A Suprema vaidade

Eu assisti à sessão (em que o STF deliberou sobre Battisti). Não sei se foi grandeza ou tibieza; minha impressão pessoal (e portanto enviesada) é que ele mudou no finzinho, seja para ficar bem na fita, seja para quebrar o empate. Aliás, aquela sessão me fez ver o circo que é o STF, com gente discutindo em cima de verbo no subjuntivo, se estapeando em cima do conceito de “norma”, brandindo a tal da súmula 10… um espetáculo lamentável.

E todo o ordenamento jurídico se presta a rasgar seda e celebrar a sabedoria doutrinária dos potentados daquela corte. Realmente, o Eclesiastes e Montaigne estavam certos sobre a vaidade. Compadeci-me de Joaquim Barbosa, cuja expressão sugeria tédio: a meu ver, ele é o único ministro que realmente entende o STF como corte política (não eleitoral) e usa seu conhecimento da constituição para embasar suas decisões, formadas de acordo com seu conceito de justiça social. Como se diz que Earl Warren fazia. (Apesar de a comparação entre um regime de Lei Comum e outro de Lei Civil ser limitada, o STF foi formatado de acordo com a Suprema Corte e os paralelos são inescapáveis, embora o fascínio que Peluso nutre por aquele outro colégio de abutres me dê asco.)

Bom, assim caminha a glória do mundo.

Luis Nassif

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