BNDES diminui exigência de nacionalização para financiamentos

Jornal GGN – Nesta terça-feira (6), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que aprovou uma medida temporária que altera o conteúdo mínimo de nacionalização para o credenciamento de fornecedores da indústria brasileira.

O BNDES reduziu de 60% para 50% o índice mínimo em valor exigido para o credenciamento de máquinas e equipamentos, sistemas industriais e componentes nas operações de crédito do Banco, chamado de Credenciamento de Fornecedores Informatizado (CFI). A mudança vale para todos os setores da indústria brasileira e vai até 30 de junho de 2017.

De acordo com nota para a imprensa, o objetivo da alteração é minimizar os efeitos da variação do câmbio sobre o aumento nos custos de produção da indústria, evitando que as empresas não se enquadrem nas regras de financiamento por causa de efeitos câmbios.

O banco ainda afirma que o índice mínimo de nacionalização em peso continua em 60%, e diz que a medida está dentro do planejamento de revisar o método de cálculo do indíce de nacionalização, atendendo a demandas de entidades representativas do setor.

É possível ver as normas completas para o credenciamento de máquinas, equipamentos, sistemas e componentes no Portal BNDES.

Redação

4 Comentários

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  1. Nacionalização “por peso “

        Esta classificação é tão ridicula que dá nojo, trata-se de um conceito pré- era do conhecimento, até pré-industrial, uma “jabuticaba” dos anos 50, que não cabe nestes dias, é velha, ultrapassada há décadas.

        O que importa em uma maquina-ferramenta, em um navio, não é o peso de seus componentes, o “valor” mais importante é o software nele embarcado, seus motores, os insumos que representam tecnologia, uma linha de programação que faz parte de um software com a qual uma maquina poderá operar, não pesa quase nada, mas sem ele a maquina não funciona, as toneladas de aço dela ( as placas simples oriundas do Brasil, as complexas importadas ) sem estes insumos, são apenas um monte de aço, pesada, que ocupa espaço, até da emprego, mas de nada serve.

        Por exemplo : Um navio montado aqui, Classe Celso Furtado, o “peso” dele é de 28.000 toneladas, por “peso” é mais de 60%, mas sem os motores vindos da Coréia do Sul ( MAN alemães feitos lá sob licença ), ele nem sairia do estaleiro, fora o resto : radar, sistemas, softwares embarcados.

         Tem é que acaber este negócio de “peso”, politica industrial visando obtenção de tecnologia, deve financiar empresas “global chain” nacionais.

    1. nacionalização….

      Junior50: você está absolutamente coberto de razão. Imagina que os navios sendo fabricados aqui no páis, poderíamos trazer e gerar toda esta tecnologia. Mas e agora que não serão mais fabricados aqui, com a doação de campos de petróleo nacionais que financiavam toda esta cadeia produtiva?  Que as multinacionais estrangeiras os farão nas suas sedes ou filiais, geralmente ex-colônias? Outro dia mostraram o caso do caça italo-brasileiro AMX e a transferência de tecnologia que alargou os conhecimentos e mercado da Embraer (um simples caso gerado há décadas). Imagina todas as possibilidades que estamos desprezando abrindo mão de nossas soberania sobre o petróleo que já é nosso? 

      1. AMX

            Aquela postagem não conta nada do que foi este projeto, não teve uma transferencia de tecnologia ( ToT ) efetiva, o que foi conseguido, compartilhado, foi a “forceps”, a cada passo da evolução do projeto, a Aeritalia enrolava para passar/compartilhar as técnicas, como a colagem metal – metal e a na época, do corte preciso/moldagem do titanio, resumindo: foi um pau a cada dia.

             Conhecemos o que significa “embargo” na real : Foi negada a utilização pelo Brasil de varios equipamentos considerados NATO, como o canhão Vulcan ( a Embraer teve que fazer todo um novo “nariz” interno da aeronave, para que se utiliza-se o Defa 553/554 da Bernardinni ), o barramento digital escolhido foi o MilStd 1553, e não nos forneceram os códigos para a utilização de misseis de auto – defesa ( os AIM-9 que se vê, só estavam pendurados, não operavam ), o AMX italiano ( Ghibli ) ,  de origem sempre teve radar ( um Elta israelense, fabricado na Italia ), o nosso só veio ter um radar agora.

             Existe muita confusão, aliás “intencional “, entre a “transferencia de técnicas “, com “transferencia de tecnologias”, a primeira é transferivel, o “man in the job “, já a de “tecnologias” ninguem transfere, o que pode ocorrer é o desenvolvimento conjunto, até o compartilhamento de conhecimentos entre fornecedor e parceiro, transferencia total, jamais.

             OBS: Quando a China decidiu investir na industria de construção naval, ela fez que as empresas fabricantes de motores, como a MAN, SEMT – Pielstick e outras de insumos tecnológicos, fossem instaladas no País, ou não forneceriam equipamentos, ela construiu uma cadeia de produção, nós infelizmente não fizemos isto.

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