EUA lamentarão o assassinato de Qassim Soleimani, diz jornal iraniano

O general foi assassinado enquanto deixava o aeroporto de Bagdá. Soleimani ali estava para assistir ao funeral dos 31 soldados iraquianos que os Estados Unidos mataram em 29 de dezembro

Jornal GGN – O jornal iraniano The Iranian, em sua versão em inglês, afirma que os Estados Unidos irão lamentar o assassinato de Qassim Soleimani e que Trump declarou guerra ao Irã e ao Iraque. O general foi assassinado enquanto deixava o aeroporto de Bagdá. Soleimani ali estava para assistir ao funeral dos 31 soldados iraquianos que os Estados Unidos mataram em 29 de dezembro na fronteira entre Síria e Iraque, perto de Al-Qaim.

Soleimani era o comandante da força iraniana de Quds (‘Jerusalém’), que é o braço externo da Guarda Revolucionária Islâmica Iraniana, foi responsável por todas as relações entre o Irã e movimentos políticos e militantes fora do Irã. Foi ele quem aconselho o Hisbullah libanês durante a guerra de 2006 contra Israel. E foi figura importante na expulsão de invasores dos EUA no Iraque. Além disso, foi o responsável por derrotar o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Soleimani havia chegado a Bagdá em um vôo normal do Líbano. Ele não viajou em segredo. Ele foi apanhado no aeroporto por Abu Mahdi al-Muhandes, vice-comandante do al-Hashd al-Shaabi, uma força de segurança oficial iraquiana sob o comando do primeiro-ministro iraquiano. Os dois carros em que viajaram foram destruídos no ataque dos EUA. Os homens, seus motoristas e guardas morreram.

“Os EUA criaram dois mártires que agora serão os modelos e ídolos de dezenas de milhões de jovens no Oriente Médio”, anuncia o jornal.

“O Houthi no Iêmen, o Hizbullah no Líbano, a Jihad Islâmica na Palestina, as forças paramilitares na Síria, Iraque e outros países se beneficiaram dos conselhos e apoio de Soleimani. Todos eles vão tomar medidas para vingá-lo”, continua o texto.

O The Iranian ainda aponta que o assassinato de um comandante do porte de Soleimani exige uma reação iraniana pelo menos semelhante. Diz, claramente, que todos os generais ou altos políticos dos Estados Unidos que viajarem ao Oriente Médio ou outros lugares terão que cuidar de suas costas. “Não haverá segurança para eles em qualquer lugar”, diz o texto.

O ataque tira a força de qualquer argumento para manter forças americanas no país e, na esteira desta afirmativa, o primeiro-ministro iraquiano, Abdel Mahdi, convocou reunião de emergência do parlamento para pedir a retirada de todas as tropas dos EUA. “O assassinato direcionado de um comandante iraquiano é uma violação do acordo. Isso pode desencadear uma guerra no Iraque e na região. É uma violação clara das condições da presença dos EUA no Iraque. Exorto o parlamento a tomar as medidas necessárias. passos”, disse o ministro.

O líder Ali Khamenei se reuniu com o Conselho de Segurança do Irã para ‘estudar opções de resposta’. E anunciam que nenhum membro das forças dos EUA estacionadas nos países ao redor do Irã ‘estará seguro’.

O jornal identifica que a ação de Donald Trump se dá dentro do calendário político dos EUA, já que entrará com sua campanha de reeleição. “Trump aprenderá que matar o inimigo é a parte mais fácil de uma guerra. As dificuldades vêm depois que isso aconteceu”, diz o texto.

“Soleimani será substituído pelo brigadeiro-general Ismail Ghani, um veterano da guerra Irã-Iraque que há décadas atua na Força Quds e luta contra o ISIS na Síria. Ele é um oficial de igual estatura e capacidade”, informa.

“As políticas e o apoio do Irã a grupos estrangeiros se intensificarão. Os EUA não ganharam nada com o ataque, mas sentirão as consequências nas próximas décadas. A partir de agora, sua posição no Oriente Médio será severamente restringida. Outros se mudarão para tomar o seu lugar”, finaliza o texto.

Redação

2 Comentários

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  1. Nobresse oblige. É inimaginável Napoleão mandar assassinar um general inimigo. Pessoas competentes, mesmo inimigas, se respeitam. O assassinato do general iraniano indica que os seus inimigos têm todos os atributos da baixeza, embora se considerem, certamente, “nobres”. Estavam perdendo do General Qassim num campo em que se consideram insuperáveis: a inteligência militar. Ao invés de se aprimorarem de fato, preferiram assassinar o concorrente, covardemente (já que Qassam não estava em missão secreta, mas pública). Gente assim terá condições de ganhar a grande guerra? Não acredito. Ralé com pretensões de elite não ganha guerra.

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