A biografia de Conde Ciano, genro de Mussolini

Por Andre Araujo

O CONDE CIANO – SOMBRA DE MUSSOLINI , autor Ray Moseley e Editora Globo Livros

Comprei hoje na Livraria da Vila, nova biografia do celebre Ministro do Exterior da Italia fascista e genro de Mussolini. A vida de Galeazzo Ciano já foi suficientemente narrada não só em seus famosos Diarios, como tambem em muitas biografias, além de ser personagem interessante em narrativas romanceadas como em A Pele e Kaput, de Curzio Malaparte.

O Conde Ciano era vaidoso, um reconhecido pavão mas era inteligente e com certa integridade, foi um dos chanceleres mais em evidencia antes e durante a Segunda Guerra, sua posição privilegiada por ser genro do Duce era um ingrediente a mais na sua carreira precoce como hierarca fascista.

Sendo nobre se destacava de certa forma do ambiente fascista constituido por arruaceiros recrutados nas baixas esferas, circulava com desenvoltura nos altos circulos diplomaticos da Europa, Malaparte deescreve seus maneios e incursões sociais no finissimo Acquasanta Golf Club e no Club de la Caccia, a alta sociedade romana mesmo no auge do fasciscomo era anglofila, Galeazzo era um conquistador das jovens esposas dos diplomatas do Palazzo Chigi, das princesas da nobreza negra do Vaticano e de qualquer mulher bonita que lhe cruzasse o caminho, era um Casanova de certa fama e prestigio,

seu cacife era alto, no apogeu do fascismo ser genro de Mussolini não era pouca coisa.

É claro que grande parte da biografia gira em torno de Edda Ciano, a filha dileta do Duce, cujo casamento com Galeazzo não era nada convencional, os dois tinham galerias de amantes, Edda não era linda mas era charmosa, insinuante e atrevida, esteve no Brasil representando o pai e circullou

com desenvoltura no Rio, em São Paulo capital e inteior, o Brasil era um alvo preferencial da Italia de Mussolini nesse periodo pre-guerra. O Brasil teve a maior entre todas as diasporas italianas no mundo, mais que nos EUA e Argentina, o Conde Matarazzo, fascista de carteirinha, servia de embaixador informal do Duce, era o maior industrial e a maior fortuna do Brasil, com 300 fabricas, navios, locomotivas, fazendas, portos (o de Antonina, no Paraná).

A guerra e o papel do Brasil ao lado dos EUA obliteraram essa faustosa lua de mel do Governo Vargas com Mussolini, era uma aliança muito animada por causa da imensa colonia italiana no Brasil, 95% dela fascista de coração, meu avô era colaborador do Conde Matarazzo que conseguiu para ele a comenda de Cavaliere del Lavoro, diploma assinado por Mussolini e pelo Rei Vittorio Emmanuele II

Ficou como lembrança o Predio Matarazzo no centro de São Paulo, arquitetura fascista tipica por um dos mais famosos arquitetos do regime, hoje sede da Prefeitura de São Paulo.

O Conde Ciano fiel a Mussolini até sua queda no Grande Conselho, quando foi um dos votos contra o Duce, foi depois punido pelos alemães em nome do sogro já então mera marionete de Hitler, como chefe da ficticia Republica Social Italiana, a Republica de Salò, um pais de opereta que existiu no norte da Italia para se contrapor à deserção, vista como traição, da Monarquia que controlava o Sul.

Edda fez tudo para salvar o marido, rompeu com o pai mas Ciano foi fuzilado em Verona junto com outros fascitas que votaram pela queda de Mussolini. Edda Ciano sobreviveu por décadas ao fim da Guerra, figura trágica como o marido, uma mulher bem fora do comum para aqueles tempos negros.

É um biografia onde o que mais se aproveita é o excelente pano de fundo da politica europeia no pré-guerra, das manobras, da tensa aliança de Hitler com Mussolini, que Hitler considerava seu mestre, do panorama social da Italia e finalmente da propria Guerra e da derrocada do fascismo.

O livro é muito bem escrito no padrão de exelencia dos historiadores anglo-americanos, leitura facil, muitas e boas ilustrações, Edda Ciano era muito elegante, uma fascista com upgrade em relação á malta que fazia a corte de seu pai, recomendo a leitura para quem curte Historia.

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. Haja falsidade e covardia! Os

    Haja falsidade e covardia! Os pobres fascistas são “aruaçeiros” e os pobres comunistas bons proletários! Coisa tipica de um  assustado bunda mole antifascista!

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