Estudante brasileira conta experiências em Cuba

Sugerido por Tamára Baranov

Do Pragmatismo Político

Estudante brasileira relata Cuba através de experiências próprias e derruba mitos

Luiza, estudante da UFSC, diz ter partido para Cuba com espírito aberto. “Vivi com eles e percebi como a falta de estrutura causada pelo bloqueio provoca, por exemplo, racionamento, falta de energia, limitação de medicamentos e falta de materiais escolares.”

havana cuba

Havana, capital cubana, à noite. (Foto: Arquivo)

Cursando a oitava fase do curso de licenciatura em Educação Física na Universidade Federal de Santa Catarina, a estudante participou da 19ª Brigada Sul-Americana de Solidariedade a Cuba, realizada pelo Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) e organizada no Brasil através da Associação Cultural José Martí.

Luiza, de 23 anos, participa do projeto Vitral Latino-Americano de Educação Física, Saúde e Esporte, fazendo um trabalho de pesquisa sobre a infância na América Latina. Também é bolsista do projeto “Corpo em Movimento”, no Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI/UFSC). Nesta viagem pensa ter dado os primeiros passos para entender o processo político, social e educacional vivido pelo povo cubano. Após a conclusão das Brigadas, permaneceu mais cinco dias no país do Caribe, para visitar escolas e a Universidad de Ciencias de la Cultura Física y el Desportos Manuel Farjado, de Havana.

Luiza afirma ter partido para Cuba com o espírito aberto. “Lá, vivi com eles, comi a mesma comida de que o povo se nutre. Descobri como os cubanos sofrem com o bloqueio, com a falta de infraestrutura e produtos, até de remédios. Tudo isso relatado por eles mesmos.”

Os brigadistas se alojaram no Campamento Internacional Julio Antonio Mella, na cidade de Caimito, província de Artemisa. Ali, assistiram a conferências, a filmes cubanos e apresentações artísticas, além de visitarem museus e escolas. “Participamos também de uma experiência de trabalho voluntário agrícola, introduzido por Che Guevara, que os cubanos fazem questão de compartilhar como conceito, pois não se baseia em uma lógica de mercado, mas tem a proposta de formar uma consciência coletiva que sustente o ideal socialista”, diz a estudante.

Assim, além de conhecer cooperativas agrícolas, os participantes das Brigadas de Solidariedade trabalharam em um campo de feijão e uma plantação de manga. “Visitamos também a ilha da Juventude, onde ficamos quatro dias, e uma cooperativa de artesãs que trabalham com argila. Foi bonito ver que elas mesmas determinam as horas de atividade, pois se trata de um trabalho artístico, que não depende de regras mecânicas de produção.”

Na ilha, como observou a estudante, há uma boa produção de frutas e outros produtos agrícolas, mas o modo de produção ainda não está mecanizado como no Brasil, embora o processo de irrigação tenha lhe parecido bem eficiente. “As vacas são destinadas à produção de leite, por isso, em Cuba, come-se principalmente carne suína. A alimentação para a população é barata e de boa qualidade. Cada família recebe de acordo com o que necessita. Se há mais crianças em casa, recebem mais leite. Se há mais adultos, uma quantidade maior de mantimentos.” O transporte também é praticamente gratuito, paga-se simbolicamente. “E se a pessoa não tiver dinheiro, não há problema, ela pode embarcar no ônibus do mesmo jeito. Isso é para todos.”

Cerco à ilha

Luiza também se surpreendeu com a reação do povo diante do bloqueio que a economista Nidia Alfonso Cuevas, do Instituto Superior de Relações Internacionais, define como uma barbárie. “O país perdeu parceiros comerciais. No contexto mundial, o princípio da extraterritorialidade imposto pelos Estados Unidos impede qualquer empresa norte-americana que se encontre em outro país de ter relações com Cuba”, comenta a estudante.

A estudante viu as consequências geradas por este cerco absurdo à ilha ao visitar hospitais e escolas. A falta de estrutura causada pelo bloqueio provoca, por exemplo, racionamento, falta de energia, limitação de medicamentos e falta de materiais escolares. “O acesso à internet (que é via satélite e muito caro), está disponível principalmente em universidades, centros de pesquisa, setores do governo e em hotéis.”

Mas, mesmo com toda a dificuldade do dia a dia, as pessoas manifestam alegria e espontaneidade. “As crianças se divertem, parecem felizes e protegidas nos pátios das escolas, nas ruas. Isto foi o que vi em Havana, um grande centro, que é a capital, quando visitei algumas escolas. Não posso generalizar, mas as pessoas que eu conheci estão sintonizadas com a revolução, defendem o governo e sabem o que acontece fora de Cuba”.

Luiza comenta que os cubanos demonstram conhecer muito bem a realidade do mundo. “Pensei que por causa do bloqueio eles não soubessem dos acontecimentos, mas os documentários na TV aberta informam muito bem sobre a situação mundial. Alunos bem pequenos sabiam, por exemplo, muitos fatos relacionados ao Brasil, e queriam conhecer mais.”

Em relação á educação Luiza constatou que “é realmente para todos, e totalmente gratuita, desde o Círculo Infantil até a Universidade.” Na saúde o acesso também é universal. “Fui atendida no posto de saúde, pois me faltou um remédio, e paguei um preço simbólico. Se não tivesse dinheiro, seria de graça. Também não percebi nos médicos uma postura arrogante de quem diz ‘eu sou o doutor’.”

Lá, existe o médico de família e há, em cada quadra da cidade, núcleos de atendimento à família, com profissionais da psicologia, serviço social, entre outros. ”É visível a humanidade no atendimento à saúde, mas também no geral, com as pessoas com quem relacionei. Ouvi relatos de quem tinha doença grave e recebe todo auxílio. Conversei com uma senhora diabética, que teve que amputar as pernas, e ela me disse que recebe todo o atendimento de que necessita.”

Teoria na prática

O acesso dos cubanos ao mundo da arte, da cultura, da literatura também impressiona. “A vida cultural é riquíssima, com muitas atividades de acesso gratuito para a população. Há numerosas feiras de livros, que realmente são bem baratos. Lá se nota que há a prática da teoria deles. Eles entendem o conhecimento como algo integral. E se você conhece, tem a obrigação de compartilhar com o outro.” Uma das paixões nacionais é a novela brasileira. “Mas os cubanos não se enganam com a ficção, têm consciência de que é fantasia, que a realidade social brasileira não é como mostram as novelas”.

Várias conferências que Luiza assistiu despertaram seu interesse, uma delas, da Federación de Mujeres Cubanas. Há muitos núcleos desta federação no país, que atuam na prevenção, esclarecimento e proteção das mulheres acerca da sexualidade e violência, por exemplo. Em Cuba, conta a estudante, as grávidas condenadas por algum delito têm direito a acompanhamento médico idêntico ao de uma mulher em liberdade, pois o bebê é um cidadão cubano como todos os demais, e não vai para a prisão com a mãe. Após o nascimento, ela e o bebê recebem atendimento até o fim da amamentação, quando então a mulher volta a cumprir a pena. A licença maternidade em Cuba, vale dizer, tem a duração de um ano. “‘Los hijos de la pátria’ (os filhos da pátria), crianças e adolescentes que perderam os pais, são acolhidos pela sociedade, com todo atendimento de educação, saúde, até a universidade.

A vida política na nação caribenha é intensa, como notou Luiza. Os deputados não recebem salário de político, somente a remuneração da profissão em que atuam enquanto também cumprem o mandato. “Os políticos entendem que trabalhar no governo é uma extensão de seu papel social, um dever. Eles têm que prestar contas do trabalho à sociedade, de modo rigoroso.”

Ao final das brigadas, nos cinco dias em que ainda ficou na ilha, Luiza teve contato com alguns jovens que reclamaram por não poder viajar, “Eles disseram que é difícil passear no próprio país, pela falta de dinheiro, pois recebem em peso cubano. Falaram também que são poucos os que conseguem viajar para fora, pois isso só acontece se for para realizar uma pesquisa, uma palestra ou para fazer um curso.”

Educação para todos

Ao visitar a Universidad de la Cultura Física y el Desporto Manuel Farjado, acompanhada pelo professor Pedro Martinez, diretor da Radio Havana Club, Luiza pôde conversar com o reitor Antonio Becalli Garrido, “Ele me explicou que em Cuba o conhecimento é parte da sociedade, sendo assim, é fácil de adquiri-lo. Todos que querem frequentar a universidade podem ter acesso a ela, pois ali se investe em educação para todos. Em outros países, muitas vezes, pode-se ter talento mas, se não há dinheiro, não é possível estudar ou praticar esportes.”

Em Cuba há 14 escolas de Educação Física e todas são de graduação e pós, e os estudantes incentivados a prosseguir estudos. O curso é fundamentado por três eixos: regular diurno, regular para atletas de alto rendimento e o de universalização. “Entende-se que a vida do atleta é diferenciada, com rotina de treinos e preparação para competição. Por isso é necessária uma adaptação à estrutura do currículo, para que siga sua vida acadêmica, com uma boa formação e uma profissão, pois a vida do atleta é relativamente curta por fatores como o intenso desgaste físico.”

O curso de universalização foi implantado por Fidel para levar a universidade em todos os cantos do interior, dando oportunidade de estudos para todos os cubanos. São 500 os professores que ensinam nesta área, sendo 68% mulheres. Na ilha há 23 mil estudantes de educação física e a universidade que Luiza conheceu conta com 2.200 alunos. Os mestrados mais importantes são em treinamento desportivo e cultura física terapêutica, formação professores de educação física, atividade física na comunidade e esporte de combate.

Luiza cita que o reitor Antonio Garrido, durante a entrevista, afirmou: “A essência do desporte cubano parte da universidade. Quando falamos das nossas medalhas olímpicas – e poucos países podem falar disso como nós – essas fundamentalmente surgem dos professores da universidade, porque a ciência assume um papel muito importante no desporte; pois estamos falando de biologia, fisiologia e metodologia do desporte. Tratamos o alto rendimento em forma de sistema, temos que ter uma equipe muito disciplinada para trabalhar com o atleta, sendo assim a universidade tem um papel de protagonista.”

Inspiração para lutar

Luiza também teve contato com a Federação dos Estudantes Universitários, entidade estudantil que trabalha com uma atuação política organizada. “Alguns estudantes disseram que a classe estudantil tem o privilégio de manter uma boa relação com as reitorias, pois o entendimento em Cuba é de que a universidade é dos estudantes.”

Para Luiza, a viagem foi uma oportunidade de conhecer “a realidade de um país que apresenta um sentido avançado de humanidade, mas vive boicotado por uma grande potência, que não lança um olhar humano sobre este povo.” Mas os cubanos, como ela diz ter percebido, não têm raiva dos americanos. “Falam deles como irmãos. Nunca queimaram uma bandeira dos EUA em Cuba, tanto que muitos turistas estadunidenses vão conhecer a ilha, onde são bem acolhidos.”

A estudante, que veio de Lages, interior de Santa Catarina, para estudar em Florianópolis, mora em uma república com outras quatro estudantes. Ela perdeu o pai em 2009, tem dois irmãos e para estudar conta com o apoio da mãe, que trabalha como auxiliar de contabilidade em uma empresa. Para continuar seu trabalho de pesquisa, ela agora espera poder viajar para o Chile e, se tudo correr como sonha, pretende aprofundar as pesquisas sobre infância e educação física na Venezuela, Equador e Argentina. Esta primeira viagem de estudos contou com o apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, e ela frisa que não teria se concretizado sem a atenção e orientação do professor Paulo Capela, do curso de Educação Física da UFSC.

Luiza de Liz pensa que a o início de sua caminhada pela América Latina foi emblemático. “Cuba é um exemplo de que muitos tiveram que morrer para que houvesse a mudança. É uma inspiração para grandes lutas. Mas penso que apenas espelhar-se no modelo cubano seria um engano, pois cada país tem que encontrar seu próprio modo de fazer a sua revolução transformadora.”

Fonte: UFSC

Redação

25 Comentários

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  1. Excelente

    Em determinado momento conversando com uma capitão do exército ela relatou a sua experiência de uma visita à Cuba. E tome-lhe malho. Quando ela concluiu sua explanação, perguntei se ela tinha aproveitado a oportunidade e visitado os países circunvizinhos, e se ela acreditava que o bloqueio econômico sofrido por Cuba em várias décadas podia ter influenciado no que ela observou.

    Nó na cabeça, ela não conseguiu responder. Se tivesse tido acesso a esse depoimento acima teria, prazeirosamente, ofertado a ela.

  2. Delirios de uma jovem

    Delirios de uma jovem encantada

    O bloqueio é o culpado de tudo ne?

    rs

    Eu sempre achei muito chic ser pró Cuba morando no Brasil ou em qualquer lugar que nao seja lá

    Isso é fundamental para os diagnosticos tolos sobre um suposto paraiso proletario

    Cuba como todos os paises que optaram pelo marxismo só fez socializar a miseria…rs

    Ela com certeza sabe mais do que os milhares que tentaram sair da ilha a nado…rs

     

    1. É ridículo um cara que nunca

      É ridículo um cara que nunca foi para Cuba tentar desqualificar um testemunho de quem esteve lá para comprovar. Mais ridícullo ainda quando não cita fatos nem apresenta uma argumentação consistente, limitando-se a fazer afirmações manjadas sem a menor comprovação.

      O que ele chama de socializar a pobreza significa permitir ao povo acesso à saúde e educação de qualidade. Se Cuba tivesse a mesma injustiça social que se observa em outros países do Caribe, que ele não critica, aí ele ficaria feliz.

      Para esse conhecido troll de extrema direita o que falta em Cuba é o luxo para poucos e qualidade de vida digna para todos é um mal a se combater.

       

      1. O procurador geral ataca

        O procurador geral ataca novamente

        Me diga uma coisa Ruy voce só fala de lugar onde foi?

         rs

        presta attençao nos criterios que usa para legitimar sua sanha ideologica pois eles podem servir para todos ( vc incluso )

        Cuba é o que todos sabem, uma ilha miseravel onde carros e predios caindo aos pedaços dividem espaço com turistas que tenha moeda forte 

        Desculpe colega sao os fatos

        Haver saude, educaçao e segurança nao é merito nenhum, é OBRIGAÇAO  do governo, se ele nao conseguisse fazer isso em um ILHA serviria de que?

        rs

        1. Não conheço, não vi e não gostei.

          Retomando o Ruy: é incrível como um camarada que nunca esteve em Cuba, saia, do nada, publicamente desmentindo e contradizendo um depoimento de alguém que esteve, trabalhou, estudou em Cuba e conviveu com famílias cubanas.

           Pensando bem não é incrível coisa nenhuma. Matraquear o mantra que a elite e a mídia brazuca repetem com insistência e perseverança já há meio século é até compreensível. Não fosse assim não existiria a profissão do ventrículo.

          Estive em Cuba por duas vezes, como turista. E pretendo voltar.

          Recomendo: além de um lugar belíssimo, paisagens deslumbrantes, um povo ultra acolhedor -especialmente com os brasileiros, me pareceu- é uma constatação viva e palpável de  que porque o Socialismo apavora tanta gente. Gente convicta de que cada classe, cada macaco no seu devido galho, é o melhor dos mundos.

          Quem preferir Miami, nada contra. Mas que tenha muita grana pra torrar com bugigangas e roupas bregas. E que não demonstre ser ou aparente ser latino americano, se quiser ser civilizadamente tratado.

          1. Que depoimento

            Que depoimento bonito…

            Natureza, gente boa, estadia na condiçao de turista

            E eu devo concordar com tudo o que vc postou, agora o que voce nao disse ( e nem ira faze-lo ) é que pretende morar lá e deixar seu padrao de vida ” burguês decadente ” para ingressar na ” qualidade de vida do cubano atual ” 

            Afinal de contas ser progressista é bom pero no mucho… rsrsrsr

          2. Morei temporariamente em

            Morei temporariamente em alguns lugares do mundo, caro Leônidas. Precariamente em alguns e menos precariamente em outros.  Nunca por um capricho burguês e sim por uma puta curiosidade de saber como a orquestra toca fora do Brasil. A curiosidade faz essas coisas com a gente, você sabe.  Abraço. 

          3. quando de passagem por algum

            quando de passagem por algum lugar a gente aceita mesmo certas condiçoes

            mas para viver nele é outra coisa né?

            rs

          4. Termópílas? É logo ali na esquina, general.

            Como se trata de uma pergunta, vai a  resposta:  essa experiência é intransferível.  Nada adianta você me perguntar.

            Tente sair do conforto da crítica pela crítica, da mera pentelhação, da opinião vazia de quem ouviu o galo cantar mas não sabe onde e verifique por si.

            Faça como seu xará, general espartano: vai à luta.

          5. Hum…
            Parece que vc ate saiu

            Hum…

            Parece que vc ate saiu mas voltou para o conforto de uma naçao onde nao exista ditadura e permite que alguem ” sai do conforto da critica ” e vá para outro pais né?

            rsrsrsr

          6. Pois é, amigo. Pena que os

            Pois é, amigo. Pena que os cubanos não possam ter a liberdade de escolher morar temporariamente em alguns lugares do mundo por puta curiosidade. 

        2. Muita asneira junta.
          Saúde e

          Muita asneira junta.

          Saúde e educação de qualidade para você é só um detalhe, não tem importância. Mesmo que o país miserável de que você fala tenha índices de saúde pública e nível ciltural da população muito superiores ao país mais rico da História da humanidade. Isso para você não é nada.

          Importante mesmo para você é que as ruas tenham carros novos e luxuosos, mesmo que seja para uma ínfima minoria e a população mesmo se lasque sem um transporte público decente. Cuba comete o crime de priorizar a população mais pobre, justo o que você não quer. País bom para você é o que prioriza uma minoria rica em detrimento da plebe.

          “Cuba é o que todos sabem, uma ilha miseravel onde carros e predios caindo aos pedaços dividem espaço com turistas que tenha moeda forte”

          Conheço pessoas que foram para lá e contam que não é nada disso. Mas você mesmo sem ir sabe muito mais afinal é o dono da verdade (e pai da arrogância).

          Sanha ideológica é a sua que divulga mentiras antigas com um fanatismo impressionante, sem ligar para o anacronismo de suas imprecações boçais.

          É divertido ver você jactar-se com tanta arrogância uma genialidade que pensa ter (ledo engano), tentando fazer-se de humorista através de patéticas tentativas de piadas que só provocam nos outros a chamada vergonha alheia (vergonha pelo ridículo que você se permite passar). 

           

          1. Poxa Ruy na sua idade achar

            Poxa Ruy na sua idade achar que atraves de tautologia voce pode mudar a realiade é algo triste de ver

            Não sinto vergonha alheia por voce pois trata-se de um exercicio de negaçao da realidade de fundo ideologico/psiquiatrico…rs 

    2. Nem entro no mérito dos

      Nem entro no mérito dos efeitos do que chamam de bloqueio sobre a economia cubana; algum efeito deve ter, por mais que a extensão do tal bloqueio seja muito exagerada pelos castrófilos. O fato é que é conveniente para Cuba, ao menos, quando se trata de propaganda ideológica. Ou, melhor dizendo, coveniente para o regime cubano. Nada mais parecido que o mito de Davi e Golias, tão caro aos idealistas de esquerda. E faz pessoas como a Luiza sinceramente acreditarem que Cuba seria um lugar próspero de outra forma. Afinal, não podem pensar o mesmo da Coréia do Norte, né?

      1. Realmente o fato do país mais

        Realmente o fato do país mais rico do mundo perseguir uma pequena ilha no caribe por mais de cinquenta anos com um pesado bloqueio econômico, que ele não faz nem sobre algumas das mais violentas ditaduras do mundo não tem nada a ver com Dvi e Golias. É tudo fingimento de Cuba.

        Existe muito mais liberdade e democracia em Cuba do que n Arábia Saudita, mas o contrário da ilha caribenha, o reino dos Saud não distribui a riqueza do País para toda a população, usando-o para a ostentação da famiglia que é dona da nação. Isso sim é fazer parte do mundo livre: injustiça social, riqueza de poucos, desigualdade… É o “American Way of Life”.

        O comunismo acabou e Cuba está longe de ser o país mais fechado. A questão dos EUA com Cuba é outra. Quando a revolução apeou Batista do poder Cuba era uma propriedade da Máfia americana. Era um quintal velho que os americanos consideravam sua propriedade desde a guerra contra a Espanha e só não incorporavam ao seu território porque tinha o inconveniente de estar sendo habitado por uma população indesejável a quem os americanos jamais concederiam cidadania, mas que seriria bem de mão-de-obra para exploração.

        Desde quando tentaram comprar Fidel para que o governo revolucionário substituisse o governo Batista como testa de ferro da Máfia americana e Fidel recusou, os americanos tem um ódio profundo pelo País, que tentaram invadir para recolonizar ainda no início da década de 60 do século passado.

        Não conheço na História da humanidade uma situação mais adequada entre duas nações para que se evoque a imagem de Davi contra Golias.

        Só que neste caso Davi não matou Golias, apenas não deixou que o gigante o colocasse de joelhos. O gigante é agressivo, mesquinho e cruel, não aceita deixar que o Páis viva em paz.

        Só não me venha com essa historinha boçal de liberdade OK? É uma mentira muito tosca.

  3. > A vida política na nação

    > A vida política na nação caribenha é intensa, como notou Luiza.

    Sim, e sabemos bem como a pluraridade é apreciada por lá.

  4. Cuba, por um cabano premiado em Cuba em 2012

    Cuba: o preço da singularidade

    por LEONARDO PADURA FUENTES, 58, escritor e jornalista de Havana, vencedor do Prêmio Nacional de Literatura 2012 de Cuba. Artigo publicado na Folha de São Paulo em 20/10/2013

    Há um país no mundo onde um porteiro de hotel, ou um manobrista, ou até um vendedor de abacates ganha mais dinheiro do que um médico, um engenheiro, um professor universitário. Esse país, é claro, tem que ser extremamente singular, atípico. Para obter uma vida mais digna, os engenheiros tornam-se porteiros ou motoristas de táxi, os professores passam parte do seu tempo revendo a matéria com os alunos para que seu salário oficial triplique, e há médicos que criam porcos ou que dependem de doações de pacientes ou de remessas enviadas de fora do país por um parente.

    É um país onde as mudanças têm sido tomadas para restaurar a “normalidade” alterada pela deformação da singularidade, em um processo lento, mas necessário, cujos objetivos e formas (mais um caso de singularidade) são pouco conhecidos por seus habitantes. Nós, que vivemos nesse país.

    Desde o início da revolução de Fidel Castro, muito prontamente anunciada como um processo político e econômico socialista, Cuba começou a se tornar esse país singular. Enquanto o governo estava empenhado em praticar uma política internacional de caráter marcadamente terceiromundista (com ênfase na solidariedade internacional, o espírito latino-americano etc.), no interior da sociedade, aplicava benefícios próprios ao Primeiro Mundo, que iam desde o acesso gratuito à medicina, à educação e à prática esportiva de qualidade até o pleno emprego, a ascensão social e intelectual das mulheres e muitos outros.

    Para que os cubanos vivêssemos no Primeiro Mundo, sempre faltou, no entanto, a possibilidade de satisfazer certas preferências materiais, ou a possibilidade de viver em uma sociedade aberta para o mundo, para a troca de ideias, a opção de discordar. A combinação de um e outro extremo desse diapasão de possibilidades e impossibilidades colocou-nos em uma espécie de “Segundo Mundo”, que teria elementos de ambos, mas ao qual faltariam outros aspectos quase em igual proporção. O resultado –ou um deles– estava revestido de nossa peculiaridade política e social, mãe da singularidade visível nas vidas e escolhas dos indivíduos.

    Nos últimos 20, quase 25 anos, que se sucederam desde o desaparecimento da União Soviética e de seu apoio econômico, a singularidade cubana aumentou: no meio de tanto desabamento, o governo persistiu no modelo socialista já estabelecido, manteve sua projeção internacional terceiromundista, mas dos benefícios de Primeiro Mundo poucos sobreviveram.

    Uma educação pública que perdeu qualidade, uma saúde gratuita dispensada em hospitais às vezes em ruínas, uma prática esportiva que, sem se dizer às claras, arriou a bandeira do orgulho do amadorismo, o reconhecimento de que o Estado/governo não pode contratar e pagar salários a todos os cubanos, o renascimento da prostituição e a necessidade de o engenheiro trabalhar como taxista.

    Com o processo de mudança empreendido nos últimos cinco, seis anos, a singularidade cubana começa a desvanecer-se em um movimento que nos cerca cada vez mais, e de forma dramática para a maioria da população, com modos de vida mais próximos aos do Terceiro Mundo com os quais comungamos do que com os do Primeiro Mundo com os quais tentamos competir… Ao menos em determinadas áreas.

    Embora seja verdade que a mortalidade infantil cubana é menor que a norte-americana, que Cuba forma quantidade suficiente de médicos para enviar à Venezuela, ao Brasil e a dezenas de outros países ao redor do mundo sem que seu sistema de saúde entre em colapso, também é verdade que, lenta, mas inexoravelmente, o país esteja se tornando um lugar onde uns (a minoria dramática) têm mais do que outros (a trágica maioria), e que, para manter seu controle político, o governo teve que empreender uma cruzada contra a corrupção, e que lenta, mas visivelmente, faz renascer a iniciativa privada… Porque tanta singularidade resultava insustentável, mesmo para continuar a fazer parte do Terceiro Mundo.

  5.  
    Que diabo impulsiona os

     

    Que diabo impulsiona os poderosos a tentarem impedir os cubanos de tocarem sua experiência em paz? Qual a verdade por trás do absurdo empenho em proteger os cubanos deles mesmos? Não dá para crer, estejam os capitalistas norte-americanos movidos por sentimentos humanitários. Caso fosse esta a motivação, deveriam cuidar prioritariamente de seus miseráveis internos. Miséria, que aliás não é pouca.

    Orlando

    1. bloqueio
      Orlando eu não concordo com o bloqueio imposto pelo EUA a Cuba, mas sei bem que esse bloqueio não impede Cuba de fazer parcerias, importações e exportações com outros paises.Oque levou Cuba a essa decadência foi o próprio socialismo imposto pelo governo Cubano.Mas oque me deixa mais triste é saber que o governo Cubano não esta nem ai para o seu povo, mesmo os vendo sofrer porcausa do bloqueio, o governo não volta atrás de seu sonho de socializar toda a população Cubana, mesmo sabendo que a maior parte deles não o apoia, apenas consente porque nada podem fazer, ele os oprime e os castiga, tudo para manter vivo seu sonho socialista.Poderoso, autoritário e desumano é esse governo Cubano, que mantém seu povo na miséria enquanto o mesmo vive uma vida de rei desfrutando de tudo oque se pode comprar com o dinheiro.

  6. Diferenças

    “O entendimento em Cuba é de que a universidade é dos estudantes”.

    Dizer uma frase dessas a Grandino Rodas pode gerar uma expulsão em certa universidade deste grande país democrático que é o Brasil.

    1. Democratico é Cuba!
      eu só nao

      Democratico é Cuba!

      eu só nao entendo porque todo mundo gosta de apoiar Cuba só o faça daqui do Brasil ou no maximo passando ferias por lá…rs

       

  7. Melhor ter paz em Cuba do que desesperança no Brasil

    Mais de 10 anos estudando para chegar a ser Doutor e ficar desempregado. Para que serviu tudo isso? Noites de sono perdidas, saudade da família, solidão, ansiedade, cobrança por publicações e mais publicações, falta de dinheiro e falta de reconhecimento social, pois ser professor no Brasil é ter menos dignidade do que um filósofo de Facebook. Eu abriria mão das minhas roupas “caras”, dos meus eletrônicos de “última” geração e, principalmente, do meu diploma de Doutor, para ter paz de espírito em Cuba. Escolhi ser professor, mas aqui ninguém se interessa pelo que li. Sinceramente, neste país se cultivam valores errados… Se a burocracia não fosse tão complicada, iria agora mesmo para Cuba. Aceitaria uma vida simples e tranquila lá. Ao menos teria certeza que não morreria numa fila de SUS ou de pneumonia numa calçada. E talvez não perderia 10 anos de minha vida buscando ser alguém para contribuir para uma sociedade que prefere arma do que livro. Minha vida adulta se resume a mais de 1kg de certificados que não me trouxeram nenhuma alegria.

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