Alemanha comemora 25 anos da queda do Muro de Berlim

Jornal GGN – A Alemanha está em festa. Amanhã (9 de novembro), o país comemora os 25 anos da queda do Muro de Berlim. No local onde ficava o muro, foi montada uma linha, com oito mil balões brancos. Na noite do domingo, eles serão lançados ao céu, numa celebração da vitória do povo alemão contra o regime comunista.

Alemães relembram com festa 25 anos da queda do Muro de Berlim

Por Giselle Garcia

Da Agência Brasil

No Portão de Brandenburgo, em Berlim, capital da Alemanha, lembranças de um triste passado de divisão se misturam aos últimos preparativos para a celebração da liberdade. Uma grande festa pública vai ocorrer no local, no domingo (9). Nesse dia, há 25 anos, o Muro de Berlim, que dividia a Alemanha oriental, socialista, da ocidental, capitalista, foi ao chão. Era a vitória do povo contra a opressão do regime comunista.

Oito mil balões brancos foram dispostos em uma linha de 15 quilômetros onde havia o Muro de BerlimGiselle Garcia/Agência Brasil

No local onde ficava o muro, uma linha foi montada com 8 mil balões brancos, que, na noite de hoje (7), serão iluminados. No domingo, eles serão lançados aos céus numa homenagem à paz e à unidade. Ao longo da linha, que tem 15 quilômetros, a exposição As 100 Histórias do Muro chama a atenção dos turistas. Cada parada, conta uma história de luta e resistência. “Estou muito impressionado. Eu me lembro de assistir à queda do Muro de Berlim pela TV, mas estar aqui e poder ver por meio desses balões onde exatamente ficava o muro; poder conhecer mais do que as pessoas viveram por meio dessas histórias, é muito emocionante”, conta o designer britânico Paul Anthony.

Cada balão da chamada Barreira de Luz tem um patrono. São testemunhas daquele momento histórico, convidadas a dividir suas histórias por meio de um site, o www.fallofthewall25.com. Também nesta página, pessoas do mundo inteiro que acompanharam a queda do muro podem deixar mensagens e depoimentos.

No Portão de Brandenburgo, símbolo da união para os alemães, um imenso palco foi montado para abrigar apresentações artísticas. A alegria e a excitação se misturam às lembranças de um período de sofrimento. Um telão exibe filmes antigos, em preto e branco, com cenas brutais de opressão e violência contra os que tentavam atravessar o muro. Cruzes em homenagem aos que morreram na resistência foram posicionadas nas proximidades.

A servidora pública alemã Ines Jeeger cresceu às margens da barreira de concreto. “A gente via pessoas tentando atravessar, e a repressão da polícia era sempre violenta. Mas pra gente aquilo era normal. A gente já estava acostumado com aquele cenário”, lembra. Ela conta emocionada que quando, pela primeira vez, pisou no lado Leste da Alemanha, ficou impressionada. “As pessoas, no lado Leste, estavam pálidas e tristes. As cidades estavam totalmente destruídas. Eu chorei muito ao ver aquela situação.”

O aposentado Frank Mehler também vivenciou a Alemanha dividida. Para ele, a separação entre Leste e Oeste foi muito além do muro. “A Alemanha Ocidental, capitalista, alcançou um desenvolvimento econômico muito maior. As pessoas tinham uma vida completamente diferente daquelas que viviam na parte Leste”, lembra. Para ele, as diferenças econômicas e sociais ainda persistem. “É bom celebrarmos esses 25 anos para nos lembrar de que avançamos muito, mas ainda há muito o que fazer para que sejamos uma Alemanha cada vez mais igual.”

 

Redação

6 Comentários

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  1. pena que alguns “bem

    pena que alguns “bem infrmados” pela nossa grande

    mídia ainda não saibam que o muro caiu há mais de vinte anos.

    parece que há muito muros ainda que impedem o

    entendimento desses jovens do que seja essa libertação para o mundo.

  2.  
    O MUNDO LIVRE COMEMORA A

     

    O MUNDO LIVRE COMEMORA A DEMOLIÇÃO E O REAPROVEITAMENTO SUSTENTÁVEL DOS “MIÚDOS” E RESTOS DO MURO DA VERGONHA.

    Vale lembrar, que todo material da demolição do Muro de Berlim, foi reaproveitado por Israel e pelo USA. Israel reutilizou os escombros do muro da envergonhada, digo, da vergonha, para construir um belíssimo muro novo. Visando a paz, a concórdia, e a solidariedade do Estado de Israel. Protegendo o povo escolhido, dos inimigos terroristas. Os invasores palestinos.

    No caso dos norte-americanos. Também houve um reaproveitamento de cunho humanitário. Propiciando digno destino aos restos do outrora imoral Muro da Vergonha. A muralha que separava o pacífico povo alemão. Agora, o mundo livre e democrático oferece destinação nobre aos seus restos.

    Reafirme-se, nesta efeméride das “Bodas de Prata” da queda do Muro. O novo destino dado ao morto, que em gesto nobre da família ocidental, doa seus “miúdos” e restos, para causa de grande valor na preservação da paz e dos direitos humanos.

    Graças a isso, nós ocidentais,  nos mantemos em paz, e livres dos vândalos do mundo pobre e ignorante. Não por serem  pobres, como bem resaltou o professor Cardoso. E sim, por falta de uma família que lhes proporcionasse acesso à uma boa escola, e, por consequência, lhes foi obstado alcançar a imprescindível meritocracia, disponível no mundo branco, digo, “muderno” e civilizado(?). Amém.

    Orlando

     

     

  3. Há controvérsias!…

    Tem muito exagero e muita representação ideológica nessa história. O texto a seguir é longo, mas vale a leitura. Trata-se da posição de uma das mais expressiva lideranças da antiga Alemanha Oriental:

     

    Erich Honecker#

    1992

    Não irei dar a esta acusação e a este processo a aparência do direito de me

    defender da acusação, manifestamente não fundamentada, de ter cometido crimes

    de morte.

     

    Qualquer defesa seria desprovida de objecto, pois não me será dado assistir a este

    vosso julgamento. A pena que pensais aplicar-me já não me atingirá. Hoje toda a

    gente o sabe. Por essa razão, um processo contra mim é uma farsa. É uma comédia

    política.

     

    Ninguém tem o direito na Alemanha Federal, incluindo na cidade testa-de-ponte

    de Berlim Ocidental, de acusar os meus camaradas co-arguidos, a mim próprio ou

    qualquer cidadão da RDA, ou mesmo de os condenar por actos que foram cometidosno cumprimento de ordens relevantes da autoridade do Estado da RDA.

    Se tomo a palavra aqui é unicamente para prestar um testemunho em prol das

    ideias do socialismo, em prol de um julgamento político e moral honesto da

    República Democrática Alemã, Estado reconhecido no direito internacional por mais de cem Estados.

     

    Esta República, qualificada a dado momento pela RFA como um Estado de não direito, era membro do Conselho de Segurança da ONU, ao qual chegou a dar o seu

    presidente e também o presidente da Assembleia-Geral da ONU………………….

     

    ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………

     

    Como e porquê tivemos de construir o muro? Isso não interessa à Procuradoria-

    Geral. O ato de acusação não refere este aspecto. As causas e as condições da

    construção do muro são escamoteadas e o encadeamento dos acontecimentos

    históricos é rompido arbitrariamente. Erich Honecker construiu o muro e manteve-o, ponto final. Veja-se o simplismo com que o jurista alemão ocidental vê e relata a  história. O essencial é colar ao comunista a etiqueta de criminoso e condená-lo comotal. Sobre este aspecto é possível que todos os alemães saibam como chegámos à construção do muro e por que razão se fez fogo. Mas na medida em que a acusação age como se a natureza do socialismo fosse a de construir muros e abater pessoas, e como se indivíduos criminosos como eu e os meus camaradas fossem disso responsáveis, devo, embora não seja historiador, recapitular a história que conduziu à construção do muro.

     

    A origem remonta há muitos anos. Tudo começou com o surgimento do

    capitalismo e do proletariado. O início imediato da miséria da história alemã dos

    tempos modernos é o ano de 1933. Como é sabido, em 1933 muito alemães votaram

    livremente no NSDAP,3 e em Hindenburg, presidente do Reich. Este último, eleito

    livremente em 1932, designou de forma inteiramente democrática Hitler para o

    cargo de chanceler do Reich. Seguidamente os predecessores políticos dos actuais

    partidos do poder, com excepção do SPD, aprovaram a lei que conferiu plenos

    poderes ditatoriais a Hitler. Apenas os comunistas alertaram antes destas eleições que «votar Hindenburg, é votar Hitler e votar Hitler, é votar na guerra». No

    momento da votação dos plenos poderes, os deputados comunistas já tinham sido

    excluídos do Reichstag. Numerosos comunistas foram presos ou estavam na

    clandestinidade. A queda da Alemanha começa nesta altura com a proibição dos

    comunistas.

    Assim que Hitler se tornou chanceler do Reich, a Alemanha assistiu ao seu

    primeiro milagre económico. O desemprego diminuiu, vendiam-se cupões

    Volkswagen e a alma efervescente do povo alemão conduziu-o a perseguir ou a

    assassinar os judeus. O povo alemão, na sua maioria, estava feliz e contente.

    Quando eclodiu a II Guerra Mundial e as fanfarras retumbaram para anunciar as

    vitórias relâmpago sobre a Polónia, a Noruega, a Dinamarca, a Bélgica, o

    Luxemburgo, a França, a Jugoslávia e a Grécia, o entusiasmo deixou de ter limites.

     

    O coração de quase todos os alemães vibrava pelo seu chanceler, pelo maior führer de todos os tempos. Raros eram aqueles que pensavam que o Reich milenário só iria durar 12 anos. Em 1945, quando tudo ficou em ruínas, o mundo inteiro não

    pertencia à Alemanha, contrariamente à profecia do célebre canto nazi, mas era a

    Alemanha que pertencia aos aliados. Foi dividida em quatro zonas. A liberdade de

    circulação foi abolida. Nesta época, os aliados ainda não falavam de «direitos

    humanos». Não havia liberdade de residência nem sequer para os emigrantes

    alemães que, como Gerhart Eisler,4 queriam regressar dos Estados Unidos à

    Alemanha.

     

    Na altura, os Estados Unidos tinham planos (como o plano Morgenthau,5 por

    exemplo) para dividir definitivamente a Alemanha em vários Estados. A propósito de tais planos, Stálin disse: «Os Hitler passam, o povo e o Estado alemão ficam». A unidade da Alemanha desejada pela URSS não pôde ser mantida. A Alemanha ficou dividida por muito tempo, na sequência da guerra-fria desencadeada pelos EUA em 1947, através da constituição da bizona, depois tri-zona, da reforma monetária separada e, finalmente, com a fundação da República Federal, em Maio de 1949.

     

    Esta divisão, como prova a cronologia, não foi obra de comunistas mas, pelo

    contrário, foi feita pelos aliados ocidentais e por Konrad Adenauer.  A criação da

    separada e, finalmente, com a fundação da República Federal, em Maio de 1949.

    RDA foi uma sequência temporal lógica à criação da RFA. Desde então passaram a

    existir dois estados alemães lado a lado. No entanto RFA não desejou reconhecer a

    RDA e coexistir a seu lado pacificamente. Viria a reivindicar por várias vezes o

    direito de representar sozinha toda a Alemanha, todos os alemães. Com a ajuda dos

    seus aliados, impôs um embargo económico à RDA e tentou isolá-la económica e

    politicamente. A política conduzida pela RFA em relação à RDA era da ordem de

    uma agressão não armada. Foi a forma que a guerra-fria tomou no solo alemão. Foi

    esta política que conduziu ao muro.

    Depois da entrada da RFA na NATO, a RDA juntou-se ao Pacto de Varsóvia. Deste

    modo, os dois Estados alemães enfrentavam-se pertencendo a duas alianças

    militares hostis.

     

    Pela sua população, pelo seu poderio económico, pelas suas relações

    internacionais e económicas, a RFA era em muitos domínios superior à RDA. A RFA,ajudada pelo Plano Marshall e obrigada a indemnizações de guerra menores,

    suportou um fardo menos pesado relativamente às consequências da guerra. Tinha

    mais riquezas naturais e um território mais vasto. E utilizou esta superioridade face

    à RDA em todos os domínios, em particular, prometendo vantagens materiais aos

    cidadãos da RDA que abandonassem o seu país. Muitos foram os que sucumbiram à

    tentação, e fizeram o que os políticos da RFA esperavam: «Votaram com os seus

    pés». Depois de 1945, o êxito económico atrairia tanto os alemães como aconteceu apartir de 1933.

     

    A RDA e os seus aliados do Pacto de Varsóvia passavam por uma situação difícil.

    A política do «roll back»7 parecia estar a surtir efeito na Alemanha. A NATO

    preparava-se para estender a sua influência até ao Oder.8 Esta política colocou a

    Alemanha, em 1961, numa situação de tensão que punha em risco a paz mundial. A

    humanidade estava à beira de uma guerra nuclear. É pois nesta situação que os

    Estados do Pacto de Varsóvia decidem construir o muro. Ninguém tomou esta

    decisão de ânimo leve. Não só o muro separava famílias como era também sinal de

    fraqueza política e económica do Pacto de Varsóvia em relação à NATO, que só podia ser compensada por meios militares.

     

    Reputadas figuras políticas reconheceram fora da Alemanha, mas também na

    RDA, que a construção do muro desanuviou a atmosfera mundial. Franz-Josef

    Strauss9 escreveu nas suas memórias (p. 390): «Com a construção do muro, mesmose tal foi feito de uma maneira pouco agradável para os alemães, a crise não só foi contida como, a bem dizer, encerrada». Duas páginas antes (p. 388), falava-se da existência do projeto de lançamento de uma bomba atómica sobre o território da RDA. Na minha opinião, nem o Tratado Fundamental, nem Helsínquia, nem a unidade da Alemanha teriam sido possíveis se o muro não tivesse sido construído ou se tivesse sido destruído antes do fim da guerra-fria.

     

    Por tudo isto penso que não cometi nenhum crime, e os meus camaradas também não, nenhuma infracção, nem jurídica, nem política ou moral, quando aprovei a construção do muro e mantive essa decisão.

     

    Poderá assinalar-se de passagem numa história da Alemanha que numerosos

    alemães, tanto no Oeste como no Leste, desejam de novo, hoje, o muro.

     

    #Erich Honecker (1912-1994), membro da juventude comunista desde 1926, estudou naEscola Internacional de Moscovo, onde integrou, em 1930, as brigadas internacionais de operários, participando na construção de um complexo metalúrgico na URSS. Entra nesse ano para o Partido Comunista da Alemanha. Em 1937 é condenado a dez anos de reclusão num campo de concentração nazi, sendo libertado em 1945. Em 1946 é eleito presidente da

    União da Juventude Livre Alemã. Membro do Bureau Político do Partido Socialista Unificado da Alemanha (1958), torna-se seu secretário-geral em 1971. Em Dezembro 1992 é sujeito a julgamento, acusado pela morte de 68 pessoas que tentaram passar ilegalmente o muro de Berlim e por alta traição. Todavia, devido ao seu estado grave de saúde é autorizado a emigrar para o Chile, em cuja capital vem a falecer em Maio de 1994, vítima de cancro. A presente declaração foi lida perante a 27.ª Câmara Correccional do Tribunal Regional de Berlim, em 3 de Dezembro de 1992.

     

  4. Die Linke cresce na Alemanha!

    A imprensa brasileira obviamente não noticiou quase nada, mas 70% do tradicional SPD alemão no estado da Turíngia aceitou a coligação com o Die Linke e os verdes para governar este estado.

    Para quem não sabe Die Linke, que em alemão significa A ESQUERDA, é um dos partidos que mais cresce e pode nesta linha ser a segunda força política em toda a Alemanha.

    Na Alemanha o PARTIDO COMUNISTA é PROIBIDO, e apesar da imprensa de direita tentar colar a imagem do Die Linke ao antigo partido comunista da antiga parte oriental da Alemanha (vide http://www.welt.de/debatte/kommentare/article134027733/Die-Linke-ist-die-Spiesserpartei-des-Landes.html), o Die Linke que é muito semelhante ao PSOL brasileiro, está crescendo, principalmente na região que não era do leste.

  5. Um testemunho claro de como a

    Um testemunho claro de como a loucura totalitaria da esquerda sempre acaba em degeneraçao e mortes quando alcançam o objetivo de aparelhar toda uma naçao.

    O leste europeu como a URSS cairam de podre, o sistema simplesmente nao funciona…rs

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