Zezé de Camargo e o processo contra a Globo

A esdrúxula sentença do desembargador TJ/RJ a favor da Globo

“Se ele, por exemplo, fosse um padre ou político conservador, aí sim haveria abalos ao seu bom conceito.”(Do desembargador Antônio Iloízio Barros Bastos, TJ/RJ, em sentença favorável às Organizações Globo, contra Zezé de Camargo)

Quer dizer então que se ao invés de Zezé de Camargo fosse o autor um conservador tipo o senador Demóstenes Torres ou Silas Malafaia, a Globo seria condenada a ré seria condenada. O judiciário pirou de vez.

Do Blog Universo Sertanejo

Zezé di Camargo perde processo contra jornal

Por André Piunti

A notícia não é fresca, já tem duas semanas, mas vale o registro.

Zezé di Camargo perdeu uma ação contra a Infoglobo, responsável pelo Jornal Extra, e o jornalista Léo Dias, que era responsável pela coluna “Retratos da Vida”.

Em 2010, o jornal carioca publicou que havia rumores de que Zezé poderia ser pai do bebê que a modelo Mariana Kupfer esperava, o que gerou um processo por danos morais.

Em primeira instância, o cantor venceu, e o jornal foi condenado a pagar R$50 mil. Agora, em segunda estância, a 12ª câmara Cível do TJ/RJ negou o pedido de indenização feito por Zezé, e ainda o condenou a pagar R$5 mil pelos honorários gastos pela Infoglobo.

Se a decisão foi certa ou errada, é uma questão para quem entende de direito discutir. O que achei curioso para dividir aqui foram alguns argumentos utilizados pelo relator, o desembargador Antônio Iloízio Barros Bastos.

Além de dar muita base pra discussão sobre a relação ‘artista x invasão de privacidade’, o que é positivo, alguns pontos abaixo me parecem soar um tanto quanto machistas.

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“No nosso sistema latino-americano de moralidade, ser apontado como responsável pela gravidez de exuberante atriz não gera qualquer desdouro para o autor”.

“Grandes cantores e artistas, que encantam multidões, como é o caso do Autor, geram em seu público uma verdadeira relação de amor. Por isso, o que acontece na vida particular do artista passa a interessar ao público de maneira geral, indo além do interesse pelo trabalho artístico propriamente dito. O artista, consciente de que é um ídolo para muitos, não deve se aborrecer com esse interesse pela sua vida privada, pois isso, como dito, é fruto do verdadeiro amor dos seus fãs.”

“Somente se cogitaria de dano moral se o pretenso namoro fosse algo impensável pela imagem de vida do Autor. Se ele, por exemplo, fosse um padre ou político conservador, aí sim haveria abalos ao seu bom conceito.

Contudo, o Autor, como demonstrado na resposta, já apareceu em noticiários anteriores com rumores sobre o fim do seu casamento e relacionamento com outras mulheres.”

Luis Nassif

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