André Rebouças, uma das vozes negras mais importantes no movimento abolicionista

Escreveu inúmeros artigos no jornal Gazeta da Tarde, estimulou a criação de uma Sociedade Abolicionista na Escola Politécnica, onde lecionou em 1883, e redigiu com José do Patrocínio o Manifesto da Confederação Abolicionista.

de Todos pela Constituição

André Rebouças, uma das vozes negras mais importantes no movimento abolicionista

André Pinto Rebouças nasceu na Bahia, em 1838. Seu pai era Antônio Pereira Rebouças, um rábula autodidata, representou a Bahia na Câmara dos Deputados em diversas legislaturas e foi conselheiro do Império. Sua mãe, Carolina Pinto Rebouças, era filha do comerciante. Primogênito, André formou-se em Engenharia pela Escola Central do Exército em 1860, no Rio de Janeiro. Na Europa, especializou-se em fundações e obras portuárias e foi uma das maiores autoridades brasileiras em engenharia ferroviária e hidráulica.

Junto com seu irmão Antônio Rebouças, André participou como engenheiro da Guerra do Paraguai e foi responsável por importantes obras da engenharia nacional, como estradas, ferrovias e sistemas de abastecimento de água. Foi autor do projeto da estrada de ferro Antonina-Curitiba – que serviu de base para a difícil obra do trecho serrano da ferrovia Paranaguá-Curitiba – e também dos projetos da ponte de ferro sobre o rio Piracicaba e da avenida Beira-Mar, no Rio de Janeiro. Na cidade do Rio de Janeiro, André Rebouças notabilizou-se por ser o primeiro a solucionar o problema de abastecimento de água com mananciais fora da cidade. Foi também criador das empresas Docas do Rio de Janeiro, Maranhão, Cabedelo, Recife e Bahia.

Foi uma das vozes negras mais importantes no movimento abolicionista, ao lado de José do Patrocínio e Cruz e Souza. Escreveu inúmeros artigos no jornal Gazeta da Tarde, estimulou a criação de uma Sociedade Abolicionista na Escola Politécnica, onde lecionou em 1883, e redigiu com José do Patrocínio o Manifesto da Confederação Abolicionista. Ajudou também a redigir os estatutos da Central Emancipadora, agremiação política que reuniu personalidades abolicionistas do Império. Defendia a reforma agrária para integrar os libertos na economia, com a criação de um imposto sobre fazendas improdutivas para financiar a distribuição de terras aos libertos, o que causou inimizades juntos aos latifundiários.

Amigo próximo de D. Pedro II, André Rebouças acompanhou o Imperador em sua viagem para o exílio. Entre 1889 e 1891, Rebouças permaneceu em Lisboa, trabalhando como correspondente do jornal The Times, de Londres. Em 1892, arruinado financeiramente, aceitou um emprego em Luanda, Angola. Em 1893, fixou-se na Ilha da Madeira, onde veio a falecer no dia 9 de maio de 1898.

Fonte:

A Cor da Cultura – https://bit.ly/3427OXH

Uol Educação – https://bit.ly/2rRZE66

Redação

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