Desembargadora de MS tem outro filho, que também trocou cadeia por clínica

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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da Revista Fórum

Desembargadora de MS tem outro filho, que também trocou cadeia por clínica

Em 2005, filho mais velho de Tânia Garcia de Freitas Borges cometeu assalto à mão armada, foi preso, mas encaminhado a uma clínica, supostamente devido ao vício em drogas.

Da Redação*

Mãe de Breno Fernando Sólon Borges, que foi solto e enviado para uma clínica psiquiátrica depois de ser preso com 130 kg de maconha, munições de fuzil e uma arma, a desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul (TRE-MS), tem outro filho que cometeu um crime e também foi internado em uma clínica, após julgamento relâmpago. É Bruno Edson Garcia Borges, condenado em 2005 por assalto à mão armada, em Campo Grande (MS), e que também contou com a “ajuda” da mãe para se livrar de cumprir pena em um presídio do estado. A denúncia foi feita em reportagem do Fantástico.

Condenado a cinco anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto, o irmão de Breno Fernando Sólon Borges (atualmente internado em uma clínica, no interior do Estado de São Paulo) participou de um crime há 12 anos. Armados, ele e um comparsa roubaram um carro, no dia 16 de setembro de 2005, na Avenida Três Barras, em Campo Grande.

Depois do assalto, que aconteceu às 3 horas da madrugada, eles seguiram para a casa da desembargadora, onde retiraram rádio, CD, pneu estepe, chave de roda, extintor de incêndio, macaco, e em seguida abandonaram o carro no Bairro Rita Vieira. Na audiência que condenou os dois “amigos”, ambos confessaram o crime e os advogados do filho da desembargadora pediram para que ele fosse internado em clínica de recuperação de dependência química.

Na época, o acusado ainda confessou ter cometido o crime para trocar os itens por drogas. Ele acabou preso em flagrante, após a própria namorada o entregar para a polícia. A Justiça estadual permitiu que ele fosse internado na Clínica Médica Greenwood, em Itapecerica da Serra (SP). O colega do outro filho da desembargadora, que cometeu o crime com ele, foi condenado a cumprir a pena na Colônia Penal Agrícola, na Capital.

Filho mais velho da desembargadora, Bruno passou cerca de um ano e dez meses internado. Em 2009, recebeu o perdão da Justiça. Hoje, é advogado e defende a namorada e o funcionário do irmão, Breno, presos com ele com drogas e armas. A história de Bruno é parecida com a de Breno. Ambos foram enviados para clínicas. Breno foi diagnosticado com síndrome de Borderline. De acordo com a defesa, ele não é responsável pelo que faz.

Já no caso de Bruno, a doença alegada é o vício em cocaína, mas o laudo psiquiátrico revela que, no momento do crime, ele não tinha consumido a droga, e, portanto, sabia o que estava fazendo. Mesmo assim, o juiz Alexandre Antunes da Silva determinou a internação em uma clínica na Grande São Paulo.

Breno foi beneficiado por dois habeas corpus de desembargadores, colegas da mãe dele. Ele foi tirado da cadeia pessoalmente pela desembargadora. O juiz da Vara de Execuções Penais protestou, porque deveria ter sido informado sobre a decisão. A semelhança entre os casos dos irmãos Borges chamou a atenção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Estranheza

“Causou estranheza um julgamento em cinco dias, primeiro julgamento do filho que é o Bruno. Causou a perplexidade a maneira que foi dada a liminar para estender um habeas corpus, de uma outra ação penal que estava tramitando. Causou a estranheza o fato da desembargadora aparecer pessoalmente na prisão, acompanhada de um policial, em um carro que havia sido apreendido, em uma operação de tráfico de drogas”, afirmou o corregedor do CNJ, João Otavio Noronha.

O CNJ abriu investigação contra três desembargadores do Mato Grosso do Sul. Além de Tânia Garcia Borges, os dois colegas dela que deram liminar para tirar Breno da cadeia vão ter que se explicar em função da suspeita de favorecimento ao filho da desembargadora: Ruy Celso Barbosa Florence e José Ale Ahmad Netto.

*Com informações do Correio do Estado e do G1.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

25 Comentários

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  1. Só falta o elogio do MAM

    Aí Marco Aurélio Mello, uma que põe Aécio no chinelo, como mãe exemplar, de carreira brilhante.

    Faz um elogio a ela MAM, como tú fez ao Aécio

  2. desembargadora…..

    Grande Família, hein?! Devem ter tido ótimos exemplos dentro de casa. E a Justiça Brasileira se vangloriando. Todo dia, mais e mais, a face mais hipócrita e criminosade uma farsa chamada Estado Brasileiro. Antro de uma Elite Parasitária Ditatorial a enterrar este país sem um mínimo de Controle da Sociedade Só para lembrar é o mesmo Poder Judiciário que livrou de punição todos os personagens políticos e públicos da Chacina de Santa Maria, onde incineraram 250 jovens. Ou o Poder Judiciário, que mntém preso aquele rapaz Rafael Braga, se não me engano. Negro, pobre e que não tem mãe Desembargadora.  

  3. No fundo acho que a grande maioria dos juizes

    e procuradores do brazil são “borderline”: não sabem muito claramente o que fazem.

    Só sabem com clareza o holerite do final do mês e as férias remuneradas uns 60 e parcos dias por ano.

  4. O mais interessante nesta

    O mais interessante nesta história é a hipocrisia da imprensa.

    Quando um jovem pobre vai preso, os jornalistas culpam os pais.

    Eles não foram capazes de educar os filhos e deveriam ter evitado colocá-los no mundo.

    Os dois filhos da desembargadora são bandidos, mas ninguém culpou a mãe pela educação que eles receberam.

    Upss… esqueci que aplica-se aqui uma exceção. 

    Garotos bem nascidos só cometem crimes quando tem problemas psicológicos… que provavelmente foram causados porque eles teviveram contado com pessoas pobres. Foi mais ou menos isto que disseram os jornalistas quando Suzane von Richtofen matou os pais. Ela foi vítima do relacionamento com o namorado miserável.  

    1. Perfeito! A propósito, tu te

      Perfeito! A propósito, tu te lembra, Fábio, que à época, se não me engano li aqui mesmo, que a imprensa fuleira, escondeu até, que o pai da Suzane era uma dos caixas do psdb paulista?

      Faça ideia do que não daria para tocar o terror, não é?

      1. Pois é… esta historia sobre

        Pois é… esta historia sobre o pai dela foi vagamente mencionada e solenemente ignorada e esquecida.

  5.  
     
     
     
    Dona Tânia Garcia de

     

     

     

     

    Dona Tânia Garcia de Fretas Borges. Grande mãe de família, quando não esta desembargando e presidindo desembargadores e seus processos cabulosos. Não descansa, e corre a dedicar-se com denodo, na educação primorosa dos dois filhos rapazes. Quase homens.

    Não tarda, e os meninos, assim que completarem o estágio na Clínica, já estarão habilitados,  prestando concurso para se tornarem parceiros de mainha no judiciário. Em breve, contaremos com mais dois juizes de piso atuando para salvar o país, livrando-o das garras da corrupção. Amém.

    Orlando 

     

     

     

     

     

     

     

     

    Tânia Garcia de Freitas Borges

  6. Se fosse filho de puta, preto, pobre ou petista…

    Se o sujeito fosse filho de puta, de preto, de pobre ou de petista, ele teria trocado a clínica pela cadeia.

    Mas o direito dos moradores da Casa Grande não é o mesmo direito dos moradores da Senzala.

  7. Que a desembargadora mãe

    Que a desembargadora mãe queira salvar os bandidos até dá para entender. O incrível é a “bondade” dos outros. Sem os quais não seria possível a barbaridade.

  8. Além de tudo, é drama familiar…

    Ela não conseguiu por fatores múltiplos, se tornar espelho para os filhos!

    Amor e afeto também fazem uma nação!

    Amar e mudar as coisas me interessa mais…

  9. Nem um pouco surpreso. A

    Nem um pouco surpreso. A maioria da “elite” brasileira é composta por criminosos com parentes em cargos políticos, em cargos no judiciário ou eles mesmos são os juízes e políticos. O mais engraçado é que de acordo com as minhas conversas nos clubes aonde essas pessoas circulam todo mundo sabe dos crimes de todo mundo, mas que nem uma irmandade criminal eles se protegem entre si dos “plebeus” e dos poucos que tentam colocá-los na prisão.

  10. Mais uma vez, mais uma

    Mais uma vez, mais uma vez:

    JUIZ NAO EH O QUE VOCES ESTAO PENSANDO, GENTE, E MUITO MENOS O QUE ELES PENSAM QUE SAO.

  11. Pergunta

     Borderline, no caso, se refere a um estado mental fronteiriço ou ao hábito de transitar com armas e drogas entre fronteiras?

    Porque essa família, francamente, é bordel line…

  12. Francamente, o Brasil me

    Francamente, o Brasil me deixa puto:

    QUAL EH O HISTORICO DELA EM AMBOS OS CRIMES?  QUAIS SAO AS ESTATISTICAS DELA?????

    1. Pelo menos esses psicopatas não tocaram fogo em Índios

      “(…)

      Sabemos que o prerequisito do Estado, do Direito e do crime é a desigualdade econômica que surge em decorrência da divisão da sociedade em classes.

      Consequentemente, com o desaparecimento do sistema de classes e da desigualdade econômica, tudo isso – incluindo o crime – haverá de desaparecer.

      Para um marxista, o crime é um produto da impossibilidade de conciliação dos antagonismos existentes entre as classes sociais.

      A anarquia da produção capitalista que gera instabilidade na existência dos seres humanos causa excessos, extremismos e crimes e, em verdade, os crimes mais lancinantes possíveis.

      A exploração das massas produz privação, miséria, ignorância, selvageria e vício.

      Esses fenômenos haverão de se dissipar apenas na fase mais avançada do comunismo, porém hão de permanecer presentes, no período de transição ao comunismo, na forma de resquícios rudimentares do passado.

      A humanidade não pode emancipar-se, inopinadamente, desse legado sangüinolento de servidão secular.

      Esse último haverá de nos perseguir ainda por um bom tempo, até que, derradeiramente, a humanidade “transformará condições de necessidade em condições de liberdade”.

      O sistema de transição ao socialismo – condicionado, na Rússia, pela Revolução de Outubro – recebeu uma herança inusitadamente grande do imperialismo, o qual é responsável por inauditos genocídios, pela fome e pela brutalidade.

      O Governo Proletário situa-se diante de uma tarefa extraordinariamente difícil, qual seja a de ter cuidado com esse demônio.

      Quais são as medidas que haverá de adotar no combate desse Diabo, durante o período de transição?

      Para começar, nossa política de punições há de por termo ao príncipio da retribuição penal, pela simples razão de que não pressupomos encontrar-se o infrator de posse de uma vontade “livre” ou simplesmente de uma “vontade”.

      Na medida em que somos deterministas, reconhecemos enquanto axioma a proposição de que o infrator é produto do meio social e suas ações e motivos são independentes dele mesmo e de sua “vontade”.

      Seria um absurdo dar-lhe “aquilo lhe é devido” por causa de uma coisa de que não é culpado.

      A tortura e a punição cruel devem ser rejeitadas.

      Acreditamos que tentativas de recuperar um criminoso são levianas.

      No melhor dos casos, podemos apenas dar boas gargalhadas dos métodos sentimentais de reeducação que estão sendo empregados em alguns países no exterior, tais quais dietas de alta caloria, longas caminhadas, massagens, banhos, ginásticas rítmicas, etc.

      Em conformidade com nossa concepção acerca das causas que provocam a criminalidade, o único objetivo da punição imposta há ser a auto-defesa ou a proteção da sociedade em face de abusos cometidos.

      Nesses casos, o governo deve adotar medidas resolutas e cirúrgicas, i.e. medidas de terror e isolação.

      (…)”

      Mikhail Kptzlovsky, Revolução Proletária e Direito Penal

       

      http://www.scientific-socialism.de/PECAP3.htm

    2. A cor da pele não tem nada a

      A cor da pele não tem nada a ver. E também não são de classe média. Ninguém da classe média teria esse privilégio, nem branco nem preto nem vermelho nem amarelo.

  13. A Minoria Revelada

    Nassif: o fato não é dificil de acontecer. O difícil é ser notícia. O reporter tem medo de investigar. E o dono do Jornal, se da grande mídia, por cumplicidade, se bagrinho, por receio, cala. Vai  que… E isto não é só filho. Magistrados também. É a facção dos togados. Viu esse do caso Eike? Acho que só descobriram porque o Meritíssimo não quis repartir. Tipo PC Farias. Podem até ser discretos, mas não menos perigosos. O número parerce pequeno, no geral da classe. Porém, terríveis. Corra todas as instâncias e descobrirá barbaridades.

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