Número de mortes chega a 65 em Brumadinho

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Mauro Pimentel-AFP

Jornal GGN – As equipes de resgate confirmam que, até agora, foram encontrados 65 corpos após o rompimento da barragem da mineradora Vale, na cidade mineira de Brumadinho, no dia 25. São quatro dias de busca. Na outra ponta da tragédia, 292 pessoas continuam desaparecidas. 192 pessoas foram encontradas com vida. E, dos mortos, somente 19 foram identificados.

Foram 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos despejados sobre a região, segundo informe da Vale. A empresa criou dois comitês para atuar sobre a tragédia e tomou algumas medidas para melhoria da imagem, como suspender pagamentos de dividendos para acionistas e de bônus para os executivos. No caso dos comitês, mesmo que sejam tratados como ‘independentes’, terão seus integrantes indicados pela Vale, o que levantou suspeitas e críticas dos movimentos sociais.

O dano ainda não foi totalmente dimensionado. A sete quilômetros do local de rompimento da barreira, a lama tóxica atingiu o rio Paraopeba, afluente do rio São Francisco. O Serviço Geológico do Brasil calcula que a lama percorreu, até domingo dia 27, 46 quilômetros pelo rio. Calcula-se que o barro correrá outros 310 quilômetros até desembocar na usina de Retiro Baixo, próximo de Felixlândia. 19 munícipios mineiros devem ser atingidos diretamente pela lama tóxica.

Um grupo de 136 militares israelenses dão apoio ao Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, a partir desta segunda-feira (28), quarto dia de buscas. 

Na manhã de ontem, ministros do governo Bolsonaro e técnicos se reuniram para discutir a tragédia em Brumadinho. Participaram da reunião os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral), Bento Costa Lima (Minas e Energia), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional).

Raquel Dodge, procuradora-geral da República, disse em coletiva que os executivos da Vale podem ser penalizados pela tragédia em Brumadinho. Segundo ela, ‘é preciso ter uma responsabilidade séria do ponto de vista indenizatório da empresa que deu causa a este desastre e também promover a persecução penal de pessoas e indivíduos, que precisam ser responsabilizados por esta falha’.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

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  1. Quando a barragem se romper…
    Quem te Leve e Break
    (Led Zeppelin)

    If it keeps on raining, levee’s going to break
    When the levee breaks I’ll have no place to stay

    Mean old levee taught me to weep and moan
    Got what it takes to make a mountain man leave his home

    Don’t it make you feel bad
    When you’re trying to find your way home
    You don’t know which way to go?
    If you’re going down South
    They got no work to do
    If you don’t know about Chicago

    Crying won’t help you
    Praying won’t do you no good
    Now, crying won’t help you
    Praying won’t do you no good
    When the levee breaks
    Mama, you got to move

    All last night sat on the levee and moaned
    Thinking about my baby and my happy home
    Going, going to Chicago, going to Chicago
    Sorry, but I can’t take you
    Going down, going down now, going down

  2. De grão em grão a estatística enche o papo

    Se temos 65 mortos confirmados e 292 desaparecidos, temos aí uma soma de 357.

    Supondo que depois de 5 dias, 12 milhões de m2 e 2 a 16 m de altura de lama, resgate-se mais milagrosas 0 a 10 vidas, teremos de 347 a 357 mortos, onde uma parte será eternamente considerada desaparecida, do pó original ao pó (úmido).

    Enfim, o número final será de pelo menos mais de 340-350 mortos, o n.exato interessará às estatísticas e noticiário.

    O tamanho da tragédia já se mede em vidas perdidas (humanas e não humanas), famílias desfeitas, danos materiais, ambientais, morais, empresariais e ético-culturais, este último um tipo de dano de que não conseguimos evoluir há séculos.

    O Brazil é um país trágicamente exportador de bem estar, uma commodity sem preço … fora daqui.

     

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