O corporativismo e a nota deprimente da ANMP, por Weden

O corporativismo e a nota deprimente da ANMP

por Weden

Para que serve a Associação Nacional do Minstério Público? Para defender a sociedade, garantindo a atuação séria dos seus filiados, ou para defendê-los a qualquer custo? A nota distribuída, de “repúdio” às críticas recebidas pela República de Curitiba, após o espetáculo deprimente proporcionado principalmente pelo procurador Deltan Dallagnol, não é tão espetacular quanto o evento que resultou em reprovações dos mais amplos setores sociais, preocupados com o solapamento das garantias democráticas; mas é igualmente deprimente.

O que a ANMP fez foi tentar deslegitimar, demonstrando intolerância com a divergência, o que juízes e juristas, outros procuradores, jornalistas, intelectuais, empresários, políticos e boa parte da opinião pública, enxergaram de tão evidente: a prática abusiva de perseguição politica por parte de membros do MP, em consonância com a atuação de grandes e bilionárias corporações midiáticas, contra um cidadão brasileiro.

Em vez de repreender e advertir os membros do MP responsáveis por tais despropósitos, a Associação preferiu protestar contra twitters e postagens de Facebook. Não está longe da verdade a frase que circula desde a quarta-feira de triste memória. Um dos procuradores realmente disse que não tinha provas contra Lula no caso do apartamento. E o chefe da turma só tentou demonstrar “convicções”, sem provas. “Não temos prova, mas convicções”, é uma síntese perfeita produzida pela sabedoria popular.

A nota é ainda mais deprimente porque a Associação toma a frente do grupo de Curitiba e praticamente reafirma acusações contra Lula. Ou seja, passa à condição também de instância de acusação, destruindo qualquer possibilidade de se enxergá-la como uma associação isenta.

Como publicou o Chicago Tribune, a litania – quase religiosa de Deltan – sem provas põe em risco a credibilidade – já bastante abalada – da operação Lava Jato. Mas não é com a Lava Jato que a Associação se preocupa. Nem com o Estado de Direito. E nem com as garantias constitucionais. Ela quer mesmo é reafirmar à sociedade que os seus filiados estão acima do Bem e do Mal. Para dizer isso, francamente, ela não precisa existir.

Triste República.

 

Redação

8 Comentários

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  1. weden, mais uma vez o seu

    weden, mais uma vez o seu texto e coerente. O que eu noto nesse tal de deltam paracetamol é que ele se acha acima dos mortais comusns. É o tipito sectá rio religioso qu não olha pra você, ele quer olhar através de você. Pensa que está, como foi dito, acima do em o do mal. O pior de tudo é que ele não está sozinho nesta conduta. Depois de toda essa balbúrdia que criaram entre mídia, legisltívo e judiciário para viabilizar o golpe, acho que nove de cada dez menbros da (in)justiça brasileira, como esse “santinho” de curitiba, se acha muito além do bem e do mal. Fazem o que querem porque sabem que a nossa honetiss´ma imprensa não critica ou denuncia e as corporações dão todo apoio como fizeram também desta vez. 

    Dizem que depois da tempestade vem a calmaria. Acho que está  apenas começando esta tormenta porque não enxergo nenhum sinal de luz nestes tempos tenebrosos.

  2. o….

    Sem a palavra final dada pela população, sem o voto livre e facultativo, sem as pessoas que formam a nação impondo sua decisão através de plebiscitos e referendos, só podemos ter o contrário disto: o voto ditatorialmente imposto, uma ditadura de cartórios e federações fantasiada como democracia. Não é só ANMP. É OAB, CRM, ANJUFE, CBF, Agências Reguladoras… e todo tipo de grupelhos organizados em caricatas quadrilhas impondo seus interesses sobre a vontade, soberania e necessidades da nação. É o Brasil parasitado por inalcansáveis capitanias hereditárias. Esta história terminou. As ruas mostrarão.

  3. Nassif, inaceitável!
    Vc tem que modernizar estes textos.

    Sabe o que são hiperlinks? Então, há uns 20 anos desenvolveram uma forma de os inserir no texto como se fossem palavras.

    Um texto sobre um assunto sem UM LINK na internet no século xxi é inaceitável!

    Eu já achava isso ruim nos seus textos onde vc poderia fazer MUITO mais referências e sem poluir o texto, como normalmente acontece.
    Não há mais poluição! Abuse de hyperlinks no texto!

  4. Essa associação é um
    Essa associação é um sindicato no sentido de que sua função é defender os interesses da categoria de trabalho. Até ai legítimo. O problema é esconder essa condicao basica usando nomes-fantasia para fugir da denominacao basica -sindicato, como se fosse coisa de pobre se sindicalizar.

  5. Corporativismo e partidarismo

    O que é mais delorável em relação à ANMP: o corporativismo rasteiro ou o partidarismo?  Em relação ao Ministério Público e ao Judiciário se temos em mente uma sociedade democrática,  estes dois órgãos, de forma alguma, podem funcionar sem algum tipo de freio ou controle. Quem fiscaliza as ações do MPF e do Judiciário  que , no caso da “Vaza a Jato”  agiram e agem com seletividade e sem imparcialidade? Nessa altura do campeonato, quem ainda acreditar que os respectivos conselhos do MPF e do Judiciário exercem um controle eficaz sobre esses órgãos, deve estar vivendo no quinto anel de saturno ou em algum cômodo confortável da Casa Grande. 

  6. O que vale?
    Pergunta óbvia: o que vale este extenso texto e esta honesta e inteligente argumentação sobre um comunicado irrelevante e previsível divulgado por uma entidade absolutamente irrelevante, desconhecida da maioria absoluta da população trabalhadora brasileira e sem nenhuma importância política, cultural e social? Resposta: NADA, coerentemente com o objeto do texto, uma tal de anmp.

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