Homenagem a Dom Adriano Hypólito

Nassif

Sequestro, tortura, bombas e pichações fazem parte da vida desse grande personagem da história da Igreja e da Baixada Fluminense, mas felizmente o que marcará sua passagem entre nós não será estes tristes episódios, mas sua grande obra social.

Nos festejos de Santo Antonio a Baixada Fluminense comemora o cinqüentenário de sua Diocese que abrange sete municípios da Baixada Fluminense. No período de 1966 a 1994 foi dirigida por Dom Adriano Hypólito, frade franciscano ordenado em 1942 em Salvador , mas Sergipano de nascimento. Dom Adriano Hypolito foi  musico, poeta e grande orador, mas  se destacou por  sua luta contra a desigualdade social. Devido a sua expressiva liderança e obras foi perseguido por grupos militares e paramilitares durante o período da ditadura.

SEQUESTRO, BOMBA NO ALTAR , TORTURA E PICHAÇÕES.

Dez anos após sua posse na Diocese, devido a sua atuação destacada junto as comunidades e movimentos sociais  Dom Hypólito foi seqüestrado, torturado sendo abandonado nu, amarrado no mato, com o corpo pintado de vermelho e seu carro foi explodido na porta da sede da Conferência dos Bispos do Rio de Janeiro. A partir de então, teve sua vida monitorada pelos órgãos de repressão. As intimidações nunca cessaram, teve documentos diocesanos  falsificados e distribuídos na comunidade, com a finalidade de difamá-lo. Em 19 de junho de 1977, teve a Conferência de Direitos Humanos da Baixada, cancelada devido a invasão do recinto, por tropa do Comando do 1º Exercito. Em Abril deste mesmo ano, Dom Adriano recebe ameaças de um novo seqüestro e castigo exemplar. Na madruga de 9 de novembro de 1979 as Igrejas de Santo Antonio da Prata e a Catedral de Santa Rita, amanheceram pichadas com injurias contra Dom Hipólito. A escalada de terror chega a seu ápice  no dia 20 de Dezembro de 1979 com a explosão de uma bomba no Altar Mor da Catedral da Diocese, danificando o Altar e o Sacrário.

Em 1993 Dom Adriano Hipólito inaugura o Centro de Direito Humanos e aos 76 anos deixa a direção da Diocese e vem a falecer em 10 de Agosto de 1996, dia de São Lourenço, aquele que ao ser intimado pelo imperador romano Valeriano a apresentar os tesouros da Igreja, encheu o palácio de pobres, dizendo: “Eis o tesouro da Igreja”.

Dom Adriano Hipólito terminava suas celebrações com a seguinte saudação: “ Viva Jesus Cristo…Viva Maria nossa Mãe Santíssima…Viva nosso povo sofrido da Baixada”.

http://domadriano.mitrani.org.br/vida.htm

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador