PF deflagra operação sobre vazamentos de dados; advogados e agentes da corporação são detidos

Agentes encontraram na casa da irmã de Aécio Neves documentos de operações que deveriam estar em sigilo; dois advogados e um policial federal, todos ligados a Zezé Perrella, no Cruzeiro, foram detidos

Jornal GGN – A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (5) em Belo Horizonte a prisão de quatro pessoas: dois advogados e dois agentes da própria Polícia Federal. Três deles têm relação com o ex-senador pelo estado de Minas Gerais e um dos dirigentes do Cruzeiro Zezé Perrella.

A ação da PF incluiu ainda a busca e apreensão nos escritórios dos advogados investigados e um mandado de busca pessoal do celular do advogado de Andrea Neves, irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). Ela foi intimada também hoje a prestar depoimento.

A operação foi batizada de Escobar e é um desdobramento da Capitu, quando agentes federais cumpriram 63 mandatos de busca e 19 de prisão no Distrito Federal e outros cinco estados, incluindo Minas Gerais, em dezembro de 2018. O objetivo era dar prosseguimento a investigações de um suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Foram detidos na época o empresário Joesley Batista, dono da JBS, o vice governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB) e o advogado Ildeu da Cunha Pereira, preso também hoje na operação mais recente.

Na Escobar, a Polícia Federal investiga crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, obstrução de Justiça e violação de sigilo funcional.

Segundo a PF, durante a operação Capitu, foram encontrados na casa de Andrea Neves documentos sobre a própria Capitu e outras operações, mostrando que, de alguma forma, os advogados tinham acesso privilegiado às informações de forma ilegal. Segundo nota da PF “tal atitude não só prejudicou diversas investigações como coloca em risco a segurança dos policiais envolvidos nos trabalhos”.

Foram presos nesta quarta (5), além de Ildeu da Cunha Pereira, o advogado Carlos Alberto Arges Junior e os servidores da PF Paulo de Oliveira Bessa e Marcio Antonio Camillozzi Marra.

Ildeu, Arges e Camillozzi Marra são ligados ao Cruzeiro. O último deles, foi nomeado pelo presidente do Conselho Deliberativo do time, Zezé Perrella, para fazer parte da comissão provisória que apura as denúncias de irregularidades no clube.

Sanzio Baioneta Nogueira é o advogado de Andrea Neves que teve o celular apreendido.

Arges, Ileu e um servidor da PF tiveram prisão preventiva decretada e um outro servidor teve prisão temporária decretada. Entenda a diferença entre prisão temporária e preventiva no final da matéria.

Em maio de 2017, Andrea Neves teve prisão preventiva decretada na Operação Patmos (desdobramento da Lava Jato), realizada a partir das delações da JBS. Andrea é investigada por suposta prática de corrupção, organização criminosa e embaraço às investigações da Lava Jato.

Na época a operação mirou também em Aécio Neves e Michel Temer, que teriam atuado para atrapalhar as investigações da Lava Jato, incluindo a tentativa de comprar o silêncio de ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Em dezembro de 2017, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, acatou pedido da defesa de Andrea para deixar a prisão domiciliar e interromper o uso de tornozeleira eletrônica.

A diferença entre prisão temporária e preventiva

A prisão preventiva não tem prazo pré-definido e pode ser decretada em qualquer fase de uma investigação policial ou da ação penal, quando houver indícios que liguem o suspeito ao delito. Em geral, ela é solicitada à Justiça para proteger o inquérito ou processo, a ordem pública ou econômica ou a aplicação da lei.

O mecanismo serve para evitar que o suspeito atrapalhe o andamento do processo, por meio de ameaças a testemunhas ou destruição de provas, continue atuando fora da lei ou fuja.

A prisão temporária, por sua vez, tem prazo de duração de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Ela acontece durante a fase de investigação do inquérito policial e sua solicitação é feita também para assegurar o sucesso de uma determinada diligência, geralmente recolhimento de provas da polícia ou Ministério Público.

A prisão temporária cabe ainda quando o indiciado não tem residência fixa ou quando houver fundadas razões de que o ele é autor ou participou de crimes.

Esgotado os dez dias de prisão temporária, à Justiça pode determinar que o réu continue detido preventivamente.

Redação

6 Comentários

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  1. Que absurdo…
    tipo de vazamento que põe em perigo outras pessoas investigadas

    vai que descobrem alguém que pode complicar a situação dos principais investigados!? morte certa

    essa, realmente, só no Brasil dos tucanos

  2. É muita esculhambação.
    Prendem o porteiro do prédio, a doméstica, o mordomo, o motorista, os vizinhos, os advogados e até o cachorro, mas não prendem os beneficiários. Que medo é esse dos Neves?

  3. Nunca me decepcionei com a real PF, ela eficaz quando não é ideológica, nós comuns cometemos erros de toda ordem por decepção, descredito ou qualquer outra situação que nos leve ao caos familiar. por Deus seja lá qual for, o que foi feito com as micro empresas mineiras, foi covardia, tentemos manter empregos e tudo mais, o SEBRAE foi usado para nos estimular para a falência, ficamos devendo impostos sem ao menos projetar o que seria isso no futuro, de que adianta prender Aécio, Anastásia e até Pimentel, Dilma ou Temer? De que Somos molestados e corpo e mente com cobranças que não temos como pagar, nada nos salva senão a vergonha com tudo como pessoa e que levou a frente um projeto de nação. Não sou criminoso, nunca fui e outros também não, o que fazer? O estado isenta o agronegócio e outros, porque temos que nos considerar RÉUS diante da nação que nós ajudamos ir a frente?

  4. Olá, Quando sempre falo que essa polícia é boa, é porque acredito nela ainda, apesar do corporativismo vesgo. esse é apenas o novelo do GOLPE. Século XXI, ideologia, direita, esquerda com o povo sofrendo,foi erro infantil, não blefaram em favor do emprego, do povo e muito menos do Brasil, real por real já teria muita gente presa que brincou de fazer justiça. isso era uma nação, e não um conluio de alcaguetas recebendo da nossa nação, para destruir os empregos e a segurança da nossa própria nação, os militares no popular em busca do poder entrou nessa furada, graças ao Deus da paz e prosperidade não foram todos, aliás a maioria realmente patriotas e nacionalista defensores da soberania. Esses que estão fazendo parte, só pensam em soldos e vantagens, estão escravizando o povo em nome do do dEUS dos seus bolsos, o deus mercado da morte. Acordem FFAA, em breve serão guardas de multinacionais contra seu próprio povo humilhado e escravizado. Acodem, isso não é ser patriotas.

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