Armando Coelho Neto
Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo.
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Terror. É, ministro Moraes, Duque de Caxias tremeu na cova!, por Armando Coelho Neto

De repente, o STF acorda? Então, devo me alinhar aos que deduzem que algo deu errado e que já não dava mais para engolir o genocida.

(Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

Terror. É, ministro Moraes, Duque de Caxias tremeu na cova!

por Armando Coelho Neto

Quem é o general do qual falei semana passada? Qualquer um que vista a carapuça, orientador de pintores de meio-fio que se enfileire com a corja golpista. Feita a ressalva, digo, pois, que, quem não entendeu o passado não tem como ler o presente, conjecturar sobre o futuro. Tudo esbarra no silêncio dos generais que transformaram um traidor da pátria, hoje homiziado na Flórida, em seu líder.

Golpe na praça, surge o STF como salvador da Pátria. Mentes inquietas, porém, continuam inquietas, por que não entenderam a farsa que derrubou Dilma Rousseff, vítima do “golpe da maconha intrujada” – onde a aparência de legalidade esconde a podridão policial, e no caso, a podridão congressual. Sem sair direito de um golpe, o Brasil entrou em outro, e quem sabe até, seja continuação do golpe anterior.

Os desconfiados não entenderam o prende-e-solta de Lula sob olhos vesgos do STF, diga-se de passagem, chantageado por generais sempre falantes (hoje mudos), mostrando que têm lado, e que o lado nunca foi o do povo. Mas, o espectro do golpe permanece, o mesmo que contou com o descarado apoio de generais, mercadores da fé, Globo, Jovem Pan, Estadão, Folha, Veja et caterva.

Com os mesmos olhos vesgos, o STF que hoje apoiamos é aquele que outrora foi acossado por um meliante de toga e extremista de direita, chocador do ovo da serpente do fascismo. Entretanto, urge reconhecer o importante papel, via ministro Alexandre de Moraes, num país órfão da Procuradoria da República (criminosamente omissa) e do Congresso comprado para tentar reeleger o traidor-mór da Nação.

De repente, o STF acorda? Então, devo me alinhar aos que deduzem que algo deu errado e que já não dava mais para engolir o genocida. A única saída seria libertar Lula, aquele que foi preso sem provas num julgamento viciado, endossado por corruptos com ou sem toga, movidos por sussurros das “alcovas e breu das covas”. Daí, reitere-se, mentes inquietas permanecem com o “desconfiômetro” ligado.

Se de um lado o STF tenta salvar a democracia, o generalato influente age como certo milico de Juiz de Fora: “Povo e esquerda são como um cão encoleirado. Vão até onde a gente permite”, disse, não sem antes dar uma baforada de charuto, atribuindo-me o rótulo de “comunista”, com quem define uma célula necrosada. Que se dane o milico mineiro, que deixou como herança um filho com o mesmo credo.

Longe de esgotar mágoas, urge repetir que não deu para entender. Lula está aí, no esquerdismo consentido e Zé Dirceu foi agraciado com um lugar na plateia, quase anônimo, para assistir à posse do Lula. Vê-se, pois, que a coleira no povo permanece curta e temos até que engolir um Múcio da vida mudo no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Deixa, até quando (?) que Lula sabe das coisas.

Fato é que os atos terroristas em Brasília têm nome e sobrenome, CPF, CNPJ e digital. Golpe negado pelos generais falantes que, repita-se, acham que a mentira faz parte da guerra para dissuadir o inimigo. Só que o inimigo no caso é o povo, exceto o lolô acampado em porta de quarteis, que bate continência para pneus, promovem jograis e ou rituais malucos para OVNIS, de nacionalismo zumbaia.

Pode-se então presumir, que o exercício da esquerda consentida irá exigir mais que nunca malabarismo de Lula para tornar o Brasil possível e encontrável pelos brasileiros, com a anuência (pasmem!) de Joe Biden, assecla do Obama que espionava Dilma. Mas Biden teme o avanço do trumpismo sobre o que chamam de nossos quintais (deles). É, Biden não quer Lula, mas o trata como mal menor.

Se trago à baila contradições, é para cutucar a “esquerda sem-sem”. Leia-se, sem povo, sem arma, sem dinheiro, sem mídia – perdida em bravatas e aforismos como se o selo das urnas tivesse o condão de trazer de imediato à civilização, uma sociedade estruturalmente corrupta, preconceituosa, misógina, homofóbica, antipovo, tutelada em parte por generais que incorporam todas essas anomalias.

Daí que, no contexto, até para conservadores diante da barbárie, Lula é apenas o possível. Sorte ou estratégia, o terror fez água, e com isso abriu caminho para a ação. Afinal, como reprimir neuróticos manipulados “inofensivos” trajando verde-amarelo – entre hinos e orações, pedindo socorro aos militares? Agora não. O “inofensivo” ganhou a cara de terror e já pode ser investigado e reprimido. É terror!

O grave no terror é o papel dos generais (exceções silentes) que transformaram as FFAA num covil da extrema direita. Poucas vezes militares foram chamados para defender a Pátria, e dia 8 de janeiro último foi uma delas na tentativa de golpe, diz o jornalista Pedro Dória. Ao invés de defender o Palácio do Planalto, a porta da instituição foi aberta por dentro, para que os terroristas entrassem, conclui.

É, ministro Moraes! Duque de Caxias tremeu na cova! Onde estava o Batalhão que leva seu nome, encarregado da guarda e proteção do Palácio da Alvorada? Batalhão candidato a entrar no lixo da história, se provada omissão, igual destino do generalato golpista. Nada estranho para um país com herói ladrão de cavalo, carente de heróis sérios que na falta, elegeu Joaquinzão e o Zé Roela de Maringá como tais.

Não precisamos de heróis. Mas, Alexandre de Moraes é candidato a tal (que Deus nos livre!) tentou salvar a democracia. Lula em sua redenção pública, traz em si a marca da superação individual, sentimento de justiça social, e pode reconstruir a imagem do Brasil, dentro e no exterior. Mas, o inimigo do Brasil pode estar dentro da caserna ou fora vestido de verde e amarelo… E Lula deve visitar Maquiavel urgente!

Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo

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Armando Coelho Neto

Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo.

1 Comentário

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  1. Isso ARMANDO Rodrigues Coelho Neto, excelente texto…
    Com certeza o inimigo veste verde e amarelo e está na CAVERNA…
    VIVA XANDÃO!
    VIVA #LULA!

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