Haddad é convidado a compor frente internacional progressista com Sanders e Yanis

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Escanteado pelo grupo de Ciro Gomes (PDT) em tratativas públicas para erguer uma frente, à esquerda, de oposição e crítica ao governo Bolsonaro, Fernando Haddad chamou a atenção de lideranças internacionais e já aceitou convite para participar, em 1º de dezembro, de um encontro em Nova York para lançamento de “uma coalizão internacional progressista”.
 
A internacional é idealizada pelo senador dos EUA Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis. Os dois tratam a frente como uma “forma de se contrapor à proliferação de governos nacionalistas pelo mundo.”
 
Segundo o Painel da Folha, Varoufakis enviou uma carta a Haddad no dia 16 de novembro, para reforçar o convite. 
 
O texto diz que a internacional é um “antídoto” ao avanço da extrema-direita por “toda a parte”. “Como alguém com imenso respeito por suas lutas no Brasil, ficaria muito feliz e honrado em encontrá-lo”, disse o grego a Haddad.
 
Em setembro passado, Sanders publicou no The Guardian um manifesto sobre a internacional progressista.
 
Leia: Um novo eixo autoritário exige uma frente internacional progressista, por Bernie Sanders
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. Direita, volver. Esquerda, reviver
    A reportagem tem um erro grave: onde PDT e Ciro Gomes são de esquerda ou tem qualquer representatividade para “escantear” quem quer que seja?
    Quem tem representatividade para tal é o PT, mas suas lideranças têm sido responsáveis em entender o momento crítico da política mundial e nacional e estão bastante tolerantes com oportunistas como a família Gomes.
    Como alguém que disse que o Vergonhoso flatulento não é uma ameaça à democracia pode ter a pretensão de liderar uma frente de oposição? A pretensão da oligarquia Gomes está mais para composição com a gangue do que outra coisa. Parece uma turma de adolescentes playboys que ainda pensam estar disputando o grêmio do colégio para ficar bem com as garotas – só enxergam e se importam com o próprio umbigo. Não duvido que Ciro, o ambicioso desmedido, aceite um convite no novo desgoverno 171.2.0.

    Sobre o que interessa, só falta Corbyn do Reino Unido para completar o dream team da política socialista mundial.
    O mundo está em disputa. Não podemos perder tempo com gente que só quer atrapalhar porque é míope e autoritário demais para representar um país importante como o nosso. Não se esqueçam que o PDT é golpista e votou com o usurpador. Esquerda? Só se for na visão torta de quem perdeu as referências. Na dúvida, pergunte ao Bobbio, rs.

    Sampa/SP, 21/11/2018 – 11:42

    1. Haddad é um bom representante do Brasil

      CRISTIANE: O manifesto assinado por Bernie Sanders fala em Internacional Progressista e NÃO Internacional Socialista. Apresenta dois objetivos explícitos:  (1) implementar um novo New Deal internacional: (2) negociar um Novo Bretton Woods.

       

       

      1. Socialismo democrático

        A reportagem fala em convite para uma frente, não fala que há qualquer relação com o manifesto a que você se refere e que consta na reportagem por relação indireta. 

        Sobre os princípios específicos do manifesto, não conheço. Mas conheço as propostas do senador Bernie Sanders nos USA, que são consideradas moderadas por pessoas da esquerda progresssista que estão fazendo um movimento por um outro partido, o People’s Party (vídeo 1, legendas em português podem ser habilitadas). 

        O próprio senador se identifica como “socialista democrático” (acho que pertence ao grupo progressista com esse nome dentro do partido democrata), propõe um plano de saúde público e universal – que nos USA é popular entre a população mas uma heresia até entre democratas corporativos (alguns chamam de “democraps”), o perdão da dívida dos estudantes que é uma bolha financeira, universidade pública e para todos, salário mínimo de U$15 por hora (aqui, em torno de 57 reais no dólar a R$3,80 hoje, ou U$ 3000 por jornada de 40 horas; hoje a média é abaixo de U$10), combate às mudanças climáticas, ao lobby das corporações e do sistema bancário (fez uma proposta no Senado de lá que obrigou a gigante trambiqueira Amazon, para evitar sanções, a ter como salário base os tais U$ 15 para todos seus funcionários nos USA), contrário ao imperialismo ianque, em favor de uma geopolítica multipolar – ainda que seja contra os russos e chineses, e seja tímido sobre as guerras em que os USA estão envolvidos, e haja muitas críticas sobre sua permanência no partido democrata – concordo com os radicais mas ainda não desisti de Bernie, rs. 

        Espero ter conseguido explicar o sentido do meu comentário – o socialismo não será implantado de uma hora para a outra, será construído com projetos consistentes de transição não apenas política mas cultural e ambiental, e a economia não é independente nem superior a estas estruturas que tornou refém de si e que em breve serão libertadas, rs. 

        A política que transformará o mundo não é feita de manifestos, feliz ou infelizmente. Mas de idéias e projetos factíveis  e construídos coletivamente. E nem Corbyn, que é o mais radical de todos os citados e mais socialista roots desconhece que precisamos respeitar o ritmo das pessoas para fazer mudanças em direção ao socialismo real, só demagogos oferecem o que se sabe não ser possível de maneira instantânea – mas todos estão de acordo em relação a um dos  maiores problemas da humanidade atualmente, as mudanças climáticas e a necessidade de transformar as estruturas de nossa convivência nesse conturbado planeta que está se autofagocitando (vídeo 2), para que os cleptocratas da economia atual sejam forçados, pelas leis da física social, a recuar e aceitar, pacificamente ou não, que o mundo é para a maioria e não para a minoria bilionária (lema de Corbyn). 

        Se não se importa, vou anexar dois vídeos para ficar mais claro o que estou falando – desculpe que sejam da mídia estrangeira mas a nossa não produz o conteúdo ao qual me refiro. 

         

        Democracy Now! (USA) – Cornel West: Unlike Bernie Sanders, I’m Not Convinced the Democratic Party Can Be Reformed

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=Iyyrs5q333I%5D

        https://www.youtube.com/watch?v=Iyyrs5q333I

         

        Canal RT America (USA) – Thirsty Earth: New discovery baffles ocean scientists

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=xAHim7vphkE%5D

        https://www.youtube.com/watch?v=xAHim7vphkE

         

        Sampa/SP, 21/11/2018 – 18:05 (alterado às 18:10). 

        1. Green New Deal

          Esqueci de dizer que a referência ao New Deal não é sempre literal – entendo como um marco temporal para voltar ao ponto anterior de onde as coisas degringolaram, o neoliberalismo de Thatcher e Reagan, como quando se erra o caminho e para encontrá-lo de novo, se retorna ao primeiro ponto conhecido de onde se pode projetar a correção de rumo. 

          Os jovens ativistas ambientais dos USA usam o termo Green New Deal, para justificar que se faça um esforço de guerra contra as mudanças climáticas – em situações extremas, entre o possível e o ideal, temos que lutar pelo possível primeiro para que o ideal seja então tornado possível – e não é jogo de palavras, precisamos estabelecer metas factíveis senão a enormidade do desafio ecossocialista será tão distante da realidade atual que será descartado pela maioria da população por ser inatingível. 

          Não sou “incrementalista” ou reformista, acho que a história já provou que revoluções que descartam a situação real e as possibilidades de mudar o sistema por todos meios possíveis, por melhor que sejam as intenções, fracassam e criam um antídoto contra sua repetição. 

          O que é necessário é mostrar à maioria da população o que é preciso fazer, por que e como, pois sem o seu apoio não há transição que se sustente, ao contrário, se vendemos idéias de revoluções mágicas do dia para a noite e não entregamos – porque não é assim que funciona, e quem conta com isso ao oferecer ou esperar é chantagista ou estelionatário  e não cidadã/o -, acontece o que o mundo assiste agora, populações revoltadas e se sentindo “traídas” por promessas sem contrapartidas de envolvimento popular, se entregam docimente a políticos criminosos que alimentam o avanço da extrema-direita. Não há socialismo sem a participação e a responsabilidade de todos, e quem conhece a realidade sabe que não há saída mágica para nada – por exemplo, nos USA ecologistas que defendem mudança na estrutura produtiva tiveram que dar atenção à reclamação de trabalhadores que perderiam seus empregos com a proposta, e pensaram no óbvio, uma nova estrutura produtiva deve considerar a empregabilidade, que é maior no novo modelo que no atual, e incluir os trabalhadores em seus projetos e implementação – não é isso a democracia, pensar e agir coletivamente? E essas descobertas não surgem no trabalho abstrato de produzir manifestos de intenções, apenas, surge do debate de idéias com todos os interessados, e é isso que está em falta no mundo, pensar nas alternativas que sejam ecologicamente equilibradas (tem quer ser bom para a Natureza e para o ser humano, pois considerá-los excludentes é a ideologia do capital). E só o desafio das mudanças climáticas é grande e ameaçador o suficiente para tirar todo mundo de sua zona de conforto para entender que mudar a superfície econômica ou das relações do capital-trabalho não resolve o problema central, que é a relação humana com as formas de vida das quais depende para existir. E isso é radical o suficiente. 

           

          Sampa/SP, 21/11/2018 – 18:48 

  2. – 47 milhões de votos

    – 47 milhões de votos

    – Convite do Bernie Sanders

    Ele será também perseguido impiedosamente pelo consórcio fascista juridico-policial.

  3. Muitas coisas são nossas

    Muitas coisas são nossas escolhas…

    Escolhemos uma profissão às vezes com anos de antecedência…

    Outras coisas não escolhemos…

    A vida nos impõe!

    Agora Haddad, você é a maior esperança de democracia de um Continente!

     

    Disparada – Geraldo vandré

    Na boiada já fui boiMas um dia me monteiNão por um motivo meuOu de quem comigo houvesseQue qualquer querer tivessePorém por necessidadeDo dono de uma boiadaCujo vaqueiro morreu….Mas o mundo foi rodandoNas patas do meu cavaloE já que um dia monteiAgora sou cavaleiroLaço firme e braço forteNum reino que não tem rei

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=bRUnBWAu5Rw&start_radio=1&list=RDbRUnBWAu5Rw&t=1%5D

     

  4. Que bom que Haddad vai fazer parte dessa frente progressista

    Ciro Gomes demonstrou todo o rancor (odio?) que sente pelo PT. Acho tempo perdido no momento em que estamos, darmos corda aos irmãos Gomes. Que façam como queiram, mas a realidade é que sem um partido com forte entrada popular para lhes dar amparo, vão ficar à deriva. O PSDB naufragou. O PDT foi alguma coisa enquanto Brizola vivia, hoje é um partido fisiologico. A Rede virou e derrubou a Marina. Bolsonaro também não tinha um grande partido, mas teve muito dinheiro para encher as redes sociais de propaganda e conta com apoio das forças armadas, parte do Judiciario, PF, parte do MPF, empresarios etc. 

  5. Articulação essencial

    Bernie Sanders e Yanis Varoufakis (e Jeremy Corbyn) estão recolocando a esquerda no caminho do povo dos dois lados do Atlântico. Fernando Haddad estar entre eles é um bom sinal para o futuro.

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