Mais um ato de Fux que pede explicações

Do Brasil 247

Fux engavetou processo que beneficia Cabral

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Num processo movido por 15 funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) contra o governo do Rio, os trabalhadores reivindicaram um abono salarial referente à década de 90 e tiveram decisão favorável da Justiça trabalhista; depois disso, o goverandor Sergio Cabral, que pode nomear Mariana Fux, filha de ministro do STF, como desembargadora, levou o caso ao STF; estava dois a um para os trabalhadores, mas Fux pediu vista; desde então, está tudo parado; o valor da causa: R$ 100 milhões

20 de Abril de 2013 às 20:06

247 – Depois de uma semana em que se envolveu em mais uma polêmica, sobre seu impedimento prometido, mas não cumprido, nas causas patrocinadas pelo advogado Sergio Bermudes, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, tem mais um abacaxi para descascar. Nesta edição da revista Veja, a principal nota da coluna Radar aponta para outro possível conflito de interesses. Fux colocou na gaveta uma ação de R$ 100 milhões, que pode beneficiar o governo do Rio de Janeiro, do amigo Sergio Cabral.

Trata-se de uma ação movida por 15 funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), que reivindicam um abono salarial, devidamente corrigido, da década de 90. Os trabalhadores tiveram ganho de causa e o direito reconhecido pela Justiça Trabalhista.

O governador do Rio, no entanto, decidiu levar a ação para o Supremo Tribunal Federal e vinha sendo derrotado por dois votos a um, quando, surpreendentemente, Fux decidiu pedir vista do processo. Desde então, o caso está engavetado.

O conflito de interesses decorre de um fato constrangedor. Na festa que comemoraria os 60 anos de Fux, Sergio Bermudes, que emprega Mariana, filha do ministro, também lançaria sua candidatura para desembargadora, num evento preparado para cerca de 300 pessoas influentes no Poder Judiciário. E esta nomeação dependeria da decisão direta do governador do Rio, Sergio Cabral. Diante da repercussão negativa da festa – Bermudes declarou ao 247 que estava pagando tudo do próprio bolso (relembre aqui) –, o evento foi cancelado.

Afora isso, Fux revelou, numa entrevista à jornalista Monica Bergamo, da Folha, que, em sua escalada rumo ao Supremo Tribunal Federal, usou em seu favor uma decisão que permitiu à União economizar R$ 20 bilhões, na época em que Antonio Palocci era ministro da Fazenda. “Você poupar 20 bilhões de dólares, o governo vai achar o máximo. Aí toda vez que eu concorria, ligava para o Palocci”, disse Fux à jornalista, revelando ter adotado um critério mais político do que técnico.

Se Fux agiu desta maneira quando quis ser nomeado para o STF, agiria diferentemente em relação à nomeação da filha? É a pergunta que paira suspensa no ar.

Luis Nassif

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