PF investiga cinco suspeitos envolvidos em desaparecimento no Amazonas

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Até o momento, apenas dois suspeitos foram presos temporariamente por 30 dias por envolvimento no sumiço

A Polícia Federal no Amazonas, que investiga o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, afirmou que há indícios da participação de outras três pessoas no caso. Até o momento, apenas os irmãos Oseney da Costa de Oliveira e Amarildo Oliveira da Costa, conhecidos como “Dos Santos” e “Pelado”, foram presos temporariamente por 30 dias por envolvimento no sumiço.

Ontem (15), Amarildo confessou à PF ter participado do assassinato da dupla e apontou o local em que havia enterrado os corpos. De acordo com a confissão voluntária na noite desta terça-feira (14), os corpos foram esquartejados e incinerados.

Amarildo também confirmou à PF que Pereira e Phillips foram assassinados por conta de denúncias sobre pesca ilegal na região.

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Relembre o caso

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Philips, correspondente do The Guardian no Brasil, estão desaparecidos desde 5 de junho. Ambos viajavam pelo Vale do Javari, no Amazonas. O último registro dos dois foi na comunidade de São Rafael, uma região próxima à fronteira com o Peru.

De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari  (Univaja) e o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi), o indigenista – exonerado do cargo de Coordenador de Povos Isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai) após pedir licença não remunerada por perseguição do governo Bolsonaro – sofria ameaças de invasores de terras indígenas.

Na quinta-feira (9), o principal suspeito do caso, Amarildo, teve a prisão temporária decretada. Em abril, Amarildo foi denunciado por invasão de terra indígena e pesca ilegal pela Univaja. Araújo teria sido um dos autores da denúncia.

Na sexta-feira (10), a PF informou que encontrou “material orgânico aparentemente humano” no rio Itaquaí, no Vale do Javari. A PF também encontrou sangue na embarcação de Amarildo. Já no domingo (12), as equipes de busca encontraram, próximo da casa de Amarildo e Oseney, um cartão de saúde e outros pertences de Araújo, além de uma mochila, um notebook e calçados que seriam de Philips.

Na última segunda-feira (13), Oseney foi preso por relação com sumiço de Araújo e Philips. No dia (15), Amarildo confessou que assinou e enterrou o indigenista e o jornalista, e a polícia começou a busca pelos corpos. 

Hoje (16), a PF informou que encontrou restos mortais próximos ao local indicado por Amarildo. Uma perícia será realizada pela PF em Brasília.

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