Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
[email protected]

A bomba semiótica do fusca em chamas

O bordão “Não tem arroz, não tem feijão, mas assim mesmo o Brasil é campeão” em 1962 e o atual “Não Vai Ter Copa” demonstram que as bombas semióticas são a principal arma de uma guerra psicológica. Se no passado a ação era feita através de cinedocumentários exibidos para as classes pobres por meio de projetores montados em chassis de caminhões abertos, agora é por meio de produção de eventos com alto rendimento midiático, causando impacto mesmo em manifestações com baixo número de “manifestantes”. O caso mais recente foram as dramáticas imagens do fusca incendiando e uma família humilde sendo salva das chamas, em uma rara combinação do oportunismo, sincronicidades e significados ambíguos, elementos que são o pavio da detonação de uma típica bomba semiótica.

Em 1990 os telejornais de todo o planeta mostraram chocantes imagens do que ficaram conhecidas como “o ossário de Timisoara”, na Romênia: a descoberta de um ossário de quatro mil vítimas que, afirmavam os repórteres, eram vítimas da ditadura de Ceausescu. E outros milhares de corpos teriam sido dissolvidos em ácido. As imagens atrozes dos cadáveres alinhados sobre um lençol branco marcaram para sempre a derrubada do ditador na chamada Revolução Romena de 1989. Mais tarde descobriu-se que tudo tinha sido um cenário montado para cinegrafistas e fotógrafos: na verdade eram corpos de pobres desenterrados de um cemitério local e cedidos à TV.

É irônico que em uma sociedade tão cética como a nossa onde a máxima “eu só acredito vendo”, que esvaziou simbolicamente as mitologias e religiões ou até a própria existência de Deus, o olhar e as imagens sejam as principais fontes de enganos e manipulações.

Partido desses dois pressupostos para reflexão, vamos começar por uma insólita experiência pela qual passei ao assistir ao Jornal Nacional. Estava eu em mais uma das incansáveis e perigosas missões de buscar bombas semióticas (são perigosas pelo risco de expor nossos sentidos a elas) nos telejornais. A pauta eram as manifestações contra a Copa que ocorreram em várias localidades do País. Como a matéria apresentava imagens já repetitivas, aproveitei e levantei-me para buscar algo para beliscar na cozinha. Na volta o susto: deparo-me com imagens de uma praça à noite em estado de guerra declarada. Incêndios por todos os lados, escombros servido de barricada e uma multidão enfrentando pesada artilharia de repressão de multidões. Depois de alguns segundos, claro, entendi que as imagens se referiam aos protestos na Ucrânia contra o governo.

O “ossário de Timisoara” de 1990 nos ensinou
a duvidar de  toda e qualquer imagem 
que apareça em telejornais

É significativa essa recorrência na divisão dos blocos de notícias dos telejornais: contrariando a tradicional divisão entre blocos de notícias nacionais e internacionais, as manifestações no Brasil são inseridas no mesmo bloco onde são mostradas imagens dos conflitos na Síria e Ucrânia. Praticamente sem intervalo, apenas como uma locução introdutória rápida. Pesquisadores como Inácio Ramonet e Robert Stam já chamaram a atenção das manipulações metonímicas ou por separação e fragmentação das notícias, seja na “escalada” ou na divisão por blocos nos telejornais: procuram ou neutralizar e minimizar certos acontecimentos ou dar um significado maior a um determinado fato – leia RAMONET, Ignácio. A Tirania da Comunicação. Vozes, 2007 e STAM, Robert. “O Telejornal e seu Espectador” In: Novos Estudos Cebrap.

A pauta e a sua organização em blocos esconde uma intencionalidade. E nesse caso, o desejo quase incontrolável dos editores dos telejornais que o Brasil possa produzir imagens como aquelas na Síria ou na Ucrânia.

Oportunismo e sincronismo do fusca em chamas

O ápice dessa aproximação metonímica entre Brasil, Síria e Ucrânia vem agora com uma nova e oportuna bomba semiótica que apareceu com um timing e felicidade impressionantes: um fusca 1975, com uma família e uma criança de cinco anos, tendo no volante um humilde serralheiro que depende do seu carro para sobreviver. Todos voltando de um culto em uma igreja evangélica. Inocentes perfeitos, gente que rala para sobreviver. O fusca incendiando e todos sendo retirados do interior do veículo às pressas no meio das chamas, produziu uma dramática cena noturna: caos, anomia, insegurança – teremos Copa, mas não conseguimos ir e vir na cidade em que vivemos!

Além disso, essa bomba semiótica é cercada por duas coincidências significativas bem interessantes: primeiro, o nome do motorista era Itamar. Uma alusão ao presidente Itamar Franco onde, dentro do seu governo aprovou a Lei do carro popular em 1993 que previa isenções de impostos, e o fusca foi escolhido como o símbolo dessa política.

A segunda, as origens do fusca estão fortemente ligadas à Segunda Guerra Mundial e ao projeto de Hitler de um carro que deveria ser capaz de levar três soldados e uma metralhadora, além da típica família alemã como símbolo da propaganda de uma economia forte. Portanto, o fusca possui um simbolismo simultaneamente militar (coincidentemente um carro colocado numa situação de conflito como nas manifestações contra a Copa) e popular (manifestações contra um governo supostamente incentivador de políticas de popularização e inclusão no consumo).

Além dessas coincidências significativas (sincronicidades?), temos principalmente o fator ambiguidade que ficou evidente desde o início: os manifestantes atearam fogo deliberadamente no veículo? O fusca avançou inadvertidamente sobre um colchão em chamas? Uma conexão entre o fusca e histórico “atentado da bolinha de papel”?

O fusca em chamas não permite leituras ideológicas

Algumas leituras ideológicas encararam o incidente como “manifestantes fascistas de direita que atacaram um trabalhador humilde”, como uma clara demonstração da “destruição niilista dos vândalos black blocs”. Mas o movimento “Não Vai Ter Copa” é refratário a qualquer interpretação ideológica porque ele se autojustifica: seu objetivo não é a demonstração ideológica (destruição do capitalismo) ou reivindicatória, mas de simples propaganda de terror – impactar o contínuo midiático com imagens simbólicas de descontrole, caos e medo para demonstrar que um governo que não consegue controlar as ruas não é um governo legítimo.

Daí a incrível felicidade e oportunismo do fusca incendiando para as telas de TV: vítima? Culpado? Evento montado como o ossário de Timisoara para impactar a opinião pública? O que importa é que essa poderosa combinação semiótica de sincronismo com ambiguidade anaboliza uma manifestação que contava com poucos participantes nas ruas, mas que foi capaz de produzir um ótimo rendimento midiático, forçando inclusive a FIFA fazer um pronunciamento através de nota onde condena os protestos e assegura a confiança no governo em manter a segurança durante o torneio.

Em si, o pronunciamento da FIFA já é outro elemento de ambiguidade: se no plano denotativo é um discurso que reafirma a confiança na organização da Copa, no plano pragmático é o sinal da força do golpe midiático, o que torna legítima a pauta construída pela mídia – lembra a clássica afirmação dos dirigentes de um time em crise: “o técnico está prestigiado!”.

Não importam mais as condenações e interpretações. O objetivo já foi cumprido: uma mobilização com poucos participantes, mas que é capaz de produzir dezenas de acontecimentos que se transformam em imagens simbólicas (virar carros da polícia, veículo incendiando, depredação de bancos e lojas, manifestante carregando adereços anarquistas em pose desafiadora sobre um carro de TV ou da polícia etc.) para a delícia de fotógrafos e cinegrafistas.

1962-64: bombas semióticas contra João Goulart

Cinejoranais produzidos pelo IPES (1962-64):
a gestão do medo.

“Não tem arroz, não tem feijão, mas assim mesmo o Brasil é campeão”. O Brasil era campeão da Copa no Chile em 1962, enquanto inexplicavelmente sumia arroz e feijão das prateleiras do comércio. Simultaneamente a mídia, por meio da TV e rádio, repercutia esse bordão como parte de uma sistemática propaganda de terror para desestabilizar o governo João Goulart que conduziria ao golpe militar de 1964, como apontam pesquisadores como Rene Armand Dreifuss e Denise Assis (leia DREIFUSS, Rene A. 1964: a conquista do Estado, Petrópolis: Vozes, 1981 e ASSIS, Denise. Propaganda e Cinema a Serviço do Golpe, R. de Janeiro: Mauad, FAPERJ, 2001).

Leia mais

Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

32 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. S o currículo incluir todas as matérias sugeridas, terá + d 100

      Cada uma com meia hora de aula. O que os alunos precisam é de mais leitura, escrita e discussao oral nas aulas de PORTUGUÊS (em vez das inúteis aulas de Gramática). Isso já seria suficiente para incentivar a percepçao de bombas semióticas, a reflexao, etc., nao sao necessárias disciplinas específicas, cada uma com seus conteúdos, etc.  

      1. Para não dizer que nunca

        Para não dizer que nunca concordei com a Anarquista Lúcida, até eu acho que ela mereceu cinco estrelas agora.

        Mas bom, até um relógio parado está certo duas vezes num dia.

      2. Anarquista,

        é bom lembrar que nem tudo se resume apenas ao “PORTUGUÊS”. Nesta sociedade midiática em que vivemos, aulas focalizando leitura de textos multissemióticos (com imagens, palavras, sons e música) que circulam pelas mídias contemporâneas são mais do que necessárias. Isso pode ser feito, é claro, nas aulas de língua materna ou estrangeira ou até mesmo nas de História e Sociologia, mas a abordagem desses textos precisa ser feita.

    2. comentário

      concordo comJair. Éprecio ensinar semiórica  nas  escolas, inclusive  para distiguir más interpretaçoes como essa do autor do artigo acima.Nossa!  Como esse rapaz   tem a  imaginação fértil!  As interprettaçoes dele são rídiculas! Só alienados aacreditariam nele.

  1. Talvez, menos.

    Que a mídia busca maximizar fatos que não teriam maior repercução, não fossem os olofotes e câmeras, isso nós sabemos. Que existem motivações políticas por trás dessa especulação midiática, parece também claro, agora a ilação entre Fusca, Itamar e a segunda guerra mundial, ai o autor viajou na maionese, como se diz por aqui.

    1. Uma provocação sincromística

      A conexões do fusca com Itamar Franco e II Guerra Mundial são apenas “coincidências significativas” ou “sincronicidades”. Apenas uma provocação “sincromística” como se por trás dos fatos da realidade se escondesse uma estranha sintaxe que faz símbolos e significados convergirem em dados momentos, criando eventos de forte impacto no contínuo midiático.

      Claro que aí entraríamos na “parapolítica”, um encontro da política, esoterismo e misticismo como procuram fazer pesquisadores como Christopher Knowles ou Loren Coleman no seu blog Twilight Language. Para eles, fatos como esses seriam mais do que meras coincidências…

      Uma mera provocação a ser desenvolvida em outra oportunidade.

    2. Tirando proveito no improviso

      Pois é, Samuel, creio que os editores dos veículos de imprensa que usaram a imagem do fusca não tiveram tempo e nem cultura suficiente para examinar todo o signo por trás das imagens. Eles agiram intuitivamente, porque só a violência devidamente orquestrada em São Paulo já seria o suficiente para as suas pretenções. Mas Wilson Ferreira, sim, teve tempo, conhecimento e cultura mais do que suficiente para analisar os lastros signicos carregados na imagem, que a dotam de um valor que está incrustrado muito além do intelecto e consciência de cada cidadão. 

      1. Pode até ser. Mas um

        Pode até ser. Mas um fusquinha 1975, rodando com uma família inteira dentro deles, só denota pobreza. Nada a ver com alemães, 2ª guerra e que tais…

    3. Se usassem os símbolos?

      Pois é Samuel,

      a imprensa se preocupa tanto em atacar que nem percebeu o simbolismo nos personagens da tragédia, o Fusca, Itamar e muito mais que poderíamos agregar num belo texto para denegrir o governo. Mas, o imediatismo foi mais forte. Como o Wilson já colocou, esses personagens citados no texto dele, serviram apenas para enriquecer e elucidar as oportunidades que a grande mídia aproveita para atacar.  A grande mídia não usou esses símbolos que poderiam mexer com o imaginário do leitor, mas tocou a noticia de forma “acachapante” para telespectador ao lado de um noticiário internacional.

  2. Artigo interessante

    … só gostaria de saber se alguém vai indenizar o cara pelo fusquinha, porque não vi uma única linha esclarecendo isso no texto.

    Essa questão da indenização é vital para um argumento que se coloca no texto: a legitimização de um governo a partir da segurança que este governo ofereça ao cidadão.

    A garantia da segurança está na base do contrato social das primeiras sociedades, que dirá das modernas. Ora, um governo que cobre impostos pela segurança, que falhe na garantia dessa segurança e que não indenize o cidadão, lavando suas mãos, é legítimo? É democrático e republicano?

    Poder sem responsabilidade, confisco tributário sem contrapartida e garantia de serviços – é essa a democracia que a social democracia petista e tucana nos propõe? Até o momento, me parece que sim.

    Dessa foma, saber se o dono do fusca será ressarcido pelo Estado é fundamental para sabermos se trata-se apenas de uma questão semiótica ou de um problema bem maior.

    Meu palpite? Acho que o dono do fusquinha dançou feio.

     

    1. Na entrevista que ele deu,

      Na entrevista que ele deu, disse que uma e meia da madrugada recebeu uma ligação ( governo do estado ? prefeitura ?) dizendo da necessidade de retirar o carro da rua, e que o guincho custaria 300 reais. Ainda segundo o Itamar, por sorte um conhecido fez o serviço mais em conta. E la nave va…

  3. Não entendo no que esse fato

    Não entendo no que esse fato pode fortalecer o movimento “não vai ter copa”, se esse ato gerou tanta revolta, contra os manifestantes, por partre da maioria da população.

  4. Essa estória de Bomba semiótica …
    Esses textos de Bomba semiótica tão parecendo aqueles hippies doidões dos 70s procurando coisa escondida em capa de disco.

    haja imaginação… ou distúrbio obsessivo compulsivo. ..

    Eu tenho uma outra explicação para a história do fusca em chamas:

    partamos dos pressupostos,

    Os black blocs são um bando de Playboys

    Os black blocs não fazem a menor idéia do que estão fazendo.

    Os black blocs querem derrubar o governo, mas não sabem por que e nem o que querem por no lugar.

    Na falta de neurônios, usam a única coisa que os desprovidos de neurônios costumam ter de sobra: testosterona.

    Ai passou um infeliz qq na rua e deu de cara com esses estrupicios.

    E como era de se esperar deu merda.

  5. Eu desisti de ler na parte “o

    Eu desisti de ler na parte “o fusca possui um simbolismo militar”…. nos meus mais de sessenta, mesmo sabendo desde sempre das origens do fusca, nunca o vi associado a nada militar, com exceção do schwimmwagen, jipe anfibio feito para uso do exército alemão. Ainda bem que não foi um carro chines que queimou….muita forçação de barra para justificar puro vandalismo, o mesmo que sempre destruiu orelhões, quebrou vidros e placas de sinalização, e por aí afora…

    1. Como você sabe Hitler

      Como você sabe Hitler encomendou um carro popular a Porsche que assim o fez. A associação de Hitler ao militarismo é mais que óbvia o Fusca, por mais simpático que seja, incoscientemente remete àquele período.

      1. O jipe, ou Jeep, que se ve

        O jipe, ou Jeep, que se ve aos montes por aí, esse sim, é criação pura de guerra.  Mas nunca vi associação, exceto alguns exemplares que realmente pertencem ao exercito e outros restaurados com pintura imitando veículos militares.  Concordo com post acima, que o fusca associado à guerra seria mais que óbvio, é um pouco viajar na maionese…

        capacete de moto = associar a capacetes militares?

        faca de churrasco = baionetas?

        celular = rádios portateis que aparecem aos montes em filmes de guerra?

        aviões = nem precisa explicar…

        viu como é fácil??

  6. Parabéns

    Esse coletivo se orgulha muito de ter Wilson Ferreira como um dos seus assíduos colaboradores, parabéns pelo textove obrigado mesmo e, dentro do que foi colocado, embora sob outro parâmetra, segue este texto de  repdoduzido no Cafezinho do Miguel do Rosário, brasileiros(as) abram os olhos antes que seja tarde demais: Inimigos interenos e externos à espreita para dar o bote, afinal de contas, somos um pais promissor e temos muitas riquezas: Os abutres sobrevoam os céus do Brasil

    http://www.ocafezinho.com/2014/01/28/paranoia-cia-financiou-black-blocs-na-libia-siria-e-agora-ucrania/

  7. O movimento ‘Não vai ter

    O movimento ‘Não vai ter copa’  pode ser a bomba de efeito retardado, desgastará o ufanismo envolvendo a seleção brasileira e o futebol em geral.

    Eu aproveitando a deixa já não sei os resultados do campeonato paulista, e acredito que mais pessoas comecem a desprezar o produto futebol.  As novelas e o telejornalismo estão mal das pernas, se a audiência do  futebol cair quebra-se o último apoio do tripé televisivo.

    Espero que a copa transcorra dentro dos limites da civilidade, mas a queda da mitica do futebol será benéfica para o país. Precisamos tratá-lo como os países desenvolvidos (Alemanha, França) o fazem, é apenas um evento esportivo. Que a partir das próximas copas sejam na Europa, ou em qualquer outro país, não parem mais o Brasil por causa de um jogo de futebol.

  8. De tudo isso filtro uma

    De tudo isso filtro uma conclusão: a mídia, em especial a TV Globo, todo santo ou não santo dia lança toneladas de bombas semióticas que no popular poderiam ser traduzidas como “pega abestados”.

    São mestres isso. 

  9. Clima de caos…até nos canais de esporte

    Ontem, em um dos programas esportivos da ESPN, enquanto um dos apresenadores indagava aos outros participantes se os protestos poderiam prejudicar a realização da Copa, a tela ao fundo mostrava insistentemente imagens não dos últimos protestos, mas os de junho. E aquelas imagens ficaram rolando por um tempo incomensurável. Resumindo: está-se tentanto criar um clima de caos geral, incluindo até mesmo programas esportivos, que passaram a discutir política, obviamente sempre contra o governo federal.

  10. Guerra da realidade virtual x o mundo real

    As imagens realmente influenciam, mas acho que a realidade vivida desfaz o efeito das impressões imediatas.  Quem vive mais inserido socialmente tem mais defesas. Mais vulneráveis mesmo são estratos das classes médias, os que trabalham mais isolados, como profissionais liberais e trabalhadores autônomos: sempre os mesmos. Nas imagens das manifestações, quando aquele bando de nóias mascarados invadiam a marquize do planalto, estava evidente não ser aquilo uma manifestação popular, no entanto, bem que serviria como pretexto de golpe, alegando-se cáos e  vacância de poder. Mas, acho que, felizmente, é preciso mais que isso para promover a ruptura que desejam. As forças sociais vivas têm suas raizes na ordem estabelecida, é só iriam trocá-la por algo tão garantido quanto.

  11. Na Venezuela os simpatizantes

    Na Venezuela os simpatizantes da OPOSIÇÃO foram convidados para uma marcha na qual seus organizadores PREVIAM BAIXAS (sem que os participantes soubessem!) e estas baixas foram depositadas na conta de Hugo Chaves, ainda que os ASSASSINOS sairam da OPOSIÇÃO!

    Hugo Chaves foi deposto e depois foi reconduzido ao seu cargo depois de ficar PRESO. Ele acusou militares corruptos, a mídia e o apoio dos EUA.

    Aqui temos a CLAREZA que se NENHUM FATO EXTRAORDINÁRIO ACONTECER DILMA LEVA MAIS UMA e vê crescer FORTEMENTE um possível futuro candidato que seria o Haddad (Especulação).

    Só o extraordinário mudará os rumos! Então existem algumas peças CHAVES que estão posicionadas no tabuleiro e podem vir a ser este extraordinário!

    Os radicais, pode ser por exemplo, os Black Block, num determinado confronto podem vir a morrer (Que valor eles teriam numa tomada do poder? Nenhum…)  Arma-se uma PRODUÇÃO MIDIÁTICA, como foi  a tentativa bolinha de papel do cerra nas eleições  e pronto, coloca nas mãos do gilmar ou do barbosão!

    Jogo definido!

    Não é só clareza que a DILMA precisa, de lealdade!

    Foram muitos os generais que se venderam em troca de malas de dólares…

    A embaixatriz dos EUA do golpe em LUGO, no Paraguai, mora em brasilia…

  12. É isso aí!

    ” Portanto, seu principal objetivo é cognitivo: criar uma atmosfera de insegurança e uma percepção de que os poderes públicos não conseguem manter a ordem nas ruas. Isso se chama gestão do medo, tática para atingir a grande massa de receptores que podem ser indiferentes aos conteúdos discursivos das mídias, mas são extremamente sensíveis às imagens que formam o contínuo midiático atmosférico e cuja reação imediata numa situação de perigo latente é a autopreservação.

     E sabemos que, historicamente, essa situação é propícia para o surgimento de aventureiros políticos e oportunistas de ocasião.” A discussão se encerra aqui. Todo o necessário foi dito… excelente artigo, Wilson! MEDO!

  13. O próprio texto é exemplo de

    O próprio texto é exemplo de manipulação quando diz: “teremos Copa, mas não conseguimos ir e vir na cidade em que vivemos!”.  A mensagem que a frase transmite é tendenciopsa, deturpada, manipulada. A Copa foi vinculada à quase tragédia, quando o correto seria vincular aqueles que NÃO querem a Copa, responsáveis únicos pelo ocorrido.

    Além disto, “não conseguimos ir e vir na cidade em que vivemos” é um exagero proposital e mal intencionado, com o propósito de passar a idéia de caos.

    Francamente, espero que o propósito tenha sido mostrar o poder da palavra nefasta.

  14. Gostaria de ler uma

    Gostaria de ler uma comparação entre o filme Anonymus (as imagens do herói remete a um contexto pré-revoluções burgesas) e o alemão Edukators (não sei se a garfia está correta). Pessoalmente, prefiro o filme alemão.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador