“Você não está tirando o meu sono”, diz Domingos Brazão sobre o caso Marielle

Político foi delatado por executores do crime, mas nega envolvimento na morte e acredita que PF quer fazê-lo "sangrar"

Crédito: Reprodução

Político de carreira e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão negou as acusações de que teria envolvimento com o caso Marielle, depois que informações sobre a suposta delação do ex-policial militar Ronnie Lessa vieram à tona. 

De acordo com Lessa, Brazão seria um dos executores da morte de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, por vingança pela atuação do ex-deputado e atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PSOL).

Em entrevista ao Metrópoles, Domingos Brazão afirmou que nunca mandou matar alguém, nem mesmo Marielle. Reiterou ainda que não conhece os personagens principais da trama: nunca chegou a conhecer Marielle, Lessa ou Élcio de Queiroz, que digiriu o veículo usado no assassinato da vereadora. Também nega ligações com a milícia.

Hipótese

Brazão alega desconhecer citações de seu nome nas investigações, pois não teve acesso ao inquérito mesmo depois de protocolar petições, devido ao sigilo das investigações. Por isso, ao ser questionado sobre as citações, afirma que não pode julgá-las. 

Ele também acredita que as acusações contra si seriam uma tentativa da própria Polícia Federal, fazendo-o “sangrar”, pois a PF teria outra linha de investigação que surpreenderia todo mundo. 

“Você não tá tirando meu sono, não, tá? Tá me aborrecendo, mas não tá tirando meu sono não. Tenho fé em Deus, acredito na Justiça. Se estão falando meu nome para proteger alguém, o desafio das autoridades vai ser sentar e entender quem estão protegendo”, comentou.

o ex-deputado federal também garantiu não ter relação com Marcelo Freixo e que o PSOL foi o maior beneficiário da morte de Marielle, pois o partido “não faz obra, não troca lâmpada, não bota asfalto, não emprega na prefeitura”, mas ganhou projeção com o caso.

Envolvimento?

Apesar das negativas, em 2019, Domingos Brazão foi acusado formalmente de obstruir as investigações do caso Marielle. Antes disso, em 2017, ele foi preso por supostamente receber propina de empresários, em uma operação que é desdobramento da Lava Jato do Rio de Janeiro. Passou, então, 4 anos afastado do Tribunal de Contas, mas foi reconduzido.

Ainda em 2019, João Vitor Moraes Brazão e Dalila Maria de Moraes Brazão, filho e esposa do deputado federal Chiquinho Brazão (Avante-RJ), receberam do Itamaraty o passaporte diplomático, concedido pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

LEIA TAMBÉM:

Camila Bezerra

Jornalista

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador