A agonia da imprensa escrita, falada e imaginada

Por W K

Temos no Brasil 247 um artigo de Laurez Cerqueira (veja aqui) bem interessante sobre o que anda acontecendo com os jornalões pelo Brasil e pelo mundo. Ele comenta sobre a queda de audiência e de tiragens das diversas formas de imprensa existentes no Brasil e onde o cidadão se informa.

O que me chama a atenção é que esses grandes veículos até hoje não aprenderam nadica de nada e insistem em não querer aprender, apesar de inúmeros cavalos selados passarem à sua frente. Vejamos:

Demitem jornalistas. Seria o mesmo que uma voadora demitir pilotos de aeronaves “por serem muito caros”; um restaurante demitir cozinheiros, uma transportadora demitir motoristas. Ora, é o jornalista quem dá forma à informação. E informação a cada dia que passa cresce mais e mais e, com a ascenção de classes menos favorecidas, estas agora também querem ser informadas. Ou seja, corta-se onde não se deveria cortar. 

Quanto à informação pela Internet, sabe-se que nenhum sítio conseguiu substituir integralmente um jornal ou um canal de tevê, só tomou uma parte da atividade antiga da imprensa. Aqui mesmo existe uma certa linha informativa e debatedores em torno dela, que dificilmente se encaixariam em qualquer emissora ou jornal ainda atuante. Por exemplo, não temos aqui palavras cruzadas, horóscopos, anúncios classificados, intrigas anti-governamentais, etc.

Um fenômeno semelhante se abateu sobre o circo antigo – a grande maioria deles acabou -, mas pode-se citar uns três circos que fazem atualmente um enorme sucesso: uma tal de fórmula 1, o Cirque du Soleil e o André Rieu. A rigor eles atuam como circos, só que, diferentemente dos circos originais, eles apresentam um tema único: uma corrida de anunciantes de produtos caros com direito a trapaças mil e alguns belíssimos acidentes, uma história cheia de artistas orindos dos circos antigos e música clássica com humor, respectivamente. Os circos antigos, com animais & domadores, trapezistas, malabaristas, bailarinas, mágicos, etc., na verdade eram apenas uma gororoba de apresentações sem nexo nenhum entre si. E os jornais, revistas e os canais de tevê ainda existentes seguem a mesma linha.  

Ora, cada departamento desses meios de comunicação poderia se tornar um sítio independente do outro, principalmente quanto à apresentação: um para a compra e a venda automóveis, outro para imóveis, para notícias esportivas, para notícias políticas, e por aí vai. O chato é que atualmente já existem sítios que cuidam disso e conseguem fatruar alguma bufunfa, ainda que menos do que antigos jornais, é verdade.

Isto é, o cavalo selado foi montado por outros fora do ramo. Rest in Peace. Merecem.

 

 

Redação

18 Comentários

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  1. Chega a ser engraçado ver a

    Chega a ser engraçado ver a transformação de alguns colunistas, que mesmo opositores ao PT, já foram bem mais equilibrados. Hoje, eles disputam qual deles será mais “feroz” ao esculhambar o governo. Só para que o “vencedor” tenha o privilégio de ser o último a sair e apagar a luz.

      1.  
        E a Zelotes? E o FHSBC

         

        E a Zelotes? E o FHSBC Suíço? E a lista de Furnas? Dá uns 20 petrolões. 

        Oneide, tenha dó de nós, já são 9:15, vai ver a novela Sodomia, dá um tempo.

      2. Essa “afronta” é muito maior e vem de décadas … engavetadinha

        A diferença é que agora tem combate liberado (até demais), sem camuflagem, sem engavetadores.

        As pessoas só reagem ao que tomam conhecimento. Pior: no caso, filtrado, seletivo.

        Pensam que começou agora, ou que 400 milhões em 10 anos podem abalar uma empresa de 3 trilhões.

        Como cidadãos políticos, se querem realmente um país melhor, têm a obrigação de saberem mais que isso.

        Não se tocam que um Banestado pós privataria de cerca de 100 bilhões movimentou quantia similar para mais…

        Isso é afronta!

        Agir sem conhecimento de causa é coisa de trapalhão, de brucutu revoltado de torcida organizada.

        Vamos “acabar” com 20% da corrupção apenas para liberar os outros 80% lépidos e fagueiros, como sempre?

        Seremos mesmo um país de muitos trouxas e poucos donos, com há séculos?

        Ou vamos mudar esta jabiraca de verdade?

    1. Nesse clima de “fim de festa” nas redações

      deve estar rolando o seguinte pensamento: “ou vá enferoçar contra o PT ou não vai ter o leite das crianças !” 

  2. NAS ENTRELINHAS

    Vamos pedir auxílio a WS: “há mais coisas entre o céu e a Terra do que supõe vossa vã filosofia.” Tudo isto é business , não há almoço grátis ou, é a economia, estúpido.Tem também: Rei morto, rei posto. E o povo? Ora, o povo?

    “Semana marcada por cortes drásticos na Folha e no Estado terminou com uma parceria entre o governo federal e o Facebook para levar internet gratuita a 200 mil pessoas na favela de Heliópolis, em São Paulo; “A escalada de demissões de profissionais da imprensa nos últimos dias, Folha 50 jornalistas, Estadão 100, Jornal Nacional despencando sua audiência, mostra que o setor está arruinando numa velocidade inimaginável”

    1. “”A escalada de demissões de

      “”A escalada de demissões de profissionais da imprensa nos últimos dias, Folha 50 jornalistas, Estadão 100, Jornal Nacional despencando sua audiência, mostra que o setor está arruinando numa velocidade inimaginável””

      A desgraça é que aqueles que ficam fazem qualquer negócio para não perder a boquinha também. Exemplo claro na globonews de ontem. As suaves apresentadoras só faltartam chorar ao perceberem que a manifestação de ontem foi muito menor que a de 15/03, para desgosto dos seus patrões.

      Assim, esta imprensa fuleira vem formando há tempos o que temos visto nas ruas no dia 15/03 e 12/04. Gente mal educada, sem dircurso coerente, que mal sabe o que está fazendo na rua e, na falta de massa cinzenta, aparentemente só sabe gritar duas coisas: VTNC e FDP.

       

    2. O Cunha e sua bancada forçaram isto

      A grande mídia, enfiada até o pescoço nas falcatruas que vêm sendo reveladas, apelou para o Cunha e sua bancada para sobreviver, mas está só se interessa por dinheiro, assim, ferra o povo e a Nação, dia sim, outro também.

      O Povão, que assiste as Mídias percebe que não está sendo defendido por elas, afinal venderam a alma para o diabo, assim não lhes prestigia.

      Não defendem o povo e a Nação , estes pagam na mesma moeda, deixam as mídias se acabarem.

      Vivemos em tempos interessantes.

  3. O fim do jornalismo

    Se há algo mais simbólico do momento por que passa o jornalismo brasileiro, eis aqui:

    A rádio Ku Klux Pan, (antiga Jovem Pan), no exato momento que contrata o trágicõmico ídolo coxinha Danilo Gentile para fazer dupla com a musa dos justiceiros Sheherazade, demite um Monumento do Jornalismo Esportivo Mundial, Claudio Carsughi .

    Ficou claro para todos agora?

    Demitido da Jovem Pan, Claudio Carsughi critica guinada à direita da rádio

    Revista Forum

    Demitido da Jovem Pan, Claudio Carsughi critica guinada à direita da rádio

      

    Após mais de 50 anos na emissora, o jornalista lamentou a mudança de perfil da emissora: “Hoje tem uma posição frontalmente contrária ao PT, à Dilma, ao Lula. Talvez com isso espere o retorno publicitário com empresas do mesmo perfil”

    Por Guilherme Franco 

    Um dos mais veteranos jornalistas esportivos do Brasil em atividade, Claudio Carsughi, 82, foi demitido pela Rádio Jovem Pan nesta segunda-feira (14). Ele trabalhava no veículo desde 1957 como comentarista esportivo. A emissora alegou corte de gastos.

    Carsughi deu a notícia nas suas páginas pessoais, tanto no Twitter como no Facebook, e associou a sua saída à nova ideologia política da emissora. “A rádio está passando por uma mudança de perfil. Ela assumiu uma postura de direita, que nunca tinha tido. Sempre se ouvia os dois lados. Hoje tem uma posição frontalmente contrária ao PT, à Dilma, ao Lula. Talvez com isso espere o retorno publicitário com empresas do mesmo perfil”, disse ao UOL.

     

    claudio

    Contrariado, ele não concordou com a decisão. “São contingências da vida. Falam em redução de custos. Mas isso é relativo. Eu não tinha um ordenado nababesco. Para o orçamento da rádio não deve fazer muita diferença”, completou.

    Claudio Carsughi nasceu na cidade italiana de Arezzo, em 13 de outubro de 1932. Engenheiro formado, trabalhou entre 1957 e 13 de abril de 2015 na Rádio Jovem Pan, dia em que foi demitido pela emissora paulistana. Carsughi sempre foi conhecido pelos seus comentários precisos na área esportiva, em especial o futebol e o automobilismo.

  4. demissão de jornalistas

    Porque a autoproclamada  “grande mídia” está  demitindo jornalistas? 

    Porque não precisa deles.

     A “grande mídia” só precisa de autores de ficção. 

    1. Os jornalistas também fazem parte do problema

      As mídias não contratam qualquer jornalistas, muitos dos bons, o Nassif por exemplo, não se sujeita a trabalhar nelas, muito pelo contrário, taca-lhes processos judiciais.

      Agora se os que estão lá trabalhando se sujeitaram a isto e principalmente se aliaram a seus patrões para deixar de defender o Povo e a Nação, agora que perdem o emprego por falta de audiência, nada mais certo.

      Como sempre digo, O Povo não é Bobo.

  5. Gostaria de entender o seguinte ….

    Gostaria de entender o seguinte durante décadas e enquanto a Web não era o que é hojeoe os jornais justificavam seu preço e a quantidade de anuncios devido ao preço do papel , este era caro pois era importado , o papel então feio, bobo e federento era o culpado, hoje a diferença de uma assinatura de papel para uma digital é mínima , o papel deixou de ser vilão !? 

    1. Eu sei que o papel pra eles

      Eu sei que o papel pra eles sempre saiu barato pois eles têm isenção total de imposto na compra. E, vendo a promiscuidade sempre existente entre governos e mídia, pode ser até que esse papel saia praticamente de graça.

  6. principal causa da quebradeira…

    poucas pessoas gostam de más notícias

    ou tudo começou a dar errado assim que um grandessíssimo idiota, ou qualquer diretor de jornalismo de direita, decidiu que comprar ou fazer a cabeça ou idiotizar o consumidor de informações, ouvinte ou telespectador, é mais importante do que vender informações, boas notícias ou entretenimento

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