“Ó sino da minha aldeia” de Fernando Pessoa, por Antonio Zambujo

Enviado por Gilberto Cruvinel

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https://www.youtube.com/watch?v=ntD9oG5jbK8

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Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

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E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

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Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.

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A cada pancada tua
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

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sem data
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Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995). – 93.
1ª publ. in Renascença. Lisboa: Fev. 1924.

Fonte: Aquivo Pessoa

vídeo: 

António Zambujo “O sino da minha aldeia” do disco “Por meu Cante” (2004)

poema: Fernando Pessoa

música: Fado das Horas

Redação

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