Obras do Castelão deveriam servir de modelo de gestão, diz Financial Times

O jornal britânico Financial Times compara a execução das obras da Arena Castelão, em Fortaleza, com as do Maracanã e outros estádios que receberão jogos da Copa das Confederações, este ano, e da Copa do Mundo de 2016. O estádio cearense sai ganhando, conclui o jornal. Fica a pergunta: o que Fortaleza e o governo cearense fizeram de certo que os outros não fizeram?

Leia aqui a versão original (em inglês) da reportagem

Para o jornal britânico Financial Times, o modelo de gestão adotado pelo governo do Ceará e pela construtora responsável pelas obras da Arena Castelão – um dos estádios que vão sediar os jogos da Copa do Mundo – poderia estabelecer um precedente para outras obras desportivas, uma vez que o governo brasileiro também se prepara para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, e para grandes projetos públicos em geral. O rápido andamento das obras, que se encerraram com 16 meses de antecedência em relação ao previsto, e a eficiência na execução do projeto, que não estourou o orçamento, tornam Fortaleza e seu estádio, na avaliação do jornal, mais digno de atenção do que a recente e festejada reabertura do Maracanã, o “templo do futebol” no Brasil – que foi entregue com atraso e inacabado, não deixa de notar o FT.

Foto: Divulgação

O correspondente do Financial Times em São Paulo, Joe Leahy, compara o andamento das obras dos dois estádios. “Apenas duas de suas entradas estavam completas, alguns bancos ainda estavam faltando e os arredores (do estádio) pareciam um canteiro de obras”, destaca Leahy, descrevendo o Maracanã em sua reabertura, que contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff e dos ídolos Ronaldo e Beteto.

A reportagem anota que a cidade de Fortaleza, menor e mais pobre do que o Rio de Janeiro, foi capaz de concretizar seu projeto no prazo e sem ultrapassar os custos previstos, ao contrário de outras cidades que precisaram fazer seguidos aditivos de valor às licitações originais, o que elevou o preço dos projetos bem acima do previsto.Das seis sub-sedes que vão receber jogos da Copa das Confederações, este ano, três – Rio de Janeiro, Brasília e Recife – perderam seguidos prazos de entrega de etapas de construção estabelecidas pela Fifa, diz o jornal: uma em 31 de dezembro do ano passado e outra no último dia 15 de abril.

Foto: Divulgação

Mas nem tudo foi tranquilo na construção do estádio cearense, diz o FT. A reportagem lembra atrasos anteriores na Arena Castelão, a começar pela demora no lançamento da licitação e a na liberação do local para o trabalho da construtora – o que só ocorreu restando menos de dois anos para o fim do prazo. No entanto, diz o jornal, os envolvidos no projeto conseguiram agilizar a execução das obras, o que foi obtido pela simplificação do projeto original. Diferentes partes foram erguidas em separado, de modo que uma não precisava esperar pela outra. O governo colaborou instalando escritórios de vários órgãos públicos no canteiro de obras, o que facilitou a comunicação e a tomada de decisões.

Ameaças de greves, comuns em vários dos canteiros de obras, foram rapidamente sanadas em Fortaleza, ainda de acordo com a reportagem assinada por Joe Leahy. A publicação britânica conclui a análise das obras da Arena Castelão mencionando que a simplificação do projeto resultou na redução do valor da obra para R$ 519 milhões – cifra muito menor que R$ 808 milhões gastos no Maracanã e a marca de R$ 1 bilhão no caso do Estádio Nacional de Brasília.
 

 

 

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador