TCU solicita acesso às provas contra Bolsonaro na venda de joias sauditas

Lucas Furtado, subprocurador que assina o documento, é conhecido por apresentar diversas representações contra Bolsonaro e ex-ministros.

Crédito: Divulgação/ TCU

O subprocurador-geral, Lucas Rocha Furtado, assinou uma solicitação do Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), compartilhe as provas obtidas na investigação da venda ilegal de joias sauditas supostamente cometida por aliados de Jair Bolsonaro (PL) com a anuência do ex-presidente.

O documento foi encaminhado a Moraes nesta terça-feira (12), e pede também o acesso à quebra dos sigilos bancários, nos Estados Unidos, de Bolsonaro e da ex-primeira-dama, Michelle.

“Considerando, por um lado, que, no âmbito das novas apurações a serem empreendidas pelo TCU, poderão ser responsabilizados, além do ex-presidente, os agentes envolvidos nas transações de venda e de recompra, e, por outro, que o sucesso da investigação a ser empreendida pela Corte de Contas depende da colaboração dos órgãos envolvidos na apuração dessas irregularidades, solicito que Vossa Excelência promova o compartilhamento de provas julgadas aptas a demonstrar a participação dessas pessoas no ilegal processo de venda/recompra de bens pertencentes ao patrimônio da União, inclusive aquelas decorrentes da quebra de sigilo bancário do ex-presidente e sua esposa nos EUA”, defendeu o procurador.

Quem é Lucas Furtado?

O subprocurador-geral do TCU é conhecido por enviar diversas ações contra o Executivo. Entre janeiro e novembro de 2019, ele fez 67 representações pedindo a fiscalização do ex-presidente, Jair Bolsonaro, ministérios e autarquias.

“O governo encontrou um espinho no caminho que escolheu. O que eu posso dizer é que eu estou parado, mas em forma de espinho. Se, por acaso, o governo quiser passar por cima desse espinho, eu vou incomodar”, afirmou o decano em dezembro de 2019, ao jornal O Estado de São Paulo.

Furtado também pediu abertura de processo contra o ex-juiz lavajatista Sergio Moro, apontando conflito de interesses. Moro atuou em uma consultoria depois de deixar o cargo de ministro da Justiça na gestão de Bolsonaro. Na época, o subprocurador chegou a pedir o bloqueio de bens de Moro, a fim de que fossem investigados os R$ 3,6 milhões pagos pela consultoria do ex-ministro da Justiça em apenas um ano.

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Camila Bezerra

Jornalista

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