O ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Fábio Vieira, responsabilizou as polícias Judiciária e Legislativa pela falha na segurança que ocasionou a invasão e depredação dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro. A declaração foi dada durante audiência de custódia, no dia 12 de janeiro.
Fábio Vieira está preso desde 10 de janeiro por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O conteúdo da oitiva só se tornou público nesta terça-feira (24), nos autos do Inquérito que tramita na Suprema Corte.
Em sua defesa, Vieira afirmou não ter “facilitado qualquer tipo de atos criminosos” e ressaltou que durante o ataque terrorista de bolsonaristas não viu a “atuação” de policiais legislativos e judiciários.
Segundo ele, após os manifestantes romperem as grades que protegiam as sedes públicas, não houve nenhuma ação dos demais órgãos e, neste caso, a responsabilidade seria das outras forças de apoio.
“O dispositivo da PM era o dispositivo-padrão: uma linha na frente, acompanhando todo o gradil, do MJ (Ministério da Justiça) ao Itamaraty”, disse. “Eles [os terroristas] romperem o gradil, não se viu policiais do Legislativo. Que, no STF, quando chegou, viu um efetivo muito pequeno da polícia judicial”, continou.
Vieira ainda ressaltou que “protocolarmente, como acontecia em outra manifestação, esses efetivos não estavam adequadamente empregados”.
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O Exército
Durante seu depoimento, Vieira também disse que permanência de bolsonaristasno acampamento firmado no Quartel-General do Exército “contribuiu muito” para os atos de 8 de janeiro.
Segundo ele, a PMDF e o GDF tentaram, por duas vezes, desmobilizar o acampamento, “mas não obtiveram êxito por solicitação do próprio Exército”.
“A PMDF chegou a mobilizar cerca de 500 policiais militares, mas o Exército entendeu que era melhor eles fazerem essa desmobilização utilizando seus próprios meios. A permanência do acampamento contribuiu muito para o ocorrido no dia 8. A PMDF tomou conhecimento de toda manifestação ou evento por uma reunião na Secretaria de Segurança Pública, pela Subsecretaria de Operações Integradas. O comandante-geral não participa dessas reuniões, tampouco do planejamento”, pontou.
Com informações do Metrópoles
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