Bolsonaro cancela participação no encontro de líderes da região amazônica

Reunião acontecerá na Colômbia; Presidente brasileiro disse que passará por cirurgia e propõe reagendar o encontro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Jornal GGN – O porta-voz do palácio do Planalto, Otávio do Rêgo Barros, confirmou nesta terça-feira (03) que o presidente Jair Bolsonaro cancelou sua participação em uma reunião com líderes dos demais países da região amazônia.

O encontro foi anunciado no dia 28 de agosto, pelo próprio presidente do Brasil, segundo ele, para discutir uma “política única” de preservação e desenvolvimento da região. A reunião está marcada para acontecer na sexta-feira, 6 de setembro, na cidade de Letícia, Colômbia.

Todos os países latino-americanos com território amazônico foram convidados, menos a Venezuela. “Estaremos reunidos com esses presidentes, exceto o da Venezuela, para discutir uma política única nossa de preservação do meio ambiente e bem como exploração de forma sustentável da nossa região”, disse Bolsonaro na ocasião em que falou do encontro.

O governo brasileiro objetiva, ao final da reunião, que os países vizinhos assinem uma declaração conjunta em apoio à soberania nacional brasileira e contra uma ameaça de “internacionalização” da região que compreende o bioma.

“Por questões de orientação médica, o presidente precisará a partir da sexta-feira entrar em dieta líquida. A consequência disso é praticamente inviabilizar uma viagem a Letícia nesse momento”, disse Rêgo Barros.

Bolsonaro tem uma cirurgia agendada domingo, para a retirada de uma hérnia que surgiu no local das cirurgias anteriores, feitas em decorrência da facada que levou durante a campanha eleitoral do ano passado.

O governo disse que poderá enviar um substituto de Bolsonaro a Letícia, mas pede também “eventualmente a postergação, afim de que o próprio presidente, pela importância que ele atribuiu ao tema, possa estar presente em uma futura reunião”, destacou Barros.

O aumento das queimadas na Amazônia gerou uma crise ambiental política no governo do Brasil. Segundo informações do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em agosto foram registrados 30.901 focos de incêndio no bioma, considerado o maior volume registrado desde 2010, quando ocorreram 45.018 focos.

O tema das queimadas na Amazônia brasileira foi tratado em reunião do G7 (grupo que reúne sete das principais economias do mundo), a pedido do anfitrião do encontro, o presidente da França, Emmanuel Macron.

Ele chegou a dizer publicamente que Bolsonaro mentiu sobre sua preocupação com o cumprimento do Acordo de Paris, que versa sobre cuidados com o meio ambiente, para conseguir a aprovação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

Bolsonaro respondeu validando uma ofensa à primeira-dama na França Brigitte Macron, em uma rede social e depois recusando ajuda financeira oferecida por Macron em nome do G7 para combater as queimadas, sugerindo que os europeus têm interesses econômicos na Amazônia.

A França também possui território amazônico, na Guiana Francesa. Apesar disso, o país europeu não foi convidado para participar do encontro em Letícia.

*Com informações do DW Brasil e G1

Redação

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