Jornal GGN – Com os movimentos para abarcar mais aliados a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e em nome de sua governabilidade, o interino Michel Temer estuda recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para atender a pressões do Solidariedade, partido de sua base.
Paulinho da Força (SP) cobra o preço da atuação em prol do impeachment de Dilma e já tem até um apadrinhado para o cargo de ministro da pasta que Temer está pensando em recriar. Da bancada ruralista, Zé Silva (MG) que teve posto em governos tucanos de Minas, é o nome que o presidente do Solidariedade quer levar.
Por parte do Planalto, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, já deu aval a Temer para reconstruir o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), atualmente pertencente à Secretaria Especial de Agricultura Familiar, vinculada à Casa Civil.
Do Valor
O governo estuda mais um recuo na estrutura ministerial caso o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff seja confirmado pelo Senado em agosto. O Palácio do Planalto prevê recriar o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), atualmente alocado na Secretaria Especial de Agricultura Familiar, vinculada à Casa Civil.
Esse movimento atenderá a pressões do Solidariedade, partido da base do presidente interino Michel Temer, e de entidades ligadas ao setor, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Ação Nacional Unificada, que, na semana passada, invadiu o Incra em protesto pela extinção da pasta.
A sigla, presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), já tem até um indicado para o cargo de ministro: Zé Silva (MG), da bancada ruralista da Câmara e que atuou na área em governos tucanos de Minas Gerais.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou ao Valor que deu aval à recriação da pasta. O MDA foi extinto na reforma ministerial de Temer assim que Dilma foi afastada, como um sinal de corte de despesas.
O pemedebista, contudo, já teve que recuar também em relação ao Ministério da Cultura, que chegou a ser fundido com a pasta da Educação. Desde então, o Planalto negocia com o Solidariedade, legenda, cuja bancada na Câmara tem 14 integrantes, que cobrado Palácio do Planalto espaço na Esplanada após ter apoiado o impeachment da petista.
Uma fonte do governo disse ainda que, confirmado o afastamento definitivo de Dilma, o ministério de Temer deve continuar com a proporção de perfis técnicos – em pastas centrais, como a área econômica – e políticos. “Temos reformas a aprovar no Congresso. A ideia é manter a base de dois terços nas Casas. Não tem como abandonar isso”, afirmou.
A empresários, Eliseu Padilha tem apresentado um plano para reaquecer a economia. Na parte de reformas, o governo quer, primeiro, mudar regras na Previdência Social, seguida de normas trabalhistas, fiscais (ICMS e PIS/Cofins) e, por último, uma reforma eleitoral. Temas polêmicos e que precisam de uma base fiel no Congresso para serem viabilizados.
Outra mudança na Esplanada, que deve ficar para uma data próxima do julgamento impeachment, é a nomeação do novo ministro do Turismo, cargo que ficou vago após a saída de Henrique Eduardo Alves por denúncias de corrupção. Temer tende a não aceitar o deputado MarxBeltrão (PMDB-AL), indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Beltrão é reú no Supremo Tribunal Federal (STF) por falsidade ideológica. O presidente interino já perdeu ministros por envolvimento por irregularidades e, por isso, quer rediscutir a indicação de Beltrão e buscar outro nome para a pasta.
A decisão em torno do Turismo ainda não tem prazo. Mas a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário deve ocorrer após a decisão sobre o impeachment, segundo o líder da sigla na Câmara, Genecias Noronha (CE).
O deputado Silva já mantém influência sobre a Secretaria de Agricultura Familiar (ex-MDA) depois de ter indicado José Ricardo Roseno para comandar o posto. Os dois construíram sua carreira na Emater – instituto da área de assistência técnica e extensão rural – em Minas Gerais.
Silva já participou de reuniões com Temer e Paulinho da Força para discutirem a estrutura do novo MDA. Quando foi extinta, a pasta foi em um primeiro momento incorporada ao novo Ministério de Desenvolvimento Social, comandado por Osmar Terra (PMDB). Só virou uma secretaria vinculada à Casa Civil após pressão do Solidariedade.
O partido, cuja principal bandeira é a pauta sindical, já começou a ocupar cargos federais na área de reforma agrária e agricultura familiar. Alexandre Pereira da Silva, filho de Paulinho, assumiu a presidência do Incra de São Paulo. “Ainda há muitas superintendências regionais do antigo MDA e outros cargos cujas nomeações não saem. A Secretaria de Agricultura Familiar está sem estrutura”, disse Noronha.
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agora sim, faltou óleo de peroba
Dá-lhe FORA TEMER, se criar uns 54 ministérios, um para cada senador quase indeciso ou apenas na espera do seu quinhão de poder, pode se segurar na cadeira até….
Quadrilha
Isto não é formação de quadrilha?
O Solidariedade não tem votos
O Solidariedade não tem votos no Senado, mas esse pode ser um “cala boca” para o Paulinho não chiar quando o governo golpista quiser rasgar a CLT. Espero que o que ainda há de positivo na Força Sindical se rebele contra essa palhaçada!