Bismarck, Guilherme II, a guerra e a unificação da Alemanha

Por Paulo Souza

Comentário ao post “ Há 99 anos começava a Primeira Guerra Mundial

Bismarck era chanceler da Prússia quando promoveu uma guerra curta contra a França em 1870 e esmagou os franceses. A unificação da Alemanha em torno da Prússia e a fundação do Império Alemão com o Rei da Prússia como Imperador foram o resultado.  Bismarck era pacifista e estabeleceu um sistema de alianças que buscava isolar a França e dificultar ao máximo uma guerra européia. Sua política funcionou bem entre 1871 e 1890, quando o inquieto e belicoso Guilherme II o demitiu. 

Guilherme II passou muitas férias em sua infância/juventude na Grã-Bretanha e desenvolveu um misto de admiração e inveja pelo poderio naval britânico. Por isto, na transição do século XIX  para o século XX ele autorizou a construção de uma grande esquadra de guerra (a “Kaisersmarine”) cujo planejamento e execução ficaram a cargo do Almirante Tirpitz. Esta esquadra era menor que a britânica porém muito poderosa e visava dissuadir os britânicos de enfrentá-la em mar aberto. Na única ocasião em que isto aconteceu (Jutlândia, 1916) os alemães venceram a batalha mas depois sua esquadra ficou abrigada nos portos do Mar do Norte. A construção desta esquadra (que era TOTALMENTE INÚTIL para tempos de paz, pois a Alemanha não possuía colônias ultramarinas que a justificassem) mostra bem o militarismo/belicismo de Guilherme II e colocou os britânicos em uma corrida armamentista cujo resultado mais vistoso foi a construção do revolucionário encouraçado Dreadnought em 1907. Até o Brasil se engajou nesta loucura, adquirindo de estaleiros britânicos 2 encouraçados tipo Dreadnought:  Minas Gerais e o São Paulo.

Guilherme II vivia cercado por seus militares e aparecia em público em 90% das ocasiões vestindo fardas.

A Prússia já tinha o melhor exército da Europa desde 1870. Com a formação do Império Alemão ao poderio militar prussiano juntaram-se os bávaros, os Mecklemburgueses, os renanos, os hamburgueses… durante o reinado de Guilherme II todo alemão cumpria 2 anos de serviço militar e depois tinha que cumprir tiro-de-guerra periodicamente até os 40 anos. “A Alemanha é uma nação em armas” era um lema da época. Desde a virada do século os alemães trabalhavam e aperfeiçoavam o Plano Schlieffen, que previa uma guerra simultânea contra a França e a Rússia.  Na época da ecolsão da Primeira Guerra Mundial o exército alemão tinha um efetivo de 2.000.000 de soldados, superior ao de qualquer outro país.

Guilherme II desembarcou no Marrocos em 1905 para provocar os franceses. Guilherme II deu um “cheque em branco” para a Áustria-Hungria atacar a Sérvia em julho de 1914. Quando a Rússia entrou na guerra ao lado de seu aliado ele prontamente declarou guerra à França e invadiu a Bélgica (que não tinha nada a ver com a história). 

Se isto tudo não é ser militarista eu não sei o que seria…

Quanto ao colonialismo, eu concordo. Grã-Bretanha, França, Itália e a própria Bélgica (a vergonha do Congo) tinham impérios coloniais  maiores que o da Alemanha e TODOS faziam atrocidades contra a população das colônias. A Alemanha só não maltratou mais colônias porque não as tinha. Ninguém é inocente…

Luis Nassif

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