Um país a favor da guerra

Da Folha

Apoio de israelenses a ofensiva é quase integral

DO “NEW YORK TIMES”, EM JERUSALÉM

Para os críticos de Israel no exterior, a situação não poderia estar mais clara: a guerra na faixa de Gaza é uma resposta totalmente desproporcional aos foguetes disparados pelo Hamas, está causando sofrimento humano indescritível, e é preciso pôr um ponto final nela.

Em Israel, muito poucas pessoas veem a guerra dessa maneira. Os protestos contra a guerra têm tido dificuldade em atrair mil participantes.

Um editorial do “Jerusalem Post” disse que o mundo deve estar se perguntando se os israelenses realmente acreditam que todo o resto do mundo está enganado e apenas eles estão com a razão. A resposta é “sim”.
“É muito frustrante para nós não sermos compreendidos”, diz Yoel Esteron, editor do jornal “Calcalist”. “Quase 100% dos israelenses sentem que o mundo é hipócrita. Onde estava o mundo quando nossas cidades foram alvejadas por foguetes por oito anos? Por que deveríamos nos importar com a opinião do mundo agora?”

Israel converteu-se nas últimas semanas num paradigma de unidade e apoio mútuo. Pergunte a pessoas em qualquer parte do país, hoje, sobre o fato de o Exército ter barrado a entrada de jornalistas na faixa de Gaza, e a resposta é “deixem o Exército fazer seu trabalho”.

Com ou sem razão, os israelenses acreditam que seus soldados se esforçam para poupar vidas. Como seus combatentes se escondem entre pessoas comuns, o Hamas é visto como responsável pelas vítimas civis.

Luis Nassif

24 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Um erro grave do jornal. Ele
    Um erro grave do jornal. Ele fala que a grande maioria apoia as ações de Israel, esquecendo e discriminando os 20% de israelenses não judeus. O mundo sempre apoiou Israel e estava errado antes? Sempre taxaram todos os palestinos, e de lambuja os árabes (esquecem que existem judeus-árabes, mas isto é outra discussão) de terroristas, mas agora com a internet onde não se consegue filtrar as informações, quando chegam as imagens dos civis mortos, a culpa disto também é dos palestinos? Então tá, tudo que Israel faz é certo, e todo mundo tem que aceitar. O que o Estado de Israel faz tem que se aceito, sem crítica, sem análise, é isso mesmo? Os palestinos são sempre os culpados? Israel é sempre perfeito no que faz, nunca erra?

  2. Pratica-se o nazismo na mais
    Pratica-se o nazismo na mais pura essência, dificil distinguir o criador da criatura. Ressucitaram Hitler e a continuar, vão coloca-lo na galeria de heróis, e não se passou 1 geração ainda.

  3. É como escreveu o Mário
    É como escreveu o Mário Vargas Llosa: desde 2000-2001, quando Yasser Arafat recusou uma proposta de Israel que hoje é considerada positiva, a sociedade israelense “viveu um processo de direitização radical”. Acharam que não há mesmo possíbilidade de diálogo com os palestinos, e que a única solução é a força, sem pruridos.
    Outros autores, inclsuive judeus, afirmam que os israelenses endureceram seus corações, e não vêem mais os palestinos como seres humanos, mas uma raça ou grupamento de seres a serem aniquilados pelo bem da “civilização” ou coisa que o valha. Este sentimento bárbaro é explorado pelos políticos e militares, com lucros eleitorais e financeiros.
    Nada convence Israel da estupidez deste massacre – e como ninguém tem força para impor uma contenção, muito menos a ONU, o mundo assiste ao banho de sangue, impotente.

  4. Nas hostes celestiais existe
    Nas hostes celestiais existe a lei do retorno. Quem planta vento colhe tempestades. O que ceifa, colhe. Mais cedo ou mais tarde o mal que você faz, retorna com contrapeso. Não foi assim com Hitler? Com o Império Romano? Com outros impérios que já não mais existem? Assim será !

  5. A hipocrisia daqueles que
    A hipocrisia daqueles que protestam contra a ação de Israel em legítima defesa não subsiste pois essas mesmas vozes jamais se levantaram contra os ataques feitos pelo Hamas contra o povo judeu. Dois pesos e duas medidas são comuns quando se trata de guerra e principalmente quando é para tentar desqualificar o povo judeu. Israel nada mais faz que tentar destruir uma força terrorista, infelizmente sem o aval dos mesmos que criticam os EUA em sua luta contra a Al Qaeda. Qual a diferença entre Hamas e Al Qaeda? Apenas o poderio bélico.

  6. Qual a diferença de Israel
    Qual a diferença de Israel hoje e dos Eua? E em relação ‘a Al quaeda e Hamas? Pouca; pois AMBOS alimentaram os grupos,no início tidos como “resistência” e “assistência social”( Al Quaeda e Hamas, respectivamente),que posteriormente vieram a atacá-los com atos de Terror. O que o Dirval necessita investigar,então,é POR QUE esses Estados fizeram o que fizeram.
    Aí voce vai entender o que líderes “exemplares” como Bush e Olmert querem dizer com “legítima defesa”e como arrastam opinião pública dos desavisados com eles. E olha q vão longe…

  7. Explica-se como grande parte
    Explica-se como grande parte do povo alemão tolerou o nazismo, enquanto acreditava que seus líderes atuavam em sua defesa.
    Qualquer povo, enquanto sente-se acuado e com medo – é capaz de fechar o olhos às mais absurdas atitudes dos seus governantes. Exemplo recente foram os abusos do governo Bush, em nome do combate ao “terrorismo”.
    Depois, vem a conta.

  8. Nassif, o Altamiro Borges
    Nassif, o Altamiro Borges mostrou, no artigo cujo link e um trecho do mesmo eu posto abaixo, que Israel se tornou um país fortemente militarizado e muito dependente, economicamente, do setor armamentista. E isso explica porque Israel se envolve em tantas guerras e com tanta frequência.

    Agora, entendo que essa guerra atual é motivada, também, por um outro motivo, que foi a humilhante derrota que Israel sofreu, há 2 anos, na guerra contra o Hezbollah. Tal fato abalou a moral das Forças Armadas israelenses, gerando dúvidas na população sobre a capacidade de luta das mesmas.

    Creio que o Hamas foi escolhido como novo alvo da fúria israelense por ser muito mais fraco militarmente do que o Hezbollah.

    É como se Israel fosse um aluno de 8a. série que brigou com um aluno de 7a. série (o Hezbollah), apanhou e ficou desmoralizado. Daí, para recuperar o seu pretígio, esse aluno decide brigar com um outro de 5a. série, bem mais fraco, e poder, assim, obter uma nova vitória que mostre para os outros alunos da escola que ele continua tão forte como sempre foi e que é melhor não arrumarem confusão com ele, senão irão apanhar.

    E quem paga por isso? os palestinos, como sempre.

    Texto:

    No impactante livro “A doutrina de choque. A ascensão do capitalismo de desastre”, a premiada jornalista Naomi Klein agrega mais um elemento decisivo para se entender a política agressiva e expansionista do Estado de Israel. Conforme ele demonstra, com inúmeros dados e análises, este país hoje é dominado por poderosas corporações belicistas. Estas empresas privadas lucram com a guerra e a fomentam. Mesmo quando o restante da economia israelense patina, paralisada pelos confrontos, a Bolsa de Valores de Tel Aviv aponta lucros recordes das multinacionais da morte. Para elas, as crianças palestinas mortas e feridas engrossam as taxas de lucro do “livre mercado”.

    http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=49348

  9. Esta é a notícia mais
    Esta é a notícia mais estranha da semana.

    Sugiro ao Nassif e aos leitores que tenham amigos em Israel que façam uma pesquisa paralela e divulguem os resultados aqui no blog. Feitas as exceções de praxe, é um trabalho agradável de se fazer: o pessoal é simpático, boa parte fluente em inglês, além da oportunidade de se divertir com o impagável humor judaico.

    Da minha parte, posso dizer que o israelense Uri Avnery foi comedido em transcrever os comentários dos taxistas de Telaviv: as observações do povo são ainda mais corrosivas!

    Mas será que eu falei apenas com os 10% da população que são contra a guerra? É possível… mas eu sinceramente não acredito. Que confirmem os leitores!

  10. sergio g,

    muito a se pensar
    sergio g,

    muito a se pensar sobre o artigo do Pravda.E o cronograma da invasão bate com essa versão. Escolheram justamente um período de transição entre os governos de Bush e Obama, total limbo político para qualquer ação afirmativa ou negativa legítima e cerca de um mês antes das eleições de Israel (fortalecendo o governo: Uma pesquisa de opinião publicada pelo jornal Haaretz mostrou uma elevação significativa no índice de apoio ao minoritário partido Trabalhista, do ex-premiê e atual ministro da Defesa, Ehud Barak. De acordo com a pesquisa, se as eleições fossem hoje a atual coalizão de centro entre os trabalhistas e o Kadima, da ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, conseguiria manter a maioria das cadeiras no Parlamento (Knesset). Antes do início das operações em Gaza, as pesquisas mostravam uma vantagem por grande margem para a coalizão de direita liderada pelo Likud, do ex-premiê Binyamin Netanyahu). Além disso, Mahmoud Abbas vai se dá bem quando a guerra acabar (possivelemnte antes de fevereiro), com um “novo acordo de paz”, que, entre outras coisas, vai dar a Israel acesso ao gás natural. Sem o Hamas, a Faixa de Gaza volta a ser uma unidade Palestina e Abbas terá o controle total novamente, pagando a Israel o devido. É um plano militar brilhante. E em algumas semanas, ninguém vai mais lembrar dos “massacres dos inocentes” palestinos, nem mesmo os palestinos.

  11. Não é bem que o Hamás se
    Não é bem que o Hamás se esconda entre as “pessoas comuns”, é que o Hamás NÃO é um grupo militante (ou “terrorista”, como dizem alguns) estrangeiro, infiltrado no meio da população palestina. O Hamás nasceu e cresceu dentro da população de Gaza, usa meios “terroristas” de resistência, como bombas, atentados, etc., a partir de seu braço “armado” (com armas contrabandeadas. De que outra forma poderiam tê-las se não há indústria de armamento, nem incipiente em Gaza?) O braço político negocia, administrava, prestava serviços sociais, construía equipamentos sociais, como escolas, igrejas, hospitais. Portanto, um combatente do Hamás pode ser um filho, sobrinho, tio, irmão de algum civil morto pelos bombardeios israelenses. Não são um “exército”, porque não há forças armadas em Gaza, já que não existe Estado Palestino. Interessante é que o Ocidente louva combatentes de resistência política e armada desde a Antiguidade: de Spartacus aos maquis franceses, de Nelson Mandela aos líderes do gueto de Varsóvia. Passando pelos personagens do filme “Casablanca”. Esses pode louvar, os palestinos do Hamás não pode, porque são “terroristas”. Os outros também não seriam assim qualificados pela cartilha de Bush se vivessem hoje?

  12. “hipocrisia daqueles que
    “hipocrisia daqueles que protestam contra a ação de Israel em legítima defesa não subsiste pois essas mesmas vozes jamais se levantaram contra os ataques feitos pelo Hamas contra o povo judeu”

    Logico, a terra eh dos palestinos.

  13. Entao ficamos sabendo que os
    Entao ficamos sabendo que os Goebbels internos de TelAviv convenceram
    o seu publico que ´eles ´sao as vitimas.
    Alias foi para conseguir essa unanimidade mesmo que começaram, haverá eleiçoes mês que vem..
    Onde estava o mundo quando caiam foguetes de alcance maximo de 25 km
    da fronteira? Ora, e simples,estava no mesmo lugar em que esteve quando Sharon, o Likud e o Kadima decidiram e executaram a apropriaçao das terras e as 200 colonias em territorio roubado. Sendo que para cada
    colono, sao necesssarios 1,5 soldado a mais para proteger…Vide Uri Avnery.
    O povo atual, desse Estado fora-da-lei ja esta acreditando em sua propria
    propaganda, com exceçao do Paz Agora E uma minoria de israelenses.
    Quanto a “deixem eles (os soldados) fazerem seu trabalho”, lamento lembrar que nas chancelarias europeias e ate no Vaticano na decada de
    40 havia muita gente com a MESMA opinião.. sobre o trabalho desenvolvido
    entao em Treblinka e Dachau, que , como todos estao notando tem notaveis semelhanças com o da faixa de Gaza.

  14. As mesmos e velhos argumentos
    As mesmos e velhos argumentos “requentados”. Israle promove um massacre…mas a culpa é do Hamás.

    A resistência se “esconde atrás de civis” (Mentira)
    R: Cadê os “terroristas” na escola da ONU, atacada pelo exército Nazi/Sionista e que matou 40 pessoas?

    O Hamás violou o acordo de paz (Mentira)
    R: O Hamás já sinalizou, desde sua eleição que estava disposto a resolver a situação pela via diplomática, ara tanto fez duas exigências. O levante do bloqueio e que Israel respeite as fronteiras estabelecidas. PERGUNTEM O QUE NAZISRAEL OFERECEU.

    O problema não é o Hamás,( A OLP que fez todas as concessões possíveis por acaso conseguiu barrar a política de genocídio sistemático dos Nazi/Sionistas?) o problema é Israel.

    Se a maioria dos Israelenses apóiam esse massacre, cuja justificativa é alicerçada em mentiras descaradas, que assuma a posição de opressor, mas é bom que essa maioria saiba que o mundo não é totalmente povoado por imbecis.

  15. É hipocrisia sionista tachar
    É hipocrisia sionista tachar o Hamas de grupo terrorista, qualquer um que se opõem aos dominantes é terrorista? Então os judeus que invadiram a Palestina desde 1947 são o que? São terroristas que formaram um país terrorista! Como a doutrina Bush classifica o Afeganistão!

  16. Flaggsmasher, tdo mto
    Flaggsmasher, tdo mto “bonito” …no papel e na teoria mas como já dizia o grande “filolsofu” Mané Garrincha: “mas combinaram antes c/o Hamas, os Palestinos em geral e a Realidade Fluída & Mutante” ? Pq… já dizia outro véio deitado, o filósofo Chinês Sin Fun Deo: “Uma guerra sempre se sabe como começa maaas…

  17. Se você reparar bem,nas
    Se você reparar bem,nas gravações de conversas de bandidos,eles sempre falam”fica com Deus,irmão”.Com certeza devem achar que Deus aprova seus atos…

  18. A morte de um inocente
    A morte de um inocente invalidaria qualquer ação militar, quando temos centenas de mortes é preciso questionar o sentido dessa operação. Israel esta responsabilizando os “refens” por não conseguirem encontrar os terroristas.
    Um dia um israelense poderá espancar uma criança palestina que chutou sua perna e todo o Estado israelense dirá que foi legitima defesa.

  19. Nassif,

    insisto na
    Nassif,

    insisto na pergunta:

    Com base em idéias de Ignácio Ramonet no livro “Propagandas Perniciosas”…
    Tenho uma dúvida:

    Conhecendo os dois lados, sabe-se que os acordos de Oslo foram combatidos pelos radicais árabes e israelenses antes mesmo de serem assinados. Cada um com seu motivo. Única vez que concordaram.

    Os fatos que contribuiram para acabar com a paz relativa que se viveu entre 93 (ano de assinatura do acordo) e 95 (ano do assassinato de Rabin por um radical israelense) se devem à intolerância destes radicais, de ambos os lados.

    Pergunto:
    Por mais estranho que possa parecer, essa atual tendencia pró-árabe da mídia internacional, para você, é devido à questões mercadológicas (onde o meio de comunicação segue feed back de público) ou é demanda dos radicais israelenses para “reforçar” a unanimidade do povo (nacionalismo) e enfraquecer os moderados?
    Que pensas sobre?
    Não é esse dilema que vive seu cunhado, o mesmo que sempre viveram os árabes que abominam a falta de inteligencia dos radicais islamicos?

    A tendência se deve à desproporção da guerra e à morte de civis, crianças entre eles.

  20. Diz a minha profecia que
    Diz a minha profecia que OBAMA VAI RESOLVER.
    Mesmo assim, não posso deixar passar sem dizer: ALEM DE ASSASSINOS, caras de pau.

  21. Sempre fui reticente com um
    Sempre fui reticente com um país que se impôs à canetada, toneladas de dinheiro e não soube se contentar com o muito que recebeu. Sobre essa eterna questão Israel-Palestina, o melhor que já vi, sei muito pouco, foi essa entrevista do historiador Illan Pappe:

    http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM944425-7823-SILIO+BOCCANERA+ENTREVISTA+ILAN+PAPPE,00.html

    Mais lenha na fogueira:

    http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15480 (Boaventura de Souza Santos)

    http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=4079 (Kucinski) De cujo comentário de um leitor conheci a entrevista do Pappe.

    Mas, outro t(r)ópico: e a anuência do governo brasileiro em relação a Darfur? Criticar Israel é justo (e dá ibope hoje). Pesos, medidas.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador