Ex-senador do PMDB, Vital do Rêgo no TCU aprova contas de Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Ex-senador pelo PMDB, Vital do Rêgo, hoje ministro, pede endurecimento do governo Temer nas arrecadações, mas aprova contas da gestão emedebista
 

Foto: Portal do Litoral PB
 
Jornal GGN – Voltando para a lista de investigados do MDB da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, recomendou a aprovação das contas de 2017 do governo de Michel Temer.
 
O parecer que passou com ressalvas ainda precisa ser aprovado pelos demais ministros do Tribunal, mas Vital do Rêgo é o relator e as recomendações e alertas feitas nas contas de 2017 de Temer foram mais críticas a medidas de governo do que irregularidades.
 
Centrou, entre outros pontos, a crítica às desonerações, política criada pelo governo de Dilma Rousseff, para beneficiar o comércio de alguns setores da economia em período de crise. No governo Temer, as desonerações foram diminuídas, mas ainda assim Vital criticou o “elevado” volume de renúncia da receita com benefícios tributários, que no ano passado somaram R$ 354,7 bilhões. “Essa economia supriria todo o nosso déficit”, leu.
 
Também cobrou reformas estruturais do mandatário, a quem pertence ao seu mesmo partido, para reduzir os gastos públicos, como a Previdência. “O cenário que se avizinha é preocupante. O crescimento das despesas previdenciárias e com pessoal pode, a curto prazo, paralisar o país”, afirmou.
 
Mas afora as críticas quase pessoais do ministro do TCU à política que em sua visão seria pouco estreita do governo Temer, Vital do Rêgo tentou não enquadrar o mandatário, da qual teria igualmente se beneficiado de um repasse de R$ 40 milhões da J&F ao partido.
 
É que o ex-parlamentar pela Paraíba e hoje ministro do TCU foi elencado na recente lista da Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos beneficiários dos recursos supostamente com origem ilícita para alimentar as campanhas de 2014, com base nas delações do também ex-congressista do MDB e ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e do executivo da J&F, Ricardo Saud.
 
São, ao todo, 9 políticos, entre eles 6 senadores, e dois ex-ministros, além de Vital do Rêgo. Mas nesta quarta (13), o ministro ignorou que é alvo da Lava Jato em inquérito que também apura ilícitos relacionados a Temer e aprovou, com críticas, ou melhor, com ressalvas, as contas do mandatário.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Certíssimo, foi isso que

    Certíssimo, foi isso que faltou ao pessoal do PT. 

    Descuidaram das noemações de todos os tribunais. O resultado foi esse aí que todos estão vendo. Fumo!

  2. GCU partidário inútil

    Só no Brasil mesmo para ex-políticos ocuparem cargos no Tribunal de Contas e afins. O TCU deveria ser um órgão técnico, por concurso para ser independente. Ganham salários acima do teto com penduricalhos e regalias sem fim só para inglês ver. Um TCU partidário representa gastos inúteis para a União.

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