Os jornais mentem menos hoje em dia, mas… por Rogério Maestri

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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A partir da divulgação do trabalho de pesquisa de hábitos de mídia da população brasileira pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República abriu-se uma animada discussão sobre a credibilidade dos meios de comunicação, a tônica principal de muitos articulistas é a perda de credibilidade dos meios de comunicação impresso. Muitos argumentam que a perda de credibilidade é devida a notícias distorcidas divulgadas pelos mesmos, entretanto tenho a sólida convicção que toda a imprensa mente ou distorce muito menos as informações nos dias atuais, ou seja:
 
Os jornais mentem muito menos que no passado!
 
Notem bem a estrutura da frase, não estou afirmando que os jornais não mentem ou distorcem as informações, mas sim que estas notícias em relação ao passado estão muito mais sujeitas as verificações e contestações que há décadas.
 
Quando há vinte ou trinta anos se lia num jornal uma notícia completamente tendenciosa aquele que se sentia prejudicado tinha o desmentido feito por um jornal de outra linha editorial ou simplesmente gozava de um direito de resposta num pequeno canto do mesmo jornal numa coluna de palavra do leitor. Quando o prejudicado tinha mais recursos conseguia através de anúncios “A PEDIDO” ou simplesmente depois de longos processos judiciais o direito de resposta. Este direito de resposta vinha geralmente atrasado quando o dano já estava feito.
 
Nos dias atuais, conforme o grau de desinformação ou mesmo de mentira, a resposta é dada por outros meios que se encontra na Internet quase de forma concomitante com a notícia, logo a credibilidade do órgão de divulgação fica  cada vês mais abalada.
 
Outro fator que abala a credibilidade da notícia impressa é a “memória” da Internet. Quando num passado não muito distante um jornal ou qualquer outro meio vídeo-impresso fazia uma previsão ou noticiava uma especulação que dependia de posterior verificação, salvo que alguém guardasse pilhas de jornais do passado, ou fizeste uma fastidiosa pesquisa num museu de comunicação, a notícia fazia o seu estrago e poucas podiam sofrer questionamento.
 
Se quisermos contestar a opinião de um meio escrito qualquer que foi emitida a quatro ou cinco anos, numa breve pesquisa na Internet ou se acha a notícia original ou alguém facilmente a estocou em seu computador.
 
Resumo da Ópera, as notícias distorcidas ou mesmo mentirosas eram a praxe de todos os meios de comunicação, porém atualmente elas são facilmente acompanhadas e desmentidas no futuro, e se um meio de comunicação escreve algo extremamente relevante e distorcido ele será bombardeado durante anos a fio por quem quiser mostrar os seus erros. Logo a conclusão é simples: Os jornais mentem menos hoje em dia, mas estão sujeitos a desmoralização com o tempo de forma mais efetiva e dolorida do que no passado.
 
Recomendação final: Jornalões, mintam ou distorçam a verdade menos, pois se não fizerem isto se tornarão seus próprios algozes.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

5 Comentários

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  1. Errado. A mídia-lixo-corporativa nunca mentiu tanto.

    O retrocesso democrático, promovido pelo neoliberalismo a partir da década de 80 no século passado, é brutal.

    A mídia-lixo-corporativa não faz jornalismo. É a máquina de propaganda do regime e serve ao interesse econômico das mega-corporações que governam o planeta.

    Não há “notícias” na mídia-lixo-corporativa. Há propaganda.

  2. Copo meio cheio ou meio vazio.

    O autor tenta nos levar a crer que a auto-regulação ou o controle da qualidade da mídia se dê através da maravilha da internet, e isto possibilita um maior cuidado e zêlo na produção do conteúdo.

    Sem dúvidas as possibilidades são muitas, mas o autor do texto esquece uma coisinha básica: Os jornais não mentem por mau-caratismo, ou mera compulsão, mas sim porque funcionam como instrumento ideológico de classe, e usam a mentira para engordar seus caixas, mantendo-se fieis aos seus compromissos econômicos.

    Logo, embora a percepção de que haja mais chance de desmascararmos os jornais, podemos, por outro lado, sermos um pouco mais céticos, dizendo: as mentiras aumentaram de proporção ou se sofisticaram, justamente para ludibriar o controle.

    Por fim, podemos dizer que o problema não é apenas a mentira, a falisdade de um conteúdo, mas a manipulação deste conteúdo, sua colocação dentro de um contexto previamente preparado para funcionar não como um relato dos fatos, mas sim como uma sentença.

    São as meias-verdades as mais perigosas armas disponíveis para as quadrilhas das redações.

    Jornalismo e empresas de mídia não combinam com democracia.

  3.  
    Recomendação final:

     

    Recomendação final: Jornalões, mintam ou distorçam a verdade menos, pois se não fizerem isto se tornarão seus próprios algozes.

    Conselho desnecessário pra quem sabe que já esta na hora da morte,

  4. O canalha é o mesmo

    As mentiras, distorções não diminuiram, apenas se adaptaram aos novos meios.  A motivação e a bandidagem é a mesa.

    Bandidos estão sempre alterando o “modus opirandi”.

     

  5. Será que sempre foram assim?

    Acho que não, viciaram e ficaram mais venais. Sempre mentiram criminosamente, mas o que intrigante é que hoje ainda mintam tanto sendo desmascarados a cada instante. O jn foi desmascarado tachativamente e continuaram com a mesma cara, esquisito.Ë claro que criaram um mundo da carochinha e fazem seminários de defesa da liberdade de imprensa, mas isto é compreensível psicocologiamente porque têm que chegar em casa e ver a cara dos seus filhos, e ai… Aliás não sei como conseguem. Apesar de que o descaramento da maioria deles é incompreensivel de qualquer maneira. Tem também aquela história que o homem é um animal mau e o que os controla são as leis, e como neste caso eles estão isentos das leis… 

    Só sei que eu quero imprensa livre e não atrelada aos piores valores como temos agora. Socorro, quero uma imprensa fazedo seu papel e informando. O jeito é…Internet neles! Talvez, um dia, cadeia.

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