Brexit e o nacionalismo, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Por Fábio de Oliveira Ribeiro

O nacionalismo é um fenômeno antigo, mas passou por diversas evoluções ao longo da história. No mundo antigo, a nação era a cidade. Os cidadãos de Atenas usavam a mesma língua que os de Esparta, mas uns e outros nunca chegaram a se considerar pertencentes à uma mesma nação grega. Mesmo quando se uniam para combater o inimigo comum persa, atenienses e espartanos continuavam a devotar sua lealdade apenas à suas respectivas cidades. O mesmo fenômeno ocorria na Itália antes de Roma começar a se expandir e a remodelar o cenário cívico.

Durante o Império Romano, o nacionalismo que opunha o romano ao bárbaro era fundamentalmente político. A aquisição da cidadania romana não dependia do nascimento em Roma. De fato, imperadores romanos importantes nasceram na Espanha (Trajano e Adriano), na África Proconsular, atual Líbia, (Sétimo Severo, que nem mesmo tinha antepassados romanos) e na França (Caracala).

O fim do Império Romano produziu intensa desorganização política na Europa. Após um longo período de guerras entre povos bárbaros e povos mais ou menos romanizados começou a surgir um novo tipo de nacionalismo baseado nas etnias que ocupavam extensas áreas territoriais. Em seus estágios iniciais, porém, o nacionalismo étnico (que é muito distinto do nacionalismo político) não tinha as mesmas características que viria a ter nos séculos XIX e no século XX.

As primeiras cogitações científicas que originaram a moderna perversão nacionalista ocorreram na Inglaterra e na França durante o século XIX. As teorias de Thomas Buckle, Luis Agassiz e Arthur Gobineau justificaram a colonização e intensa exploração da África e da Ásia por ingleses e franceses. Nos EUA, o racismo científico foi empregado para consolidar o regime de separação política entre brancos e índios/negros que vigorou com maior ou menor intensidade da Guerra Civil norte-americana até os anos 1960. O “saudável regime” norte-americano influenciou Hitler, que o elogiou muito no seu famigerado livro Mein Kampf.

A Alemanha Nazista não foi, portanto, um fenômeno isolado e sim o aperfeiçoamento pervertido da perversão inventada por Thomas Buckle, Luis Agassiz e Arthur Gobineau. Franceses e ingleses acreditavam que eram superiores aos africanos e asiáticos. Os nazistas acreditaram que os alemães eram superiores aos demais povos europeus. França e Inglaterra usaram violência e crueldade para colonizar e explorar a África e a Ásia. O III Reich resolveu usar brutalidade ainda maior para colonizar e explorar a Europa e a União Soviética. Leopoldo II, Rei da Bélgica, comandou o holocausto no Congo. Hitler o imitou ao produzir o holocausto dos judeus europeus.

O nacionalismo soviético (político) confrontou e derrotou o nacionalismo nazista (racial). Ao fim da II Guerra Mundial, franceses, ingleses e norte-americanos foram obrigados a começar a se desligar das teorias raciais que originaram o nazismo. Os acordos comerciais entre França e Alemanha foram o embrião do Mercado Comum Europeu e da União Europeia. Nos EUA a luta pelos direitos civis dos negros perduraria até os anos 1960. Apesar da eleição e posse de um presidente negro (Barack Obama), em vários Estados dos EUA as comunidades negras reclamam, com razão, das agressões e assassinatos cometidos por policiais brancos e racistas.

A saída do Reino Unido da União Européia deve ser avaliada com a devida contextualização histórica e julgada com cuidado. A decisão foi apertada e não equivale ao renascimento do nacionalismo imperial e racista que existia no centro do Império Britânico durante o século XIX. Quase metade da população britânica votou em favor da permanência na UE; os racistas extremistas são uma minoria dentro da maioria apertada que deu vitória ao #Brexit. A percepção que parece ter prevalecido é a seguinte: pertencer a UE estava produzindo mais problemas sociais do benefícios econômicos para os cidadãos do Reino Unido.

“It’s the economy, stupid” dizia Bill Clinton quando era candidato a presidência dos EUA. “It’s the neoliberalism, moron” podemos dizer em relação ao que ocorreu esta semana. O principal conflito que produziu a fragmentação da UE não é entre imigrantes e nacionais/nacionalistas, mas entre o povo do mercado e o povo do Estado. A predominância das finanças e dos financistas sobre a política é um fenômeno terrível, pois acarreta desemprego, reduções de salários e direitos, revogação de benefícios previdenciários, pobresa e fome provocando intensa concentração de renda.

O mercado não tem nação. Aqueles que dele se beneficiam não querem ter quaisquer compromissos nacionais. No neoliberalismo, os vencedores (que são sempre os mesmos) cuidam apenas dos próprios interesses: ganhar sempre mais dinheiro num menor período de tempo pagando menos impostos. As modernas nações políticas (que sucederam as nações raciais) seguem, contudo, sendo os únicas destinatárias do amor e das esperanças daqueles que foram excluídos dos benefícios do crescimento econômico.

Ingleses, franceses, alemães, portugueses, espanhóis, gregos, belgas, norte-americanos, brasileiros etc… querem apenas uma coisa: ter um padrão de vida razoável. Eles não querem uma nova guerra mundial. É a predominância política da lógica do mercado, que pressupõe uma guerra permanente entre ricos e pobres, que pode acarretar a destruição da humanidade. De fato, o povo do mercado não tem e não quer ter compromissos nacionais, ele só acredita no lucro fácil, rápido e sem custo. Homens como George Soros ganham dinheiro destruindo Estados nacionais.

O neoliberalismo fez exatamente isto: ele destruiu os Estados nacionais, provocando a instabilidade social que levou a maioria dos cidadãos do Reino Unido a querer sair da UE. O terremoto europeu – que apenas começou – pode decretar o fim definitivo da era neoliberal. Isto será ruim sim, mas apenas e principalmente para alguns financistas. Os lucros deles serão menores, mas é evidente que eles não irão morrer de fome como as vítimas deles tem morrido, inclusive na Europa.

A falência do nacionalismo político soviético acarretou o renascimento e a explosão belicosa do nacionalismo étnico nos Bálcãs. A balcanização da Europa (temor difundido pelos defensores da UE) é uma falácia. A paz européia foi construída pela união dos Estados nacionais europeus, mas no princípio esta união era apenas comercial e preservava  o caráter nacional dos seus membros. Foi justamente a união monetária, o crescimento da importância política da UE e a destruição dos Estados nacionais europeus pelo neoliberalismo que deu origem ao conflito entre o povo do mercado e os povos dos Estados europeus. E este conflito – e isto me parece bastante evidente – não tem semelhança alguma com o conflito étnico que já existia entre os povos balcânicos durante o período soviético. O povo do mercado não é uma comunidade étnica e sim uma comunidade de interesses. The concerns of the financiers were harmed, then what? Fuck them!

Fábio de Oliveira Ribeiro

6 Comentários

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  1. O editorial de Pour une

    O editorial de Pour une Euorpe intelligente – Solidarité et puissance diz tudo:

     

    Brexit, mauvaise nouvelle ?

    Oui mais mauvaise nouvelle pour ceux qui avaient fait de l’Union européenne (commission, parlement, administrations dites de Bruxelles ) des machines à soumettre les peuples européens à leur domination.En premier lieu Washington et Wall Street qui ont toujours considéré le continent européen comme une véritable colonie au service de leurs spéculations financières et de leur ambitions géostratégiques, notamment détruire la Russie et tuer dans l’oeuf les coopérations avec le Brics. Mauvaise nouvelle aussi pour les lobbystes de toutes origines qui obtenaient de Bruxelles, par des pressions inavouables, toutes les décisions favorables aux entreprises et intérêts économiques généralement non européens. Mauvaise nouvelle enfin pour tous ceux, en Europe même, qui s’appuyaient sur le prétexte européen pour refuser toute évolution permettant plus de jeu démocratique au plan des institutions.

    Ici, nous avions comme beaucoup d’autres eu nos illusions concernant les « bienfaits » de l’Union européenne. Mais les dernières années nous ont ouvert les yeux. A défaut d’une Europe véritablement fédérale, de configuration réduite, disposant d’un parlement démocratiquement élu et d’un gouvernement responsable devant ce parlement et donc devant les opinions européennes de la base, la machine américano-bruxelloise était devenu insupportable.

    Certes le Brexit ne suffira pas à transformer l’Union, la débarrasser de ses vices rédhibitoires. La machine à aliéner les européens et leurs opinions publiques reste en place et multipliera ses efforts pour le rester. Mais l’exemple est donné et tous ceux qui dans les pays européens voudraient que leur pays sorte à son tour de l’Union et retrouve la voie d’une Europe des Etats souverains négociant des coopérations au mieux de leurs intérêts propres, pourraient enfin voir leur crédibilité se renforcer, les électeurs les soutenir et finalement des changements politiques profonds se mettre en place au niveau du continent tout entier.

    Les pressions diplomatiques et financières américaines, le jeu des lobbies ne cesseraient pas pour autant, mais il leur faudra dorénavant s’exercer au niveau des Etats et non de Bruxelles. Leur jeu sera rendu plus difficile et d’autres intérêts plus légitimes pourraient enfin se faire entendre.

     

  2. Brexit e o naconalismo….

    O mundo inteiro protegendo seus interesses, sua soberania, seus empregos, seu territorio, seu patrimonio, sua economia, suas empresas. E somente depois disto irá verificar como pode manter-se inserido no contexto global. De forma livre, democrática, soberana, direta, eleita, o povo inglês decidiu. Aqui no Brasil está se tentando recriar a politica medíocre das privatizações, transferir nosso destino e decisões para interesses comerciais estrangeiros, doar capital, conhecimento e território para decisões além das nossas fronteiras. Pobre país limitado.

  3. Brexit
    UMA NOVA EUROPA?
    “A luta pelo reconhecimento tornou-se rapidamente a forma
    paradigmática de conflito político no fim do século XX”
    (Nancy Fraser, Justice Interruptus, 1997)

    O plebiscito de 23 de junho, no Reino Unido (UK), que aprovou a saída daquele país da União Europeia não pode ser visto apenas como uma vitória política da direita, como noticia intimidadoramente grande parte da mídia. Nem mesmo se atribua, embora possa ter sido uma motivação, a onde migratória que atinge todo o continente ou à insularidade britânica.
    Há um enorme hiato entre o discurso ideológico e político, prevalecente desde as últimas décadas do século anterior e a dura realidade cotidiana dos trabalhadores e dos assalariados em geral.
    Os mais recentes estudos sociais, políticos e sobre as instituições vigentes ressaltam não apenas a incapacidade de resposta quer do Estado quer do mercado às demandas das populações do século XXI, como as falhas dos diagnósticos com as visões, métodos e princípios que prevaleceram em quase todo pensamento do século XX.
    No editorial de Le Monde, seu diretor Jérôme Ferroglio afirma que “o pior será continuar como antes”.
    Sem intuito dogmático, apenas reproduzindo as reflexões da Teoria Crítica e da sociologia mais atual, o processo de globalização, restrito a algumas áreas comerciais e adotado amplamente pelo capital financeiro, pode ser identificado como a verdadeira causa do que “não pode continuar”. O Brexit e as numerosíssimas manifestações de protesto que assolam a Europa são o testemunho do descontentamento.
    Mas o interesse da poderosa “banca”, o sistema financeiro internacional, se espalha pelos veículos de comunicação de massa, pelas manifestações de políticos, analistas e mesmo pelas academias. Recentemente, na mesma Inglaterra do plebiscito, professores do Imperial College e de outros notáveis centros de estudo econômico do UK promoveram um manifesto em favor do ensino da economia, que, segundo eles, havia sido substituído naquelas escolas pela “engenharia financeira”.
    De início, como observa com clareza o professor do IUPERJ, José Maurício Domingues (Cidadania, direitos e modernidade), “não se vislumbram quaisquer políticas sociais que efetivamente ultrapassem as fronteiras nacionais”. Talvez esteja aí o sucesso político da “direita” que melhor soube galvanizar o descontentamento com acenos nacionalistas.
    Mas não está apenas aí a sensação invasiva da globalização. Ela traz o denominado modelo neoliberal, um verdadeiro zumbi do imperialismo inglês do século XIX. Recordemos os direitos das pessoas. Há quase um consenso que seriam de três ordens: os direitos civis, de apodítico reconhecimento, que trata da liberdade individual; os direitos políticos, onde já se travam controvérsias entre filosofias e escolas; e os direitos sociais, ainda mais confusos, que o conhecido e recém falecido filósofo Norberto Bobbio apontava serem o direito ao trabalho, à saúde e à instrução. Mas há quem identifique num único e abrangente direito: o da cidadania.
    O pensamento único, da globalização, do neoliberalismo, apenas considera o direito à liberdade individual, sem mesmo as amarras do liberal John Rawls (Uma Teoria da Justiça), pois a banca, que acolhe e opera com todo capital ilícito do mundo, não tem como é óbvio a preocupação ética.
    O total domínio sobre as políticas “nacionais” europeias do capital financeiro, na época que se discutem os direitos intersubjetivos – ecológicos, de gênero, de raça, de religião, constitui verdadeira agressão e um enorme retrocesso social.
    Creio que o diretor editorialista de Le Monde referia-se a esta condição de subordinação à banca que não mais deveria prevalecer.
    Quanto a nosso País, onde um enorme retrocesso de toda ordem está em marcha, a “crise”, que acredito ocorrerá com o euro, poderá ser antecipada e este provisório governo ver-se-á, com mesóclises e tudo, em ainda maiores dificuldades.
    Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado
    Em 24/06/2016

  4. “trabalhadores de todo mundo, uni-vos” ao invés do stalinismo!

    Claro que no fundo a decisão de sair da UE se deve primordialmente a razões econômicas. Mas o problema é quem ganha politicamente com isso: o nacionalismo, que sempre é de direita principalmente nos paises centrais. NA UE quem luta contra o imperialismo dos mercados sem nação são os internacionalistas e não os nacionalistas, tirando as viúvas de Stalin (que eu não considero como esquerda). Estados nacionais não são proteção contra o internacionalismo dos mercados. Primeiramente porque os Estados nacionais nasceram junto com os mercados internacionais e ambos sempre deram suporte um ao outro, de diferentes formas. Em segundo lugar porque a democracia representativa que forneceria a tal proteção no ambito dos Estados nacionais está carcomida, perdeu sua legitimidade especialmente na Europa. Hoje os Estados nacionais são tão controlados pela maioria do povo quanto o mercado internacionalizado – estamos vendo isso agora aqui no Brasil. Em terceiro lugar porque o internacionalismo  é um avanço para a humanidade, mas um avanço  que causa destruição porque é feito por meio do e para os mercados, e não porque é internacionalismo. Se a esquerda representa uma possibilidade de progresso humano deve confrontar o poder dos mercados no seu território – o internacional – em lugar de tentar fazer a história recuar sendo conservadora e retrógada em lugar de progressista. Ou seja sendo direita e não esquerda; Não adianta confrontar o ‘nacionalismo soviético’ com o ‘nacionalismo nazista’: Stalin fez pacto de não agressão com Hitler, estavam do mesmo lado ‘nacionalista’ contra o progresso da humanidade.Espero que o nacionalismo stalinista, que foi uma das receitas do desastre para a URSS e a esquerda no mundo tod, seja definitivamente jogado na lata de lixo da história junto com os nacionalismo de direita.

  5. To be or not to be…

    O governo do Reino Unido realizou o referendo sobre sua vinculação à União Europeia para aliviar a tensão interna no Partido Conservador, onde cerca de 40% dos parlamentares se opunham à adesão à UE por razões de soberania.  O referendo havia sido também uma promessa de campanha do partido.  O povo, incitado pela propaganda ufanista da ala do Partido Conservador contrária à adesão à UE, e amedrontado com a propaganda do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP;  partido de extrema-direita) contra a imigração, votou pela saída da UE.

    Portanto, por mais paradoxal que possa parecer, a votação britânica pela saída da UE não representa uma rejeição deste consórcio por seus fracassos percebidos e analisados. Os mais satisfeitos com o resultado são os partidos de extrema-direita europeus, que antecipam um ‘efeito dominó’ na Europa Ocidental com referendos em outros países e resultados idênticos.

    O fato é que a Europa Ocidental está inquieta. Lesado pelo desemprego e pela imigração que barateia o custo da mão-de-obra, e preocupado com a decadência dos serviços sociais, o povo está farto das mentiras dos políticos. Se dependesse da decisão do povo, a UE seria extinta.

    A verdade, no entanto, é que a crise global está por trás dos problemas enfrentados por todos os países do mundo. A crise no Reino Unido seria ainda pior se não participasse da UE, onde tem acesso ao maior mercado consumidor do planeta sem ter que pagar alfândega (‘free-trade’:  livre comércio) – US $ 1,6 trilhões anualmente e 500 milhões de consumidores.  Além disso, os trabalhadores britânicos têm seus direitos garantidos pela UE  (segurança do trabalho, saúde, educação…), enquanto os capitalistas ingleses queixam-se de tais medidas. Os trabalhadores têm o direito de viver, trabalhar e se aposentar no continente.  Privilegiado por sua aliança com a União Europeia, o Reino Unido também recebeu investimentos externos favoráveis à sua economia, como por exemplo ao sediar grupos de comerciantes chineses, japoneses e americanos que, por residirem na Grã-Bretanha, têm direitos especiais para fazer negócios na UE.  E possivelmente o mais importante benefício ao povo do Reino Unido seja a política de proteção ambiental da EU, por ser mais à esquerda do que a do governo conservador, que dá prioridade aos negócios.

    Se todos esses fatores tivessem sido tomados em consideração no referendo, o resultado possivelmente teria sido bem diferente.  E é por tudo isso também que, agora, está havendo uma reação dos setores mais afetados pelo resultado  (mas tudo indica que não haverá nenhum retorno – os grupos mais reacionários ameaçam reagir se o resultado do referendo não for aceito).

    Isto não quer dizer que a UE está isenta de culpa pelos problemas enfrentados pelos países membros.  Esta é uma organização que responde aos interesses do capital.  Suas políticas são neoliberais, conforme recomendações do Fundo Monetário Internacional, as quais, agora, estão sendo criticada pelo próprio fundo:  austeridade, controle fiscal, etc.

    Tudo indica ainda que um dos objetivos da UE consiste em controlar o destino político dos seus Estados-membros ao unificá-los em seu projeto ‘integracionista’.  Além disso, mais recentemente, por razões geopolíticas, a UE tem estado sob forte pressão dos Estados Unidos:  para reforçar sua posição hegemônica, os EUA se opõem à cooperação econômica entre a UE e a Rússia (que favoreceria a ambos).  Muitas oportunidades de negócios estão sendo perdidas, ferindo a economia e o povo.  Talvez seja por isso que outros países europeus estão considerando referendos.  De qualquer forma, tudo indica que há descontentamento com as rédeas impostas pela UE.

    Pode-se dizer que a sobrevivência da União Europeia depende agora do bloqueio aos referendos ou, talvez, de uma revisão na postura submissa de Bruxelas em relação aos EUA, resultando no estabelecimento de relações econômicas, com países como a Rússia e outros, que permitam a adopção de medidas adequadas para combater a crise.  Usando a nomenclatura dos analistas geopolíticos, os ‘integracionista’ talvez devam dar a vez aos ‘soberanistas’.

    A situação está ainda muito volátil…

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