EUA, Reino Unido e França ameaçam atacar a Síria

Jornal GGN – Os jornais desta quarta-feira (28) anunciam o possível ataque militar dos Estados Unidos contra o país da Síria. O assunto ganhou destaque com o pronunciamento da Casa Branca. “O objetivo [do ataque] não é derrubar o ditador Bashar al-Assad, e sim mostrar que o uso de armas químicas é inaceitável e viola as normas internacionais”, disse o secretário de imprensa, Jay Carney.  

Em entrevista à rede britânica BBC, o secretário de Defesa, Chuck Hagel, reafirmou as declarações da Casa Branca, e acrescentou que já articulou a ação com os países do Reino Unido e da França. Segundo Carney, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama ainda não determinou  o ataque, mas “está inclinado por uma operação ‘limitada’ de poucos dias e que teria como alvo instalações militares de onde saíram os ataques das armas químicas”, divulgou o caderno internacional, desta quarta-feira, da Folha de S.Paulo.

A possível operação que retalharia o regime sírio é ainda alvo de divergências, segundo fontes ouvidas pela Folha. “Seria arriscado atacar depósitos de armas químicas, preferindo os alvos de onde elas são lançadas”. Segundo informações da Casa Branca, “a primeira bateria de mísseis seria sucedida por uma pausa para se medir (por satélites) o impacto causado e a reação do regime, antes de um segundo ataque”. Outra preocupação é o número exorbitante de civis que está buscando refúgio nos países aliados Turquia (400 mil pessoas) e Jordânia (500 mil).

O Reino Unido já manifestou publicamente seu apoio à intervenção militar na Síria. Para o primeiro-ministro David Cameron, o que se viu na Síria “foram cenas chocantes de morte e sofrimento por armamento químico pelo regime de Assad”, afirmou.

A França também é intolerante ao ataque com armamento químico, e já se colocou em unidade com os EUA para a possível operação. O presidente, François Holande, disse que o país está pronto “para punir” os responsáveis pelo ataque com gás sarin.  

Dúvidas

No entanto, para alguns analistas há dúvidas sobre o ataque. Entre eles, qual seria a base legal da ação militar? O chanceler britânico afirmou que a resposta poderia ser decidida com base “no sofrimento e carência humana”. Neste caso, como ele mesmo afirmou, a decisão de onde atacar não necessitaria passar pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Outro questionamento está nas declarações dos três países que se alinharam para a possível intervenção militar, de que o ataque de armas químicas nos arredores de Damasco foi realizado pelo então ditador Assad. Porém, a Casa Branca e seu serviço de inteligência não apresentaram publicamente tais conclusões. E mais: se a operação não é para derrubar o ditador, qual de fato é o objetivo desta ação?

O jornal Financial Times ressalta essas questões e vê com preocupação o cenário. Para o jornal americano, um possível ataque aos equipamentos militares da Síria pode favorecer apenas os rebeldes.  Além disso, questiona o jornal, quais “os riscos da ação militar?”, considerando que a Síria de Assad “não é um estado pária e sem aliados, e que o país recebe ajuda de assessores russos e iranianos e de grupos xiita libanês Hezbollah”. Por isso, mais do que “apresentar” ao mundo o poder bélico que os EUA têm e que todo mundo já conhece, é preciso avaliar as tensões diplomáticas que este possível ataque pode acarretar com os países aliados à Síria, além das possíveis represálias terroristas por parte do grupo Hezbollah.

O que ocorreu em Damasco não pode ficar sem resposta, entretanto, tudo aponta para um cenário de dúvidas e de insegurança, diante dos desdobramentos deste possível ataque.

Com informações Folha de S.Paulo

Redação

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