A classe foi aviltada, afirma Locke sobre nomeação de Rosa

Da Folha

Mais votado afirma que escolha do 2º foi aviltante

Felipe Locke, vencedor da eleição para procurador-geral de SP, foi preterido

Procurador diz que decisão de Alckmin de nomear Márcio Elias Rosa causou ‘momento institucional difícil’

FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

O procurador de Justiça Felipe Locke, o mais votado na eleição do Ministério Público Estadual, disse que “a classe foi aviltada” pela decisão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de nomear para a chefia da instituição o segundo colocado no pleito interno. Alckmin escolheu para o cargo de procurador-geral de Justiça, posto máximo do Ministério Público Estadual, o procurador de Justiça Márcio Elias Rosa, superado por Locke na eleição do último dia 24 de março por uma contagem de 894 a 838 votos.

Tradicionalmente o governador nomeia o vencedor do pleito para a chefia da instituição, mas a lei permite que ele escolha entre qualquer um dos três mais votados por promotores e procuradores.

“Lamento muito. Sinto que a classe foi aviltada, muito embora não se questione a possibilidade de o governador fazer a escolha. Espero que o Ministério Público consiga superar esse momento institucional difícil”, afirmou Locke ontem à Folha.

O procurador disse não ter sido informado sobre as razões que levaram Alckmin a preterir o nome dele. “Não sei qual foi a motivação verdadeira do governador”, disse.

“Estamos sentindo pelas manifestações nas redes sociais um desagrado e uma indignação muito grande, para dizer o mínimo”, afirmou.

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Se a nomeação de Rosa for publicada na imprensa oficial neste final de semana, como previsto, ele toma posse na segunda-feira.

A assessoria de Alckmin informou que ele não iria se manifestar sobre as declarações de Locke. Em nota divulgada anteontem, o governador elogiou os três procuradores que participaram das eleições.

A última vez em que o mais votado no pleito interno não foi nomeado foi em 1996, quando o governador Mário Covas (PSDB) indicou Luiz Antonio Marrey. À época, o procurador José Emmanuel Burle Filho venceu a eleição.

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