O descarrilamento do cérebro da Globonews, por André Araújo

Quase…

Quase não dá mais para ver a GN! Virou o canal do pensamento único. São incapazes de trazer correntes diferentes para debater assuntos de política e economia.

Por sorte tem o Marcelo Lins e o Guga Chacra, nem tudo está perdido ! Na política, uma cara nova – ainda não aziaga – é a Natuza Nery. Ao menos traz informações e não só caras-e-bocas como a Cantanhede!

André!A Globonews enveredou

André!

A Globonews enveredou pelo caminho errado.

Foi na onda do anti-petismo e da loucura de tornar a visão de mundo, a Ideologia dos seus donos o único padrão de comportamento e de apresentação do canal.

Quem assistiu a Globonews desde seus primórdios, na segunda metade dos anos 90, e assiste hoje não acredita se tratar de um mesmo canal.

Nos tempos de FHC, talvez, por se sentir segura na manutenção do modelo de desenvolvimento mercadista por FHC, sem uma sociedade organizada e pujante a ponto de poder interferir nos destinos do País via voto, indo além no voto desejado pela Globo, se buscava na Globonews até a opinião diversa.

Era bom para a Globonews dar um ar de “modernidade” e “pluralidade”. E, se estava em busca de audiência. Sem contar que era o público A, em sua grande maioria, que possuía TV à Cabo.

FHC não legou à Globo a chance de manter, após seu Governo, um aliado no Poder. Veio Lula. O neoliberalismo radical não lega sucessores, pode nos trazer no máximo, dificuldades de desenvolvimento, seja industrial, seja social, bem sabemos.

Não adianta a gente querer da Globonews o que ela não mais pode ser. Ela foi contaminada pelo anti-petismo e se misturou o desespero de conter o avanço da Internet, o desespero pelas 4 vitórias seguidas do PT, o desespero para com a sociedade que se propôs a dar uma nova cara ao Brasil, para além do seu espelho (espelho global) e a imagem de uma sociedade branca-europeia, não condizente com o Brasil de maioria racial negra e socialmente com maioria de pobres.

O Jornalismo da Globonews não pode mais fugir do script traçado. Ele se deixou levar por uma massificação do único e se perdeu no público único, o mesmo público que se aventurou a sair às ruas para de verde e amarelo pedir o Impeachment da Presidenta Dilma e não tem a coragem de fazer o mesmo, diante de Temer e seu Governo prejudicial ao extremo ao País, visível a quem tenha um mínimo de noção da realidade. Perdeu esse público, acaba!

Ao se desesperar com o Brasil novo que surgira e continuará surgindo, o modelo de emissora da Globonews não quis acompanhá-lo, quis apenas ser oposição sem freio, sem valorizar a notícia e o Jornalismo, sem dar espaço para o contraditório. Quis colocar o interesse privado dos irmãos marinho acima do interesse nacional e do Jornalismo.

Chove em São Paulo se mostra todos os pontos de alagamento e se quer dar toda a culpa ao Haddad, ficam mais de hora colocando a imagem das Câmeras dos pontos de alagamento. Culpa-se o prefeito por tudo.

Chove em uma cidade com prefeito aliado dela, a chuva quase inexiste, não se vai deter as câmeras por horas seguidas no temporal nem culpar o prefeito. É obra do acaso, o culpado do carro boiar é o desavisado do motorista que foi trafegar no ponto de alagamento, que todos “supostamente” conhecem.

E, assim, se fabrica um canal que vai perdendo a inteligência e que procura um disfarce para a sua decadência na suposta “modernidade” do cenário, na “suposta” abertura à diversidade, com programa voltado ao LGBT.

Não se faz uma grande emissora sem ouvir todos os lados, certo?

Em uma sociedade temos o Mercado, a Indústria, a classe trabalhadora, os sindicatos patronais e dos trabalhadores, ainda, temos as ideias mais progressistas e as ideias mais conservadoras dentro de Igrejas/correntes religiosas cristãs, sem contar outras religiões, temos UDR e temos MST e, assim, por diante.

Temos China, Rússia, França, Síria, Iran, Israel, Palestina, EUA.

Não apenas EUA e seus interesses.

Não apenas mercado e seus interesses.

Não apenas neoliberalismo e seus interesses.

Não apenas agronegócio e seus interesses.

Se eu quero ser um canal de respeito eu procuro ouvir todos os lados, eu procuro dar a informação de um fato do cotidiano de uma maneira isenta, querendo reportar a verdade, não tornando um fato do cotidiano apenas uma forma de manipulação da opinião pública, de jogar a população contra meu adversário ideológico utilizando do não jornalismo e da prática de assassinato diário da reputação dele, mesmo que o adversário não tenha cometido nenhum ato de corrupção, não seja desonesto nem mal-intencionado, como é o caso da Presidenta Dilma.

A Globonews escolheu atingir o público X. E lá ficou desde que o PT chegou ao Poder. Saíram os debates com ideologias distintas, opiniões diversas e adentraram os debates com personagens iguais ideologicamente, e que não contradigam a Ideologia do Dono. Vira tudo um monólogo, é concordância geral, apresentador e entrevistados. E, que sejam poucos entrevistados, de preferência 1, para não sair do controle ideológico a entrevista.

E, não tem mais solução. Ficou estereotipado demais tudo, maquiado, universalizado o procedimento e sem chances (ou quase sem) de uma visão de mundo mais plural.

Defesa do interesse nacional, da indústria nacional, dos trabalhadores brasileiros, dos interesses da sociedade brasileira como um todo foram trocados por completo e sem mais chances de uma abertura para a reflexão, por interesses da própria Globo, dos Estados Unidos, aliado primeiro no campo da Ideologia, e do Mercado.

Nada mais.

E a qualidade de seus comentaristas e programas não se é buscada por outra via senão pela via do “Seguir o Chefe”, agradar o patrão ou como diz a gíria popular: “babar ovo”.

Opinião na Globonews, quase só uma é aceita: a do patrão!

 E, imaginemos o quanto é maléfico para um País como o Brasil, ser esta organização ligada à comunicação uma organização que detém o monopólio de ao menos 60% de toda informação sobre o cotidiano do Brasil e do Mundo e quiçá de toda a publicidade que se consome no Brasil.

Abraço,

Alexandre!

sempre sereno e claro

Admiro profundamente o AA desde sempre pela cultura, aquela que transcende conhecimento e de base para proposições construtivas.

Tenho agora mais um motivo para admira-lo, o estomago de aço inox para suportar este programa e propor este maravilhosa e bem humorada critica.

Longa vida e saúde.