Regulamentação sólida significa liberdade e democracia

 
O grande nó dessa questão é a hesitação da própria esquerda a respeito de quais mecanismos devem ser criados para fazer contrapeso ao poder dos donos de grandes empresas de comunicação. Se estivéssemos todos fechados em torno de uma generosa regulamentação do direito de resposta, teríamos uma posição sólida, constitucionalmente inatacável e sem nenhum resquício autoritário. Combateríamos os excessos ou os desequilíbrios mediante mecanismos que induzem MAIOR liberdade, e não VIGILÂNCIA sobre conteúdos. Acontece que não é assim. Boa parte da esquerda sonha com mecanismos de intervenção direta, e mais especialmente com “comissões” de controle formadas por “membros da sociedade civil”. Um aparelhão, enfim, pronto para ser cavalgado como prêmio de consolação dado em troca de algum sapo engolido em nome da tal “Realpolitik”. Com isso, cria-se um tremendo imbroglio político e constitucional, e não se consegue avançar um passo. A torcida organizada sai a campo, gritando feito doida, entusiasmada pelo som do próprio grito, achando que está abafando. Lá do outro lado, o cara tecla uma resposta fulminante com um dedo só, enquanto assiste ao jogo do Corinthians e conversa com a empregada sobre o cardápio do jantar, e a tese do controle social da mídia se desqualifica, pois infelizmente o cara lá do outro lado, nesse caso, está COBERTO DE RAZÃO. Por que abrir a guarda desse jeito? Por que não aderir a teses fortes, irrespondíveis e que dão resultado? Já viram o cara do lado de lá comprar briga com o Marcos Coimbra? Não viram, nem verão. Não é besta. Sabe que apanha. Agora, quando a bola vem quicando de mansinho na boca da área, ele enche o pé. E vai ser gol. Não tenham dúvidas quanto a isso.


Luis Nassif

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