Após discussão em padaria, empresário promete levar desembargador ao CNJ

Jornal GGN – O empresário Alexandre Azevedo promete entrar com uma representação no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra o desembargador Dilermando Motta, segundo informações do portal G1. Os dois protagonizaram uma discussão na padaria Mercatto, localizada em Natal (RN), no dia 29 de dezembro, flagrada em um vídeo que se espalhou pelas redes sociais nos últimos dias, após o magistrado supostamente ter humilhado um garçom que trabalha no local.

“A minha atitude de revolta e indignação ao presenciar uma profunda injustiça foi a de um cidadão consciente, como todos devem ser”, afirmou Azevedo, em nota divulgada no dia seguinte ao fato. “Finalizo citando Darcy Ribeiro quando dizia: ‘só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca’”, concluiu.

De acordo com a versão do empresário, o desembargador tratou o garçom aos gritos, alegando que não havia sido atendido corretamente e que o funcionário deveria ter colocado gelo em seu copo. “Não satisfeito com esse escândalo, este senhor puxou o garçom pelo ombro e exigiu que lhe olhasse nos olhos e o tratasse como Excelência, e disse que deveria ‘quebrar o copo em sua cara’. Tal fato foi testemunhado por dezenas de pessoas que ali se encontravam.”

Durante a discussão, o magistrado acionou a polícia, ainda segundo Azevedo. “Em razão dos policiais não terem me prendido, o desembargador, aos gritos, adjetivou-os de ‘um bando de cagão’”, diz a nota do empresário.

Motta também emitiu um comunicado sobre o assunto, negando veementemente as acusações e afirmando que também vai acionar a Justiça. Segundo o relato do desembargador, não houve abuso de autoridade. “A verdade é que, um simples e moderado pedido de esclarecimentos de um cliente a um garçom, que já havia sido solucionado, gerou uma reação de um terceiro com ameaças, gritos e total desrespeito ao público presente.”

A padaria Mercatto também se manifestou por meio de uma nota, lamentando o ocorrido. O estabelecimento disse que “está oferecendo todo o suporte necessário ao funcionário envolvido no episódio e, caso haja necessidade, se coloca à disposição das autoridades para qualquer tipo de esclarecimento”.

https://www.youtube.com/watch?v=nBr2mpmrr4U width:640 height:480 align:center

Confira a íntegra das notas divulgadas pelos envolvidos na discussão:

Alexandre Azevedo: “A respeito do incidente na Padaria Mercatto, envolvendo o Des. Dilermano Mota, ocorrido no último domingo (29/12/2013), venho a público externar a minha versão, objetivando esclarecer os fatos.

Por volta das 10 hs, estávamos, eu e minha esposa, lanchando na Padaria quando presenciamos um senhor, que até então não sabia de quem se tratava, levantar-se bruscamente de sua mesa e ir de encontro ao garçom que acabara de servi-lo. Este senhor, aos gritos, no meio do salão, dizia ao garçom que este não o havia atendido direito, deixando de colocar gelo em seu copo, e gritava pelo gerente, exigindo que o punisse naquele momento, e ele queria presenciar. Não satisfeito com esse escândalo, este senhor puxou o garçom pelo ombro e exigiu que lhe olhasse nos olhos e o tratasse como Excelência, e disse que deveria “quebrar o copo em sua cara”. Tal fato foi testemunhado por dezenas de pessoas que ali se encontravam.

Presenciando aquela agressão injustificada, eu me levantei e intervi, dizendo ao senhor que ele não poderia fazer aquilo; não poderia humilhar alguém que estava ali para servir. Nesse momento, o senhor se voltou contra mim, chamando-me de “cabra safado”, “endiabrado”, “endemoniado”, que “merecia ser preso”, chegando, inclusive, a pegar uma cadeira e dizer que iria “quebrar minha cara”, tendo sido contido por várias pessoas. Eu repudiei a conduta deste senhor veementemente, perguntando quem ele pensava que era e se não tinha vergonha de ofender seus semelhantes daquela forma.

O Desembargador Dilermando Mota, identificando-se como tal, acionou a Polícia Militar, que deslocou imediatamente quatro viaturas para atender ao chamado, tendo, o oficial que atendeu a ocorrência, depois de sondar as dezenas de pessoas que se aglomeravam no salão da Padaria, identificado a inexistência de qualquer crime cometido por mim. Em razão dos policiais não terem me prendido, o desembargador, aos gritos, adjetivou-os de “um bando de cagão”.

Devo deixar claro que não conhecia o Desembargador, tampouco o garçom. A minha atitude de revolta e indignação ao presenciar uma profunda injustiça foi a de um cidadão consciente, como todos devem ser. E teria a mesma reação, ainda que não se tratasse de um magistrado. Quem quer respeito, se dá o respeito. Finalizo citando Darcy Ribeiro quando dizia “só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca”.

Dilermando Motta: “Em respeito à opinião pública, venho esclarecer o que de fato aconteceu nas dependências da padaria Mercatto, em data de ontem (29), que ocasionou uma série de comentários nas redes sociais, alguns desmedidos e distanciados da realidade.

A verdade é que, um simples e moderado pedido de esclarecimentos de um cliente a um garçom, que já havia sido solucionado, gerou uma reação de um terceiro com ameaças, gritos e total desrespeito ao público presente.

Não houve abuso de autoridade como o propagado, mas somente uma atitude de defesa pessoal e da família presente, inclusive uma filha menor de dois anos de idade.

Sem nenhum propósito revanchista, as medidas judiciais cabíveis serão adotadas”.

Padaria Mercatto: “Construir uma marca é como cultivar um jardim. Um trabalho diário de dedicação e cuidado, tudo isso para conquistar quem estiver passando por perto. Tudo isso para atrair olhares, provocar emoções e sabores que despertam aquela vontade de ficar um pouquinho mais.

Uma marca é feita pela suas pessoas, pelos seus profissionais, por uma equipe que zela pelo seu maior patrimônio, seus clientes.

Com isso, a Padaria Mercatto só tem a lamentar o episódio que aconteceu nesse domingo nas suas instalações e que acabou ganhando ampla repercussão nas mídias sociais. A Mercatto está oferecendo todo o suporte necessário ao funcionário envolvido no episódio e, caso haja necessidade, se coloca à disposição das autoridades para qualquer tipo de esclarecimento.

A Padaria Mercatto, que se caracteriza pela qualidade dos seus produtos e atendimento, esclarece ainda que adota sempre como princípio norteador na prestação de serviços a cordialidade no trato com todos os seus públicos, sejam eles clientes, empregados e fornecedores”.

Com informações do G1

Redação

7 Comentários

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  1. Esse desembargador, com

    Esse desembargador, com certeza, já teve outros episódios da espécie, mas, também com certeza, o corporativismo judicialesco o mantém impune. Pobre Brasil. Parabéns ao empresário por não se deixar humilhar por essa gentinha de sempre. Aliás, por tudo que li sobre o caso, o tal (ainda) desembargador é que devia ter sido preso em flagrante. E, caro empresário, não alimente esperanças em relação à possível atuação do CNJ: se, pelo menos, receberem a sua reclamação, com certeza o caso será deixado para depois de 2.022, pelo menos.

  2. Covardes

    Esses caras só são machos com gente de bem. Quero ver agir assim com um chefão do crime ou com algum “coronel” da política.

  3. Desembargador não é um cargo

    Desembargador não é um cargo republicano, tem origem no período colonialista. Antes servia ao imperador, agora serve a governadores na base do corporativismo (como filhas de juízes por exemplo) e  de favorecimentos pessoais de uns e outros endinheirados. É um gasto inútil que não beneficia a sociedade. Ao contrário, pode é colocá-la de quatro diante de um poder acima de qualquer lei. Sou pela extinção da função.

    1. desembargador

      Concordo inteiramente com você. Acrescento mais: A educação deveria ser obrigação para todos inclusive para esse desembargador. 

  4. Jamais

    Chega de abaixar a cabeça e vaomos exigir que pessoas assim estupida infeliz, ocupem cargo de importancia no governo, deveria este cidadão ocupar cargo de Policia, Carcereiro e não Desembargador, pois afinal é com o nosso suado trabalho que sustentamos estas gentalhas do Governo.

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