A pedido de Janot, Sergio Moro autoriza inquérito contra Palocci

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Delator da Lava Jato disse que ex-ministro pediu R$ 2 milhões do caixa 2 do PP para a campanha de Dilma, em 2010

Jornal GGN – O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci é alvo de um inquérito instaurado por decisão do juiz federal da 13ª Vara de Curitiba, Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato. Palocci foi citado na delação premiada do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Costa disse que o petista teria pedido, via Youssef, teria solicitado o repasse de R$ 2 milhões do caixa dois do PP para a campanha de Dilma Rousseff, em 2010. 

Youssef rechaçou a versão Costa às autoridades. Inclusive, o desencontro de informações envolvendo Palocci pode ser alvo de uma acareação entre os réus delatores, já aprovada pela CPI da Petrobras e sugerida por membros do Ministério Público Federal.

Apesar da divergência, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, viu indícios suficientes para pedir que Moro autorize a investigação contra Palocci – que, sem foro privilegiado, não é responsabilidade da PGR ou do Supremo Tribunal Federal. Moro determinou que o inquérito deve corre sob sigilo, “a fim de resguardar a eficácia das diligências”. Janot havia pedido o fim do sigilo.

Ao Estadão, o criminalista José Roberto Batochio, que defende Palocci, disse que seu cliente é inocente e que o próprio Youssef desmentiu as acusações de Paulo Roberto Costa – já noticiadas pela imprensa. “Há um estranho interesse de se manter este assunto na berlinda. (…) É a única coisa que explica uma notícia antiga como se fosse recente”, observou. O advogado também reclamou que não tem tido acesso aos documentos da investigação contra Palocci. “Se a lei diz que a defesa tem que ter acesso, a defesa tem que ter acesso. O império da lei precisa ser restabelecido.”

No despacho que apontava a necessidade de se investigar a parte da delação pertinente a Palocci, Janot escreveu que “Youssef ainda declarou (…), categoricamente, que esta afirmação [que o ex-ministro pediu verba desviada pelo esquema da Petrobras para a campanha de Dilma] não é verdadeira”. “Portanto, como assentado pelo Supremo Tribunal Federal, não há viabilidade jurídica para apuração dos fatos em detrimento da Presidente da República. Porém, como destacado anteriormente, Paulo Roberto Costa afirmou que ‘conheceu [Palocci] em 2004, quando o mesmo era membro do Conselho de Administração da Petrobras e Dilma era presidente do referido conselho e ministra das Minas e Energia; que esteve em várias reuniões com Palocci, pois este era membro do Conselho de Administração da Petrobras e também ministro da Fazenda; que no ano de 2010, acredita que quando Palocci já não ocupava nenhum cargo no governo, recebeu uma solicitação, por meio de Youssef, para que fossem liberados dois milhões de reais do caixa do PP, para a campanha presidencial de Dilma; que o declarante autorizou referida entrega, sendo que Youssef operacionalizou o pagamento e confirmou ao declarante posteriormente.”

“Diante de tudo que foi exposto, o procurador-Geral da República requer a remessa do expediente à 13ª Vara Federal de Curitiba para que seja em mais detalhes apurada a conduta eventualmente praticada por Palocci, bem assim o levantamento do sigilo do presente expediente e dos termos de colaboração nele referidos.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. Já com relação a Aécio Neves,

    Já com relação a Aécio Neves, não vale o que Youssef declarou sobre Furnas. Janot não viu indícios suficientes para abrir uma investigação. Detesto Palloci e acho que os negócios dele são nebulosos desde à época em que estourou o escândalo de sua consultoria. Mas não dá para engolir a parcialidade do PGR. Seria o momento oportuno para a bancada do PT, unida a do PMDB, ainda que por interesses escusos, votar contra a recondução de Janot. A presidenta, depois do senado rejeitar a recondução de Janot, acabar com essa excrescência de eswcolher o mais votado de uma lista fajuta e manobrada e buscar dentro do MPF, um procurador afinado com a linha ideológica do governo, agindo sem o viés partidário que contamina o ambiente político.

  2. E é este cara que quer ser reconduzido?

    Se a Dilma o aceitar desito. O cara libera o Aécio e mete o “F” no PT e a Filma vai achar isto republicano?

  3. Que coisa

    Enquanto ele disser que Aécio Neves Cunha não precisa ser investigado, apesar de os “indicios” estarem caindo na cabeça dele, não tem moral pra falar de investigação contra Palocci ou qualquer outro do PT.

    1. é lógico,

      se no caso do palocci estão abrindo investigação mesmo com divergências nas felações premiadas, que no caso do ah é sim não teve. mas mesmo assim ah é sim foi inocentado e palocci esta sendo culpado.

  4. Só um completo inocente não

    Só um completo inocente não vê que o Janot está jogando para a platéia – PSDB, DEM, PPS e o PMDB de CUNHA E RENAN – para não ter seu nome vetado no Senado para recondução do cargo.

  5. Estou de saco cheio…

    Estou de saco cheio desse Janot, dele e do Moro . Os brasileiros somente vê cobras, começa na Câmara passa pelo Senado e termina na justiça … Minha intuição diz que todos vão se estrepar, Janot, Moro, Cunha, Renan , Aécio e as outras cobras nojetas, com certeza não virá coisas boas para eles.

  6. Agora é só esperar a data da prisão de Palocci

    Pronto . Agora é só esperar a data da prisão de Palocci .
    Porque não precisa prova alguma para se culpar o cidadão . Basta que ele seja do PT ou ligado. Haja visato o caso de Vaccari , preso porque era tesoureiro. Palocci , vc está frito. Moro vai te prender por usar barba .                                  Enquanto isso a palavra de Youssef não vale nada pra Aecio Neves , nem pra ‘Seu’ Janot. É uma esculhambação total. 
    Este país virou uma piada . E a justiça brasileira virou pó.

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