A seletividade de Veja censura coluna de blogueiro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Rodrigo Constantino teve uma de suas colunas barradas pela própria Veja.

O feito conquistado ocorreu quando Constantino afirmou que a jornalista Miriam Leitão, após depoimento de tortura sofrida pelo regime militar do governo Emílio Garrastazú Médici, ao aguardar pedido de desculpas das Forças Armadas, também deveria pedir desculpas por ter sido “uma comunista, do PCdoB, entoando hinos marxistas”.

“Acho que Miriam tem todo direito ao seu pedido de desculpas. Se sofreu o que diz mesmo, nada justifica isso. Mas ela não era uma heroína. Não era uma jovem democrata que defendia a liberdade. Portanto, cabe perguntar: e o seu pedido de desculpas, Miriam, não teremos?”, diz a publicação.

O colunista da Veja coloca em dúvida um de centenas de testemunhos de um período da história brasileira inquestionável de torturas e crimes da ditadura militar. Contradiz-se. “São relatos chocantes, e não tenho motivos para duvidar de sua veracidade”, expõe em um trecho. “Infelizmente, o debate sobre nosso passado está tomado por emoções fortes e muitos interesses, tudo isso turvando a razão” e “decidiu revelar as supostas (aprendi com os jornalistas a usar o termo quando não há provas) torturas”, em outros.

Não suficiente, Rodrigo Constantino recomenda “compreender o contexto daquela época de Guerra Fria e ameaça comunista” e abandonar a “postura maniqueísta”, colocando tais crimes e criminosos em equilíbrio, explicitamente, com “aquela turma jovem que sonhava com o modelo cubano ou soviético”.

Em seu depoimento, Miriam Leitão recorda que o motivo para ser presa em uma cela escura, nua, com uma jiboia, e alvo de tentativas de estupro coletivo, aliciada por vários militares, foi ser um dos jovens presos acusados de “tentativa de organizar o PCdoB no estado, de aliciamento de estudantes, de panfletagem e pichações”.

Além da ausência da configuração do ilícito; exposto o explícito uso de tais crimes para, como fim, tirar informações desses jovens por meio das torturas; e da falta de qualquer direito – seja ele humano ou carcerário, Constantino crê que a isso Miriam deva desculpas. A coragem da jornalista de ironizar o terrível forma-se em crença tola de uma desculpa injustificável em argumentos, seja lembrando a viva história, ou mesmo se o colunista quisesse se apegar a registros forjados das Forças Armadas. Por clara falta de provas, após meses de tortura, os jovens foram absolvidos.

Miriam Leitão esperou 42 anos para contar o relato não pelo efeito heroína – como tenta impor Rodrigo Constantino – mas porque “era uma jornada só minha”, nas palavras da jornalista.

Em um trecho do depoimento, Miriam revela a contradição e o trauma: “Minha cela ficava na fortaleza. Quando eu saía de lá à noite e era levada para outro local de tortura, eu a contornava e passava pela escadaria. Saía desse belo prédio circular, às margens da baía – e que hoje, por ironia, o Exército aluga para festas –, e era levada para a parte nova do quartel onde funcionavam algumas seções administrativas do quartel. Olhava aquele lugar lindo, lindo até hoje, o convento lá em cima, e pensava o quanto nada daquilo fazia sentido. Era uma beleza que contrastava com a violência daquele lugar. Eu não conseguia entender isso. Não entendia naquela época, não entendo até hoje”.

Ainda há outros pontos questionados da coluna, como afirmar que eram minoria os militares “que realmente praticaram tortura”, enfatizando a teoria dos “porões da ditadura”, ao compasso e contramão do grandioso trabalho da Comissão Nacional da Verdade que prova, a cada dia, que tais porões não existiam, que a ditadura era comandada, executada ou, pelo menos, sabida por todos os comandos das Forças Armadas.

A seguir, a coluna na íntegra de Rodrigo Constantino:

Miriam Leitão fala da tortura que sofreu na ditadura e quer pedido de desculpas. Legítimo, mas e o seu pedido de desculpas?

A jornalista Miriam Leitão decidiu revelar as supostas (aprendi com os jornalistas a usar o termo quando não há provas) torturas que teria sofrido durante o regime militar, incluindo ficar numa cela escura com uma jiboia e quase ser estuprada por vários soldados. São relatos chocantes, e não tenho motivos para duvidar de sua veracidade. Diz ela:

Minha vingança foi sobreviver e vencer. Por meus filhos e netos, ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas. Não cultivo nenhum ódio. Não sinto nada disso. Mas, esse gesto me daria segurança no futuro democrático do país.

Uma postura decente. Miriam tem direito a um pedido de desculpas formal, e não resta a menor dúvida de que houve vários abusos e torturas por parte dos militares, o que é inadmissível. Segundo ela, seu único crime era integrar o PCdoB e fazer proselitismo entre os estudantes, além de ser namorada de outro militante, de quem estava grávida de um mês quando foi presa. Sendo verdade, isso não configura crime algum.

Infelizmente, o debate sobre nosso passado está tomado por emoções fortes e muitos interesses, tudo isso turvando a razão. A postura maniqueísta precisa ser abandonada. Compreender o contexto daquela época de Guerra Fria e ameaça comunista não é o mesmo que transformar os militares em santos, tampouco poupar aqueles que realmente praticaram tortura. Estes deveriam ter sido punidos pelos próprios militares decentes – grupo em maioria.

Por outro lado, a vitimização dos antigos comunistas, que tentam se pintar como legítimos democratas que do nada foram atacados por militares autoritários, não se sustenta por um segundo. Aquela turma jovem sonhava com o modelo cubano ou soviético, nada parecido com uma democracia. Alguns, como Fernando Gabeira, Arnaldo Jabor e Ferreira Gullar, fizeram uma dolorosa mea culpa de suas lutas juvenis equivocadas. Outros não. Querem pedidos de desculpas, mas não querem pedir desculpas.

Miriam Leitão, que gosta de um discurso de vítima em outras áreas (cartada sexual, racial, indígena etc), aproximou-se dos tucanos e passou a defender uma social-democracia nos moldes europeus, afastando-se assim do velho comunismo do passado. Com isso, passou a ser “acusada”, junto com os próprios tucanos, de “neoliberal” pela antiga esquerda mais radical. Não se conforma com isso.

Tanto é verdade que faz de tudo para ser “perdoada” pelos antigos companheiros. Mesmo quando precisa bater nos mais caricatos, nos “petralhas”, acaba atacando os conservadores e liberais também, como Reinaldo Azevedo e eu mesmo, para ficar bem na foto, posar de “neutra”. É um problema geral do tucanato: a lógica e a experiência os levaram mais para a direita, mas seus corações permanecem na esquerda. São prisioneiros emocionais do passado.

Acho, como já disse, que Miriam tem todo direito ao seu pedido de desculpas. Se sofreu o que diz mesmo, nada justifica isso. É uma postura covarde daqueles militares envolvidos. Mas ela não era uma heroína. Não era uma jovem democrata que defendia a liberdade. Era uma comunista, do PCdoB, entoando hinos marxistas e usando como símbolo a foice e o martelo.

Se essa turma tivesse logrado sucesso naquela época, o Brasil hoje seria uma imensa Cuba, algo que ainda não nos livramos justamente porque os comunistas ainda existem, sob o manto de bolivarianismo ou socialismo do século 21. Portanto, cabe perguntar: e o seu pedido de desculpas, Miriam, não teremos?

Rodrigo Constantino

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Leia comentário do colunista no Facebook:

***

O link original foi retirado do ar. Mas é possível acessar o conteúdo da coluna pelo serviço de compartilhamento de URLs para denúncia (http://naofo.de/1716).

Leia o depoimento de Miriam Leitão: A entrevista de Celso Amorim para Míriam Leitão, por Luiz Cláudio Cunha

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

72 Comentários

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  1. Resumindo:

    o tal Constantino é mais lixo que a veja. O.k. vai entrar no Guiness Book of Records (na lingua da pátria mãe do tal Constantino e da veja).

  2. não sei porque

    Não acredito muito nessa Mirian,faço até força para acreditar em alguma coisa que ela fala mas o repudio que sinto pela proficional de jornalismo acaba respingando tambem na pessoa fisica dela. 

  3. Constantino rima com cretino.

    Constantino rima com cretino. Aliás, acho que apelar para essa rima já um insulto para os cretinos. 

    Nada mais tenho a escrever.

  4. Pra quem trabalha nessa

    Pra quem trabalha nessa filial da cosa nostra, no Brasil, defender a ditadura e chamar todo mundo de comunista é condição sine qua non para permanecer no emprego, ser promovido ou receber aumento. 

  5. Como é que é?

    Eu li direito ou estou tendo alucinações? Pedir desculpa por ter “entoado hinos maxistas’?Hum só podia “entoar” os lixos americanos é? PANACÃO esse indivíduo.,deve ser um desses que se “orgulha” em lavar latrina dos americanos.Não gosto dessa tal de mirian leitão,mas essa desse bobão dizer que tem que pedir desculpas por ter “entoado” uma canção demonstra como são idiotas certos  indivíduos que se acham jornalistas.

  6. Não gosto da Mirian Leitão,

    Não gosto da Mirian Leitão, nem sabia que ela tinha sido torturada. Se o foi, bem… ela é vítima e tem minha simpatia.

     

    Nunca li nada deste tal de Constantino, que pelo que aqui vi transcrito deve ser mais um daqueles ilustres brasileiros que acreditam ter NOBILITAS (3 – nobreza, origem ilustre, nascimento ilustre –  Dicionário Latino Português, Francisco Torrima, Gráficos Reunidos Ltda., Porto, Portugal) em razão do nome romano ou grego. Há bem pouco tempo, um certo Demóstenes (muito elogiado pela Veja) caiu em desgraça porque além de não ser tão eloquente quanto o inspirador do seu nome era bem mais desonesto que ele. Quanto tempo até este Constantino ser pilhado em razão de alguma inconstância moral? O futuro dele a mim não pertence, felizmente.

     

    Toda vez que vejo um cretino elogiando a Ditadura e, portanto, a tortura,  chego a mesma conclusão. Os homens não aprendem com filosofia, mas com a prática. Submetam o tal Constantino a uma boa sessão de Submarinos, Telefones e Pimentinha e depois o façam dormir na “Cama de Boilesen”. E então ele poderá dar seu próprio testemunho sobre os benefícios terapêuticos e pedagógicos do tratamento rigoroso que acredita ser bom para os outros (e que, por derivação, admite ser necessário para si mesmo).

     

     

     

  7. E aquele papo da wikipedia,

    E aquele papo da wikipedia, não se fala mais nisso? Pô, o Homer podia aproveitar que estava diante de Dilma, A Terrível, e perguntar se tinha sido ela mesmo quem deu a ordem pra adulterar o verbete da comunista da globo. Sobre o post em si, não vou perder tempo. Eles que são golpistas que se entendam.

  8. Tá faltando em quem bater….

    Caros, notem que o excesso de comentaristas de direita aliado a um pequeno átimo de falta de criatividade,estes mesmo comentaristas começam a se criticar com a mesma insanidade que fazem com a esquerda !!

    O pedido de desculpas da Miriam é absudo mas o comentário do outro reaça supera a própria Miriam!! 

    Tenho  certeza que o Reinado  A. hoje a noite deve levantar a árvore genealógica deste Titino (sic) e descobrir algum antepassado que deu alguma esmola em porta de Igreja e fazer uma alvoroço !! Genial!!

    Que tal a ficha falsa da Miriam no DOPS? será que a Folha vai fazer de novo? E a caixa de charutos com dinheiro que veio de Cuba para soltar a Miriam ? E o aeroporto na fazenda do avô do Titino (sic)? E a casca de banana que atingiu a cabeça de Bob Marinho e ele teve que passar uma temporada se escondento mundo afora?? rsrsrsrsr

    Isso vao ser muito divertido!

  9. Um pateta no lugar certo.

    Essa criatura virou piada mundial ao “suspeitar” que o vermelho que aparecia no logo da Copa era propaganda “comunista”.

    Não pode e não deve ser levado a sério, já que não passa de um coxinha que recentemente fez sua primeira viagem internacional e foi para……………… claro………………..Miami….

    2 patetas em Miami. O Constantino é o menorzinho.

     

    1. “”suspeitar” que o vermelho

      “”suspeitar” que o vermelho que aparecia no logo da Copa era propaganda “comunista”.”

      eh,eh,eh… é o mesmo que pensar que a novela GERAÇÃO BR4SIL era propaganda do PSDB…

      Que idiotice…

    1. Ia dizer o mesmo. Deixe esse

      Ia dizer o mesmo. Deixe esse povo falar para os reacionários que têm estômago forte para ouvir tanta besteira.

      Dão muito cartaz para esse povo.

       

  10. Censura pode existir apenas

    Censura pode existir apenas  no ámbito da adminstração publica.

    O grande truque da esquerda brasileira foi se mostrar como paladinos da democracia quando  tanto no passado como hoje o objetivo e o de implantar um regime totalitário onde uma momenklatura se lucuplete do estado.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=jguhH-QwBgY%5D

     

  11. Argumentos do editor

    Constantino diz que retirou o texto após ouvir argumentos do seu editor.

    Vazou no Twitter uma figura que flagrou esta  argumentação:

     

  12. Liberalismo Constantínico

    Esse é o liberalismo que o Constantino defende?! Todo mundo é livre para pensar e defender o que quiser… Menos o comunismo!! Acreditar no comunismo e defendê-lo é crime e a pena se dá com chibatadas, cadeira do dragão e dança com a jiboia!!

    Quantos liberais devem estar se remexendo no caixão?!

  13. Ps.: Parabéns ao GGN!! Ainda

    Ps.: Parabéns ao GGN!! Ainda bem que existe para salvar o Constantino dos liberais da Veja que cercearam seu posicionamento… Todo mundo tem o direito de ser idiota, inclusive o Rodrigo Constantino!!

    Se não me engano foi Voltaire que disse algo como: “Posso discordar do que dizes, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo!!”

  14. Miriam Leitão, o retrato de uma época

    Nesse dia, Miriam Leitão abraçou seus fantasmas, pegou a mão de uma menina num canto da cela e a colocou na luz, com dor, mas, sobretudo, com amor…

    A perversidade das mentes na ditadura militar era levada a extremos, tudo era permitido contra estes guerrilheiros de esquerda, ainda que se tratasse de quase crianças ou, ainda que sua militância fosse meramente rebeldia juvenil contra a opressão de um regime totalitário.

    Sem contemplações, todos que eram contra o regime militar, reputavam-se  sanguinários terroristas e contra estes tudo era permitido tudo era possível.

    Este é o retrato de uma época brutal, irracional, desumana.

    Ressalto que, nos dias de hoje, remanescem alguns apoiadores de tais atos, os quais, não me furto de dizer, carregam algo de doentio consigo, uma negação à vida, um ódio que depõe contra a humanidade que deveria ser intrínseca a todas as pessoas.

    Por isso, o crime de tortura é imprescritível, ele viola a nossa essência de seres humanos, e sem isso, resta a barbárie pré-civilizatória, precedente à racionalização e humanização que originou o chamado homem no sentido lato dado a tal substantivo e que não prescinde dos adjetivos, racional, solidário, sociável, amoroso.

    De tempos em tempos, e pelos mais diversos motivos, emergem novas histórias deste período obscuro e abjeto de nossa história.

    Este é o caso recentíssimo de Miriam Leitão.

    Presa durante a ditadura, ela, na época, com 19 anos, grávida, foi presa, e tendo sido retirada toda sua roupa, nua, foi colocada em uma cela escura, junto com uma cobra jibóia. Ver a íntegra da entrevista ao final do artigo originalmente postado no Observatório da Imprensa – http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed812_a_reporter_pergunta_o_ministro_gagueja)

    O extremo horror que esta pessoa deve ter sentido é algo inimaginável.

    Na realidade a única diferença entre o réptil de sangue gelado que havia na cela e a repugnância e medo que gerava em meio a escuridão perante a fragilidade humana, e os torturadores, é que a cobra, não tinha uma aparência humana, era e aparentava ser um simples animal rastejante, sem outros disfarces.

    Alguém capaz de tal gesto não pode ser considerado humano, definitivamente, não é um homem, na acepção da palavra cristã, criado a imagem e semelhança de Deus.

    Entretanto, o mais estranho é que, muitos encontraram em tal fato, não a condenação sem meações de tal ato e sua brutalidade, mas uma forma de expiar a culpa da vítima por suas atuais posições ideológicas.

    Ledo e cruel engano.

    Não há ideologia na tortura, existem torturadores e torturados, não há culpa, é a desconstrução do humano pela dor, pelo medo, pela coação, em termos religiosos é o pecado contra Deus, pois retira o livre arbítrio e com ele a humanidade.

    E quão profunda é a dor e a permanência de tais episódios.

    Durante mais de 40 anos Miriam Leitão se recusou a falar sobre isso.

    E reestruturou sua vida em parâmetros que certamente, indubitavelmente, foram influenciados por tal experiência extrema.

    Ortega y Gasset,  fala do homem e suas circunstâncias, mas ele fala também da possibilidade de escolhas e, nesse caso, não houve escolha… existiu a tortura e existem seus efeitos…e sequelas.

    Num episódio corriqueiro e, poder-se-ia dizer banal, na alteração do verbete relativo a pessoa de Miriam Leitão, na Wikipédia, ela veio a público, extremamente indignada, afirmando que o que ali constava e que havia sido alterado não era verdade em relação a sua trajetória.

    Sintomático.

    Pouco mais de uma semana depois, ela Miriam Leitão novamente vem a público, relatar as brutalidades a que foi submetida quando da ditadura militar.

    Colocada frente a alteração realizada em face de sua imagem pública, Miriam Leitão reagiu, isso ai não sou eu.

    Restou neste momento, todo um inventário.

    Na realidade quem sou eu?

    Seria esta a resposta?

    “Eu não sou somente a jornalista, que se tornou referencia no maior sistema de comunicação brasileiro, uma escritora reconhecida, uma economista portadora de análises precisas, ainda que contestáveis.

    Sou também aquela menina num canto de uma cela, nua, brutalizada, grávida, em meio a escuridão tendo como ameaça um animal hostil e repelente, uma cobra.

    Faz parte do inventário.

    Talvez esteja emergindo deste baú de memórias, coisas mais diversas, uma nova afirmação – não somente eu sobrevivi, mas no que me transformei, e porque me transformei, e finalmente, será que ainda devo alguma coisa aquela menina na cela… será que eu devo a mim, ou mesmo a percepção de humanidade que eu tinha e que me foi tirada a força… à  juventude …aos ideais… a alma e o amor que impulsionavam e que pautavam minha vida naquele momento….depois, quando eu tive uma vida sem amarras – como se isso ainda  fosse possível… agora, o tempo passado e, finalmente este reencontro como o fantasma de mim mesma…algo que, agora entendo,  não se presta a exorcismos, mas a ser acolhido, confortado e exaltado, a parte boa e feliz de alguém que amava a vida e da qual num ápice, tudo lhe foi retirado… entendo, por fim, que nada que vem da alma, se for amor, não possa ser restituído e, ainda é tempo de inventários.”

    Nesse dia, Miriam Leitão abraçou seus fantasmas, pegou a mão de uma menina num canto da cela e a colocou na luz, com dor, mas, sobretudo com amor…

    Não falem de culpa, não falem de pagamento, falem deste resgate e entendam isso como um gesto humano, de amor, de solidariedade, que foi gerado, não sem uma imensa superação, e que nos foi legado, a todos, quando podia ter ficado restrito a sua esfera pessoal.

    Fica aqui um abraço forte a Miriam Leitão, pela coragem, pelo gesto, pela altivez e grandeza de atitudes.   

    – texto postado junto ao fora de pauta – Cidadania –

  15. Eu posso estar louco, mas se

    Eu posso estar louco, mas se foss pra chutar eu acharia que o nosso Aliança Liberal é o codinome do Rodrigo Constantino para trolar aqui no Blog. A ideia fixa de comunização do Brasil é classica nos dois casos.

  16. É o que dá passar a borracha…

    É o que ganhamos quando a sociedade passa a borracha no assunto da ditadura… “Deixa pra lá”.

    Mas o povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la.

  17. Tudo teatro

    Constantino se ofereceu para fazer esse papel pois, como homem de “investimentos” viu que havia falta desse tipo de “profissional” no mercado. Fez a jogada e o pessoal que gosta do tipo, paga. Simples assim.

  18. Era so o que faltava …

     Durante os anos 60, a alvo das forças de repressão era a esquerda, seja comunista ou não. Feita a “limpeza”, nos anos 70  se voltaram contra a classe media e a Igreja, seus antigos aliados, culminando com o assassinato de Herzog. Era o inicio do fim. Esse  moleque da Veja faz a mesma coisa. O alvo preferencial é a esquerda. Depois de difamar  o inimigo ate a exaustão, ele agora se volta contra seus proprios aliados. Logo quem: Miriam Leitão, vestal da Globo, queridinha do mercado. O moleque quer que ela se desculpe por ter sido de esquerda um dia? O que mais a revista Veja falta inventar? 

  19. O Professor Hariovaldo é o

    O Professor Hariovaldo é o cara mais descaradamente roubado no país, em se tatando de direitos autorais, escribas do esgoto e seus leitores copiam deliberadamente seus sábios insights e os tomam como deles!!!

    Só quero saber o seguinte: essa da Mirian entoando a Internacional, como crime inafiançável, vai sair no JN?

  20. Rodrigo Constantino contrai Ebola e vírus morre de desgosto

    Rodrigo Constantino contrai Ebola e vírus morre de desgosto

    Rodrigo Constantino acaba de prestar mais um entre seus inúmeros favores à sociedade. O colunista mais odiado do Brasil contraiu o vírus Ebola propositalmente porque sabia que isso causaria de uma vez por todas a extinção do vírus.

    “Meu próximo passo é contrair candidatos do PSOL”, escreveu o jornalista em sua coluna na Veja, que logo depois tirou o post do ar.

    Por @wandaladdams e @microcontoscos

    http://www.sensacionalista.com.br/2014/08/21/rodrigo-constantino-contrai-ebola-e-virus-morre-de-desgosto/ 

  21. não bate

    O excelente título não bate com a matéria. Dei uma lida rápida, mas não vi nada sobre a seletividade, que está bem explicadinha no comentário de Mauro Segundo.

    Sabe o que ainda não me passou pela goela? Aquela de colocar o grande Celso Amorim, que esteve à frente da adoção pelo Brasil de uma política externa digna, como um cúmplice da ditadura. Minha solidariedade a Mirian pelo que ela sofreu – e eu não tenho motivo para descrer de seu depoimento – não me impede de pensar na sua desonestidade ao escolher logo ele pra fazer as tais cobranças. Não foi coincidência! Isso tem a ver com a atual postura de lambe-botas de Obama que a jornalista escolheu pra si na maturidade.

     

  22. Se pagaram para pseudos

    Se pagaram para pseudos manifestantes segurarem cartazes anti-Dilma e xingarem na abertura da Copa do Mundo, imagina quanto algumas empresas e corporações não devem pagar para esses neofilósofos à moda  Olavinho para escrever e dizer essas besteiras? Tem mais mensalão e mensalinhos no Reino da Dinamarca do que imagina a nossa vã filosofia…

  23. Se a jornada dela era pessoa

    Se a jornada dela era pessoa e intransferível, qual a razão para, agora, expor ao público em geral? Outro livro de sua lavra? Ou foi para “desmembrar” seus dados na wikipédia? Sei não, pessoas que enrustem segredos – de tal ordem – pro tanto tempo e, assim, de pronto, começam a falar… sei não… O tal constantino, sabemos todos, é um bostal que trabalha para outros bostais, nada de novo na (perce)veja.

  24. Agora Miriam Leitão virou

    Agora Miriam Leitão virou star? Perseguida no wikipedia, perseguida na ditadura, perseguida pela Oia. Será que dá tempo de colocar ela no lugar do Aero, porque, com certeza ela é filiada ao psdb. Imagina, Miriam Leitão e Marina no segundo turno. Aff.

    1. O mais triste é isso:

      Hoje a miriam leitão faz uma defesa intransigente dos interesses que apoiaram e financiaram a ditadura… e as torturas que sofreu. 

      Enfim… ela trabalha para aqueles que lhe aplicaram os mais bestiais suplícios. 

       

  25. Esqueceram mim

    Vocês não fizeram nem um pequenino elogio ao Roberto Marinho que empregou e defendeu comunistas que trabalhavam  na sua empresa durante a ditadura.

    Vejam este texto que talvez muitos já conheçam(se é verídico, não sei)

    “… a chamada “linha dura “do governo foi se impondo no país, e a censura se abateu sobre os jornais. O Globo não foi exceção, lembra o então chefe de redação do jornal, Henrique Caban: “Pressionado para entregar a lista dos comunistas aos militares, remeteu um envelope fechado com os nomes de todos os funcionários”. Ligou um general do Exército para ele, indignado, e disse: ‘o senhor me mandou a folha de pagamento’. E o dr. Roberto respondeu: ‘Quem tem que descobrir os comunistas são vocês.’”

    http://www.robertomarinho.com.br/mobile/obra/-dos-meus-comunistas-cuido-eu.htm

    Com Roberto Marinho

    Minhas três décadas de trabalho na construção da Rede Globo, ao lado do dono

    por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho

      

     

    http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-63/questoes-telejornalisticas/com-roberto-marinho

  26. Neonazista

    É Muito provável  que  o horror desse cara contra os comunistas seja  porque estes sob a lidrança de Stálin derrotaram o nazismo sob a liderança de Hitler!…

  27.  
    Prefiro continuar com

     

    Prefiro continuar com verdade que fez milhões votarem na Dilma e decidiu a última eleição. Se Serra, que era então presidente da UNE nada havia para esse fugir, fora sua covardia natueba, imagine se iriam fazer nada contra só distribui panfleto. Com Lula, o maior esquerdista desse país,  nunca aconteceu de lhe tirarem um fio de cabelo. Foi preso, pelo messmo motivo dos black, mas tratado com rodo respeito, podendo até dormir no sofá do velho Tumão, e não foi privilégio algum, mas tratamento comum da Glorosa

    ==========

    Algumas verdades sobre Serra, por José de Abreu

    https://www.youtube.com/watch?v=uWxlygwiezs

  28. Argh…!

    Bem fez o pessoal do  Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP) da UERJ.

    Nem incluiram as publicações do Grupo Abril ente as pesquisadas para produzir o Manchetômetro.

    Penso que desconsideraram porque queriam pesquisar algo minimamente sério, que se possa chamar de jornalismo.

      1. Exercito de zumbis

        Observe que ele recebeu 616 curtidas e 116 compartilhamentos. Esse moleque não esta sozinho no planeta escrotidão…Ele comanda o exercito de zumbis que se espalha pelas redes sociais.

        1. Toda razão. Sozinho nada…

          … há uma parte significativa da classe média que tem ojeriza a pobre melhorando de vida.

          Isto é fruto de uma péssima formação associada a doses diárias de PiG.

           

           

  29. Fico a imaginar se ou quando

    Fico a imaginar se ou quando veremos pessoas desse tipo saindo às ruas com suas camisas pardas, em grupos de Sturmabteilung, entoando a “Blut muss fliessen”….

    Francamente, se fosse o Brasil que tivesse vivido o que a Alemanha nazista viveu, teríamos muitos coxinhas dizendo que aqueles tempos sim é que eram bons. E que se judeus e demais vítimas morreram é porque mereciam…

    Tenho muito medo do que pode acontecer em nosso país com essa direita raivosa cada vez mais barulhenta. O risco de um Hitler ser eleito é muito grande. Afinal, se na Alemanha, um país que já na época era considerado referência em educação e cultura, aceitou tudo aquilo.. o que dirá de uma juventude cada vez mais alienada que tem no facebook e wikipédia suas maiores fontes de informação.

    A entrevista com Ciro Gomes mostra bem quem é esse Constantino. O indivíduo ainda vive no século XIX. Para ele, Franaklyn Roosevelt seria exemplo de governo comunista. Onde, em nome dos deuses, esse homem cursou sua faculdade? 

  30. Corrida dos ratos

    Entre colunistas “boca de aluguel” para ver quem consegue se rebaixar mais para lamber as botas de qualquer tipo de poder estabelecido.

  31. uma roupa vermelha já é

    uma roupa vermelha já é suficiente para esses sujeitos se borrarem todos, toda a retórica deles é baseada no medo, e ainda assim tem a cara de pau de ficarem choramingando O TEMPO INTEIRO sobre “vitimização” das minorias, tenha dó.

    ficar lidando com esses cagões metidos à macho é dose de leão

  32. Por que todo esse ódio aos comunistas?

    O que foi mesmo que os comunistas fizeram contra o Brasil? Alguém sabe?  O que russos, cubanos e chineses fizeram contra nós? A resposta é nada. Ao contrário, nos ajudaram e ajudam, como é o caso da China, importante parceira comercial; da Rússia, que acena com ampliação do comércio conosco; e de Cuba, que nos ajuda no “Mais Médicos”.

    Já os capitalistas, ao contrário, por meio de mecanismos de dominação (FMI, subsídios ilegais, barreiras comerciais, manipulação de juros, espionagem etc.) nos fizeram e fazem mal. O mal maior, porém, não é nenhum destes, mas a lavagem cerebral imposta a pacóvios como o tal do Constantino (aliás, é impressionante o emburrecimento da direita, fenômeno que estar a merecer análise antropológica) transformados em quintas-colunas e propagandistas da ideologia das potências dominantes estrangeiras. Esses chapas-pretas, como o tal do Constantino, que buscam deprimir a autoestima nacional para favorecer a alienação de nossa economia e dos recursos nacionais em favor de entidades estrangeiras e em desfavor do Brasil usando terrorismo midiático são, como diria Obama, um câncer. Usam as mesmas táticas da extrema direita americana infiltrada na mídia estadunidense, aculturados e faltos de originalidade e densidade intelectual, meros plagiadores.

    O ódio a Cuba, especialmente, disseminado por esses chapas-pretas, do ponto de vista do Brasil, não tem nenhum fundamento racional (se é que ódio pode ser justificado racionalmente). Cuba é um Estado soberano, tem todo direito de escolher sua organização estatal, política e de governo, e nada temos a ver com isso. Cuba é um país amigo e jamais nos ameaçou. Em verdade, não ameaçou país algum, mesmo os EUA. Ao contrário, Cuba, sim, foi ameaçada pelos americanos.

    Os chapas-pretas da mídia são fomentadores de ódio, inimigos dos trabalhadores, ignorantes que foram cooptados por potências internacionais. São radicais cujas convicções não têm qualquer fundamento, são traidores e inimigos do Brasil. 

  33. Comentários…

    Não vou nem falar sobre o Rodrigo Costantino – que nunca ouvi falar antes de ver como colunista da Veja, no mesmo baixo nível do Reinaldo Azevedo. O que realmente me preocupa é ler os comentários racistas e preconceituosos dos leitores da revista, o que mostra total desconhecimento da história e falta de bom-senso. Começo a entender como tantas pessoas puderam votar no George Bush nos EUA e continuam achando que fizeram certo…

  34. é, parece que estremeceu a

    é, parece que estremeceu a aliança fascista e neoliberalóide entre oimbecil constante e a amestradora de imbecis, a veja

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