Sobre a degradação do centro de São Paulo

O CENTRO DE SÃO PAULO – Hoje tive que ir a Praça Ramos de Azevedo no Centro de S.Paulo, a praça do Teatro Municipal. A região que ja foi o centro chique nos anos 40, 50 e 60 está hoje em desolada degradação. Muitos predios abandonados, lojas que viraram estacionamentos acanhados, cheiro de urina por todos os cantos, ruas sujas, bares muquifos.. O antigo Mappin, que ja foi uma loja chique com um  elegante salão de chá no 5º andar, onde comemorei meu 5º aniversario hoje é uma horrenda filial das Casas Bahia, com um placa super vagabunda na entrada. Porque não aproveitaram o predio do Mappin para uma loja  modelo, bonita, um showpiece de toda rede? A Macys americana, que é uma rede popular, bem abaixo da Neiman Marcus, Saks, Nordstrom, mesmo da Bloomingdales, tem algumas lojas de padrão mais elevado quando é em um predio simbolo, como as duas da Union Square em San Francisco. A Bahia poderia gastar uns 100 mil reais para pelo menos limpar e pintar a fachada emporcalhada em um predio historico, de época, até bonito mas com aparencia de abandono.

A Av.São João e o Largo Paysandu viraram pocilgas, cinemas famosos fechados com tapumes sujos, como o Cine Paysandu, o Art Palacio, o outrora chique Marrocos, onde só se permitia a entrada de terno e gravta, tudo parecendo uma cidade bombardeada, em ruinas.

Não culpo a Prefeitura, que tem multiplas prioridades. A unica forma de recuperação de um centro é a união entre  a sociedade civil e o Governo, como ocorreu em Nova York. Não acredito que fosse necessario muito dinheiro para recuperar o centro e o resultado de uma cidade revitalizada pagaria o investimento por meio do aumento de valor dos imoveis e da arrecada ção de IPTU. Algumas medidas simples:

1.A Prefeitura desapropriaria imoveis vazios e degradados que provavelmente não estão rendendo nada ao seu dono ou à Prefeitura pelo IPTU.

2.Usaria esses predios para neles colocar todos os serviços e repartições municipais. O centro é a area melhor servida por tansportes em SP. Tambem galerias de arte, auditorios, exposições.

3.Incentivos para grandes empresas se realocarem no centro. Os alugueis de imoveis comerciais em SP nas zonas novas estão absurdos. No centro poderiam ser muito mais baratos.

4.Concessão de certos terrenos para contrução de estacionamentos verticais. Por exemplo, para o Teatro Municipal é muito dificil se ir por falta de estacionamento.

5.Realocação de teatros e cinemas para o centro, depois de ter oferta de estacionamentos.

6.Financiamento da Prefeitura para recuperação, pintura e reequipamento de lojas e predios antigos.

Esse trabalho de recuperação exige bons arquitetos, com visão urbanistica e artistica. Os argentinos são extraordinarios em recuperação de predios antigos. Mantem-se a fachada de época e reforma-se por dentro, Bunos Aires é linda porque mantem um padrão arquitetonico.

Reconheça-se que o Governador Alckmin ajudou muito o centro ao comprar muitos predios a preço de banana no Centro velho e lá realocando Secretarias, só do Banco Itau comprou oito predios a preço baixo para pagar em 20 anos. Modestia a parte esse plano vem do Governo Fleury, fiz um trabalho quando estava na Emplasa sobre essa ideia, não sei se foi aproveitado mas já tinha peensado nisso muito antes.

Outra excelente ideia foi aproveitar alguns predios desocupados para Faculdades no Centro. A estudantada à noite dá vida ao entorno. O antigo predio do Banco de Boston foi aproveitado para esse uso. Muito mais coisa poderia ser feita se empresariose governos formassem uma corporação para esse fim, é mais questão de organização do que de dinheiro. Apesar de todo o desgaste, o Centro de SP tem ainda muitos predios bonitos, de época, dos anos 10,20, 30, 40, 50, não tantos como o Rio, cidade campeão no Brasil em preservação arquitetonica. Mas muita coisa em SP pode ser salva e renovada, revitalizando-se a memoria da cidade, fundamental para uma metropole que se pretende culta.

Luis Nassif

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