Indústria tem faturamento 6,3% menor, diz CNI

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A indústria brasileira apresentou um faturamento 6,3% menor no mês de março em relação a fevereiro, sua maior retração mensal desde novembro de 2008, segundo pesquisa sobre indicadores industriais elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Com exceção do emprego, todos os indicadores apresentaram retração na comparação mensal: faturamento real (-1,6%), horas trabalhadas (-2,4%), massa salarial real (-2,4%) e rendimento médio real dessazonalizado (-0,6%). Em média, a indústria operou com 80,9% da capacidade instalada (UCI), uma queda de 1 ponto percentual sobre o índice do mês anterior.

Segundo o levantamento, “uma possível explicação para a diferença de desempenho entre fevereiro e março é o carnaval, principalmente no caso do faturamento. Em 2014, o carnaval aconteceu em março, quando geralmente acontece em fevereiro. Dessa forma, o carnaval influenciou positivamente o resultado das vendas em fevereiro e negativamente em março”.

O fato do carnaval ter sido em março colaborou para a desaceleração em relação a fevereiro – influenciou positivamente os números de fevereiro e negativamente os de março. Único indicador que apresentou variação positiva na comparação mensal, o emprego cresceu 0,3%. “O emprego é uma variável menos sensível a sazonalidades, como o carnaval. Em março começa a ter uma recuperação, mesmo que suave. O indicador pode estar demonstrando uma melhor expectativa da indústria em relação ao restante do ano”, afirma o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, em comunicado.

Considerando a comparação do primeiro trimestre contra o mesmo período de 2013, o faturamento real mostra alta de 2,7%. Na mesma base de comparação, as horas trabalhadas na produção encontram-se praticamente estáveis: variação negativa de 0,1%. A UCI, por sua vez, encontra-se em média 1 ponto percentual abaixo da média observada no primeiro trimestre do ano passado.

Os indicadores de emprego e rendimento mostram alta no trimestre. O emprego encontra-se 1,7% superior ao primeiro trimestre de 2013. A massa salarial mostra alta de 5,5% e o rendimento médio real de 3,7%, na mesma base de comparação.

O emprego mostra crescimento na maioria dos setores, quando comparado o primeiro trimestre de 2014 com o de 2013. Dos 21 setores considerados, 12 apresentaram emprego superior no primeiro trimestre deste ano. O indicador do faturamento real também mostra crescimento na maioria dos setores: 12 apresentaram crescimento na comparação trimestral. Desempenho semelhante é observado na UCI, em que a média do primeiro trimestre de 2014 é superior à média do mesmo período de 2013 em 12 setores.

Nos indicadores de remuneração e massa salarial, a quantidade de setores que apresentaram alta no primeiro trimestre de 2014, quando comparado com o mesmo período de 2013, é ainda maior. Dos 21 setores, 13 mostram crescimento.

O desempenho das horas trabalhadas, contudo, mostra cenário diferente. Entre os 21 setores considerados, 11 apresentaram retração na comparação do primeiro trimestre de 2014 com o primeiro trimestre do ano passado.

 “O aumento do faturamento e a estabilidade das horas trabalhadas pode ter ocorrido em função da utilização de componentes importados pela indústria. A competitividade do Brasil ainda é muito baixa”, ressalta Renato da Fonseca.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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