A Ucrânia e o renascimento da história

Por Fábio de Oliveira Ribeiro
 
Na década de 1990  a imprensa anunciou exultante que a História havia acabado. Vários pseudo-intelectuais das redações dos jornalões brasileiros se renderam à tese de Francis Fukuyama, segundo a qual  “o advento da Democracia Liberal ocidental seria o ponto final da evolução sociocultural humana e a forma final do governo humano.”
 
A História, entretanto, seguiu seu curso. Na última década, os EUA, a maior Democracia Liberal ocidental segundo o autor nipo-americano, se transformou num Estado policial que vigia a totalidade das ligações telefônicas e das comunicações virtuais de seus cidadãos. Isto além de espionar de maneira sistemática países adversários e até governantes de potências aliadas. 
 
Na última década, em decorrência da crise financeira, a participação dos EUA no PIB mundial declinou. E a China continuou crescendo até se transformar na maior potência industrial e comercial do planeta. O regime político chinês, entretanto, é autoritário e muito diferente da Democracia Liberal sugerida como ponto final da História por Fukuyama. Ironicamente, não foi Democracia Liberal norte-americana que influenciou a China, mas o autoritarismo chinês que parece ter fornecido inspiração para os EUA construir seu próprio pesadelo orwelliano.

Encurradados entre a eficiência econômica do autoritarismo chinês e as ambições de hegemonia global da ex-Democracia Liberal norte-americana, os países da Europa seguem tentando preservar seus regimes democráticos. O declínio continuado do padrão de vida dos europeus, porém, parece estar corroendo sua esperança. O nacionalismo e  a xenofobia ganham terreno e alimentam o crescimento de partidos políticos de estrema direita na França, Áustria, Grécia e alhures. 
 
Esta semana um novo capítulo da História supostamente finda foi escrito na Ucrania. O governo pró-russo foi derrubado por uma coalizão de forças em que se destaca um partido nazista que espalha imensas fotos de Hitler pelo país. Seus militantes são organizados como as Sturmabteilung  nazistas e agem como as mesmas.  Monumentos aos heróis ucranianos que combateram o III Reich estão sendo destruídos por todo o país. EUA e UE estão apoiando a nova europeização da Ucrânia, muito embora ninguém tenha entendido bem o que esta europeização significa.
 
A Rússia está em estado de alerta. Os russos construíram a infra-estrutura petrolífera que existe na Ucrânia e dependem dela para exportar dois dos seus principais itens de exportação (petróleo o gás) para a UE. Se o novo regime ucraniano nacionalizar os oleodutos russos a guerra será inevitável, pois a Rússia não pode aceitar ser transformada num refém do novo vizinho apoiado por UE e EUA. Se os EUA tentarem instalar bases de mísseis na Ucrânia também haverá guerra, pois Moscou não aceitaria esta afronta (como não aceitou a construção de bases de mísseis da OTAN na Polônia).
 
O governo norte-americano alertou a Rússia para ficar fora da Ucrânia. Apesar de interferir direta ou indiretamente na política de vários países, a Casa Branca parece acreditar que seu sonho de domínio global inconteste não pode se transformar num pesadelo caso resolva confrontar abertamente a Rússia. Os russos não se curvaram diante das ambições de hegemonia global nazista no passado e nada indica que farão isto no presente ou no futuro por mais que o poder militar deles seja hoje inferior que o dos EUA.
 
De tudo que foi dito, podemos concluir que a tese do fim da História foi definitivamente enterrada. A Democracia Liberal não é mais o paradigma de organização política ocidental. O autoritarismo chinês inspirou o novo regime norte-americano que apóia nazistas na Ucrania por causa de obscuras razões geopolíticas. Retornamos, enfim, àquele momento de gravidade e silêncio que precede um grande conflito europeu. A Guerra da Ucrania ficará confinada àquele país ou se espalhará pelo globo? Qualquer que seja a resposta apenas uma certeza já podemos ter. Estamos diante de um capítulo tardio daquela guerra que foi iniciada pelos nazistas alemães em 1939. Mas os nazistas agora serão os ucranianos e os norte-americanos.
Fábio de Oliveira Ribeiro

26 Comentários

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  1. O livro e a tese de Fukyama

    O livro e a tese de Fukyama jamais foram aceitos nos centros de pensamento mais sofisticados dos EUA, mesmo porque esse autor não tem credenciais de historiador para entrar no campo dos bons pensadores americanos que se dedicam à historia e lá existem muitos como Paul Kennedy, Emely Hill, Robert Chase e muito menos aceito no grande grupo de historiadores britanicos. Fukyama era àquela época funcionario da Rand Corporation, uma firma de preparação de relatorios para a força aerea americana, o livro dele , assim como a tese do Consenso de Washington, ganhou mercado no Brasil e não nos EUA, onde ninguem lhe deu a minimau importancia.

    Com as criticas demolidoras de sua tese, que foi ridicularizada nos EUA, Fukyama reviu esse conceito de fim da Historia logo depois do livro ser publicado e pediu desculpas pelo erro conceitual, o que não chegou ao Brasil, ficou aqui só a rese furada e não seu desmetido pelo autor.

    Citar Fukyama hoje é uma fajutice porque ele é um autor sem qualquer valor academico nos EUA, é uma piada lá.

    Tampouco a imprensa americana de qualidade deu guarida a esse tese, quando se fala em livros nos EUA as criticas de valor são do Washington Post, New York Times e New York Review of Books, alem da revista New Yorker, em nenhum desses locus esse livro teve qualquer repercussão.

    Fukyama continua publicando livros bobos, é um autor menor para vender em bancas de jornal de aeroportos para publico sem cultura e que não tem biblioteca em casa.

    Existe um excelente indicador para se debater teses de qualidade, a revista FOREING AFFAIRS, publicada há 80 anos pelo Council of Foreing Relations de Nova York, nessa revista teses são discutidas, como o conceito de “”paises-chave””

    lá exposto por Paul Kennedy muito antes de um gaiato da Goldman Sachs criar essa expressão boba de BRIC, apresentada como ideia dele, quando era um conceito muito mais profundo exposto muito antes dele por historiadores sérios.

    Fim da historia é uma tese tão ridicula e sem valor que nem merece discussão.

    1. Feita a ressalva da

      Feita a ressalva da inutilidade da tese do fim da historia, mesmo assim, o que acontece na Ucrania não tem nada a ver com ela. A tese de Fukyama pregava que o socialismo jamais iria voltar como modelo valido de sociedade porque a modelo de economia de mercado triunfara. O que acontece na Ucrania não diz respeito a modelos ideologico e sim a uma questão geopolitica de esferas de influencia entre a Russia e a Eiropa Ocidental, não está em jogo comunismo versus capitalismo, porque ambos blocos são hoje de economia de mercado, o debate se dá para saber para que massa geografica vai pender a Ucrania, não é ideologia e sim geopolitica, se a tese de Fukyama fosse válida, esse conflito não se encaixa nela.

      1. Plenamente e acordo. Acho

        Plenamente e acordo. Acho também despropositada a tentativa, a meu ver forçada, de traçar paralelos entre esse crise essencialmente geopolítica e a que antecedeu a II Guerra mundial, especialmente as relações de uma Alemanha remilitarizada e uma então URSS sofrendo dos percalços do stanilismo. 
        A Alemanha hoje, mesmo unificada, certamente que pouco interesse tem em se meter em conflitos. Em especial envolvendo a Rússia, sempre ressentida pelos sofrimentos da II Guerra. França e Inglaterra, que já deram as pedras numa Europa em fase de consolidação, hoje vivem das glórias do passado. 

        Isso não implica que não se possa partir para um eventual confronto militar. Mas ainda há muita água para escorrer debaixo da ponte. 
        A Europa Oriental e os Balcãs são cadinhos de problemas étnicos e geopolíticos desde a chamada Era Moderna. 

    2. Cá, porém,  Fukyama fez

      Cá, porém,  Fukyama fez bastante sucesso no passado entre os jornalistas. Ele certamente ainda tem alguns seguidores entre os pseudo-intelectuais brasileiros. 

      1. Meu caro Fabio, o Brasil é

        Meu caro Fabio, o Brasil é especalista em catar lixo intelectual, muito caisa americana só faz sucesso no Brasil, como esse Consenso de Washington que ninguem em Washington nunca ouviu falar.

        1. Esse Motta Araújo é o cúmulo

          Esse Motta Araújo é o cúmulo da falta de noção.

          Fukuyama foi assessor do Departamento de Estado dos EUA, professor de várias universidades de ponta naquele país(George Mason, John Hopkins, Standford), sua ideia sobre o fim da história teve enorme repercussão nos EUA, onde ele é considerado um dos principais expoentes do neoconservadorismo, e o Araújo vem dizer que ele era ignorado pelos americanos e que só no Brasil suas ideias exerceram influência?

          Sobr eo Consenso de Washington, absolutamente NENHUM brasileiro participou de sua elaboração, apenas economistas americanos e europeus, oriundos das instituições de Bretton Woods(série de medidas destinadas à América Latina), e Araújo vem dizer que só no Brasil essas ideias repercutem(aliás, repercutem entre conservadorecos neoliberalóides, como o próprio historiador de botequim).

          Enfim, essa é a direita brasileira.

    3. Sim, autor menor, assessor do

      Sim, autor menor, assessor do Departamento de Estado e professor de universidades de ponta, como Standford, John Hopkins e George Mason. Diferente de autores maiores, como um certo historiador de botequim, cujas “ideias”(digamos que sejam)só repercutem indiretamente devido ao elevado grau de asneiras nelas contidas.

  2. Vamos falar sério…

    A tal de Guerra da Ucrania (com maiúsculas, como no texto do post ) consistiu no seguinte:

    – um monte de gente ficou uns tres meses em uma praça, acampados ao ar livre sob um frio de 20 graus negativos;

    -aparentemente exigiam que o governo ucraniano vendesse petróleo e gás para a União Europeia e não para a Russia, como queria o governo;

    – faz uns dez dias as tropas do governo invadiram a praça, mataram uns setenta ou oitenta manifestantes e sumiram;

    – dois ou tres dias depois, uma ex-presidente, que estava presa, apareceu na praça, de cadeira de rodas e fez um discurso dizendo sabe-se-lá o quê;

    – horas depois, o presidente sumiu e o parlamento elegeu um novo presidente.

    Depois desses acontecimentos, tudo voltou ao normal.

    Aí vem uma análise como esta aí acima, com cara de seriedade…

    Vai entender…

     

    1. Atenção ao que se lê faz uma faaalta…

      – A Guerra da Ucrania, mencionada no artigo, não é uma guerra passada, mas a possível guerra entre a Russia e aquele país, caso algum governo ucraniano resolva nacionalizar os gasodutos e oleodutos russos que atravessam o país (ou cobrar taxas absurdas pelo uso dos mesmos).

      – A Ucrania não vende nem petroleo nem gas para a UE. Quem vende é a Russia. A Ucrania apenas cede o território para passagem dos dutos de transporte, com uma tarifa negociada.

      – Só quem não acompanhou os fatos acha que as tropas invadiram uma praça e mataram uns manifestantes e depois sumiram. Os confrontos vêm ocorrendo desde o início, provocados pela extrema direita neonazista. Mais ou menos como os blackbobos aqui no Brasil.

      – Quem apareceu na praça foi a ex-primeira ministra, presa por corrupção, e fez um discurso lançando sua candidatura à presidência.

      – O presidente não sumiu – isso parece a narrativa da destituição do Jango. Será mera coincidência? – o parlamento, não sei dizer se com base legal ou não, o destituiu, mas ele, até anteontem não havia aceitado essa destituição e havia se refugiado no Leste do país, próximo a fronteira russa.

      A Ucrania ainda não voltou ao normal. Se um novo presidente pró-Russia for eleito nas eleições convocadas para maio, tudo recomeçará.

      Não sei se é inocência ou falta de informação, mas se tivesse lido o artigo com atenção, veria que a preocupação do autor é com onde esse conflito fomentado abertamente pelos EUA e a UE na fronteira russa pode nos levar. Talvez estejamos presenciando um novo Anschluss..

      1. Ao contrário do outro

        Ao contrário do outro comentarista, Godinho entendeu perfeitamente o que eu disse. Além disto, em relação a Ucrania o senhor Godinho foi até mais detalhista do que eu, que procurei avaliar a situação de um modo mais global para demonstrar como as teses de Fukuyama foram para a lata do lixo. 

  3. “Liberdade”

    Só termina quando acaba

     

    “It ain’t over till it’s over”, Rabino chefe Yaakov Bleich

    Moshe Reuven Asman, rabino em Kiev, pediu aos judeus que saíssem da cidade e se possível até mesmo da Ucrânia, após o crescimento do antissemitismo e o aumento do número de ataques.

    Eduard Dolinsky, diretor do comitê judaico da Ucrânia, quer que Israel ajude na segurança da comunidade.

    Um “manifestante: “Queremos que os nossos dirigentes sejam ucranianos e até agora os judeus e os russos predominam sobre os ucranianos no parlamento”. Levando em consideração que não houve denúncias de fraudes nas últimas eleições parlamentares…

    Numa região com histórico de massacres recorrentes da comunidade judaica a participação no governo do partido Svoboda é preocupante. Sinceramente para seguir um líder como este é preciso ter algum problema mental… e confiar numa imitação da SA como fiadora da democracia também.

     

    Oleg Tyagnibok: “A Ucrânia está sendo controlada por uma máfia russo-judaica.”

     

    Camouflage bloc ucraniano

    Além da política existe a questão étnica e a sombra da Rússia. A queda de Viktor Yanukovych é apenas um capítulo. Energeticamente a Ucrânia não sobrevive sem o gás natural russo e não tem nenhuma outra alternativa para o substituir, isso sem levar em consideração a situação de falência do país, tão difícil que levou o presidente deposto a aceitar a ajuda russa de US$ 15 bilhões de dólares em troca da desistência da aproximação com a União Europeia. Qualquer que seja a evolução dos acontecimentos políticos um possível aprofundamento da crise econômica pode aumentar o extremismo. Não podemos nos esquecer que os ucranianos étnicos formaram um dos grupos mais ativos na colaboração com os nazistas. 

    Os protestos na Venezuela possuem algumas semelhanças com os ocorridos na Ucrânia, mas também muitas diferenças. No nosso vizinho a motivação é basicamente política e os ódios recentes, não apurados ao longo de gerações. Ao contrário do que diz a presidente Dilma a motivação de quem sai às ruas em Caracas é muito mais democrática dos que ocuparam a praça em Kiev. 

    Manifestantes recusam desarmarem-se
    Judeus da Ucrânia refletem sobre o futuro
    O que aconteceu
    De volta para o futuro
    Venham para casa

     

  4. A questão da Ucrania é bem

    A questão da Ucrania é bem complexa, vem do tempo do Imperio do Czar, tem componentes democraficos, linguisticos, culturais e evidentemente geopoliticos, aliás todos os desdobramentos do antiga Russia Imperial que incluia tambem a Polonia e a Finlandia são complicados por sua propria natureza, se for puxar pela historia chegaremos à Imperatriz Catarina, nada nessa região pode ser reduzido à simplicidade, é a propria Historia viva.

  5. Aparentemente a solução

    Aparentemente a solução passaria por uma divisão da Ucrânia em dois territórios: um lado oriental,onde está a Criméia, os portos principais, os dutos petrolíferos e de maioria étnica russa, e o lado ocidental, onde está Kiev e seus nazis…

    Mas será que os “EEUUAA” aceitariam???

  6. O autoritarismo americano não

    O autoritarismo americano não tem nada a ver com a China. Tem a ver com a estratégia de dominação das riquezas mundiais  por parte do seu complexo militar e econômico. Os Estados Unidos nunca foram a democracia que venderam para o mundo.  O que eles tem de sobra é a capacidade de  vender esta imagem. O mundo inteiro sente a mão pesada deste império e os regimes políticos que não se submetem aos interesses americanos são varridos. É simples assim. Por sorte eles estão ocupados agora com outra parte do mundo, depois de anos de imposição de ditaduras violentas na América Latina.

     

     

    1. Diga isto à parcela da

      Diga isto à parcela da população norte-americana que foi espancada nas ruas durante os movimentos Occupy e aos norte-americanos em geral que estão putos da vida em razão de serem espionados pela NSA na internet exatamente como a população chinesa é espionada pelo Partido Comunista. Não há diferença entre o autoritarismo chinês e o norte-americano. Autoritarismo é autoritarismo e ponto final. Toda vez que um governo começa a sufocar a opinião pública nas ruas ou a controlar a mesma na internet estamos diante de um regime autoritário. Esqueça o American dream pois ele já virou um American nightmare.

      1. Só que a colocação do autor

        Só que a colocação do autor do texto é que os Estados Unidos foram “inspirados” pelo autoritarismo chinês. Existe autoritarismo americano independente de existir autoritarismo chinês.

        1. Sim eu disse que os EUA foram

          Sim eu disse que os EUA foram inspirados pelo autoritarismo chinês, pois antes dos norte-americanos espionarem seus cidadãos na interntet a China já fazia isto de maneira sistemática. O autoritarismo norte-amerinano que mencionei é aquele que passou a existir dentro dos EUA. Fora dos EUA o autoritarismo norte-americano sempre foi uma realidade (mas não é disto que eu estava tratando, pois fiz referência à não predominância do modelo político dos EUA que segundo Fukuyama havia encerrado a História).

  7. T-80

    Pelo andar da carruagem veremos o desempenho dos T-80 logo, logo.

    A Ucrania vai ser fatiada em 3 ou 4 pedaços . E Moscou não ficara com a carne de pescoço.

    Quanto a Srª Timochenko, quem pariu Mateus que o embale.

  8. Vendo o resto do 2° mundo do lado de cá, o 3°

    A população da Ucrânia em especial a juventude esta cansada do poder da Rússia sobre eles, desde sempre.
    Durante a união soviética também se tinha essa noção, principalmente depois do polemico fim dela que a Rússia acabou ficando com diversas vantagens que a Ucrânia não teve.

    Agora mais de 20 anos depois do fim da URSS o que eles sentem na pele é um forte IMPERIALISMO russo (assim como o Brasil é imperialista na América do Sul).

    Os ucranianos vêem a Rússia como nós víamos os EUA desde a década de 50 até o fim do governo FHC

    A proximidade com a UE abre possibilidades para eles de um dia serem cidadãos europeus, andarem livremente pela Europa, entre uma série de possibilidades, são esses anseios que inocentemente a juventude busca (inocente porque isso tem uma conotação racista; eu quero ser europeu, assim como os netos dos imigrantes europeus miserais buscam esse status). 

    A Rússia que ainda carrega consigo um ranço de URSS não quer perder territórios (de influencia).

    Se aproveitando dessa conjuntura política aparecem os nazistas e os radicais, o mesmo aconteceu nos protestos de junho aqui no Brasil ano passado,  quando a população aderiu a pauta do MPL em massa (ai vieram pessoas sem consciência política, os coxinhas, o pessoal da direita, e da extrema direita) assim ao levantarem suas bandeiras nazistas e fascistas em meio a multidão querem nos iludir com um suposto domínio da massa, ou simbolismo explicito na paisagem. 

    Fato é que toda crise mostra o lado mais perverso do ser humano, consecutivamente seu preconceito como o autor citou a França, o mesmo está próximo de acontecer na Ucrânia, mas esse nazi-fascismo vai vir é travestido de nacionalismo exacerbado.

    Mas para fechar; entendo o motivo pelo qual a juventude ucraniana se rebela, é um motivo muito justo, só não estão medindo quem esta se aproveitando da energia da juventude… (toda vacância pode ser ocupada pelos mais gatunos, e toda vacância faz com que a população em geral só tenha uma coisa a fazer: Ter fé não em porta em que/ o que, e o que nesse caso pode dar fé ao nazi-fascismo) 

    1. Você está reduzindo o

      Você está reduzindo o conflito político na Ucrania a um conflito de gerações Fernando. Isto é um erro. Não há qualquer comparação que se possa fazer entre o que ocorreu aqui em 2013 e o que está ocorrendo naquele país neste momento. Além disto, pelo que pude apurar há muitos jovens ucranianos que não apoiam os manifestantes e que contestam a europeização forçada da Ucrânia que está sendo levada a efeito com ajuda dos nazistas ucranianos. 

      A Ucrânia era um país rural antes da II Guerra Mundial e foi devastada durante a mesma. Muitas das maiores batalhas entre o Exército Vermelho e as tropas do III Reich ocorreram no território ucraniano. Aquele país foi reconstruído com ajuda da URSS e é injusto dizer que os soviéticos apenas exploraram os ucranianos. Ao nível da ideologia, porém, é possível  distorcer os fatos e construir realidades que se ajustem a quaisquer propósitos políticos (a sua afirmação de que a Ucrânia foi apenas explorada pela URSS certamente encontraria muitos apoiadores entre os jovens nazistas daquele país).

      Não podemos ver o presente apenas pelas lentes do passado, mas também não devemos deixar de buscar no passado os fatos que desmontam as versões tendenciosas e ideologizadas da verdade difundidas no presente. Você tem futuro Fernando, mas precisa ser mais cuidadoso ao fazer avaliações. 

  9. O F.Fukuyama fez a famosa

    O F.Fukuyama fez a famosa declaração no período entre o colapso da URSS no final dos anos 80 e a crise econômica de Wall Street nos EUA em 2008 – que ressuscitou o assombroso Espectro de Highgate. Foi uma época de euforia e crença na vitória e consagração definitiva de um modelo econômico que havia se defrontado com o projeto socialista da URSS durante a Guerra Fria. Acho que foi esta a motivação da afirmação: a História acabou.

    Na ocasião achei bastante absurda uma leitura mais direta negando as motivações econômicas da História . Interessante que os norteamericanos em geral constantemente citam o jargão: “Follow the money trail”i.e., siga a trilha do dinheiro (quando você deseja destrinchar um evento complicado ou obscuro.  Não foi o que enfatizaram Hegel e o dito Espectro? Aplicado ao levante popular black bloc na Ucrânia, independentemente da natureza da aspiração dos ucranianos em fazer parte da UE, certamente há um interesse externo europeu/americano de desestruturar a influência regional do governo Putin para ter um acesso mais desimpedido aos recursos naturais da Rússia.

     

     

  10. Franco-atiradores foram contratados por líderes do Euromaidan

    Segundo o portal Voz da Russia, vazamento de gravação de diálogo entre representantes da UE e da Estônia revela que franco-atiradores foram contratados por líderes do Euromaidan.

     

    Original: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_03_05/Franco-atiradores-foram-contratados-por-l-deres-do-movimento-Euromaidan-8982/

    Os serviços secretos da Ucrânia divulgaram na Internet uma gravação de um diálogo entre Cathrine Ashton, alta representante da UE para as Relações Exteriores e o chefe da diplomacia estoniana, Urmas Paet, em que ambos os políticos trocam impressões sobre a situação na Ucrânia.

    Urmas Paet refere que os franco-atiradores foram contratados por dirigentes do Euromaidan. Segundo adianta, as provas disponíveis indicam que eles alvejaram tanto opositores envolvidos nos distúrbios nas ruas de Kiev como policiais. 

    “Agora se torna cada vez mais evidente que, por trás dos franco-atiradores, estava alguém da nova coalizão governamental e não o presidente Yanukovich”, disse.

     

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