Em carta, ex-presidente da Sete Brasil assume propina com a Petrobras

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Em carta enviada em março deste ano, o ex-presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, comunica à direção da empresa que recebeu quase dois milhões de dólares em propinas dos estaleiros para construção de sondas de exploração do pré-sal. No documento, Ferraz pediu um número de conta bancária para devolver o dinheiro e disse que aceitou as “gratificações” em “momento de fraqueza”, quando fora pressionado por colegas.
 
O ex-presidente da empresa não especificou quem pagou a propina e também não disse quem o pressionou. Até o momento, apenas o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, havia mencionado o esquema envolvendo a Sete Brasil, em acordo de delação premiada. 
 
O documento foi enviado à equipe da Sete que fez a auditoria da empresa. Segundo o grupo de funcionários, a empresa teria somado US$ 224 milhões de desvio. De acordo com Barusco, dois terços foram para o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o restante dividido entre a Sete e a Petrobras. 
 
Na delação, Barusco disse que ele, Ferraz e o ex-diretor da Sete, Eduardo Musa, tinham combinado o pagamento de propina com os estaleiros EAS, Brasfels, Jurong, Enseada e Rio Grande. Também afirmou que os estaleiros contratados pela Sete pagariamd e 0,9% a 1% do valor de construição de cada sonda, em troca dos contratos.
 
No último mês, a Sete abriu um processo contra Ferraz pedindo que ele devolvesse R$ 22,2 milhões, incluindo o desvio, a indenização pela rescisão contratual e bônus pagos pela companhia no período em que o ex-presidente comandou a Sete Brasil. Ferraz tentou um acordo para colocar fim ao processo, sugerindo devolver menos da metade do que foi cobrado, mas os acionistas da empresa não aceitaram.
 
João Carlos Ferraz assume na carta que recebeu a propina entre maio e dezembro de 2013 e que não haveria nada mais que poderia “macular suas demais atividades realizadas com zelo e competência”. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Todo malandro que quer se

    Todo malandro que quer se livrar e ficar bem na foto novamente, é só ir na corrompida imprensa tupinica e acusar petistas. Viram heróis na mesma hora. Cínicos sempre foram e com a justiciaia paraguaia brasileira, querem se dar bem e virar carlinhos cachoeira, desmóstenes e tais. Esses estão nadando de braçada na corrupta justiciaria paraguaia brasileira..

  2. Nada contra mandar um

    Nada contra mandar um corrupto para a cadeia. 

    Mas daí a dizer que a Sete Brasil não pode mais operar, que a empresa é inidônea, aí entramos no terreno da ideologia da cruzada moral e a irresponsabilidade.

    O prejuízo à sociedade causado pela punição à empresa não pode exceder o prejuiízo causado pelo crime e principalmente, o prejuízo causado pela interdição do funcionamento da empresa não pode cair sobre os trabalhadores.

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