Empresário israelense que contratou parecer de Moro é condenado

Após a decisão, o empresário fez declarações dizendo que era vítima de uma armadilha montada pelo presidente da Guiné, Alpha Condé, e por George Soros, seu inimigo.

Foto El País

Jornal GGN – Beny Steinmetz, bilionário israelense que foi sócio da Vale em projeto de mineração na Guiné, foi condenado a cinco anos de prisão pela Justiça da Suíça. Além da pena de reclusão, o empresário deverá pagar uma multa de 50 milhões de francos suíços pelos crimes de corrupção de funcionários públicos estrangeiros e falsificação de documentos. Foi para Steinmetz que Sergio Moro, o ex-juiz da Lava Jato, fez um parecer.

O julgamento durou sete dias. O governo da Guiné forneceu inúmeras provas e a Promotoria fez ouvir testemunhas. Diante das provas apresentadas, os promotores chegaram à conclusão que Steinmetz corrompeu a quarta mulher do ditador do momento na Guiné, Lansana Conté, para conseguir os direitos de exploração em dois blocos da mina de ferro de Simandou, a maior reserva de ferro do mundo e cuja exploração pertencia, na época, à anglo-australiana Rio Tinto.

Dois anos depois de conseguir a concessão, Steinmetz vendeu metade de seus direitos para a Vale, por 2,5 bilhões de dólares. A Vale só pagou 500 milhões, pois que a sociedade começou a fazer água depois que o novo governo da Guiné cassou os direitos de exploração sob alegação de corrupção. Em 2015, desfez-se a sociedade. A Vale processou Steinmetz na Corte de Londres, sob acusação de ter omitido que a concessão foi obtida de forma irregular, o que constrangeu e, depois, inviabilizou o negócio. Até este ponto, a Vale já havia investido mais de 1,2 bilhão de dólares.

A juíza acatou a decisão dos jurados, em consonância com a promotoria, de que Steinmetz só conseguiu a concessão mediante corrupção.

Steinmetz abriu fogo contra a Vale no julgamento, dizendo que teria muito a dizer sobre o papel da mineradora na transação. Mas foi interrompido por seu advogado, que disse não ser o momento apropriado.

Após a decisão, o empresário fez declarações dizendo que era vítima de uma armadilha montada pelo presidente da Guiné, Alpha Condé, e por George Soros, seu inimigo. Segundo ele, Soros estaria orientando Condé a respeito das concessões de mineração e o queriam fora do país para que pudessem pegar sua parte na sociedade com a Vale.

A juíza Alexandra Banna reclamou da defesa do empresário, que teria se utilizado de ‘justificativas absurdas’ e ‘falsas declarações’, além de acusar Steinmetz e seus colegas de serem ‘péssimos mentirosos, cujo testemunho invariavelmente acaba se mostrando falso’.

Beny Steinmetz vai recorrer da sentença em liberdade.

Com informações da Revista Piauí.

Redação

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