxcídio? Bem, um exemplo concreto nos dá o argolinha com sua pomposa frase:

            Marx já dizia: “tudo passa pela questão econômica”;

            Que ele não consegue dizer em que texto Marx diz isto. Toda vez que se escreve asneira sobre Marx, está a se cometer um marxcídio, o cara dá mais uma estrebuchada, no cemitério lá em Londres; nesse sentido, podemos dizer que o argolinha é um autêntico marxcida, pois a finalidade primeira do fascista é deturpar as idéias socialistas, atacar seus pensadores no plano teórico e liquidar seus adversários física e politicamente. A ascensão do fascismo se deu em meio a grandes crises do capitalismo, como resultado da Grande Guerra e da Grande Depressão dos 1930, como reação à vitória da Revolução Russa e de rebeliões semelhantes na Alemanha e na Hungria; não é estranho que no atual quadro de depressão econômica do capitalismo, o fascismo volte a ser um apelo das classes dirigentes e esteja novamente em ascensão.

            Aliás, argolinha não é marxida não, nem competência ele tem para isso. Ele é uma merdinha escrota, um reles simpatizante confesso do fascismo.

          3. hahaha, copy paste ridículo, leitor de cartilha café com leite

            Caro marxóide caricato, desse mimimi panfletário, nada se aproveita. Eu mostrei a tua burrice sobre a “impossibilidade” de existir “marxcida”. O “argumento”, pelas mesmas premissas, impede logicamente que exista “homicida”. Só você (e mais alguns) não viu isso, já que é uma anta inigualável. E não sei quem é “Hertzen” (sic). Sei quem é Herzen. Analfa é “freud” rsrs.

            “O Fascismo rejeita a concepção materialista de felicidade como uma possibilidade e a abandona para aqueles economistas de meados do Século XVIII. Isso significa que o Fascismo nega a equação: bem estar = felicidade, que vê os homens como meros animais, contentes em serem alimentados e engordados, então os reduzindo a uma pura e simples existência vegetativa.” – Benito Mussolini

            Melhor do que isso, só mesmo Homem Cristo! O resto é manada! Anauê rsrs!

             

             

          4. Ora, ora, depois de cometer “marxicida” (sic)…

            … vem você criticar erro de grafia alheio. Hertzen é a grafia de um nome estrangeiro na sonoridade da língua portugueza, é assim que se pronuncia, não há nada errado em grafar assim seu nome em nossa língua , até porque a grafia do seu nome em russo é Герцен, que pode ser convertido com pronúncia aproximada em alemão para Herzen, mas não para o inglês ou português, Hertzen é uma forma mais adequada de pronunciar seu nome nesses dois idiomas; se alguém grafasse em português Guertisem, também não estaria incorreto. Você é um merda argolinha, o Alessandro Duarte prova acima que  você não leu nem Herzen e nem Berlin no original; não passa de um analfabeto funcional, incapaz de perceber que a tradutora deixou entre aspas o termo “marxcida” (não o seu ‘marxicida’), o que denota sua própria falha em interpretar a tradução.
             

          5. Até parece que o idiota acima sabe de alguma coisa

            Cala a boca, semi-analfabeto rsrs

            Tua argumentação aqui conseguiu abolir a palavra “homicida” do vernáculo. Você é um dos sujeitos mais burros que eu encontrei na Internet em todos os tempos.

            São as “crias” virtuais do Nassif, cultivadas com muito carinho, respeito e atenção rsrs.

      2. Almerdinha é o que Marx chamava de “filisteu”

        Típico. O texto acima é tão lowbrow que eu sinto um tédio abissal de objetar. Típico de gente inculta, iletrada.  A expressões “eu admiro tal coisa” ou ” tal coisa é belo e moral” são comuns em fóruns que eu frequento há anos e são usadas quando se quer mostrar uma certa atenção a algo que muitas vezes não está dentro dos padrões da filistéia desvairada, da qual você, homem-massa que é, faz parte. Eu não faço parte disso. Eu admiro muitas coisas. Por exemplo, eu admiro Marx, admiro profundamente Bakunin, Kropostki, admiro Trotski, Lênin, Hegel, Herzen, etc. Eu não estou nessa de personalizar as coisas. Não sou um idiota imaturo. Estou interessado no ser humano, em toda a sua complexidade.

        Portanto, reitero: admiro o integralismo, como movimento político significante para a história política do país, e ele é belo e moral, nas acepções das palavras. Todo movimento nacionalista é dotado de um idealismo um tanto romântico, de proteção das forças internas, de coesão. É a massa do povo manifestando apreço pelo que se é. Para entender movimentos políticos como o fascismo, é preciso antes entender a conjuntura internacional que o produziu, o movimento imperialista do século XIX etc. Você, evidentemente, está completamente inabilitado para o debate.

        É preciso ser um perfeito idiota para querer condenar as coisas sem se debruçar sobre o contexto histórico no qual elas se inserem. Falar do fascismo hoje, com a versão da história contada pelos vencedores da 2ª Guerra Mundial, é muito fácil. Naquela época, ideias que hoje são chamadas de “fascistas”, não eram tão fáceis de serem condenadas, como hoje são, é o que eu quero dizer. O pior é que eu sei que lowbrows como você nada sabem sobre os grandes movimentos nacionalistas europeus do início do século XX. Você é um jeca completo.

        Muitas das ideias que o PT defende e outros partidos de esquerda no Brasil defendem têm o selo inegável do fascismo, naquela estrutura onde o indivíduo é absorvido pela coletividade, representada de forma mais forte pelo Estado. Isso é fascismo.

        Até hoje, a estrutura sindical do Brasil instituída pela CLT, que pariu o Lula, é de índole fascista, cópia integral, máxime em termos principiológicos, do que o regime de Mussolini concebeu na Carta del Lavoro (muita gente se equivoca, dizendo que a CLT seria uma cópia da Carta Del Lavoro, mas não é assim: somente a estrutura sindical, o que não é pouco, pois toca exatamente na questão da relação entre empregadores e trabalhadores, com o Estado exercendo um importante papel nisso tudo). Isso as pessoas que estudam o assunto sabem, talvez não com a profundidade do que isso significa em todos os seus contornos.

        Todo e qualquer sacrifício do individual pelo coletivo, da aspiração transcendental para atingir o inatingível, o discurso da revolução, muitas vezes niilista, dos pessimistas, o anti-materialismo, a crítica à decadência moral do capitalismo, isso é fascismo. Claro que você nada sabe sobre isso. Na verdade, você não sabe é de nada.

        E falar de marxismo contigo, então, é pura perda de tempo. Falar das histórias das ideias russas contigo, um jeca lowbrow, mais ainda. Sabe de nada.

        Almerdinha, entenda filhinho (para não chamar simplesmente pelo que ele é rsrs), Marx é só mais um pensador europeu de origem judaica (que inclusive renegava isso). Bebia no idealismo alemão. Só em sociedades atrasadas, como o Brasil, ele é visto como algo de outro mundo. Não passa de mais um intelectual europeu, importante é verdade, mas não é mítico e muito menos único no que fez.

        Os russos já ensinavam aos cidadãos da Europa Ocidental o significado da revolta e da luta contra as desigualdades muito antes de Marx ser conhecido por lá. Intelligentsia é um termo russo que remete a isso. Os intelectuais russos já viam uma função social e política importante no que eles faziam, um compromisso contra as injustiças cometidas pelo status quo, representado pelo regime czarista. Isso na Rússia era quase uma obrigação, seja entre os artistas, seja entre os intelectuais em geral. Quem não agisse assim, com esse engajamento político, não tinha o devido respeito das pessoas em geral.

        O socialismo não é uma ideia marxista. Marx criou um tipo de socialismo (alguns chamam de socialismo científico), mas não quer dizer que a ideia socialista ou comunista já não existisse antes dele. Quem pensa assim são os desinformados de sempre. Marx percebeu a luta de classes, concebia a História dessa forma. Na forma como ele via as coisas, era natural imaginar que com o fim da luta de classes, depois de ultrapassadas as etapas de desenvolvimento da sociedade capitalista, as contradições seriam estabilizadas e aí teríamos o comunismo, enfim, a ditadura do proletariado. Do ponto de vista da filosofia política, a tese do marxismo é compreensível até certo ponto dentro de suas premissas. Claro que a ideia de conflitos internos tende mesmo a uma igualdade quando a causa dos conflitos deixa de existir. É como uma linha num monitor que vibra para cima e para baixo, até encontrar a sua estabilização. A dialética advogada por Marx pode ser entendida dessa forma. O materialismo dialético trata disso, como ideia de fundo, dessa superação da luta de classes, estabilizando a história. É uma coisa filosófica, que se pretendia científica.

        É preciso entender as categorias abstratas do marxismo, coisa que você não entende, porque nunca estudou como deveria o assunto. Eu já estudei, mas não sou profundo conhecedor, porque é algo que consome muito o tempo e seria preciso anos de estudo para ter uma ideia razoável dele (Berlin fala da dureza que era entender o Marxismo em Oxford, mesmo entre as pessoas mais capacitadas). Seria preciso estudar alemão mais a fundo, por exemplo (se bem que, se fosse para dominar o alemão nesse nível, Marx certamente não estaria entre as minhas prioridades).

        Por fim, falando do termo como Herzen chamava os marxistas, senti profunda vergonha alheia por você. Significa que você, por uma regra gramatical mal assimilada, pois falta intelecto, isso é notório, quis desconsiderar um fato verdadeiro hehe. Cometi apenas um erro na grafia: não era “marxicida” que Herzen usava para se referir aos marxistas, pessoas pelas quais ele tinha o mais profundo desprezo. Era “marxcida”.

        Almerdinha, você é um dos sujeitos mais burros que eu já encontrei até hoje na Internet, sinceramente. Você é tão estúpido que não parcebe que, pela forma como tentou argumentar sobre a impossibilidade de Herzen ter criado o termo “marxcida”, sequer existiria “homicida”: simplesmente, segundo você, ninguém poderia ser um “homicida”, porque, como o sufixo “cida” significa que algo mata a ideia transmitida pelo prefixo, logo, homicidas matam pessoas (homens, mulheres, etc), e, dessa forma, ninguém, sendo uma pessoa, poderia ser um homicida hahaha. Que constrangedor! Era um chiste, um trocadilho com a palavra “homicida”, uma ironia de Herzen, seu burro. Além disso, a expressão faz todo um sentido, de qualquer ângulo que se pretenda analisá-la. Serve basicamente para dizer que os marxistas são pessoas violentas, capazes de matar para fazer valer as suas ideias políticas. Ao invés de homicidas, ele chamava os marxistas de “marxcida”, o que, até mesmo ou inclusive pela sua linha, de matar marxistas, faz todo o sentido: a história mostrou que auto-declarados marxistas mataram uns aos outros, muitas e muitas vezes. Mas o Almerdinha desconhece isso, porque é um rematado ignorante, um inculto e burro poucas vezes antes visto na Internet brasileira.

        Não deveria, porque sujeitos como você não valem o esforço e merecem ficar eternamente na ignorância, mas cito um trecho do ensaio sobre Herzen, chamado “Um revolucionário sem fanatismo” (escrito, ao que parece, em 1956), de Isaiah Berlin, publicado no Brasil pela Cia. da Letras, na obra chamada “A Força das Idéias” (tradução de Rosaura Eichenberg), organizado por Thomas Hardy (esse trecho abaixo, que transcrevo na íntegra, à exceção das duas pequenas referências que são feitas, cujos números foram substituídos por asteriscos, está na página 145 da edição que eu possuo, que acredito ser a primeira edição, de 2005) :

        “No geral, foram os adversários totalitários de Herzen tanto da direita como da esquerda que triunfaram. E uma curiosidade singular da história (de um tipo que o próprio Herzen sentiria prazer em descrever com incomparável malícia e espirituosidade) é que, na força das referências laudatórias que recebeu de Lênin, esse inimigo da autoridade, que foi talvez o adversário mais devastador, como era certamente o mais compreensivo, dos muitos comunismos rematados de seu tempo – o inimigo de todos os dogmas, que declarava que salus populi era um grito tão vicioso quanto lèse-majesté*, que nehum ideal do qual era proibido sorrir valia alguma coisa – é uma estranha ironia que Herzen, que não gostava de Marx nem dos “marxcidas” (como os chamava), nem pessoal nem politicamente, se visse canonizado em sua terra natal hoje em dia, como um dos fundadores sacrossantos do novo modo de vida**.” (itálico como no original; negrito por minha conta).

         

        * From The Other Shore: SS vi 104;

        **1956.

        Para provar que o texto é esse mesmo, colo aqui a digitalização da página de onde esse trecho foi retirado:

         

         

        1. Fala, fala, blá-blá-bá, blá-blá-bá…

          … e não diz nada. Demonstra apenas que é um analfabeto funcional. Foi incapaz de perceber que a tradutora deixou entre aspas sua tradução para “marxids”.

      3. A confusão parece vir de uma

        A confusão parece vir de uma má tradução. De acordo com:

         

        http://estudosmarxistas.files.wordpress.com/2011/06/36115425-walker-gray-historical-dictionary-of-marxism.pdf

         

        a palavra marxids foi empregada por Bakunin e seus discípulos:

        “Within the First International (1864–1876) the anarchist Michael
        Bakunin and his disciples used the terms Marxian, Marxids, and Marx-
        ists to refer disparagingly to Marx and his adherents, and to their out-
        look and deeds. For example, Bakunin’s followers would typically use
        the term Marxist in such phrases as Marxist falsifications, always with
        some negative connotation.”

         

        o sufixo ‘id’ acrescentado à palavra ‘Marx’ dá sentido de propriedade. De acordo com http://www.thefreedictionary.com/ids

         

        “a suffix of nouns that have the general sense “offspring of, descendant of,” occurring orig. in loanwords from Greek (Atreid; Nereid), and productive in English on the Greek model, esp. in names of dynasties, with the dynasty’s founder as the base noun (Abbasid; Fatimid), and in names of periodic meteor showers, with the base noun usu. denoting the constellation or other celestial object in which the shower appears (Perseid).”

         

        Ou seja, ao que parece ‘marxids’ significa algo como “as ideias pertencentes a Marx e de seus seguidores”

         

        Para reforçar, os demais sufixos:

        http://www.thefreedictionary.com/-ian

        1. Of, relating to, or resembling: Bostonian.2. One relating to, belonging to, or resembling: academician. http://www.thefreedictionary.com/-ist 1. a. One that performs a specified action: lobbyist.b. One that produces, makes, operates, plays, or is connected with a specified thing: novelist.2. A specialist in a specified art, science, or skill: biologist.3. An adherent or advocate of a specified doctrine, theory, or school of thought: anarchist.4. One that is characterized by a specified trait or quality: romanticist.

         

        1. Hahahaha quer ser mais realista que o rei rsrs

          Cara, é menos comprometedor você falando as abobrinhas habituais, típicas de nerd de TI hahaha.

          O termo foi citado por Berlin a partir de Herzen. Nada a ver com Bakunin. E provavelmente ele usava em inglês: Herzen zarpou da Rússia e viveu em Londres durante muito tempo. Também viveu em Paris, na Itália etc.

          Acho muito difícil que a tradutora brasileira fosse errar uma tradução em inglês de um texto de Berlin.

          1. “termo foi citado por Berlin

            “termo foi citado por Berlin a partir de Herzen. Nada a ver com Bakunin”:

            Sim, quer ser mais realista que o rei mas ele documentou o que disse.

            Eh pra acreditar na sua afirmacao sozinha?  Tente outro blog.  Aqui nao.

          2. “Acho muito difícil que a tradutora brasileira fosse errar”

            É o que dá em aceitar texto de terceira, quarta, quinta, … mão. O cara aceita porque reforça seu analfabetismo, sua baixíssima compreensão mental. Se ele percebesse que na tradução o texto ficou entre aspas, saberia que a tradutora não encontrou tradução segura para o termo, pois no original ele aparece sem aspas. O que nós temos no texto que ele apresenta é Berlin citando Herzen, através de uma tradutora para o português. O texto de Berlin traduzido ao português não traz, o sentido de trocadilho que, supostamente, do alto da sua imbecilidade, o argolinha tenta deduzir que Herzen fez, ao empregar o termo marxid, como aparece no original em Berlin (sem aspas). Não ocorre ao argolinha a expressão: “traduttore, traditore”.

  2. Vergonha da Folha. Porque não
    Vergonha da Folha. Porque não chama os antifacistas de comunistas. Porque comunista só pode fazer coisa ruim? Se fax uma ação boa não pode ser mencionada?

    Para a folha quem acabou com o nazismo foram os americanos e o Dia D…. Stalingrado, Kursk, etc foi um detalhe.

  3. Os monstros ressuscitaram

    Hoje em dia, é a extrema direita que vem expulsando os antifacistas das ruas. Lembram-se das manifestações no ano passado quando sairam às ruas facistas, blacks blocs, anonymous, punks, baderneiros, ladrões, gente da elite reacionária e militantes dos partidos de direita? 

    Orlas sedentas de sangue e de violências. Eles atacaram a CUT, o PT e outros movimentos populares, rasgando suas bandeiras, agredindo seus militantes e ameaçando botar fogo no pais.

    É isso ai, gente. A internet ajudou a ressuscitar esses monstros. Viva as redes sociais (as verdadeiras pragas do facismo)….

  4. unidade das esquerdas

    Belo artigo mostrando na batalha da Praça da Sé a importância  e a força que pode ter a unidade das esquerdas. Infelizmente, hoje o que se vê, com muita frequência, é a multiplicação do “quinta-colunismo” com “socialistas” prometendo juras de amor  aos conservadores e psolistas comemorando a retirada do dinheiro da saúde juntamente com ACM e CIA. 

  5. A burrice de Almerdinha, a.k.a Almeida, merece ser emoldurada

    “Da mesma forma, Herzen jamais poderia ter criado o neologismo  “marxicidas”, com o sentido que o argolinha aplica. Isto só cabe na “criatividade” imbecil do argolinha. Senão, vejamos: quando se diz fratricida, sabemos que é aquele que mata o irmão; suicida é quem se mata; genocida seria aquele que mata um povo ou etnia; logo, “marxicida” seria aquele que mata Marx, portanto, não cabe no sentido que o argolinha tenta aplicar aos seguidores das idéias de Marx, é algo próprio dos rivais mais antagônicos dos comunistas, os fascistas admirados pelo argolinha.

    Desenhando mais claro para o argolinha entender: se alguém deseja eliminar uma praga de formigas, compre uma droga  denominada formicida; se a intenção for eliminar germes, use um germicida; se for ratos, vá de raticida; agora, se a impaciência for com pragas tipo argolinha, pode-se usar tanto um fascisticida, quanto um asininicida, pois o texto que escreve acima mostra bem o que ele é: um fascista burro.”

    HauHuahHaauHahahahahhahahahahahah

    Vai ser burro assim na casa do *&¨%$#@!!

    Só tem burro!

    Para não entender a burrice de Almerdinha nesse trecho, só mesmo sendo tão burro quanto ele! Ou até pior! Não se pode negar que o sujeito fez uma obra-prima da burrice rsrs.

    Almerdinha é um dos sujeitos mais burros que eu já encontrei até hoje na Internet, sinceramente. Ele é tão estúpido que não parcebe que, pela forma como tentou argumentar sobre a impossibilidade de Herzen ter criado o termo “marxcida”, sequer existiria “homicida”: simplesmente, segundo ele, ninguém poderia ser um “homicida”, porque, como o sufixo “cida” significa que algo mata a ideia transmitida pelo prefixo, logo, homicidas matam pessoas (homens, mulheres, etc), e, dessa forma, ninguém, sendo uma pessoa, poderia ser um homicida hahaha.

    Que constrangedor! Desde quando o fato de uma palavra terminada em “cida” significar a morte de uma coisa, isso significa que essa coisa não pode, em hipótese alguma, ser chamada pela palavra? Hahaha. Pelo raciossímio de Almerdinha, ninguém podia ser chamado de homicida!

    “Marxcida” era um chiste, um trocadilho com a palavra “homicida”, uma ironia de Herzen, seu burro. Além disso, a expressão faz todo um sentido, de qualquer ângulo que se pretenda analisá-la. Serve basicamente para dizer que os marxistas são pessoas violentas, capazes de matar para fazer valer as suas ideias políticas. Ao invés de “homicidas”, ele chamava os marxistas de “marxcidas”, o que, até mesmo ou inclusive pela linha sustentada com tanto “brilhantismo” por Almerdinha, de matar marxistas, faz todo o sentido: a história mostrou que auto-declarados marxistas mataram uns aos outros, muitas e muitas vezes. Mas o Almerdinha desconhece isso, porque é um rematado ignorante, um inculto e burro poucas vezes antes visto na Internet brasileira.

    Não deveria, porque sujeitos como Almerdinha não valem o esforço e merecem ficar eternamente na ignorância, mas cito um trecho do ensaio sobre Herzen, chamado “Um revolucionário sem fanatismo” (escrito, ao que parece, em 1956), de Isaiah Berlin, publicado no Brasil pela Cia. da Letras, na obra chamada “A Força das Idéias” (tradução de Rosaura Eichenberg), organizado por Thomas Hardy (esse trecho abaixo, que transcrevo na íntegra, à exceção das duas pequenas referências que são feitas, cujos números foram substituídos por asteriscos, está na página 145 da edição que eu possuo, que acredito ser a primeira edição, de 2005) :

    “No geral, foram os adversários totalitários de Herzen tanto da direita como da esquerda que triunfaram. E uma curiosidade singular da história (de um tipo que o próprio Herzen sentiria prazer em descrever com incomparável malícia e espirituosidade) é que, na força das referências laudatórias que recebeu de Lênin, esse inimigo da autoridade, que foi talvez o adversário mais devastador, como era certamente o mais compreensivo, dos muitos comunismos rematados de seu tempo – o inimigo de todos os dogmas, que declarava que salus populi era um grito tão vicioso quanto lèse-majesté*, que nehum ideal do qual era proibido sorrir valia alguma coisa – é uma estranha ironia que Herzen, que não gostava de Marx nem dos “marxcidas” (como os chamava), nem pessoal nem politicamente, se visse canonizado em sua terra natal hoje em dia, como um dos fundadores sacrossantos do novo modo de vida**.” (itálico como no original; negrito por minha conta).

     

    * From The Other Shore: SS vi 104;

    **1956.

    Para provar que o texto é esse mesmo, colo aqui a digitalização da página de onde esse trecho foi retirado:

    1. “”Marxcida” era um chiste, um

      “”Marxcida” era um chiste, um trocadilho com a palavra “homicida”, uma ironia de Herzen, seu burro. Além disso, a expressão faz todo um sentido, de qualquer ângulo que se pretenda analisá-la. Serve basicamente para dizer que os marxistas são pessoas violentas, capazes de matar para fazer valer as suas ideias políticas. Ao invés de “homicidas”, ele chamava os marxistas de “marxcidas”, o que, até mesmo ou inclusive pela linha sustentada com tanto “brilhantismo” por Almerdinha, de matar marxistas, faz todo o sentido: a história mostrou que auto-declarados marxistas mataram uns aos outros, muitas e muitas vezes. Mas o Almerdinha desconhece isso, porque é um rematado ignorante, um inculto e burro poucas vezes antes visto na Internet brasileira.”

       

      Seria importante apresentar passagem e bibliografia que dê sustentação a isso

      1. Eu citei o trecho do ensaio de Berlin de onde retirei o termo

        No entanto, você poderia nos explicar o que ele quis dizer com isso e por que seria “impossível” o termo ser criado, com o exato sentido de dizer que os marxistas são propensos à violência e até capazes de matar pelo que defendem politicamente.

        1. “”No geral, foram os

          “”No geral, foram os adversários totalitários de Herzen tanto da direita como da esquerda que triunfaram. E uma curiosidade singular da história (de um tipo que o próprio Herzen sentiria prazer em descrever com incomparável malícia e espirituosidade) é que, na força das referências laudatórias que recebeu de Lênin, esse inimigo da autoridade, que foi talvez o adversário mais devastador, como era certamente o mais compreensivo, dos muitos comunismos rematados de seu tempo – o inimigo de todos os dogmas, que declarava que salus populi era um grito tão vicioso quanto lèse-majesté*, que nehum ideal do qual era proibido sorrir valia alguma coisa – é uma estranha ironia que Herzen, que não gostava de Marx nem dos “marxcidas” (como os chamava), nem pessoal nem politicamente, se visse canonizado em sua terra natal hoje em dia, como um dos fundadores sacrossantos do novo modo de vida**.” (itálico como no original; negrito por minha conta).”

           

          Bem, como já escrevi abaixo, é provável que tenha um problema de tradução da palavra “marxids” (ou você esteja dando outro sentido). “marxids” parece significar “os seguidores das ideias de Marx” e a passagem acima sugere isso.

           

          A relação homicida e marxcida não é explicitamente sugerida nessa passagem. Vou procurar o texto inteiro e ler e tirar as conclusões

           

          1. É ridícula a implicância

            Cara, todo mundo que conhece o mínimo de marxismo e dos marxistas sabe que “os ovos devem ser quebrados para fazer a omelete”, máxima revolucionária muito usada pelos marxistas russos e todos os demais povos que seguiram o exemplo da revolução de outubro de 1917.

            O que você sugere significa que é improvável (!!) que num texto onde Herzen fala dos pecados das novas gerações de revolucionários, em que ele denuncia o perfil violento deles, ele tenha usado o termo exatamente com o sentido que foi traduzido na edição brasileira do ensaio de Berlin.

          2. Não, quero é uma passagem do

            Não, quero é uma passagem do Herzen, se possível na lingua-mãe, que sugere a ligação do termo marxids (ou seu análogo na língua-mãe) com homicidas e que esse era o us original da palavra

             

             

          3. Certo, acho justo

            No entanto, esqueça um pouco a trollagem e responda: você concorda com o argumento de que marxcida não pode ter o sentido pretendido porque “cida” quer dizer que se mata marxistas e o termo “não faria sentido”? Você concorda que esse argumento é falacioso, pois desautoriza a existência de homicida, por exemplo?

            Não sei se você, em sua trollagem, prestou atenção, mas a discussão era essa. Teu Dom Quixote, o Almerdinha, argumentou “brilhantemente” dessa forma.

            O que vc tem a dizer sobre isso??

          4. Não estrou trolando. Não sei

            Não estrou trolando. Não sei em que língua o Herzen escreveu, mas se o Berlin quisesse dar o sentido que você que dar a marxicida (cmo traduzido), em inglês deveria ser usado o prefixo: -cide

             -cidesuff.1. Killer: bactericide.2. Act of killing: ecocide.[Middle English, from Old French (from Latin -cīda, killer) and from Latin -cīdium, killing, both from caedere, to strike, kill; see kaə-id- in Indo-European roots.]-ciden combining form1. indicating a person or thing that kills: insecticide.2. (Law) indicating a killing; murder: homicide.[from Latin -cīda (agent), -cīdium (act), from caedere to kill]-cidal adj combining form

             

            http://www.thefreedictionary.com/-cide

             

            Parece que deveria ser “marxcide” e não “marxids”

          5. Pois é cara, mas é justamente isso que eu estou dizendo

            De onde você tirou que foi marxids e não marxcide? Você acha que a tradutora brasileira iria cometer um erro tão primário? Não faz sentido a tua insistência. Ela traduziu um texto em inglês de Isaiah Berlin, que foi o maioral em Oxford durante muito tempo e é, a propósito, o maior biógrafo de Marx em língua inglesa, além de ser, muito provavelmente, o maior conhecedor da história das idéias russa no ocidente (pelo menos em língua inglesa).

          6. Isso não muda a discussão

            Claro que eu me baseei na tradução brasileira. Mas este ponto é irrelevante na thread que se seguiu e você está, evidentemente, trollando. A questão é que “marxcida”, com o sentido a que o termo induz, é perfeitamente possível de ser criado, ao contrário do que o maluco do Almerdinha falou. De qualquer forma, o termo no original aparece mesmo como “Marxids”. Só lendo Herzen no original para saber exatamente o que ele quis dizer com isso (pode ser no sentido que você indicou e que era usado por Bakunin).

            Vou mandar um email para a Editora Schwarcz Ltda. questionando o sentido do termo usado na tradução brasileira, bem como a sua pertinência.

          7. Isso muda tudo, babaca!!!

            Seu idiota!! O pior burro é aquela mula que empaca, zurra, zurra… para insistir e defender as próprias asnices.

            O Alessandro fez de você um peru na roda; mostrou seu erro lá abaixo; você o chamou de “mais realista que o rei“, tentou desqualificá-lo com sua crença numa tradução, em que a autora sinalizou a palavra entre aspas, sem falar que o próprio parágrafo não permitiria a interpretação que você empregou.

            Agora ele trouxe as provas de suas asneiras; demonstrou por a + b que você é uma cavalgadura e, para piorar, uma cavalgadura arrogante na sua ignorância. Você é uma besta, argolinha, conseguiu brigar com o idioma e a etimologia das palavras. Tudo o que ele apresenta confirma as minhas palavras e nega com veemência as suas.

            Nada impede de se criar o neologismo ‘marxcida’, mas ele não terá o sentido que você empresta. Vai soar aos falantes da língua como aquele que mata Marx, que no plano simbólico, já que o ‘finado está morto’, soará como aquele que comete falsificação, deturpação do pensamento de Marx.

            O argolinha tenta ser exemplo acabado de um marxicida, deturpa seu pensamento atribuindo a ele frases que nunca pronunciou. Nesta postagem verificamos, que além de marxcida, o argoloinha é um berlincida, um herzencida, enfim, um assassino de qualquer idéia, pois é uma besta arrogante, com demonstrada incapacidade de leitura, que sai por aí citando coisas sem qualquer base de realidade, ou conexão com os textos que referencia. Mas, fazer o quê, com um embusteiro? Um sujeito que se acredita cosmopolita morando em Maceió. Vá tomar na sua argolinha. Você é um cu, argolinha, só despeja merda.

             

          8. Quanta asneira

            Todo o contexto na qual a palavra está empregada induz ao entendimento a que eu fiz referência. Eu me baseei na tradução brasileira. O troll mineiro com complexo de inferioridade não sabe de nada. Nunca leu Berlin ou Herzen, que ele ouviu falar de mim aqui, exatamente como você, que é um idiota que falou de outra coisa, completamente diferente. E agora vem com essa ideia de que Marxcida não poderia existir porque seria matar algo que está morto. É que vc é tão burro e ignorante que não sabe que Herzen foi contemporâneo de Marx, convivia com ele, conhecia-o pessoalmente.

          9. Continua sem link de

            Continua sem link de documentacao.

            Os argolids, digo, argoletes, querem dar uma ajudinha documental?

          10. That’s not the fucking point

            O ponto é que um idiota disse que marxcida não podia existir hahaha. Eu mostrei já a fonte da informação. Citei a tradução brasileira do ensaio de Berlin. O sujeito abaixo acha que o termo não tinha o sentido que a tradução brasileira deu. Essa é outra discussão. Seria um problema da tradução. Mas a discussão levantada pelo Almerdinha é outra, é a impossibilidade semântica de existir “marxcida”, o que nos leva à impossibilidade de existir homicida, pelas mesma razões que o idiota indicou.

            Se Herzen não criou o termo, a tradutora brasileira Rosaura Eichenberg criou. E seria muito apropriado. Pronto, resolvido o problema.

            De qualquer forma, o sentido de “marxids” continuaria sendo pejorativo, pelo que eu li nos links da Internet. Seria uma forma de se referir aos seguidores de Marx que falseiam o que ele diz. Num sentido figurado, “marxid” pode ser tomado como uma pessoa que “mata” as idéias de Marx. Talvez esse sentido possa ser correto.

            De qualquer forma, “marxcida” é a palavra que consta no texto em português. Essa palavra induz a um sentido, dentro do contexto do ensaio, na parte em que Herzen critica o perfil violento dos revolucionários de 1860, de serem pessoas capazes de matar outras pessoas na defesa de suas convicções político-revolucionárias. Basta ler o ensaio de Berlin que, se não fosse por mim aqui, ninguém nunca teria nem ouvido falar rsrs.

             

          11. Legítima defesa…

            “…na parte em que Herzen critica o perfil violento dos revolucionários de 1860, de serem pessoas capazes de matar outras pessoas na defesa de suas convicções político-revolucionárias.”

            E se o citado perfil violento fosse eticamente entendido como legítima defesa ocorrida em um contexto de guerra política?

            Ainda assim, você utilizaria a tradução da brasileira?

  6. Esse post está tão surreal

    Que eu até divulguei no meu perfil do facebook kkkkkkkkkkk.

    Fiz chamada para os meus amigos lerem o surreal post do Almerdinha hahaha.

    Vai virar piada isso aqui. Quando alguns caras que eu conheço, que realmente entendem de integralismo e fascismo, aportarem por aqui, eu tenho até pena de quem estiver falando besteira!

    Eu vou até pegar a pipoca para assistir a tudo de camarote!!

  7. Meus amigos, cuidadosos, desistiram de opinar no post

    Eles ficaram com medo de acessar o site por causa dos alertas de malware (já alertei ao blog e ninguém me respondeu). Uma pena.

    Seria interessante ver o massacre rsrs.

    De resto, quem não entendeu a brincadeira com o “eu admiro” e o “belo e moral” tem um péssimo instinto rsrs. Ok, não culpo. É mesmo uma espécie de piada interna, algumas vezes, mas enfim. Não foi exatamente o caso. Mas isso não me torna fascista, claro.

    Eu sou um democrata, aprovo a liberdade de correntes políticas, para o bem e para o mal. Inclusive aceito conviver normalmente com fascistas, comunistas, anarquistas, liberais, conservadores, etc. Portanto, principiologicamente, eu não posso ser fascista, nem tampouco comunista. Esses abominam coisas liberais como democracia e pluralidade de pensamento.

    De qualquer forma, integralismo não é simplesmente fascismo tupiniquim ou sei lá o que queiram dizer com isso. Isso é reduzir as coisas. Era uma espécie de nacionalismo brasileiro marcado pelo momento histórico. O resto é coisa de zé mané que acha fascismo um palavrão, digno de quem fica com medo do bicho papão e se esconde embaixo da cama rsrs.

     

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