Serra entra na lista de investigados da Polícia Federal sobre cartel dos trens

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – José Serra (PSDB), ex-governador de São Paulo e candidato ao Senado nas eleições deste ano, é um dos 29 nomes citados pela Polícia Federal na investigação sobre fraude em licitações e pagamento de propina envolvendo obras do Metrô e da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos), no Estado, durante os governos Mário Covas, Serra e Geraldo Alckmin.

A Polícia Federal já intimou o tucano a prestar esclarecimentos no dia 7 de outubro, dois dias após a conclusão do primeiro turno das eleições. O delegado Milton Fornazari Junior, que preside o inquérito sobre suposto conluio de multinacionais, foi o responsável por listass 28 investigados no processo, que inclui dirigentes das empresas envolvidas no escândalo, além de ex-diretores da CPTM e do Metrô. Essa é a primeira vez que a corporação rotula Serra dessa forma.

Serra governou São Paulo entre 2007 e 2010. Segundo apurações do Cade, o cartel atuou entre 1998 e 2008. A Polícia Federal intimou o tucano com base em informações de Nelson Marchetti, ex-executivo da Siemens, que sugeriu que o ex-governador atuou para favorecer uma empresa espanhola na concorrência internacional para compra de 384 carros pela CPTM. As informações foram publicadas no Estadão, nesta sexta (29).

A equipe de campanha de Serra disse ao jornal que “estranha” a citação do nome dele no inquérito, sobretudo porque o Ministério Público do Estado promoveu investigações e arquivou o inquérito “por não encontrar nenhuma irregularidade ligada” a Serra. Para a assessoria do tucano, o “vazamento do inquérito neste período eleitoral revela apenas motivação política para se produzir notícias artificialmente”.

Essa semana, comentando a intimação para depor, Serra disse que considera “super comum” a existência de cartel. Segundo ele, a articulação entre empresários de diversos setores acontece naturalmente e pode ter ocorrido, também, no transporte paulista. (Leia mais)

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. E quem se importa? As

    E quem se importa? As autoridades paulistas não se importam, a mídia não se importa, os eleitores paulistas não se importam.

  2. que injustiça…

    o Serra nunca fez nada, coitado

    e só será investigado porque estava em todas os jogadas justamente sem ter feito nada, porque acreditava, e até já confirmou em entrevista, que via  tudo aquilo como algo super normal e, por esta razão, deixou rolar numa boa

    além do mais, das enúmeras vezes que foi beneficiado ou se deu bem, nem percebeu, tal sua fé

  3. Nada acontece

    Nassif,

    Zezinho da Mooca só presta esclarecimento dois dias após a eleição.

    Como é candidato a senador e vem liderando as pesquisas de opinião, basta vencer para ter privilégio de foro.

    Um processo como este, que já roda por aí há anos, com inúmeros depoimentos a confirmar o pagamento de propina a tais e tais pessoas do governo estadual paulista, e nada aconteceu até agora, este é o modo como funciona este país desde 1500. 

    O ex-governador, em recente entrevista, por pouco não santificou a prática de cartel.

  4. Zé Serra tá aí um homem

    Zé Serra tá aí um homem preparado ! Para o que der e vier, pois “tá tudo dominado”. Coisas da privatização e da filhinha gênio.

  5. Proposta para aliviar a lotação do transporte sobre trilhos

    Vagões do Metrô, Monotrilho, Trens suburbanos têm cada vez menos assentos

    Esta cada vez mais difícil viajar sentado nos trens em São Paulo. E isso não é só por causa da crescente superlotação do sistema. Dados obtidos por meio da Lei de Acesso a Informação, mostram que os veículos das frotas modernizadas e as composições novas têm sido entregues com cerca de 100 assentos a menos do que os equipamentos antigos.

     Trata-se de uma tendência acelerada recentemente. Nos anos 1980 – segunda década de funcionamento das linhas da companhia, as composições da frota “C” da Linha 3-Vermelha possuiam 368 bancos. Algumas destas ainda rodam naquele ramal. No fim do decênio seguinte, os trens recém-adquiridos para a Linha 2-Verde passaram a apresentar 274 assentos, em um lote que recebeu o batismo de frota ”E”.

    Agora, a quantidade de vagas para os passageiros se acomodarem caiu ainda mais. Por exemplo, quem andar em um veículo da frota “K”, modernizada nos últimos três anos, terá de disputar um dos 264 lugares disponíveis. Chama a atenção o fato de que esses trens, antes de serem reformados e rebatizados, pertenciam à antiga frota “C” com 368. Ou seja, possuíam 104 assentos a mais, com os mesmos comprimentos e larguras dos vagões redefinidos, sendo que as vagas do Monotrilho Linha 15-Prata recém inaugurado, não passam de 120.

    Embora o Metrô, que é controlado pelo governo do Estado, não admita oficialmente, a redução dos bancos em seus trens tem o objetivo de permitir a acomodação de um número maior de pessoas em pé, desafogando mais rápido as plataformas superlotadas das estações durante os horários de pico.

     Conclusão

    “Para o Metrô e CPTM, modernizar é sinônimo de subtrair assentos”.

     Análise técnica

     As prioridades não têm levado em consideração o conforto dos usuários. “Como tudo é dimensionado só para atender à demanda no horário de pico, ninguém depois muda o arranjo e instala mais assentos nos trens”.

     Proponho um sistema de Trens de dois andares com altíssima capacidade de demanda em apoio à Linha 11-Coral da CPTM, para aliviá-la nos horários de ponta. “Esses trens “double decker” utilizariam a mesma  linha  e maioria dos passageiros viajariam sentados.”

     É prioritário para implantação das composições de dois andares até a Barra Funda reformar e ampliar a Estação Água Branca, readequar a Júlio Prestes e construir a de Bom Retiro (que englobaria as seis linhas existentes além dos futuros trens regionais), tal atitude beneficiaria todas as linhas metro ferroviárias, e decentralizaria e descongestionaria a Luz.

     Seria uma decisão sensata, racional, e correta porque falar em conforto para uns e outros irem esmagados não tem o menor sentido. Além de se evitar um risco maior, seria uma forma de aliviar este “processo de sardinha em lata crônico”.

    Idosos

     A Linha 5-Lilás, na zona sul, foi inaugurada em 2002 com trens de 272 lugares. A futura frota que será comprada para circular no ramal, que está sendo expandido para receber mais passageiros, registrará, em cada composição, 236 bancos, a menor quantidade entre todos os veículos do Metrô, com exceção do Monotrilho que tem 120.

    Além do natural envelhecimento da população – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas com mais de 65 anos de idade no país saltarão de 14,9 milhões em 2013 para 58,4 milhões em 2060 -, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) aprovou uma lei, no fim de 2013, que diminui de 65 para 60 anos a idade mínima para homens andarem de graça no metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o que deve atrair ainda mais passageiros desse perfil.

     Sem fornecer números, a assessoria de imprensa do Metrô informou que a quantidade de assentos preferenciais nos trens novos e modernizados “É superior ao mínimo estabelecido pela lei”. Os dados oficiais indicam que os trens do Metrô carregam, no máximo, até 2 mil passageiros.

    No caso dos futuros trens da Linha 5, na lotação de 6 pessoas por m² (Limite máximo mundialmente recomendado), a capacidade será de 1,5 mil usuários. Já na superlotação de 8 pessoas por m², são 1,9 mil.

     Outro lado

     Procurada, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) informou que todos os seus trens, sejam novos ou modernizados, “têm quantidade de assentos acima dos 12% adotados como mínimo por todos os sistemas metroviários de alto carregamento do mundo”. Sobre a opção por um monotrilho na Linha 17-Ouro, divulgou que “a opção por esse modo de transporte levou em consideração a demanda, mas principalmente o fato de que não é possível com um corredor de ônibus cruzar de modo transversal importantes vias da cidade como as avenidas Washington Luís, Luís Carlos Berrini e marginal do Pinheiros”.

     A empresa respondeu ainda que o monotrilho traz “benefícios sociais” por ser movido a energia elétrica e não a Diesel, como os ônibus, “além de ter velocidade projetada superior à dos ônibus”.

     Apesar de a própria assessoria de imprensa do Metrô ter feito essas comparações entre os modais, na nota informou que “não é correto compará-los” e “mais errônea ainda é a comparação entre ônibus e metrô e monotrilho”.

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