Tiririca, palhaço e deputado, versus tiriricão (Cyperus haspans), erva daninha, por Sebastião Nunes

A tiririca (a erva, não o deputado) é uma praga terrível, quase igual ao Tiriricão Jair Messias, esse pesadelo de que não conseguimos acordar.

Tiririca, palhaço e deputado, versus tiriricão (Cyperus haspans), erva daninha

por Sebastião Nunes

De acordo com o blog Agromove, as ervas daninhas são consideradas pioneiras. Ou seja, quando um habitat natural é alterado, essas plantas são as primeiras a germinar, iniciando um novo ciclo para recolonizar esse habitat.

O fato de serem plantas pioneiras e possuírem alta capacidade de colonização explica a dificuldade de seu manejo (controle e eliminação).

Uma das características de sua alta capacidade de infestação é a produção de um grande número de sementes por planta. Um único indivíduo é capaz de dar origem, em alguns casos, a milhares de sementes. A tiririca – ou titiricão – produz uma média de 2.450 sementes por planta.

SAI O PALHAÇO TIRIRICA, ENTRA O TIRIRICÃO

O humorista, compositor e cantor Tiririca foi o deputado federal mais votado do Brasil em 2010. Foi reeleito em 2014 e em 2018, desta última vez com 445.521 votos.

Em dezembro de 2017, anunciou que deixaria a vida pública. O motivo de sua decisão, disse ele, era a vergonha de passar as sessões sem fazer nada. Afirmou também que viu acontecimentos vergonhosos no congresso. Por fim, pediu que os deputados tivessem mais atenção com o povo, dizendo que sairia de cabeça erguida e que muitos dos deputados que o ouviam não teriam a mesma coragem. Mas desistiu da ideia.

Agora podemos esquecer o palhaço e deputado Tiririca, personagem bem mais ético do que seus pares no congresso, e continuar nossa série, tomando como modelo o tiriricão que, você já deve ter desconfiado, é o antipresidente Jair Messias.

CONTRASTES E CONFRONTOS

Que Bolsonaro é uma erva daninha, não se discute. Germinando como deputado do baixo clero no Rio de Janeiro, manteve-se oculto para o restante da população, enquanto colonizava de fora para dentro, atraindo canalhas das mais variadas estirpes, de policiais aposentados ou expulsos até criminosos notórios, personagens horríveis da bandidagem carioca, inclusive seus parceiros mais constantes, os milicianos.

Aliás, Jair Messias deve estar profundamente arrependido desses conchavos, pois com certeza nem sonhava se eleger antipresidente, hipótese mais improvável, antes de 2018, do que a queda de um meteoro gigante na Terra. Mas o símile é interessante, uma vez que sua eleição para antipresidente foi, em termos de Brasil, equivalente à queda de gigantesco e inesperado meteoro maléfico.

A devastação que Jair Messias promoveu e continua promovendo no País, tanto em termos de saúde, como sociais e econômicos, lembra – se não for detido a tempo –, o evento que causou o aniquilamento em massa dos dinossauros há 65 milhões de anos.

É claro que os dinossauros, no caso, somos nós, por nossa absoluta incapacidade de perceber o abjeto que nos cairia em cima.

COMBATENDO O TIRIRICÃO

Voltemos à distopia.

Depois dos vermes atacarem e destruírem Trump, o trágico megalomaníaco compulsivo e irresponsável, houve, se o leitor se lembra, a grande explosão que abriu uma cratera na figura de Jair Messias, desde então desaparecido.

Que desaparecido que nada!

Olhando com atenção o buraco, nossos amigos imortais-mortais-imortais perceberam que centenas de sementes de tiriricão, com a cara de Bolsonaro substituindo o bulbo reprodutor da erva, germinavam rapidamente, sufocando qualquer planta.

Nenhum deles entendia de botânica ou agricultura. São Pedro e Gabriel, com certeza, jamais fizeram qualquer tentativa nessa direção.

Que fazer, diante da invasão que se anunciava, fosse o ano 1984, 2020 ou 2084? De que maneira combater a horrível praga que ameaçava o País?

Em Brasília, no Palácio do Planalto, o tétrico antipresidente e seus antiministros geravam monstros e mais monstros em forma de decretos, avisos, portarias. No sinistro congresso, seus parças tratavam de destruir o que restava de lei e organização. No STF, os abutres de plantão cuidavam de impedir, com o manjado exercício do voto elitizado, qualquer tipo de avanço. Afinal, herdeiros de antigas elites, continuavam praticando o que praticaram seus antepassados.

Portanto, fazer o quê?

De repente, São Pedro ergueu a camisola e começou a mijar com jatos fortes em cima das moitas de tiriricão, num gesto de rebeldia.

– Bebe, tiriricão! Bebe Jair Messias! – gritava Pedro frenético.

Percebendo o alcance, senão do inócuo parasiticida, pelo menos da provocativa rebeldia, todos os demais se puseram a mijar na cabeça das sementes de tiriricão, ou seja, na cabeça do antipresidente Bolsonaro.

Sebastiao Nunes

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