A crise política em Teresópolis

De O Globo

Em Teresópolis, quatro secretários pedem exoneração e Câmara chega a ser apedrejada

Publicada em 06/04/2011 às 23h37m

Fernanda Dutra

 Divulgação /  Luciano Zimbrão)

RIO – Quase três meses após a tragédia que deixou 381 mortos em Teresópolis, a cidade vive uma crise política que atrapalha o processo de reconstrução. Só nesta semana, quatro secretários – de um total de 15 – pediram exoneração do governo Jorge Mário Sedlacek (PT). O primeiro a deixar a prefeitura foi o major Laet Coutinho, que ocupou a pasta de Segurança Pública até segunda-feira. Também deixaram os seus cargos Norma Suely, da Secretaria da Mulher; Rodrigo Mathias, da Secretaria de Orçamento Participativo; e Dione Manetti, da Secretaria de Desenvolvimento Social.

Em 15 de março, a população foi à rua organizada em movimentos sociais para protestar contra a gestão municipal. A Força Nacional – que tem ajudado nos resgates e remoção de escombros – foi chamada para fazer um cordão de isolamento e proteger a Câmara dos Vereadores, que chegou a ser apedrejada por manifestantes.

O movimento levou a Casa a interromper a sessão ordinária daquele dia. No dia 23, uma CPI foi instalada para investigar contratos firmados no período em que a cidade esteve sob estado de calamidade pública, o que dispensou o Executivo municipal de fazer licitação. Esses acordos – feitos com as empresas RW Construtora e Consultoria e Vital Engenharia Ambiental para a remoção de entulho e a limpeza das vias – chegaram a ser suspensos por uma liminar expedida pelo juiz da 1 Vara Cível de Teresópolis, no início de fevereiro, por suspeita de ilegalidade. Entretanto, o Tribunal de Justiça estadual derrubou, no dia seguinte, a liminar.

Em alguns bairros da cidade, como Cascata do Imbuí e Posse, ainda há muita lama, pedras, entulho e lixo pelas ruas. Em Campo Grande, pedras que desceram das encostas continuam atrapalhando a passagem. No próximo dia 12, data que marca os três meses da tragédia, moradores estão organizando outro protesto.

Líder do movimento Nossa Teresópolis, Rita Telles acredita que as manifestações têm dado resultado. Para ela, há um clima de indignação que é compartilhado por empresários e pessoas que ainda estão em abrigos.

Através de nota, o prefeito assegurou a legalidade dos contratos firmados sem licitação. Sobre as exonerações e manifestações, Jorge Mário alegou que elas têm cunho político. A nota diz ainda que o prefeito vai colaborar com o Legislativo para esclarecer dúvidas.

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/04/06/em-teresopolis-quatro-secreta…

Luis Nassif

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