Moro volta a usar despachos para emitir juízo de valor sobre conduta dos réus

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – O juiz federal Sergio Moro avaliou como “louvável” a “mudança de postura” do grupo Odebrecht, que assinou acordo de delação premiada com a Lava Jato e ofereceu ajuda de 77 executivos que trocaram informações por sanções mais brandas.

A opinião do magistrado consta em despacho liberando da prisão dois empresários que estavam detidos desde o começo do ano. Apenas Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, continuará preso até o final de 2017. As informações são do Estadão.

“No despacho de ontem, em que autoriza que dois executivos ligados ao departamento da propina da Odebrecht saiam da prisão, o juiz Sérgio Moro elogiou o comprometimento público da empreiteira em ‘mudar as práticas empresariais’. Segundo Moro, é uma ‘louvável mudança de postura’ do Grupo Odebrecht. Ontem, a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal os acordos de delação dos 77 executivos ligados à empresa.”

Moro soltou Luiz Eduardo Soares, que trabalhou no Setor de Operações Estruturadas da empresa, conhecido como o departamento da propina. “Ele era responsável por receber pedidos de líderes empresariais e diretores de todos os braços da Odebrecht para operacionalização de pagamento de propina, vinculados à obtenção de obras públicas pela empreiteira, em contas no exterior.”

Já Olívio Rodrigues Junior tinha atuação na área internacional como responsável pela operação de contas que faziam pagamentos diretos aos beneficiários finais da propina, diz o jornal.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Essa operação ja perdeu

    Essa operação ja perdeu qualquer resquício de legalidade.

    juiz deve ser imparcial, é um princípio básico. Não é função de juiz elogiar ou degradar réus.

    Reli um coméntário que fiz, no começo do ano passado, em um artido do André Araujo sobre a operação Maos LImpas,  no sentido de que era só o STF agir dentro da legalidade, anulando as delações de Youssef e Paulo Roberto Costa, aonde haviam claras contradições, que a operação estaria liquidada.

    E ponto final.

    Imaginem quantos empregos estariam preservados ?

    Como a economia e nosso País estaria em melhor situação ?

    Mas infelizmente nada disso interessa.

    Hà um conluio claro entre a Globo e a Lava jato, que coloca o STF, e os outros dois Poderes com a faca no pecoço.

    E o pior é que está se espalhando por todo o País, aonde juizes de primeira instancia estão proferindo decisões de prisões preventivas Brasil afora contra vereadores, Prefeitos e Prefeitos eleitos, acabando com cidades Brasil afora.

    Exemplo disso são Ribeirão Preto, Osasco, Foz e inúmeras outras cidades pequenas Brasil afora.

    Em Ribeirão Preto prenderam a ex Prefeita, e vários vereadores, a cidade parou simplesmente por 4 meses.

    A justificativa são acordos da Pref com func públicos e o sindicato e possíveis propinas. Falam em 200 milhões, quando vamos ver a fundo, não chega a 20. E o prejuizo que causou a ação, isso não é computado.

    A ex Prefeita ja está solta por decisão do tribunal, mas o estrago e o prejuizo á cidade já está dado.

    Infelizemten o País passa por loucura coletiva e falta de visão estratégica de futuro.

    Quando acordar, será tarde, vamos demorar anos e anos para voltarmos ao nível razoável de desenvolvimento.

     

  2. Um ataque de honestidade.

    “No despacho de ontem, em que autoriza que dois executivos ligados ao departamento da propina da Odebrecht saiam da prisão, o juiz Sérgio Moro elogiou o comprometimento público da empreiteira em ‘mudar as práticas empresariais’.”

    Que bom seria se o salafrário encondido atrás da toga fosse capaz de sofrer em, pelo menos, um momento, um ataque de honestidade e anunciasse que daqui pra frente a malandragem judiciária estaria dando uma guinada em direção ao 

     

    “comprometimento público”

    e passaria a deixar para trás a sua consagrada prática de atuação preferencial na defesa de bandidos comparsas, abastados, ou seus representantes, sinalizando uma radical 

     

    MUDANÇA DAS PRÁTICAS JUDICIAIS!!

    Esse cafajeste é o paroxismo do cinismo e da hipocrisia encarnados num cidadão pequeno física e moralmente.

  3. Ao final da Lava a Égua,

    Ao final da Lava a Égua, somente ficará preso o LULA. Motivo da prisão: Será acusado de pertencer à YAKUZA, a Máfia japonesa. A prova: falta-lhe um dedo, que é a assinatura dessa Máfia.

    E quanto à minha passagem pra arribar d”ESSA PORRA”,  Ame-A ou Deixe-A, ainda estou esperando.

  4. No Brasil o crime compensa

    É lamentável ver pessoas que tanto mal causaram ao país serem soltas praticamente sem ter cumprido pena.

    O Estado incentiva o crime com atitudes assim. Pessoas que roubavam o Estado, antes da lava jato, tinham que se preocupar em esconder suas maracutaias. Com a lava jato, basta fazer um acordinho rápido, dedurar alguém devolver uma merreca e voltar para casa. E não precisa nem cumprir o acordo que fez. Vide Youssef que beneficiado com a delação do Banestado voltou a delinquir e teve novo benefício. Incrível… O antes delinquente agora tem o dinheiro lavado (a jato) pelo Estado. Não precisa mais esconder o dinheiro fruto do ilícito. O Estado já sabe que ele tem o dinheiro. O Estado lavou o dinheiro do criminoso que agora está livre para usufruir do seu roubo.

    Não poderíamos ter um nome melhor para tal operação. Lava (a) jato.

    Além disso, a inclinação política desta “operação” salta aos olhos. É triste constatar a pequenez de nossos juizes, procuradores e também de advogados que não tem coragem de enfrentar publicamente os desmandos dessas “otoridades”.

    Gostaria muito de ver essas pessoas todas envolvidadas na lava jato (incluindo aqui além dos políticos e empresários, os procuradores, juizes, e operadores de mídia) serem julgadas por um tribunal sério. O problema é que não existe esse tribunal no Brasil.

     

     

  5. pegadinha

    Moro solta os que assinam delação momentos antes que ela seja aceita pelo STF. Para as estatísticas fica registrado que eles não estavam presos no momento em que a delação foi aceita. Moro então diz que isto prova que não usa a prisão para coagir o réu a delatar.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador