Enviado por Gilberto Cruvinel
Fernando Pessoa
Natal… Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!
s. d.
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Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).
– 115.
1ª publ. in Notícias Ilustrado , nº 29. Lisboa: 30-12-1928.
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puxa vida……………………….linda demais
já tive noites assim, parecidas
já tive ruas
já tive janelas de lares iguais
neve nunca tive
mas já tive luas
em Bangu era assim; eu saía pela janela do barraco; sapatinhos nunca tive, mas ganhava noites lindas
eu não podia andar de dia
noite de Natal desse ano me afetou………..ainda bem
e graças a Deus, acrescenta minha amada Dona Encrenca
mas eu não estou conseguindo voltar à minha parte corpo, minha amada!
o que devo fazer para conseguir, se fui proibido de andar de dia?
– é simples, peregrino! resgate aquele arremedo de poesia que você fez pra mim e largou por aí!
– em Para Ti, minha amada?
– não, peregrino, em Bangu!
– Águas Servidas, minha amada?
– não, seu cretino, Imenso Portal!
belos versos pessoanos e
belos versos pessoanos e peregrinos.