A ação da banca internacional, por Mauro Santayana

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Enviado por Ramalho12

 

 

Os oráculos da Pilantragem

Por Mauro Santayana

Texto publicado no site Hoje em Dia, em seu blog

 

A Comissão Européia acusou, formalmente, na semana passada, os bancos HSBC, Crédit Agricole e JP Morgan, de promover acordos, por debaixo do pano, para manipular a taxa interbancária EURIBOR – que afeta diretamente o custo dos empréstimos para os tomadores.

Do golpe, participavam também o Barclays, o Societé Generále, o Royal Bank of Scotland, e o Deutsche Bank, já condenados, pelo mesmo crime, em dezembro, a pagar multa de mais de um bilhão de euros.  

O Deutsche, maior banco da Alemanha, teve de ser capitalizado em 8 bilhões de euros, esta semana, para não quebrar. O Banco Espírito Santo, de Portugal, também a ponto de quebra, foi acusado, pela KPMG, de graves irregularidades em suas contas. E o Crédit Suisse foi condenado a pagar 2.6 bilhões de dólares à justiça dos EUA, por favorecimento ao desvio de divisas e à sonegação de impostos. 

Para Bertold Brecht, era melhor fundar um banco que assaltá-lo. E Bernard Shaw lembrava que não há diferença entre o pecado de um ladrão e as virtudes de um banqueiro.

O mundo muda. Hoje, uma diferença de menos de 2% separa o peso das seis maiores economias emergentes das seis maiores economias “desenvolvidas” e as reservas em mãos do primeiro grupo quase triplicam as do segundo.

Mas, no Brasil, continuamos ouvindo, como se fossem oráculos, a opinião dos banqueiros estrangeiros, que só estão em nosso país para organizar a espoliação sistemática de nossas riquezas e do nosso mercado.

Lá fora, a opinião pública chama essa gente de banksters (foto) unindo em uma só palavra o termo bankers (banqueiro) e gangsters (bandidos).  Aqui, o que diz um representante deles – que estão quebrando ou são acusados de crimes em seus países de origem – é sagrado.

 

Independente de quem estiver no poder no governo, o Brasil, se quiser continuar atraindo dinheiro externo, precisa estabelecer instrumentos próprios de defesa da imagem do país lá fora, criando, como se está projetando fazer com os BRICS, agências próprias de qualificação, bancos de fomento, fundos de reserva, etc.

Até mesmo porque a credibilidade das principais agências de qualificação que existem hoje está tão baixa, no exterior, quanto a dos bancos, aos quais tantas vezes se aliam e protegem, para enganar e pilhar países e correntistas.   

É preciso que aprendamos a não dar ouvidos aos enganosos oráculos da pilantragem. Assim como no Brasil, na China os maiores bancos são estatais, e a dependência de capital externo no mercado financeiro é – até por uma questão estratégica – marginal e quase irrelevante. A diferença que existe entre nós e eles – prestes a se transformar na maior economia do planeta – é que, no Brasil, a opinião de instituições externas, acusadas de envolvimento em duvidosos episódios e nas últimas crises internacionais, orienta e pauta as ações do governo, e vai para a primeira página dos jornais.

Em lugares como Pequim e Xangai, o país, os empreendedores e os consumidores, estão se lixando, redondamente, para a opinião dos bancos ocidentais.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

12 Comentários

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  1. http://www.bankrate.com/finan

    http://www.bankrate.com/finance/banking/largest-banks-in-the-world-4.aspx

    DEUTSCHE BANK vai quebrar por falta de 8 bilhões de Euros? O banco tem ativos de 2,6 TRILHÕES de Euros, 8 bilhões é o budget do café, o Espirito Santo vai quebrar ? , é a familia mais rica de Portugal, de onde saem essas ideias?

    Esses mesmos bancos são processados já ao tempo da 1ª Guerra, uma famosa CPI do Senado americano colocou como alvo em 1922 o banqueiro John Pierpont Morgan, que teve que depor por semanas na Comissão, o Espirito Santo era o banco fundamental em Portugal na Segunda Guerra, reciclador do ouro alemão, o ex-Rei Eduardo VIII ficou hospedado na casa do Ricardo Espirito Santo quendo ficou em Portugual na Segunda Guerra, essas dinastias bancarias não quebram facilmente e são permanentemente alvos de Governos, parlamentos e Ministerios Publicos. O nosso Itau foi recentemente multado em 18 bilhões de Reais pela Receita Federal, que é muito mais do que os US$2,6 bilhões que multuram o Credit Suisse e nem porisso o banco se abalou, nem o Itau e nemo Credit Suisse, não existe esse fim de mundo que o autor sugere, trata-se de situações decorrentes do proprio papel dos grandes bancos ou se pensa que os players mundiais de moedas e cambio não operam as vezes em conjunto para ajustar taxas e cotações de moeda? Desde o tempo de Cristo.

    Não entendi o que o autor quis dizer. O Brasil não devia dar ouvidos a bancos estrangeiros? O mundo é um só, o mercado financeiro global é um só, todos os governos dão ouvidos a bancos e agencias internacionais porque eles SÃO o mercado financeiro global em harmonia  com os bancos locais, o sistema bancario internacional é uma entidade

    da qual muitas avaliações fundamentais dependem, não existe isso de dar ou não dar ouvidos como se fosse opcão.

  2. Barclays multado por manipulação no preço do ouro

    Barclays multado por manipulação no preço do ouro

    http://www.publico.pt/economia/noticia/barclays-multado-por-manipulacoes-em-preco-do-ouro-1637209

    A autoridade financeira do Reino Unido acusa o banco de ter falhado no controlo dos seus negócios.

    O Barclays foi multado em 26 milhões de libras (cerca de 32 milhões de euros), pela Financial Conduct Authority (FCA), a autoridade financeira do Reino Unido, devido a manipulação no preço do ouro.

    A FCA esclareceu esta sexta-feira, através de comunicado, que, a 28 de Junho de 2012, o agente do Barclays Daniel James Plunkett, aproveitou-se de uma falha interna do banco e manipulou o preço do ouro. Este acontecimento teve lugar um dia depois de o banco ter sido multado pelos reguladores dos Estados Unidos e do Reino Unido em 450 milhões de dólares por ter influenciado a fixação do indexante Libor.

    As penalizações não afectaram apenas o banco. A Daniel Plunkett foi aplicada uma multa de 96 milhões de libras (aproximadamente 119 milhões de euros), acabando ainda por ser banido das suas funções.  

    Tracey McDermott, director de crimes financeiros da FCA, alerta que o agente “pagou um preço bastante alto por ter colocado os seus próprios interesses acima da integridade do mercado e do cliente”, deixando ainda o aviso para “os agentes que se sentirem tentados a explorar os seus clientes em troca de dinheiro fácil a não terem dúvidas de que essa acção lhes irá custar a sua reputação”. O director da autoridade tem esperança de que o caso do Barclays sirva como exemplo para outras instituições, e que não se volte a repetir.

    Esta não foi, todavia a única falha que o Barclays cometeu, entre Junho de 2004 e Março de 2013, período em que fez parte do grupo das instituições financeiras que fixavam o preço do ouro. A FCA acusa o banco de ter falhado no controlo dos seus negócios de uma forma eficaz e de ter desrespeitado uma série de princípios do mercado.

    De acordo com a reguladora britânica, o banco falhou “na criação e implementação de medidas que regulavam a forma como os corretores do Barclays actuavam na Gold Fixing”, bem como “na providência de um treino específico para os corretores de metais preciosos que se encontravam a regular o preço do ouro”.

    Na perspectiva da FCA, o Barclays falhou ainda por “não ter conseguido lidar com o conflito entre os seus interesses e os dos clientes”.

    O Gold Fixing é um mecanismo de cotação do ouro em Londres, onde diariamente os agentes de mercado fixam o valor deste metal precioso. A gestão desta cotação fica a cargo dos cinco maiores bancos europeus.

    Texto editado por José Manuel Rocha

  3. O começo do fim da manipulação da cotação dos metais preciosos

    O começo do fim da manipulação da cotação dos metais preciosos

    Do site “Prata Pura.com”

    http://pratapura.com/2014/05/21/o-comeco-do-fim-da-manipulacao-da-cotacao-dos-metais-preciosos/

    Após uma operação contra a manipulação de metal precioso por vários reguladores europeus (principalmente o BaFin alemão), o que levou ao resultado chocante que o Deutsche Bank poderia se retirar da fixação do ouro e prata em Londres, a saga da fixação do mercado de prata acabou com um resultado mais curioso: ela teria apenas dois membros agora, o HSBC e o Bank of New Scotia. E, como um resultado ainda mais chocante, durante a noite eles anunciaram que, depois de 14 agosto de 2014, a fixação deixará de existir – a primeira de muitas vitórias para todos aqueles que lutaram por mercados de metais preciosos justos e não manipulados.

    A partir do comunicado na Reuters:

    O London Silver Market Fixing Limited (a “Sociedade”) anuncia que deixará de administrar a Fixação da Prata  em Londres com efeitos a partir de 14 de agosto de 2014. Até então, o Deutsche Bank AG, HSBC Bank EUA NA e The Bank of Nova Escócia permanecerão membros da Companhia e a Companhia administrará a Fixação da Prata  em Londres e continuará a cooperar com o FCA e outras partes interessadas.

    O período de 14 de agosto de 2014 será uma oportunidade para o ajuste orientado para o mercado, com consulta entre clientes e participantes.

    A London Bullion Market Association manifestou a sua disponibilidade para ajudar com as discussões entre os participantes do mercado, com vista a explorar se o mercado deseja desenvolver uma alternativa para a Fixação da Prata  em Londres.

    Esta enorme perda para os manipuladores de metais preciosos foi divertidamente explicada por John Dizard do FT  da seguinte forma: “O campo pode estar mais nivelado, mas não há jogadores suficientes para um jogo.” Zombando daqueles que preferem os mercados não manipuladas, ele disse:

    … Uma vez que o justo  sentimento de auto-satisfação passa, os moradores da Ilha BaFin podem querer considerar se eles ajudaram a criar condições de concorrência equitativas, sem jogadores suficientes para o jogo. Até agora, ao que parece os beneficiários significativos da persuasão do BaFin foram os concessionários menos importantes sistemicamente nos mercados de prata internacionais. Enquanto ainda haverá quatro participantes da correção ouro de Londres, a estrutura semelhante do London Fix para a prata  agora terá apenas dois participantes, o que o senso comum nos diz que significa que não há mercado real.

    Na verdade, isso significará nenhum mercado manipulado por um punhado de participantes. Isso também significa que daqui para frente um mecanismo de preços muito mais transparente terá que ser aprovado: uma vez que se baseia em todo o mercado, e não apenas nas empresas que operavam há décadas por legado, no porão da casa Rothschild.

    Só podemos esperar que no futuro todos os vestígios de manipulação do ouro e prata acabarão por desaparecer, resultando no que pode ser a primeira descoberta do preço real dos metais preciosos, com a manipulação dos banco centrais e comerciais ausente.

    Em outras palavras, o FCA, sem dúvida em conjunto com o Banco da Inglaterra, bateu duro para manter a estrutura de manipulação existente por três meses, de forma eficaz e contra a vontade do regulador alemão, e do Deutsche Bank, que queriam sair logo que possível.

    Quanto ao que acontecerá depois de 14 de agosto, quando o London Silver Market Fixing for oficialmente extinto, nós não podemos esperar para descobrir.

    Enquanto isso, estamos confiantes que os membros existentes do esquema gêmeo, ao de ouro, sairão correndo para debaixo de pedras para evitar qualquer exposição pública. Alguns planejam estragar os seus planos.

  4. Lei dos Meios neles…

    TVs, rádios e jornais podem ter os comentaristas que quiserem. Gôsto não se discute. Agora, manchetes mentirosas, matérias com análises que deturpam fatos, em suma, a manipulação de notícias merecem a devida retificação.

  5. Manipulação aguda

    Ramalho,

    O texto é bastante bonzinho com os banksters, falou apenas na manipulação do interbancário e ignorou diversos dos mercados de derivativos, os incontáveis assaltos praticados pelos “grandes demais prá quebrar”  contra os devedores na brincadeira das hipotecas ( a brincadeira que deu zebra), com direito a documentos tanto forjados quanto fabricados, tudo tornado público e nada aconteceu. 

    Deixei para o final o que considero mais escandaloso, que é a manipulação desavergpnhada do JPMorgan no mercado mundial da prata, no qual negocia diariamente uma quantidade do metal superior à existente no planeta, isto há anos na cara da SEC, que nunca moveu uma palha contra o nobre banco comercial.

    Este seleto grupo de empresários já devia estar na cadeia há muitos anos, e no entanto é o principal sub-grupo daquele que comanda 99% da economia ocidental.

  6. Aqui nós temos certeza da

    Aqui nós temos certeza da manipulação há muito tempo .

    A diferença é que por aqui nunca uma instituição ou organismo entrou com medidas ou acusações contra qualquer manipulação.

  7. A economia dos EUA é um Castelo de Cartas

    A economia dos EUA é um Castelo de Cartas

    Portal Forum

    http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/05/economia-dos-eua-e-um-castelo-de-cartas/

    Como todas as estatísticas mostram com clareza, a parcela da riqueza gerada que cabe à população dos Estados Unidos segue em constante declínio. Esse declínio significa o fim do mercado consumidor interno que sempre foi o pilar de sustentação da economia do país

    Por Paul Craig Roberts − Institute for Political Economy, Original em “US Economy Is A House Of Cards” [1]. Traduzido por mberublue para o Redecastorphoto

    A economia dos Estados Unidos é castelo de cartas. É fraudulenta em todos os seus aspectos, e a ilusão de recuperação é criada a partir de estatísticas também fraudulentas.

    O próprio capitalismo americano é uma quimera. A manipulação prepondera em todos os mercados financeiros. A imensa liquidez despejada nos mercados financeiros pela política econômica denominada “Federal Reserve’s Quantitative Easing” (emissão desenfreada de moeda sem lastro [Nrc]) aumenta o preço das ações, assim como o valor das obrigações, e faz disparar as taxas de juros, o que, supostamente, seria consequência do custo do capital extremamente baixo, perto de zero ou mesmo negativo. Isso implica que o capital é tão abundante que se torna extremamente barato e pode ser tomado praticamente de graça. Não se permite que vá à bancarrota qualquer tipo de grande empresa, como mega bancos ou montadoras de automóveis, mesmo que estejam a caminho da falência. Em vez disso, o aumento da dívida pública e a impressão de moeda são usados para cobrir os fracassos destas corporações privadas “grandes demais para falir”, que acabam por se manter com o nariz fora da água à custa não dos próprios acionistas, mas do povo comum que não possui ações dessas corporações.

    O lucro obtido pelo uso eficiente desses recursos pelo capitalismo não se constitui em medida de bem estar social, quando auferidos pela soma dos recursos fáceis, acrescidas da substituição da mão de obra local pela estrangeira mais barata, pois essa prática acaba por corroer o poder de compra dos consumidores e aumenta a renda das corporações, resultando em aumento da concentração desigual da riqueza. No século 21, a era do trabalho “offshoring” (deslocalizado, no sentido da procura das empresas por países onde a mão de obra seja mais barata [NT]), os Estados Unidos experimentaram uma explosão sem precedentes da renda e da desigualdade na distribuição da riqueza. Tratei dessa clara evidência do fracasso do capitalismo em promover o bem estar social, no sentido econômico tradicional, em meu livro The failure of Laissez-Faire Capitalism (O fracasso do Capitalismo Laissez-Faire), e o recém publicado livro de Thomas Picketty, Capital in the 21st Century (O capital no século 21) nos traz um quadro preocupante da realidade, em oposição à maneira como é vista por economistas tranquilos como Paul Krugman. O que mais preocupa Picketty é o quadro da desigualdade que ele descreve, mas eu concordo com Michael Hudson, para quem a situação é ainda mais preocupante do que a pinta Picketty.

    Os poderosos interesses privados que mantêm sob controle os governos, os tribunais e as agências regulatórias metamorfosearam o capitalismo em um mecanismo de pilhagem. Nenhuma função positiva é executada por Wall Street. Wall Street é apenas mais uma máquina de saquear, um peso morto prejudicial à sociedade. Wall Street fabrica lucros, por meio de rápidas transações facilitadas por ágeis computadores, vendendo instrumentos financeiros fraudulentos, como por exemplo, o jogo predatório da utilização de títulos com boa classificação de crédito, através da alavancagem do capital próprio até níveis sem precedentes, resultando em apostas que não poderão ser honradas, e pela manipulação e aparelhagem de todos os mercados de commodities.

    A ajuda a esse mecanismo gigantesco de pilhagem é fornecida pelo FED (Banco Central dos Estados Unidos) e o Tesouro Nacional, por meio do “Plunge Protection Team” (literalmente, equipe que dá proteção a fundo, o PPT, composto do presidente do FED, o Secretário do Tesouro e os chefes da SEC e da Associação de Commodities do Mercado Futuro – “entidade não formal” criada em 1987 por Ronald Reagan, pela Ordem Executiva n. 12.631 para – não há outras palavras – manipular o mercado através de derivativos, utilizando-se para isso da fraude dos preços da moeda, de ações e do ouro por meio de intervenções do Banco Central americano e do Tesouro Nacional – [NT]) que dão apoio ao mercado de ações com aquisições maciças no mercado de futuros e protegem o dólar contra a extraordinária impressão de moeda nova com operações a descoberto no mercado de futuro do ouro do Comex (comércio do Exterior).

    A economia dos Estados Unidos já não é baseada em educação, trabalho duro, preços de mercado livre e a responsabilidade que o mercado livre real impõe. Em vez disso, a economia dos Estados Unidos é baseada atualmente na manipulação dos preços, controle especulativo das commodities, apoio ao dólar pelos Estados-fantoches de Washington, estatísticas oficiais ou falsificadas ou manipuladas, falsa propaganda pela mídia financeira e inércia de países como Rússia e China, que são prejudicados de maneira direta, tanto econômica quanto politicamente, pelo sistema de pagamento em dólares.

    Como os governos na maioria do resto do mundo são incompetentes, a incompetência de Washington não aparece tanto, e isto é a salvação dos EUA, mas não a dos americanos que vivem sob as regras impostas por Washington. Como todas as estatísticas mostram com clareza, a parcela da riqueza gerada que cabe à população dos Estados Unidos segue em constante declínio. Esse declínio significa o fim do mercado consumidor interno que sempre foi o pilar de sustentação da economia dos EUA. Agora que os mega ricos tem cada vez uma maior parcela da renda e da riqueza, o que acontecerá com a economia dos EUA, baseada na venda de importados e na produção externa de bens e serviços para um consumidor doméstico com a renda em declínio? Como poderá a grande maioria dos americanos comprar mais, se empobrecem continuamente há anos, o que os força a pedir ainda mais empréstimos a bancos que não querem emprestar?

    A América na qual cresci era autossuficiente. O comércio exterior ainda era parte pequena na economia. Quando fui Secretário Assistente do Tesouro, os Estados Unidos ainda tinham excedente comercial com exceção do petróleo. A substituição dos trabalhadores americanos por mão de obra mais barata no exterior ainda não tinha começado e os lucros dos EUA com seus investimentos externos superavam o lucro obtido nos Estados Unidos pelos investidores estrangeiros. Por conseguinte, os lucros obtidos pelos EUA através de seus investimentos no estrangeiro eram suficientes para cobrir o rombo de seu déficit energético na balança comercial.

    A ganância desmesurada de Wall Street destruiu a estabilidade econômica obtida durante a administração Reagan. Hoje, as empresas são ameaçadas por aquisições por especuladores de Wall Street se não realizarem altos lucros pela relocação de sua produção de bens e serviços em mercados americanos no exterior. O preço baixo pago por empresas americanas pelo uso de trabalhadores no exterior aumenta o lucro e o preço das ações e satisfaz ao desejo de Wall Street por sempre mais e mais lucros, mas significa o fim da melhora do estilo de vida dos Estados Unidos, exceto para os mega ricos. A desregulamentação financeira encheu a economia do risco de bolhas especulativas.

    Os americanos são povo incrivelmente otimista, mas enfrenta agora outro tipo de pessoas que acabaram por queimar Wall Street até os alicerces. Já os EUA estão preocupados apenas em lançar a culpa de todos os seus problemas e em abusar de forma interminável de governos estrangeiros como o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, a China ou a Rússia.

    O povo americano, ao mesmo tempo passivo e esperançoso, é alvo ideal para saqueadores, e sua economia, explorada até o osso, é um castelo de cartas.

    ________________________[*] Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor e colunista do Wall Street Journal, Business Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch e noInformation Clearing House, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.

  8. “Não se engane: não existe livre mercado”: as confissões de um b

    “Não se engane: não existe livre mercado”: as confissões de um banqueiro arrependido

    Do “Diário do Centro do Mundo”

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/nao-se-engane-nao-existe-livre-mercado-as-confissoes-de-um-banqueiro-arrependido/

    O arranha-céu está vazio. Em uma sala transparente, um homem se aproxima de uma grande janela, da qual se vê outros edifícios que compõem o distrito financeiro de Frankfurt.

    O homem vira: “Em uma sala como esta, um lugar sagrado, uma ‘trade room’, caberia uma centena de ‘brokers’”. Assim se inicia o documentário ‘Master of universe’, o ‘Eu confesso’ de Rainer Voss, executivo de um banco. Um homem que diante de uma câmara conta – sem dizer nomes, nem concretizar dados, para não quebrar a cara – como veio a crise financeira de um ponto de vista único: o de um poderoso trabalhador de um banco de investimentos.

    ‘Master of universe’ foi apresentado em ‘Documenta Madrid’ há duas semanas, e Voss apresentou suas sessões. O alemão deixou o banco em 2008 (após quase 20 anos de trabalho), quando em seu último emprego – não diz o banco, mas um passeio pela Internet esclarece que foi o Deustche Bank – acabaram-lhe arruinando a vida.

    Voss, que agora tem 55 anos, não é um radical, acredita no capitalismo, nos mercados de valores, gosta de ganhar dinheiro. “O que me enfurece é no que o sistema se converteu. Perverteu-se”.

    Ele conta que em seu primeiro dia de trabalho, como trader, ganhou mais do que o seu pai engenheiro poupou em toda a sua carreira. Que em poucos dias fez a sua empresa ganhar muitos milhões de euros. “Meu trabalho? Vamos ver. Primeiro vem o Conselho de Administração, em seguida, um primeiro anel ou escalão, e depois um segundo: aí estava eu”.

    E começa a recordar sua vida e analisar a crise de forma iluminadora: “Criamos inovações financeiras. Conseguimos fazer com que a economia real se subordinasse à financeira. E, sobretudo, desregularizou-se o mercado. Não se engane: não existe o livre mercado. A crise é culpada pela desregularização? Não. É um pré-requisito? Claro”.

    Voss ganhou muito dinheiro. Aprendeu inglês – hoje fala fluentemente -, comprou uma casa de verão na Catalunha, deixou de ver a sua família, dormia no escritório. “Não existe o mundo exterior. Você sai de férias com companheiros, sai para festa com eles. De casa para o trabalho de carro”. E seguia acumulando lucros: “É fácil ganhar muito dinheiro com minúsculos movimentos de preços. Se você tem milhões de euros à sua disposição para investir, precisa apenas que o preço varie 0,0001% para obter grandes benefícios”.

    Na pirâmide alimentícia mercantil, empresas como Siemens ou Volkswagen são mais rápidas do que um banco. E abaixo delas estão as companhias intermediárias, os governos locais e os investidores privados. Há um velho ditado nas bolsas: os investidores privados sempre perdem. Às vezes ganham, mas é como jogar roleta. E recorda: “Há duas décadas, uma ação ficava uns quatro anos nas mãos de seu dono. Hoje a média é de 22 segundos”.

     

  9. a banca e a mídia

    Aqui não tem o contraditório. O que quer e fala a banca, é o que sai na mídia conservadora.

    O Nassif poderia fazer uma análise do motivo de  a banca preferir o PSDB/oposição no governo, afinal não é aqui que estão faturando com o maior juro nominal entre todas as nações? Olha os bilhões de lucro que ano vem ano vai apresentam  em seus balanços. Não está bom assim? O que a oposição oferece ainda  mais a banca?

  10. Banco Central Independente

    Boa tarde,

     

    É interessante notar essa atuação do sistema bancário europeu e imaginar como isso ocorreria no Brasil.

    O PROER do governo FHC, intencionalmente ou não, criou um sistema bancário cartelizado, sobraram poucos bancos que comandam todo país. Isso faz com que seja fácil para eles controlarem taxas de juros, tarifas e outras formas de lucro.

    Criar um Banco Central independente seria criar uma nova agência no país e qual o problema delas?

    As agências quando chegaram aqui já eram execradas no EUA, seu país de origem, isso é dito em vários livros de Direito Administrativo. Por quê? Elas dão um excesso de independência a seus gestores, encaminhados por mandato, o que faz com eles, em regra, comecem a defender mais o interesse das corporações do que da populção ou do Governo. Imaginem o que é mais difícil de se corromper, três, cinco diretores, ou um Congresso inteiro, um membro do executivo que tem sua vaidade avaliada nas urnas?

    Um banco central independente criaria uma maneira do sistema bancário eleger seus juros sem ter que fazer compromissos com qualquer político, que por mais que sejam impuros, dependem do voto para manter seu poder.

  11. É a banca privada, estúpido!

    “Não existe livre mercado”

    “Na pirâmide alimentícia mercantil, empresas como Siemens ou Volkswagen são mais rápidas do que um banco. E abaixo delas estão as companhias intermediárias, os governos locais e os investidores privados.”

    No passado já disse e torno a dizer: A grande utopia é pensarmos que vivemos em uma democracia, quando na realidade, e todos os fatos mostram isto, vivenciamos na realidade, é o que podemos chamar “Democracia Corporativista”!

    As Mega-Corporações é que comandam o sistema, e os governos nada mais são que gerentes destas Corporações, nada mais.

    Sobre a ilusão de se ter um Banco Central independente, lembro que todos os que tentaram foram “acidentados” e a maior aberração, foi quando na guerra da Libia, os chamados “revolucionários” criaram um Banco Central, logo no início dos combates! Vide matéria do Viomundo ( É a banca privada, Estúpido de 16-04-2011).

    Interessante pesquisar também, o início da fundaão da nação norte-americana, e a implementação de seu BC.

    Ler para crer!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Em tempo: E na mão de quem está o vil metal? 

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